Apresentação:
Revista Brasileira de Estudos de Defesa (RBED)
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
Apresentação:
Revista Brasileira de Estudos de Defesa (RBED)
Ateliê de Humanidades
O Ateliê de Humanidades é uma instituição em rede de livre estudo, pesquisa, escrita e formação, voltada à produção e publicação de conhecimento em filosofia e ciências humanas, constituindo-se como uma iniciativa ao mesmo tempo alternativa e complementar ao sistema formal de ensino superior.
Alternativa porque não subordina a atividade intelectual às demandas burocráticas, ao estreitamento disciplinar, ao produtivismo acelerado e à corrida por posicionamento na carreira acadêmica. Complementar porque atende a demandas por aprofundamento de estudos, desenvolvimento de pesquisas e confecção de escrita por pessoas ligadas ou não a instituições de ensino superior. Desta forma, ele tem por proposta pedagógica uma orientação centrada na qualidade do processo tutorial (contínuo, próximo e dialógico) tendo em vista alcançar uma excelência do resultado. Para tanto, não exclui o acesso de pessoas sem titulação ou não familiarizadas com as práticas acadêmicas.
Ele é um empreendimento de profissionais das humanidades que, diagnosticando uma crise de nosso tempo, conceberam a criação de um espaço independente que busca excelência no trabalho intelectual. Orientados por uma ética do trabalho bem feito, somos um espaço que reivindica uma reapropriação do tempo próprio à experiência intelectual. Mais do que um nome, a noção de “ateliê” remete ao “artesanato intelectual” que caracteriza o exercício teórico-científico. Defendemos um tempo cadenciado para o pensamento e a pesquisa, tendo o intuito de criar uma atmosfera que incentive projetos vocacionados e experimentais, transpassando disciplinas, assumindo riscos e se orientando a refletir sobre questões locais e globais do tempo presente. Para tanto, constituimo-nos em proximidade a indivíduos, grupos e instituições, oferecendo serviços conectados a demandas advindas de experiências pessoais, práticas profissionais, demandas organizacionais e agendas públicas.
André Magnelli
Ane Magnelli
Cristián Jiménez
Lucas Faial Soneghet
Alberto L. C. de Farias
Emmanuel Rapizo Caldas
Marcos Lacerda
Sebastião Lindoberg da S. Campos
Uma instituição de livre estudo e pesquisa
Somos uma instituição de livre estudo, pesquisa, escrita e formação em filosofia e ciências humanas, constituindo-nos em uma iniciativa ao mesmo tempo alternativa e complementar ao sistema formal de ensino superior.
Uma renovação das humanidades pelo artesanato intelectual
Buscamos uma reapropriação do tempo cadenciado do pensamento. Mais do que um nome, “ateliê” remete a um “artesanato intelectual” que, com as inovações econômicas e tecnológicas atuais, ganha novas possibilidades e apela a uma renovação das humanidades.
Busca de excelência e vocação a mediar encontros, conexões e convergências
Estamos voltados à excelência em nosso ofício e vocacionados a ser um mediador entre o mundo acadêmico, a sociedade civil e o espaço público. Atuamos como realizadores de encontros, de conexões e de convergências entre empresas, profissionais, organizações, instituições, intelectuais, líderes e cidadãos.
Liberdade de pensamento, experimentação intelectual e reflexão sobre o presente
Propiciamos a criação de projetos livres, vocacionados e experimentais que transpassam disciplinas, assumem riscos e se orientam pelo tempo presente. Para tanto, fazemos projetos de pesquisa científica e nos orientamos para a inovação em tecnologia social e humana.
Uma república de ideias a serviço do público e da democracia
Guiamo-nos pela importância das ideias para a autonomia individual e a cultura democrática. Para isso, atuamos na promoção de esclarecimento sobre problemas (públicos e privados) e na proposição de agendas, reformas e soluções.
O comunismo no Brasil:
livros de Hugo Studart e de Gustavo Bezerra
Colaborações de Paulo Roberto de Almeida
Um gentil leitor disse-me ontem que havia penado para achar uma apresentação em vídeo, no YouTube, a respeito de dois livros com os quais colaborei, respectivamente:
3255. “Uma tragédia brasileira: a loucura insurrecional do PCdoB”, Brasília, 24 março 2018, 6 p. Texto de caráter ensaístico-histórico, oferecido como comentários sobre uma aventura irresponsável, a guerrilha do Araguaia, em conexão e em colaboração a livro de Hugo Studart, sobre o tema. Feita versão resumida para publicação como posfácio, sob o título de “Uma tragédia brasileira: a loucura amazônica do PCdoB”, 5 p.; Revisão em 12/05/2018, nos dois últimos parágrafos. Publicado no livro de Hugo Studart: Borboletas e Lobisomens: vidas, sonhos e mortes dos guerrilheiros do Araguaia (Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 2018, 660 p.; ISBN: 978-85-265-0490-5; p. 503-507). Versão original publicada no blog Diplomatizzando (9/07/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/07/golpes-revolucoes-e-movimentos-armados.html). Relação de Publicados n. 1285.
3441. “O passado de uma ilusão que ainda não passou: o comunismo no Brasil”, Brasília, 26 março 2019, 5 p. Prefácio a livro de Gustavo Marques: O livro negro do comunismo no Brasil: mitos e falácias da esquerda brasileira (Rio de Janeiro: Jaguatirica, 2019). Publicado in: Bezerra, Gustavo Henrique Marques, O livro negro do comunismo no Brasil: mitos e falácias sobre a história da esquerda brasileira (Rio de Janeiro: Jaguatirica, 2019, 872 p.; ISBN: 978-85-5662-205-1; p. 15-20). Relação de Publicados n. 1334.
Coloquei a íntegra dos materiais na plataforma Academia.edu:
O que encontrei na Internet como vídeo no YouTube:
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO DF-IHGDF Debate sobre a Trajetória do Comunismo no Brasil:
https://www.youtube.com/watch?v=LueQRy9yzxI
A apresentação que preparei para o vídeo está aqui:
3545. “O movimento comunista internacional e seu impacto no Brasil”, Brasília, 7 dezembro 2019, 24 slides. Apresentação no IHG-DF, em companhia de Hugo Studart (autor de livros sobre a guerrilha do Araguaia) e de Gustavo Bezerra (autor: O Livro Negro do Comunismo no Brasil), para apresentação de meu próprio livro: Marxismo e socialismo no Brasil e no mundo: trajetória de duas parábolas da era contemporânea (Brasília: Edição de autor, 2019, 304 p.), no dia 11/12/2019. Disponibilizado na plataforma Research Gate (8/12/2019; link: https://www.researchgate.net/publication/337824903_O_Movimento_comunista_internacional_e_seu_impacto_no_Brasil;DOI: 10.13140/RG.2.2.15046.63047) e na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/41219238/O_Movimento_comunista_internacional_e_seu_impacto_no_Brasil_2019_).
Uma resenha saiu desta forma:
3717. “A guerrilha do Araguaia por um experiente jornalista”, Brasília, 13 julho 2020, 3 p. Resenha do livro de Hugo Studart, Borboletas e Lobisomens: vidas, sonhos e mortes dos guerrilheiros do Araguaia (Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 2018, 660 p.; ISBN: 978-85-265-0490-5), adaptada do trabalho n. 3255, que serviu, no formato abreviado, como posfácio ao livro em questão. Publicado na Revista do IHG-DF (n. 10, 2020, ISSN: 2525-6653; p. 2459-262; link: http://www.ihgdf.com.br/wp-content/uploads/2021/01/revista_IHGB_10_completo.pdf). Relação de Publicados n. 1380.
Coloquei a íntegra dos materiais na plataforma Academia.edu:
Uma publicação antiga, de um livro reeditado pelo Senado e provávelente disponível em formato digital:
230. “Em busca da simplicidade e da clareza perdidas: Delgado de Carvalho e a historiografia diplomática brasileira”, in Carlos Delgado de Carvalho (1884-1980), História Diplomática do Brasil (edição facsimilar: Brasília: Senado Federal, 1998; Coleção Memória brasileira n. 13, lxx + 420 p.), p. xv-l. Divulgado, junto com a apresentação de 1989, pelo embaixador Rubens Ricupero, “Uma reedição tardia, mas ainda oportuna” (p. iii-xiv), na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/88402521/Delgado_de_Carvalho_e_a_historiografia_diplomatica_brasileira_1997_). Relação de Trabalhos nº 600.
Em busca da simplicidade e da clareza perdidas:
Delgado de Carvalho e a historiografia diplomática brasileira
Paulo Roberto de Almeida
Doutor em Ciências Sociais. Diplomata.
Introdução ao livro Carlos Delgado de Carvalho (1884-1980), História Diplomática do Brasil (edição facsimilar: Brasília: Senado Federal, 1998; Coleção Memória brasileira n. 13, lxx, 420 p.), p. xv-l; seguida da apresentação preparada em 1989, pelo embaixador Rubens Ricupero, “Uma reedição tardia, mas ainda oportuna” (p. iii-xiv). Relação de Trabalhos nº 600.
A reedição fac-similar deste livro de Carlos Delgado de Carvalho, História Diplomática do Brasil, vem responder a uma necessidade bibliográfica tanto quanto atender a uma antiga aspiração de profissionais da diplomacia brasileira. Com efeito, quase dez anos atrás, o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, do Itamaraty, projetava relançá-lo em edição igualmente fac-similar, empreendimento certamente bem-vindo já naquela época, mas que não logrou então concretizar-se em virtude das prosaicas dificuldades de financiamento que soem atormentar, de forma recorrente, as instituições que vivem de recursos públicos.
A empresa foi agora viabilizada graças à feliz iniciativa dos organizadores da coleção “Memória Brasileira” do Senado Federal, em especial nas pessoas de seu coordenador institucional, Senador Lúcio Alcântara, e de seu principal animador, Professor Estevão C. de Rezende Martins, que atendeu prontamente minha sugestão de incluí-lo nesta já prestigiosa coletânea de obras importantes sobre temas brasileiros. Ela vem preencher não apenas uma lacuna propriamente inexplicável em termos editoriais, como também um vácuo didático há muito tempo sentido entre os estudiosos da política externa e das relações internacionais do Brasil em geral e entre os jovens diplomatas em particular.
Obra de reconhecidos méritos metodológicos e substantivos, como já amplamente sublinhado no texto precedente do embaixador Rubens Ricupero, sua edição num circuito não comercial também se beneficia intelectualmente da publicação, tão oportuna quanto tardia, parafraseando seu próprio título, da Apresentação que esse notável diplomata e professor da Universidade de Brasília e do Instituto Rio Branco havia preparado, em 1989, quando da tentativa anterior de republicação pelo IPRI.
(...)
Sumário:
AC-DC: Calógeras como marco historiográfico
Hélio Vianna e a visão oficial da política externa
O homem Delgado de Carvalho: um gentleman cartesiano
A obra “diplomática” de Delgado: modesta, original e completa
Características analíticas e metodológicas
Limites e virtudes da história fatual
Um modelo ainda válido
A reorientação dos estudos de relações internacionais
Cervo e Bueno: o ideal desenvolvimentista
José Honório Rodrigues: a recuperação da história diplomática
Apresentação: Embaixador Rubens Ricupero
Texto integral disponível na plataforma Academia.edu (link:
Paulo Roberto de Almeida:
Construtores da Nação: projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior
São Paulo: LVM Editora, 2022
Índice
Prefácio Arnaldo Godoy
Apresentação
Nos ombros dos verdadeiros estadistas, Paulo Roberto de Almeida
Introdução
Da construção do Estado à construção da Democracia
Primeira parte: a construção do Estado
O Estado antes da Ordem e da própria Nação
1. As vantagens comparativas de José da Silva Lisboa (Cairu)
2. Por uma monarquia constitucional liberal: Hipólito da Costa
3. Civilizar os índios, eliminar o tráfico: José Bonifácio de Andrada e Silva
4. Um Memorial para reformar a nação: Francisco Adolfo de Varnhagen
Segunda parte: a construção da Ordem
Uma Ordem patrimonialista e oligárquica
5. Os liberais conservadores: Bernardo, Paulino e Paranhos
6. Um aristocrata radical: Joaquim Nabuco
7. Bases conceituais da diplomacia: o paradigma Rio Branco
8. O defensor do Estado de Direito: Rui Barbosa
Terceira parte: a construção do Progresso
O Progresso pelo Estado, com o Estado, para o Estado
9. Um empreendedor liberal numa terra de estatistas: Mauá
10. Um inglês imaginário e o nacionalista do petróleo: Monteiro Lobato
11. O revolucionário modernizador: Oswaldo Aranha
12. Duas almas pouco gêmeas: Roberto Simonsen e Eugenio Gudin
Quarta parte: a construção da Democracia
A Democracia carente de união nacional
13. Em busca de uma esquerda democrática: San Tiago Dantas
14. O militante do parlamentarismo: Afonso Arinos de Melo Franco
15. As oportunidades perdidas do Brasil: Roberto Campos
16. O liberalismo social de José Guilherme Merquior
A construção da Nação: um itinerário de 200 anos de história
Posfácio
O que a intelligentsia brasileira construiu em dois séculos de ideias e ações?
Referências Bibliográficas para os Construtores da Nação
Nota sobre o autor
Apresentação
Nos ombros dos verdadeiros estadistas
Paulo Roberto de Almeida
Este livro trata, como indicado em seu título, de alguns dos construtores da nação brasileira. Ao abrigo desse conceito pretendi apresentar, ainda que de maneira breve, a vida, um esboço do pensamento e uma parte da obra daqueles que muito contribuíram, nem sempre com efeitos práticos ou resultados plenos, para a propositura de programas de governo, bem como de projetos para reformas estruturais nas instituições de Estado e nos mecanismos de governança do país, ao longo de quase duzentos anos de nosso itinerário como nação independente. Contudo, entre esses “construtores” não figuram aqueles indicados nos livros de história como tendo sido “dirigentes do Brasil” ou ocupado cargos de chefia de Estado: por exemplo, não foram aqui contemplados nem um, nem outro dos dois imperadores, que se exerceram, cada qual ao seu estilo, durante os 67 de regime monárquico, nem qualquer um dos regentes no período intermediário entre um e outro; tampouco receberam alguma menção especial qualquer um dos presidentes – e foram várias dezenas – ao longo dos mais de 130 anos de regime republicano.
Mas aqui estão vários que poderiam ter sido mandatários do Estado, assim como alguns outros poucos que, de fato, exerceram funções de “primeiros-ministros”, como o “patriarca da Independência”, José Bonifácio de Andrada e Silva, assim como José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, na função de presidente de um dos gabinetes imperiais. Outros quase chegaram lá, como Rui Barbosa – candidato duas vezes à presidência –, ou San Tiago Dantas, recusado como primeiro-ministro de um dos gabinetes durante a breve experiência parlamentarista republicana. Oswaldo Aranha poderia ter sido um grande presidente, numa das várias oportunidades da chamada “era Vargas”, mas foi sabotado pelo próprio caudilho. Alguns outros, que aqui figuram, exerceram funções ministeriais, como Paulino, o Visconde do Uruguai, o próprio Rui Barbosa, ministro “inaugural” da Fazenda sob a República, Juca Paranhos, o Barão do Rio Branco, e Oswaldo Aranha, como chanceleres de grande envergadura na primeira metade do século XX, ou ainda o próprio Afonso Arinos de Melo Franco e também San Tiago Dantas, ambos por breves períodos, nas conturbadas presidências de Jânio Quadros e João Goulart. Eugênio Gudin e Roberto Campos se exerceram na área econômica partilhando das mesmas ideias liberais, embora eles o fizeram numa conjuntura de enorme preeminência e ascensão do Estado empreendedor. Alguns tiveram projeção na academia, ou na vida privada, ou ainda no próprio Estado, com impactos diferenciados sobre as políticas públicas, mas com influência decisiva sobre as ideias em cada época, ou talvez ainda hoje, pois que permanecem na história nacional como grandes pensadores que foram ou promotores de reformas que poderiam ter arrancado o Brasil de sua letargia para projetá-lo entre as nações avançadas do século XX.
No conjunto de seus ensaios de caráter historiográfico, este livro se esforça por examinar diferentes projetos para a construção da nação brasileira desde a Independência, nas esferas da organização do Estado, da garantia da Ordem, da busca do Progresso e no estabelecimento da Democracia, que são as quatro partes nas quais estão distribuídas curtas biografias intelectuais dos construtores da nação por mim selecionados. Faltam muitos outros, é verdade, que poderão ser contemplados numa continuidade desta primeira coleção de pequenos “retratos” de alguns grandes estadistas da nação. Minha metodologia consistiu num exame individualizado, mas contextualizado, da vida, da obra, do pensamento e das contribuições respectivas de vinte personalidades atuantes na História do Brasil, em diferentes dimensões – governo, economia, relações internacionais, educação e cultura – nos últimos duzentos anos. Cada uma dessas personalidades – José da Silva Lisboa, Hipólito José da Costa, José Bonifácio de Andrada e Silva, Francisco Adolfo de Varnhagen, Bernardo Pereira de Vasconcelos, Paulino José Soares de Sousa, José Maria da Silva Paranhos, Joaquim Nabuco, José Maria da Silva Paranhos Jr., Rui Barbosa, Irineu Evangelista de Sousa, José Bento Monteiro Lobato, Oswaldo Aranha, Roberto Simonsen, Eugênio Gudin, Fernando de Azevedo, San Tiago Dantas, Afonso Arinos de Melo Franco, Roberto Campos e José Guilherme Merquior – recebe um curto perfil biográfico, seguido de breve descrição de suas atividades e obras ou ações conduzidas ao longo da vida, com um exame interpretativo de suas contribuições à construção da nação, naquelas dimensões, e uma avaliação do impacto de suas propostas. As referências bibliográficas ao final são individualizadas para cada um dos personagens, para melhor aferir a produção própria, assim como os trabalhos analíticos e biográficos em torno deles, complementadas por uma lista de obras gerais podendo servir a diferentes personalidades ou processos históricos cobrindo temáticas ou períodos mais amplos.
Ao início e ao final do ensaio, assim como antecedendo cada uma das quatro partes, cobrindo os quatro conceitos que formam os elementos da construção da nação, figuram textos relativamente sintéticos contextualizando os períodos, as grandes questões em jogo, assim como o ambiente no qual atuavam cada uma das duas dezenas de personagens históricas. Ao longo de uma vida de estudos e pesquisas, ou de breves “convivências” com alguns deles, li muitos dos escritos que eles nos deixaram, percorri seus escritos em arquivos ou até dialoguei com um ou outro, mais indiretamente do que pessoalmente. Monteiro Lobato, por exemplo, “percorreu” toda a minha infância e primeira adolescência, e com ele, ou através dele, obtive minha primeira formação em história, mitologia, fantasia, para mais adiante tomar conhecimento dos grandes problemas do Brasil, do petróleo, do ferro, dos transportes. Hipólito e Bonifácio me ofereceram os primeiros “projetos de nação”, que infelizmente se perderam na mesquinhez do tráfico e na desgraça da escravatura. Mauá foi o empreendedor liberal de um Brasil que não conseguiu se desvencilhar das amarras da grande propriedade para se lançar num processo de industrialização dinâmico, também tentado pelo mesmo Monteiro Lobato, por Roberto Simonsen e também por Roberto Campos, inclusive na perspectiva de sua inserção na economia global, o que ainda não se realizou. Outros foram mestres na doutrina democrática e na diplomacia, como Rui Barbosa, os dois Rio Branco, Oswaldo Aranha, Afonso Arinos e San Tiago. Um último, finalmente, poderia ter sido um chanceler como nenhum outro tivemos, um intelectual de estatura mundial, como foi José Guilherme Merquior.
Com todos eles aprendi muitas coisas, praticamente tudo o que sei sobre o Brasil e seus problemas, e também aprendi que nem todos os grandes projetos de construção da nação podem ser exitosos no próprio momento de sua concepção e proposição. Este ensaio constitui uma singela homenagem a esses gigantes do pensamento brasileiro, estadistas do saber, que, independentemente do maior ou menor sucesso na realização de suas ideias e propostas, realmente contribuíram para a construção da nação, em duzentos anos de história.
No prelo, publicação prevista para setembro.
Minha apresentação em PP:
4040. “Apresentação sobre os inéditos de José Guilherme Merquior no Seminário Internacional em homenagem aos seus 80 anos”, Brasília, 7 dezembro, 12 slides. Capas de seus livros mais importantes e dos inéditos sendo apresentados. Seminário apresentado no YouTube da É Realizações (https://www.youtube.com/editorae).
Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/63769579/4040_Apresentacao_no_Seminario_Jose_Guilherme_Merquior_2021_).
Aqui a apresentação que eu preparei para o evento feito pelo Livres, com a participação de outros amigos e estudiosos da obra de Merquior:
3896. “Apresentação José Guilherme Merquior”, Brasília 21 abril 2021, 14 slides. Síntese da trajetória intelectual de JGM, com destaque para a sua produção de livros próprios e breves referências a obras sobre seu pensamento. Elaborado em formato de Power Point para apresentação em debate organizado pelo diretor de comunicação do Livres, com a participação de Celso Lafer, Gelson Fonseca, Bolivar Lamounier e Persio Arida, via Streamyard (link para o grande público: https://youtu.be/mtJJu_0eBeg), dia 22/04/2021, 18:00hs, aos 80 anos de JGM. Apresentação em pdf disponível nas plataformas Academia.edu (link: https://www.academia.edu/47382701/Jose_Guilherme_Merquior_um_intelectual_brasileiro_apresentacao_2021_), Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/351060079_Jose_Guilherme_Merquior_um_intelectual_brasileiro_presentation) e divulgada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/04/jose-guilherme-merquior-um-intelectual_21.html); DOI: 10.13140/RG.2.2.31640.52483.
Já divulguei uma brochura, neste mesmo espaço, com a informação e transcrição sobre textos de e sobre Merquior, para apoiar, no dia 22, um debate sobre o grande intelectual brasileiro.
Esta apresentação:
4025. “José Guilherme Merquior: 80 anos, Seminário Internacional”, Brasília, 28 novembro 2021, 16 slides. Apresentação preparada para o seminário internacional sobre J. G. Merquior, realizado em 9-10/12/2021, no painel “Inéditos de José Guilherme Merquior”, a ser efetuada em 10/12, 16h00, na companhia da antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, da Universidade de Chicago. Postada na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62586367/4025_4025_Jose_Guilherme_Merquior_80_anos_Seminario_Internacional_2021_)
segue-se a este trabalho:
e destinam-se, ambos, ao seminário internacional cujo programa está descrito nos links acima, e cujo programa divulgo novamente abaixo.
Continuarei trabalhando sobre os textos de José Guilherme Merquior, e contribuindo para a análise de sua obra, ao lado de diversos outros colegas acadêmicos.
Paulo Roberto de Almeida
José Guilherme Merquior: 80 anos
Seminário Internacional. Coordenação:
Prof. João César de Castro Rocha, Edson Filho (É Realizações
9 de dezembro, 9h
Mesa de abertura: Depoimentos
Julia Merquior
Gilda Oswaldo Cruz
José Jerônimo Moscardo de Sousa (Itamaraty)
Edson Filho
9 de dezembro 11h
Merquior, leitor único (I)
Raymond Aron – Eduardo Wolf (UNB)
Walter Benjamin – Günter Pressler (UFPA)
Carlos Drummond de Andrade – Flávia Amparo (UFF / Colégio Pedro II)
9 de dezembro 14h
Merquior, leitor único (II)
Foucault – Andrea Almeida Campos (UNICAP)
Lévi-Strauss – Valter Sinder (UERJ / PUC-RJ)
Machado de Assis – Lucia Granja (UNICAMP)
9 de dezembro 18h
Merquior, pensador (I)
O Brasil no Mundo – Rubens Ricupero (Itamaraty / Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial)
Liberalismo social e Humanismo – Eduardo Cesar Maia (UFPE)
Escola de Frankfurt – Regina Zilberman (UFRGS)
10 de dezembro, 10h, Merquior, pensador (II)
Crise da cultura – Kaio Felipe (IESP-UERJ)
Lírica moderna – Adriano Lima Drummond (UESPI)
Formalismo – José Luís Jobim (UFF / UERJ)
10 de dezembro 12h
Merquior e o universo hispano-americano
Merquior e Octavio Paz – Christopher Domínguez Michael (Letras Libres / Colegio Nacional de México)
O outro Ocidente: o caso brasileiro – Cláudio Ribeiro (UFG)
10 de dezembro, 14h
Merquior e a literatura brasileira
História da Literatura – Regina Lúcia de Faria (UFRRJ)
Poesia – Antonio Carlos Secchin (UFRJ / Academia Brasileira de Letras)
Crítica – Peron Rios (Colégio de Aplicação da UFPE)
16h
Inéditos de José Guilherme Merquior
Manuela Carneiro da Cunha (Universidade de Chicago / Universidade de São Paulo)
Paulo Roberto de Almeida (IHG-DF; Ibmec-Brasília)
18h
Mesa de encerramento: Depoimentos
Edson Filho
Christopher Domínguez Michael
Heloisa Vilhena de Araujo (Itamaraty)
Julia Merquior
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...