terça-feira, 27 de agosto de 2024

PIB per capita: o Brasil estagnado: renda dos cidadãos em algumas grandes economias

GDP per capita 

Top 10 biggest economies in the world

Uma medida, o PIB per capita, mais fiável e realista no plano do verdadeiro bem-estar das pessoas. 

Economias menores são ainda mais eloquentes na afluência dos seus povos. 

Os brasileiros poderiam ser três vezes mais ricos se… 

Pois é, poderiam. Por que não o são? Vou explicar o "se"...


O Brasil é um país que não perde oportunidade de perder oportunidades, como dizia Roberto Campos.

Em 1960, em meio à sua fase mais dinâmica de crescimento econômico, com os "50 anos em 5" de JK, o Brasil ainda era um país muito pobre, mas ainda assim duas vezes mais rico do que a Coreia do Sul, que estava se recuperando de uma guerra contra a RPDC e começando uma industrialização ainda muito atrás do que já tinha o Brasil.

Em 1960, a renda per capita do Brasil era de 600 dólares, e a da Coreia do Sul de apenas 300 dólares. Meio século depois, a situação se inverteu dramaticamente, pois os coreanos não pararam de crescer e nós estagnamos dramaticamente. 

Eles estão chegando em 40 mil dólares e nós estacionamos nos 10 mil dólares há muito tempo. Algumas coisas eles fizeram de certo, e muita coisa nós fizemos de errado.

Resumindo, eu vou explicar sinteticamente porque, e vou remeter depois a outros trabalhos meus que detalham o processo.

Os coreanos investiram maciçamente em educação de massa, de qualidade, garantindo ganhos de produtividade contínuos. Nós simplesmente não conseguimos colocar todas as crianças na escola elementar a não ser nos anos 1990 e ainda assim com uma qualidade do ensino muito inferior à taxa de escolarização. Os coreanos também tiveram um comportamento fiscal e monetário muito mais responsável, sem muita inflação e com orçamentos equilibrados. Não preciso recordar nossos grandes impulsos de hiperinflação e nossas seis moedas em menos de uma geração, sendo a maior parte em poucos anos.

Sobretudo, eles construíram uma economia voltada para o comércio exterior, ao passo que continuamos no mesmo protecionismo idiota que vinha dos tempos coloniais, continuou no Império, na República Velha e se acentuou tremendamente desde a era Vargas até hoje. Somos um dos países mais protecionistas do mundo, historicamente, estruturalmente, geneticamente, prazerosamente, e estupidamente.

Tenho várias outras razões também, mas estas são suficientes.

Paulo Roberto de Almeida

Brasilia, 27 de agosto de 2024.

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