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terça-feira, 15 de setembro de 2020

'Brasil foi atropelado pela decisão do Trump' na escolha do novo presidente do BID - Rubens Barbosa (CBN)

 SEGUNDA, 14/09/2020, 08:16

Jornal da CBN - Entrevista

'Brasil foi atropelado pela decisão do Trump' na escolha do novo presidente do BID


O Jornal da CBN entrevistou o ex-embaixador do Brasil em Washington e presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior, Rubens Barbosa, que analisou os movimentos pela diplomacia internacional. Ele falou sobre a quebra de tradição com a escolha do novo presidente do BID. Pela primeira vez, a posição não será ocupada por um latino-americano, mas por um americano, indicado por Trump. 'Isso representa um grave desprestígio para o BID'. Outro assunto foi a Assembleia-Geral da ONU, que começa amanhã, com o tema multilateralismo. O presidente Bolsonaro vai abrir o debate geral. Sobre o discurso de Bolsonaro, Rubens Barbosa, disse que o presidente deve falar, na versão dele, sobre Amazônia, pandemia de coronavírus e recuperação econômica.

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Donald Trump tenta a reeleição. Foto: POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP (Crédito: )

Donald Trump tenta a reeleição. Foto: POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Brasil atropelado: submissão ao EUA na questão do BID - Rubens Barbosa


BRASIL ATROPELADO

Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 25/08/2020

Com sede em Washington, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) foi criado em 1959. Embora com participação acionaria majoritária dos EUA, ficou estabelecido que a presidência sempre caberia a um nacional da região e a vice-presidência a um norte-americano. Nos últimos 60 anos, essa regra não escrita (antigamente se dizia acordo de cavalheiros) foi mantida: o BID, um bem sucedido banco de fomento econômico e social das Américas, foi presidido por chileno, mexicano, uruguaio e colombiano.
Na sucessão do atual presidente, havia a expectativa de que Brasil ou Argentina pudessem apresentar candidatos, o que de fato ocorreu. O Brasil lançou Ricardo Xavier, de pouco peso politico, para a presidência do BID. O ministro da Economia, Paulo Guedes, havia avisado o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, da apresentação do nome brasileiro na expectativa de que o Brasil pudesse pela primeira vez eleger o novo presidente. O secretário do Tesouro, contudo, com um telefonema, acabou com a pretensão do Brasil ao informar que o governo de Washington havia decidido lançar para presidente do BID Mauricio Claver Carone, diretor para assuntos de América Latina no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, quebrando uma tradição de 60 anos. Na contramão do interesse brasileiro, em nota oficial conjunta Ministério da Economia e Itamaraty alinharam-se aos EUA, ao afirmarem “ter recebido positivamente o anúncio do firme comprometimento do governo dos Estados Unidos com o futuro do BID por meio da candidatura norte-americana à presidência da instituição”. “O Brasil e os Estados Unidos compartilham valores fundamentais, como a defesa da democracia, a liberdade econômica e o Estado de Direito. O Brasil defende uma nova gestão do BID condizente com esses valores”, completou a nota alinhada ao governo americano.
Os EUA sempre preservaram sua influência no BID pelo poder do voto, cerca de 30%, nas decisões, mais do dobro dos outros países latino-americanos maiores acionistas. O anúncio de Washington não gerou nenhuma reação dos governos pela ausência de lideranças afirmativas na região Os principais países se encontram vulneráveis e sem capacidade de reagir. Argentina pela delicada situação econômico-financeira e social, em meio a um processo de negociação de sua divida externa para evitar mais um default, o México por ter um passivo de atritos com os EUA na área comercial, de imigração, da construção do muro separando os dois países e o Brasil, concentrado em seus problemas de saúde e políticos internos.
            A reação politica `a medida de Washington veio inicialmente de cinco Ex-presidentes latino-americanos que lançaram uma declaração em que condenam a indicação de um norte-americano para a presidência do BID. “A proposta de nomeação não anuncia bons tempos para o futuro da entidade, o que nos leva a expressar nossa consternação com essa nova agressão do governo dos Estados Unidos ao sistema multilateral, com base nas regras acordadas pelos países membros”, destaca o documento, assinado pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (Brasil), Ricardo Lagos (Chile); Julio Maria Sanguinetti (Uruguai), Juan Manuel Santos (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México). Além da declaração dos presidentes, teve também a que foi assinada por todos os ex-chanceleres, ex-ministros da Fazenda e vários do Planejamento brasileiros. A reação dos países começou timidamente com manifestação do governo chileno pedindo que a eleição fosse adiada por seis meses, depois da eleição presidencial dos EUA. México, Peru e a União Europeia, associada ao BID, passaram a  apoiar a iniciativa chilena. Em seguida, ampliando a articulação contra a escolha de um norte-americano para a presidência do BID, conhecidas personalidades politicas somente dos EUA, entre as quais ex- secretários do Tesouro e do USTR, divulgaram carta contra a indicação de Trump e pedindo o adiamento da eleição para março de 2021, argumentando que com a eventual vitória de Biden a indicação seria anulada. Na semana passada, por nota conjunta do Ministério da Economia e do Itamaraty, o governo brasileiro associou-se a declaração de um grupo de países  favoráveis `a manutenção da eleição virtual nas datas previstas (12 e 13 de setembro), assim como instou todos os países membros a cumprir as resoluções aprovadas. Essa nota foi resultado da pressão de Washington e indica o temor de que os que propugnam pelo adiamento da eleição estão ganhando força. O resultado até aqui é imprevisível.
A crescente presença da China na América do Sul está na raiz da decisão de Washington de apresentar candidato `a presidência do BID, contra um representante brasileiro, e pode ser indício de um renovado interesse político dos EUA para conter Beijing pela pressão financeira sobre os países da região. Seria a volta da Doutrina Monroe (América para os americanos) e do corolário Roosevelt (speak soft and carry a big stick).
Não é do interesse brasileiro apoiar medidas que tragam para nosso entorno geográfico preocupações geopolíticas globais com a volta da confrontação entre superpotências e a pressão por alinhamentos absolutos, deixando de lado o interesse  da nação e não apenas do governo da vez. 


Rubens Barbosa, presidente do IRICE

quinta-feira, 18 de junho de 2020

EUA rompem um compromisso firmado desde 1960 – apoiado unicamente pelo Brasil – de não assumir a presidência do BID

Os EUA se comprometeram solenemente, no momento da criação do BID, em 1960, a não apresentar candidatos do país para a presidência do BID, que teve unicamente presidentes latino-americanos durante esses 60 anos. 
Agora resolveram apresentar um candidato, com o imediato apoio do Brasil, que provavelmente não será seguido pelos outros países latino-americanos. Dependendo dos demais países, sobretudo pequenos, essa candidatura pode não se materializar, e o Brasil ficará isolado no hemisfério.
Paulo Roberto de Almeida

DECLARACIÓN DE EXPRESIDENTES LATINOAMERICANOS ANTE ANUNCIO DE ESTADOS UNIDOS SOBRE FUTURA PRESIDENCIA DEL BANCO INTERAMERICANO DE DESARROLLO.
Ante el anuncio hecho por el gobierno de Estados Unidos de nominar para la presidencia del Banco Interamericano de Desarrollo (BID) a Mauricio Claver-Carone, ciudadano norteamericano, actual alto asesor del presidente Donald Trump para Latinoamérica y director para asuntos de América Latina en el Consejo de Seguridad Nacional de la Casa Blanca, deseamos manifestar nuestra profunda preocupación y desacuerdo con tal propuesta. Ella implica una ruptura de la norma no escrita, pero respetada desde el origen, por la cual el BID, por razones, entre otras, de eficiencia financiera, tendría su sede en Washington, pero cambio siempre estaría conducido por un latinoamericano.
Esta no es sólo una cuestión de alteración protocolar. Es un quiebre, con obvias derivaciones políticas, en el quehacer de uno de los instrumentos más eficaces para la convivencia hemisférica. El BID llevó adelante su tarea desde 1960 con diligencia y alta comprensión de las condiciones de la región y las diversidades en su desarrollo. Así lo han hecho sus distintos presidentes: el chileno Felipe Herrera (1960-1970), el mexicano Antonio Ortiz Mena (1970-1988), el uruguayo Enrique Iglesias (1988-2005), y el colombiano Luis Alberto Moreno, del 2005 a la fecha. A su vez, siempre la vicepresidencia ha estado en manos de un ciudadano de Estados Unidos.
El nombramiento propuesto del señor Claver-Carone en el BID no anuncia buenos tiempos para el futuro de la entidad, lo que nos lleva a expresar nuestra consternación por esta nueva agresión del gobierno de los Estados Unidos al sistema multilateral basado en reglas convenidas por los países miembros. Respetuosamente exhortamos a los otros socios del BID a oponerse a la acción emprendida por el gobierno de los Estados Unidos, recordando que tanto de Argentina como de Brasil se han planteado alternativas en una decisión que reclama hacerse con ponderación y realismo.
No es hora de complicar aún más el dificil episodio que América Latina y el Caribe enfrentan debido a la pandemia y sus gravísimas consecuencias económicas y sociales. Con esta propuesta, el presidente Donald Trump levanta un muro más en su forma de entender la relación de Estados Unidos con el resto del continente. Aún es tiempo de hacer ver, con argumentos y determinación, la alta inconveniencia de aceptar la imposición pretendida por el gobierno de los Estados Unidos.
Ricardo Lagos
Julio María Sanguinetti
Juan Manuel Santos
Ernesto Zedillo
18 de junio de 2020. 

terça-feira, 17 de março de 2015

China empresta mais para a América Latina do que BID e BIRD juntos

O novo esquema de dominação colonial. Cem anos atrás, europeus dominavam completamente territórios na África, investindo em ferrovias, portos e na organização da produção primária para abastecer suas empresas manufatureiras. Banqueiros ingleses financiavam países soberanos na América Latina, para os mesmos objetivos, sendo complementados, logo após a Grande Guerra, pelos banqueiros de Nova York, e quase imediatamente após, pelos investidores diretos dos EUA. A Venezuela, que até então só exportava café e alguns poucos produtos primários, tornou-se em poucos anos uma grande exportadora de petróleo, graças ao ingresso de empresas americanas no setor.
O panorama era o de neocolonialismo europeu, ou colonialismo direto, e de imperialismo europeu e americano, dominando vários aspectos da economia do ainda não chamado Terceiro Mundo (o segundo mundo, o do socialismo, estava nascendo com a União Soviética, mais à frente).
Hoje é a China que assume esse mesmo papel para os mesmos objetivos: conformar, não mais pelo colonialismo direto, mas pelo imperialismo do dinheiro, a dominação econômica sobre vários países da América Latina, muitos países da África e grandes partes da Ásia.
Banqueiros externos podem ser benvindos em determinadas circunstâncias, mas a relação nunca é igualitária.
Estamos em face de uma nova dependência?
Paulo Roberto de Almeida

China se convierte en banquero clave para América Latina

Observatório de la Política China, 14/03/2015
 
China ha abierto sus brazos y su cartera a América Latina al ofrecer a la región más capital en 2014 que el Banco Mundial (BM) y el Banco Interamericano de Desarrollo (BID) juntos, informó el rotativo chino China Daily recientemente.
China ha abierto sus brazos y su cartera a América Latina al ofrecer a la región más capital en 2014 que el Banco Mundial (BM) y el Banco Interamericano de Desarrollo (BID) juntos, informó el rotativo chino China Daily recientemente.
El año pasado marcó el segundo mayor récord en la financiación china en América Latina, con unos préstamos que sumaron 22.000 millones de dólares, según un informe publicado por el centro de estudios Diálogo Interamericano y la Iniciativa de Gobierno Económico Global de la Universidad de Boston, ambos con sede EEUU.
Xie Wenze, investigador del Instituto de América Latina de la Academia China de Ciencias Sociales, indicó que, desde el punto de vista financiero, el país asiático se ha convertido en el más importante para las naciones latinoamericanas, ya que China ofrece préstamos bilaterales preferentes a la región sin ninguna condición previa política.
A pesar de eso, los empréstitos chinos sí tienen condiciones previas económicas, que exigen a los países que sean capaces de reembolsar o que puedan adoptar medidas como garantías gubernamentales o financiación comercial con el fin de evitar los riesgos, según el periódico.
El presidente chino, Xi Jinping, dio un discurso en la ceremonia inaugural de la primera reunión ministerial del Foro China-CELAC (Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños), celebrada en Beijing el 8 y 9 de enero, en la que reveló que China invertirá 250.000 millones de dólares en América Latina en la próxima década, mientras que el comercio bilateral ascenderá a 500.000 millones de dólares.
Después de que Xi se reuniera con sus homólogos ecuatoriano Rafael Correa y venezolano Nicolás Maduro durante el foro, China prometió ofrecer a los dos países unos préstamos de 7.500 y 2.000 millones de dólares, respectivamente, conforme al diario.
En febrero, China también prometió ofrecer a Argentina unos préstamos por 6.800 millones de dólares para apoyar la construcción de dos estaciones hidroeléctricas y varios ferrocarriles. Pero el 2 de marzo el gobierno argentino anunció que el país abolirá todos los contratos de franquicia de ferrocarriles con empresas privadas para nacionalizar su sistema de trenes.
De acuerdo con Xie, Argentina tomo la decisión de nacionalización debido a que durante los 20 años de privatización, los operadores privados incumplieron su responsabilidad de invertir como estaba regulado en los contratos de franquicia, lo que derivó en problemas de envejecimiento y frecuentes accidentes en la red.
Por lo tanto, aunque los dos países mantienen buenas relaciones bilaterales, las compañías chinas podrían sufrir algún impacto inevitable, según Chen Xi, analista de macroeconomía de la corporación China Credit Rating, citado por el rotativo.
Conforme a Chen, China mantendrá un nivel alto de inversiones en los países latinoamericanos ya que, por un lado, después de tres décadas de desarrollo la prioridad de la política de apertura de China ha cambiado de "introducir" a "salir". Con el establecimiento y la implementación de las iniciativas de "la Franja y la Ruta", la escala de la política de "salir" se ha agrandado. Por el otro, el país necesita importar productos energéticos, minerales y alimentos desde el continente.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Os companheiros contra os trabalhadores: esfolam-nos com seus impostos...


Brasil é campeão em desigualdade tributária, diz BID
Folha de S.Paulo, 15/05/2013
Um novo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) diz que o Brasil é o campeão em "desigualdade horizontal" na hora de pagar impostos.
Ou seja, apresenta a maior diferença entre o que é cobrado a trabalhadores com a mesma renda, apenas pelo regime fiscal escolhido.
Um trabalhador em uma empresa de um funcionário só, que paga o imposto Simples como pessoa jurídica, contribui com o equivalente a um décimo do que paga o assalariado de igual renda com carteira assinada.
Em outros países da região, a diferença é irrisória, como no Chile, ou de menos de 3 vezes, como no México.
O estudo de 388 páginas será lançado hoje na sede do banco em Washington. Nele, confirma-se que o Brasil tem a maior carga tributária da América Latina e que é o país do mundo em que são necessárias mais horas para se preencher e pagar tributos (são 2.600 por ano).
"Sabemos que a Receita Federal brasileira é moderna e já usa vários procedimentos on-line. Mas o sistema tributário é complexo demais, há 15 impostos aonde deveriam haver 3 ou 4. Só no consumo, há 5 impostos incidindo sobre cada mercadoria", disse à Folha uma das autoras da pesquisa, a economista argentina Ana Corbacho.
DISTORÇÃO
A crítica do estudo aos regimes simplificados de impostos em boa parte da América Latina é que eles estão causando uma "distorção".
"Eles foram criados para simplificar a cobrança, mas hoje é cada vez mais custoso atender a milhões de pessoas que optam por esse regime e pagam muito menos que os assalariados de empresas grandes", diz Corbacho.
"Há um impacto na produtividade, porque se incentiva o microempresário a não crescer, quando sabemos que empresas maiores têm economia de escala, podem compartilhar custos de contabilidade, recursos humanos, acesso ao crédito, que essas empresas minúsculas não obtêm." Para ela, o Simples deveria ser "transitório".
CESTA BÁSICA
A economista também critica a isenção de tributos para alguns produtos apenas por estarem na cesta básica. Para ela, ao se tirar o imposto de um alimento, quem mais se beneficia é quem mais compra em quantidade esse alimento.
"O Estado arrecada menos e os ricos são mais beneficiados por um subsídio", diz ela, que prefere redistribuição de renda por outros meios, como "o Bolsa Família brasileiro, o Oportunidades mexicano, educação, saúde".
"De 100 isenções que estudamos no México, apenas 5 beneficiavam os mais pobres", diz. Ela lembra que na Venezuela "o preço do combustível é altamente subsidiado, o que favorece os mais ricos".
"Quanto mais pobre a família na região, menor a quantidade de carros e maior o uso de transporte público. Pedágio urbano, como Londres e Santiago do Chile já fazem, é mais eficiente."