Lula arrastando governos para a lama
Lula está arrastando para a lama quem ele puder para não chafurdar sozinho. Já conseguiu atrair os dois governos populistas que restaram, como o de Obrador e de Petro, depois que os outros dois, de Xiomara e Arce, não tiveram pejo de validar a fraude no primeiro momento. Agora Lula quer puxar para o buraco o governo de Boric, que não é populista.
A alegação do governo Lula de que quer ser imparcial e mediador é uma picaretagem - só comprada e divulgada pelo jornalismo chapa-branca que perdeu completamente a compostura. Qual foi a mediação que ele fez? Qual a mediação que fará, se Celso Amorim se recusou a sequer conversar com Maria Corina? Pelo contrário, os lulopetistas alegam que Corina é de extrema-direita ou um "Bolsonaro de saias" - sendo que foi ela que obteve mais de 90% das preferências nas prévias da oposição. Isso é lá posição de mediador?
É a mesma lorota contada, no passado, nos casos do Irã e no caso da Ucrânia - iniciativas que deram, ambas, com os burros n'água.
Lula nunca se qualificou para ser um árbitro entre o chavismo-madurismo e a oposição venezuelana ou entre qualquer ditadura e qualquer democracia porque, invariavelmente, toma partido das ditaduras. No caso da Venezuela é pior ainda. Lula fez as campanhas eleitorais de Chávez e Maduro, declarou que aquela ditadura era uma democracia, não protestou contra o impedimento ilegal de Maria Corina (antes, foi indelicado com ela) e nem contra as fraudes de Maduro, inclusive a mais recente, de 28 de julho. Não tem nada de equidistante na sua posição.
O que ele está fazendo é dar tempo para Maduro permanecer no comando, até que o mundo esqueça o caso ou até que o ditador consiga fasificar as atas, talvez com a ajuda dos agentes cubanos, russos ou chineses que há tempos já infestam aquele país.
A posição do governo brasileiro é insustentável e solerte. Pior ainda é a atitude dos meios de comunicação amestrados, que resolveram cumprir o vergonhoso papel de se integrar organicamente ao sistema de governança oficial afrontando a tradição do jornalismo democrático e independente.
Nota redigida por Augusto de Franco, do staff de Inteligência Democrática.
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