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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 27 de agosto de 2024

PIB per capita: o Brasil estagnado: renda dos cidadãos em algumas grandes economias

GDP per capita 

Top 10 biggest economies in the world

Uma medida, o PIB per capita, mais fiável e realista no plano do verdadeiro bem-estar das pessoas. 

Economias menores são ainda mais eloquentes na afluência dos seus povos. 

Os brasileiros poderiam ser três vezes mais ricos se… 

Pois é, poderiam. Por que não o são? Vou explicar o "se"...


O Brasil é um país que não perde oportunidade de perder oportunidades, como dizia Roberto Campos.

Em 1960, em meio à sua fase mais dinâmica de crescimento econômico, com os "50 anos em 5" de JK, o Brasil ainda era um país muito pobre, mas ainda assim duas vezes mais rico do que a Coreia do Sul, que estava se recuperando de uma guerra contra a RPDC e começando uma industrialização ainda muito atrás do que já tinha o Brasil.

Em 1960, a renda per capita do Brasil era de 600 dólares, e a da Coreia do Sul de apenas 300 dólares. Meio século depois, a situação se inverteu dramaticamente, pois os coreanos não pararam de crescer e nós estagnamos dramaticamente. 

Eles estão chegando em 40 mil dólares e nós estacionamos nos 10 mil dólares há muito tempo. Algumas coisas eles fizeram de certo, e muita coisa nós fizemos de errado.

Resumindo, eu vou explicar sinteticamente porque, e vou remeter depois a outros trabalhos meus que detalham o processo.

Os coreanos investiram maciçamente em educação de massa, de qualidade, garantindo ganhos de produtividade contínuos. Nós simplesmente não conseguimos colocar todas as crianças na escola elementar a não ser nos anos 1990 e ainda assim com uma qualidade do ensino muito inferior à taxa de escolarização. Os coreanos também tiveram um comportamento fiscal e monetário muito mais responsável, sem muita inflação e com orçamentos equilibrados. Não preciso recordar nossos grandes impulsos de hiperinflação e nossas seis moedas em menos de uma geração, sendo a maior parte em poucos anos.

Sobretudo, eles construíram uma economia voltada para o comércio exterior, ao passo que continuamos no mesmo protecionismo idiota que vinha dos tempos coloniais, continuou no Império, na República Velha e se acentuou tremendamente desde a era Vargas até hoje. Somos um dos países mais protecionistas do mundo, historicamente, estruturalmente, geneticamente, prazerosamente, e estupidamente.

Tenho várias outras razões também, mas estas são suficientes.

Paulo Roberto de Almeida

Brasilia, 27 de agosto de 2024.

domingo, 19 de dezembro de 2021

PIB e PIB per capita do Brasil, de 2008 a 2020; tendência histórica ao declínio

 O desastre econômico do PIB per capita dos brasileiros na última década (perdida): não sei se os petistas e bolsonaristas gostariam de comentar algo...




quinta-feira, 15 de julho de 2021

Crescimento real per capita; o afundamento de Argentina, Cuba e Venezuela, quase estagnação do Brasil - Maddison Project

 Para dirimir quaisquer dúvidas sobre o desempenho econômico comparado de alguns poucos países latino-americanos em relação ao PIB per capita dos Estados Unidos, coletei alguns dados a partir do Maddison Project, a melhor fonte para esse tipo de visualização histórica-comparativa.

Resulta que no início do século XX, os cubanos eram duas vezes mais ricos que os brasileiros e os argentinos estavam mais de cinco vezes à nossa frente. A Venezuela, embora ainda relativamente mais rica, ainda não tinha deslanchado para o maná do petróleo. A situação começa a se alterar no pós-Segunda Guerra, quando a Argentina aprofunda o seu declínio econômico, a Venezuela ostenta uma exuberância do novo rico e o Brasil começa a despontar para mais de um quinto do PIB per capita dos EUA. 


Como se vê pela tabela, o socialismo em Cuba e na Venezuela, e o estatismo na Argentina e no Brasil fizeram muito mal aos cidadãos desses países, na comparação com a riqueza dos americanos. Simplesmente ficamos para trás, alguns países mais do que outros. 

Paulo Roberto de Almeida

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Crescimento do PIB e PIB per capita no Brasil, de 1964 a 2018 - Ricardo Bergamini

Taxa Média/Ano de Crescimento Econômico Real Relativo
ao Período de 1964 a 2018 em Percentuais do PIB - Fonte de Consulta IBGE.
Períodos
1964/84
1985/89
1990/94
1995/02
2003/10
2011/2018
Média/Ano
6,29
4,38
1,40
2,37
4,09
0,60


1 – Nos 21 anos dos governos militares, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 6,29% ao ano.

2 – Nos 5 anos do governo Sarney, com moratória internacional e hiperinflação, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 4,38% ao ano.

3 – Nos 5 anos dos governos Collor/Itamar, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 1,40% ao ano.

4 – Nos 8 anos do governo FHC, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 2,37% ao ano.

5 – Nos 8 anos do governo Lula, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 4,09% ao ano.

6 – Nos 8 anos dos governos Dilma/Temer (2011/2018) o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 0,60% ao ano. 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.


Taxa Média/Ano de Crescimento Econômico Real Per Capita Relativo
Período de 1964 a 2018 em Percentuais do PIB - Fonte de Consulta IBGE.
Períodos
1964/84
1985/89
1990/94
1995/02
2003/10
2011/2018
Média/Ano
3,64
2,44
(0,18)
0,87
2,90
(0,25)


1 – Nos 21 anos dos governos militares, o Brasil teve um crescimento econômico real per capita médio de 3,64% ao ano.

2 – Nos 5 anos do governo Sarney, com moratória internacional e hiperinflação, o Brasil teve um crescimento econômico real per capita médio de 2,44% ao ano.

3 – Nos 5 anos dos governos Collor/Itamar, o Brasil teve um crescimento econômico real per capita médio negativo de (0,18%) ao ano.

4 – Nos 8 anos do governo FHC, o Brasil teve um crescimento econômico real per capita médio de 0,87% ao ano.

5 – Nos 8 anos do governo Lula, o Brasil teve um crescimento econômico real per capita médio de 2,90% ao ano.

6 – Nos 8 anos dos governos Dilma/Temer (2011/2018) o Brasil teve um crescimento econômico real per capita médio negativo de (0,25) % ao ano. 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.


Ricardo Bergamini

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Russia e Brasil: ah, essas vibrantes potencias economicas emergentes...

Onde foi parar o meu PIB?
O gato comeu?
O dólar comeu, para ser mais exato...
Toda essa exaltação com grande números de PIB, ficar entre as dez maiores economias do planeta, se pavonear que somos maiores que essas economiazinhas da Europa, enfim, tudo isso é feito à base de muito anabolizante, ou seja, valorização cambial.
Basta o dólar dar uns pulinhos, ou melhor, basta a moeda nacional dar uns saltinhos para baixo, feito de baixo crescimento do PIB, perda de competitividade nas exportações (que seja de matérias primas ou de manufaturados, não importa muito), desequilíbrio nas transações correntes, e zut, lá vai a economia deslizando ladeira abaixo, e com ela o nosso PIB per capita.
A Rússia e o Brasil tinham uma economia mais ou menos equivalentes em peso, eles com uma população um quarto menor e um PIB per capita proporcionalmente mais elevado.
Pronto: bastou o Putin fazer o diabo na Ucrânia, e o petróleo vir abaixo, que acabou a alegria dos magnatas russos e também da classe média alta. Já não vai dar mais para esquiar na Suíça, vão ter de se contentar com as montanhas da Chechênia mesmo...
Os brasileiros ainda continuam indo a Paris, Orlando, Miami e Nova York, mas se o deslizar do câmbio continuar, vai ficar mais caro, assim como para os russos.
Eles chegaram a ficar mais pobres do que os brasileiros, mas depois se recuperaram um pouco, assim como os brasileiros, com as fortes intervenções dos dois bancos centrais nos mercados de câmbio.
Mas, se as notícias continuarem ruins, nem os bancos centrais vão aguentar o tranco.
Compilei estatísticas de conjuntura, para mostrar essa desgraça toda...
Paulo Roberto de Almeida


Rússia e Brasil comparados, 2013 e 2014:

Russia in 2013:
GDP (Current Prices, National Currency):  RUB 68,144.52 Billion
GDP (Current Prices, US Dollars): US$ 2,213.57 Billion
Population in 2013: 141.439 Million
GDP Per Capita (Current Prices, National Currency): RUB 481,795
GDP Per Capita (Current Prices, US Dollars): US$ 15,650.35
GDP Per Capita (PPP), US Dollars: US$ 18,670.53
Câmbio médio em 2013: RUB 30,78 = US$ 1

Russia in 2014:
Taxa de câmbio em 16 de dezembro de 2014: 68 R/US$
Taxa de câmbio em 22 de dezembro: 55 R/US$
PIB em dólares em 16/12: US$ 1,029.41 Billion
PIB per capita em 16/12: US$ 7,278
PIB per capita em 22/12: US$ 12,272

Brazil em 2013:
GDP (Current Prices, National Currency): R$ 4,795.95 Billion
GDP (Current Prices, US Dollars): US$ 2,456.66 Billion
Population in 2013: 199.881 Million
GDP Per Capita (Current Prices, National Currency): R$ 23,994.04
GDP Per Capita (Current Prices, US Dollars): US$ 12,290.64
GDP Per Capita (PPP), US Dollars: US$ 12,340.18
Câmbio médio em 2013: 1,95 = US$ 1

Brazil in 2014:
Taxa de câmbio em 16 de dezembro de 2014: R$ 2,73/US$ 1
Taxa de câmbio em 22 de dezembro: R$ 2,66/US$
PIB em dólares em 16/12: 1,756.75 US$ Billion
PIB per capita em 16/12: US$ 8,789
PIB per capita em 22/12: US$ 9,020

Fontes: indicadores: Economy Watch: http://www.economywatch.com/economic-statistics/country/ ; Câmbio: Bloomberg: http://www.bloomberg.com/