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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

General Santos Cruz: “Bolsonaro mente covardemente” - Canal MyNews

 General Santos Cruz quebra silêncio e fala ao MyNews: “Bolsonaro mente covardemente”

Sobre as mentiras ditas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, durante a reunião presidencial de 5 de julho de 2022, e consideradas como sendo sobre minha pessoa, tenho a dizer o que segue

por General Santos Cruz 

Canal MyNews, em 15/02/24 18:58

Santos Cruz escreveu um epitáfio:

*Ele é um populista inconsequente. Um embusteiro que se apropriou de máscara conservadora, patriótica e religiosa.*

*Fanfarrão por excelência, aproveitou o momento político, estimulou o extremismo e a polarização, encantou alguns fanáticos e tornou-se um “Jim Jones” da política brasileira.*

Aceitei ser ministro de Estado no governo passado porque acreditava na possibilidade de se fazer política civilizada. Isso se revelou impossível por diversas razões, a começar porque *o governo estava sob as ordens de um desqualificado.*

Jamais tantos cidadãos (militares e civis) e instituições, em especial o Exército Brasileiro, foram tão prejudicados e traídos ao longo da história, como o foram pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele traiu seus eleitores e a todos os brasileiros, pois era o presidente da República. Traiu a mais alta função do país. Fugiu do Brasil em pleno exercício do cargo, em avião da Força Aérea, para passear dois meses na Flórida às custas do dinheiro público. Não dirigiu sequer uma palavra à nação e nem a seus seguidores mais entusiasmados e iludidos acampados na frente dos quartéis. *Jair Bolsonaro é um dos grandes traidores do Brasil. Em sua linguagem chula, um “traíra”!*

Frustraram-se ou mesmo mergulharam em problemas os que acreditaram nesse “Jim Jones”, os que foram induzidos de qualquer forma para a frente dos quartéis e para os crimes na Praça dos Três Poderes. Desgastaram-se os que participaram de reuniões comprometedoras e constrangedoras, os que arriscaram e até mesmo destruíram suas histórias de vida por terem se vinculado, por qualquer razão, a um covarde e mentiroso.

O inimaginável coroamento do *“trambiqueiro”* foi a vigarice da venda de um presente ao Estado brasileiro em uma lojinha nos Estados Unidos.

https://canalmynews.com.br/politica/general-santos-cruz-quebra-silencio-e-fala-ao-mynews-bolsonaro-mente-covardemente/

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Primárias Argentinas, preferência ao candidato de direita - Mara Luquet, Claudio Couto, Paulo Roberto de Almeida (Canal MyNews_

 Debate sobre as primárias argentinas com a preferência dada ao candidato de extrema direita, Javie Milei.

📺 Link para o programa aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=BldPi2ST2jg

Minha intervenção começa aos 13m56s, com uma interrupção (quebra da conexão) aos 15m53s, mas depois retoma aos 22m32s, até os 27mns, novas perguntas, alternadas, entre 28m18s, até os 35mns.


domingo, 24 de abril de 2022

Eleições na França, Canal MyNews - Entrevista com jornalistas Jamil Chade (Genebra) e Caio Blinder (EUA), Paulo Roberto de Almeida

 Mais uma entrevista, num dia particularmente importante para a política mundial, para as relações internacionais e sobretudo para a Ucrânia.


1447. “Eleições na França, Canal MyNews”, Brasília, 24/04/2022, 17hs. Entrevista com jornalistas Jamil Chade (Genebra) e Caio Blinder (EUA) sobre a vitória de Macron no 2do turno das eleições presidenciais e as consequências da ascensão da extrema-direta no cenário francês, europeu e mundial. Disponível no canal YouTube do MyNews (link: https://www.youtube.com/watch?v=YMJiIcg8lXY; 52:25). Sem original, notas ou texto.



sábado, 23 de abril de 2022

Eleições na França: debate após os resultados oficiais

 No canal You Tube do MyNews, sendo que os resultados definitivos deverão confirmar a vitória de Macron. Esta não é a grande novidade e sim a progressão da nova esquerda e da extrema-direita.


domingo, 20 de fevereiro de 2022

Ucrânia: haverá invasão russa, haverá guerra na Europa central? Uma entrevista-debate com Felipe Loureiro (Canal MyNews)

 Um debate sobre um tema do momento: 

1435. “Guerra Rússia vs. Ucrânia; alerta de Biden”, Participação em entrevista no Canal MyNews, com a jornalista Myrian Clark, na companhia do professor Felipe Loureiro, do IRI-USP (link: https://www.youtube.com/watch?v=mlupXkI31Uw; 20/02/2022; 12:00hs; 52mns). Sem original.


Felipe Loureiro e eu concordamos em muitas coisas em nosso debate-entrevista; a principal parece ser esta: Putin quer fazer da Ucrânia uma Belarus. Mas Ucrânia e Belarus vão fazer parte da UE em menos de dez anos. Não precisam aderir à OTAN, nem é desejável. Posso apostar…

sábado, 17 de abril de 2021

"Enquanto Bolsonaro estiver no poder, não haverá acordo com a União Europeia” - Entrevista ao Canal MyNews

 Um entrevista que concedi ao CanalMyNews sobre a imagem do Brasil no exterior: 

“Entrevista sobre a imagem do Brasil no exterior”, Canal MyNews, 16/04/2021, 23:27 mns (link: https://canalmynews.com.br/politica/enquanto-bolsonaro-estiver-no-poder-nao-havera-acordo-com-a-uniao-europeia-diz-diplomata/).

 

“Enquanto Bolsonaro estiver no poder, não haverá acordo com a União Europeia”, diz diplomata

Paulo Roberto Almeida questiona as chances de um acordo entre o bloco europeu e o Mercosul na atual conjuntura

por Luciana Tortorello

Canal My News, 16 de abril de 2021, às 17:47hs 

 

Negociado há mais de duas décadas, o acordo entre Mercosul e União Europeia não deve deslanchar com Jair Bolsonaro (sem partido) no poder. A imagem negativa do Brasil e o protecionismo europeu devem fazer com que a parceria fique apenas no papel, acredita o diplomata e ex-presidente do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri) Paulo Roberto de Almeida.

“Já temos três ou quatro, ou talvez cinco ou seis [países], decididos a não aprovar a entrada em vigor [do acordo]. Enquanto Bolsonaro estiver no poder, não haverá acordo com a União Europeia”, afirma ao Almoço do MyNews.

Para o diplomata, que foi afastado do Ipri em uma medida que classifica como retaliação do governo Bolsonaro, a imagem brasileira está arranhada no exterior. Antes da eleição, o atual presidente era lembrado pela imprensa internacional como um “saudosista da ditadura militar”. Após a vitória no pleito de 2018, contudo, a situação não mudou.

“Desde o início de 2019, quando começou aquele desmatamento sem controle na Amazônia, ataques a jornalistas no cercadinho do Alvorada, atentados contra os direitos humanos e mudanças de posição da diplomacia brasileira em grandes esforços multilaterais, a imagem despencou e o Bolsonaro há muito tempo vem recebendo críticas de parlamentares de esquerda, evidentemente progressistas, mas também dos conservadores.”

Além de divergências políticas, o diplomata destaca que há, também, uma oposição por motivação protecionista ao acordo entre o bloco europeu e o sul-americano. Entre os opositores, afirma Almeida, estão os criadores de porcos da Irlanda, os produtores de carne da França, os agricultores de grãos e de outros produtos agrícolas.

 

A referência que se faz a uma postagem minha é esta aqui: 


3892. “Mini-reflexão sobre o Impeachment e a Justiça Divina”, Brasília, 16 abril 2021, 2 p. Nota em torno de um possível impeachment de Bolsonaro, retomando os impeachments anteriores de presidentes. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/04/mini-reflexao-sobre-o-impeachment-e.html). Serviu de base a entrevista com Myrian Clark no Canal MyNews (16/04/2021, 12hs, 15mns, link: https://canalmynews.com.br/politica/enquanto-bolsonaro-estiver-no-poder-nao-havera-acordo-com-a-uniao-europeia-diz-diplomata/).


sexta-feira, 9 de abril de 2021

Politica Externa: vai mudar de fato? - Creomar de Souza

 

Muda-se tudo, mas se altera algo?

Como bem cita Lampedusa em sua magistral obra ‘Il Gattopardo’, algumas vezes as coisas precisam mudar para permanecerem iguais 
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As últimas semanas foram intensas em Brasília. A troca repentina de uma série de ministros deixou muita gente perplexa. Passado o susto das águas de março que alteraram a foto do ministério Bolsonaro, é legítimo perguntar se as mudanças são reais ou apenas mais um exemplo da famosa citação do Gattopardo de Lampedusa segundo a qual para que tudo fique na mesma, é preciso que alguma coisa mude.

O caso do Itamaraty, em particular, suscita dúvidas. Afinal, a Chancelaria havia se transformado, nos últimos dois anos, em espaço privilegiado de atuação do discurso ideológico que elegeu o presidente da República. Por afinidade política ou interesse em tornar-se político, o ex-Chanceler Araújo incorporou o papel de militante a serviço de uma causa. Neste processo, nitidamente, a política externa foi colocada a serviço da mobilização de setores mais extremos do bolsonarismo. 

Esse movimento, que teve sua serventia político-eleitoral, nunca redundou em um avanço real de temas importantes para o desenvolvimento nacional. Ao contrário, acarretou prejuízos evidentes no momento em que o país mais precisava de canais diplomáticos azeitados com parceiros e organismos internacionais. Não por acaso, o capítulo final do Embaixador Araújo foi marcado por um confronto desnecessário com o Senado Federal e uma carta de demissão construída às pressas diante de um cenário de descarte concreto. 

Posse do novo Ministro de Estado das Relações Exteriores, Embaixador Carlos Alberto Franco França. Foto: Gustavo Magalhães/MRE/Fotos Públicas
Posse do novo Ministro de Estado das Relações Exteriores, Embaixador Carlos Alberto Franco França. Foto: Gustavo Magalhães/MRE/Fotos Públicas

O novo ministro, Carlos França, assume com essa carga negativa, sucedendo um Chanceler que procurou implementar uma ruptura com as tradições do Itamaraty. O discurso de posse do novo Chanceler, por contraste com seu antecessor, foi como uma lufada de ar fresco, uma sinalização à normalidade, à ponderação e ao pragmatismo. Teria sido um discurso apenas correto em tempos normais, mas diante da comparação com o que se via no Itamaraty, assumiu ares de grande peça retórica. Foi possível ouvir de longe uma grande suspiro coletivo de alívio dos diplomatas de carreira.

De fato, em seu discurso de posse, França enfileirou conceitos que evocam a melhor tradição do Ministério.  Ao falar da importância do multilateralismo, da necessidade de construir pontes com o mundo e do uso da diplomacia como elemento de solução de controvérsias, gerou uma sensação de normalidade que permite relação direta com a substituição de Pazuello por Queiroga na Saúde. 

O discurso, por mais que tenha sido bem recebido, não foi suficiente para superar certa desconfiança em quem conhece como funciona Brasília e, em particular, como a política externa esteve sob uma tutela de núcleo bolsonarista desde o início do governo. E neste ponto há um elemento importante a ser lembrado: “na relação entre um ministro e o presidente, só um dos dois é demissível, e não é o presidente”. Este axioma serve para lembrar que muito da lealdade do antecessor de França deveu-se à percepção de que era uma peça de fácil substituição na engrenagem política do Palácio do Planalto. 

Esta percepção, obviamente, levou a um processo de sinergia e alguma submissão intelectual aos desígnios da família presidencial em termos de concepção de mundo. Ciente deste processo e do destino do seu antecessor, tal como um faquir, França tem o desafio cotidiano de não ser espetado pela cama em que decidiu deitar-se. E neste verdadeiro malabarismo que é ser ministro no Brasil de 2021, o ministro deverá pesar constantemente eventuais ajustes em nome dos interesses do país e os limites do que seria aceitável pelo próprio presidente e seus conselheiros em política externa, o próprio filho e deputado Eduardo e o assessor palaciano Filipe Martins, que segue no cargo. 

Se prevalecer a tutela palaciana, as ideias vertidas por França em seu discurso de posse não passarão de palavras ao vento e nossa diplomacia adentrará o terreno descrito por Lampedusa. A mudança não passará de uma pantomima, um teatrinho para ganhar tempo com uma aparência momentânea de normalidade. É preciso que o bom discurso do Ministro se traduza em posições concretas e ações palpáveis, de modo que  nossa diplomacia, despida da ideologia excêntrica que lhe corroeu a alma, possa contribuir efetivamente para o enfrentamento das urgências em matéria de saúde, segurança e prosperidade.