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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Viva o Cronista Misterioso do Itamaraty: sucesso de audiência nas crônicas gozando o chanceler bolsolvista - Ereto da Brocha

 

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Um Ornitorrinco no Itamaraty: cronicas do Itamaraty bolsolavista - Ereto da Brocha (2020)
Paulo Roberto de Almeida byPaulo Roberto de Almeida, Ministry of External…
Brazilian Studies • Brazilian Foreign policy + 2 more
Um Ornitorrinco no Itamaraty: crônicas do Itamaraty bolsolavista Ereto da Brocha (um diplomata desconhecido) Índice: Nota liminar à 2ª. edição das Crônicas...
 
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

O Cronista Misterioso do Itamaraty: o diplomata anônimo que zomba do chanceler acidental - Luigi Mazza (Piauí)

Quem ainda não leu, talvez prefira comprar a revista nas bancas de jornais, mas reproduzo abaixo o teor da matéria, tal como transcrita a partir o pdf: 


Quem desejar ler todas as crônicas disponíveis, favor consultar meu blog Diplomatizzando, onde coloquei cada uma delas (ver abaixo) e fiz uma brochura com o conjunto das recebidas até algumas semanas atrás: 













Minhas postagens: 

3736. “Um cronista secreto do Itamaraty bolsolavista: as armas da crítica sarcástica”, Brasília, 20 agosto 2020, 2 p. Introdução às crônicas de um diplomata desconhecido sobre o Itamaraty atual. Em postagem sistemática no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/um-cronista-secreto-do-itamaraty.html). Postagens: 01 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/01-o-papel-do-asno-na-sociedade.html); 02 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/02-gusmao-rendido-um-cronista-secreto.html); 03 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/03-pela-restauracao-um-cronista-secreto.html); 04 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/04-franjas-lunaticas-um-cronista.html); 05 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/05-o-anti-barao-um-cronista-secreto-do.html); 06 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/06-alienaveis-alienigenas-um-cronista.html); 07 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/07-nobel-um-cronista-secreto-do.html); 08 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/08-sussurram-os-corredores-um-cronista.html); 08bis (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/08bis-bolo-de-laranjalima-um-cronista.html); 09 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/09-meu-caro-amigo-um-cronista-secreto.html); 10 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/10-aosfatos-um-cronista-secreto-do.html); 11 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/11-kejserens-nye-klder-andersen-roupa.html); 12 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/12-era-do-radio-um-cronista-secreto-do.html). Postadas novamente no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/as-cronicas-secretas-do-batman-do.html).

 

3737. “Crônicas do Itamaraty bolsolavista”, Brasília, 21 agosto 2020, 17 p. Consolidação das crônicas de um diplomata desconhecido sobre o Itamaraty atual, com minha Introdução geral e as introduções parciais a cada uma das crônicas. Feita postagem resumo no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/um-cronista-misterioso-anima.html) e postagem em arquivo pdf na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/43909791/Cronicas_do_Itamaraty_bolsolavista_Cronista_misterioso_2020_). Estatísticas de acesso às postagens nas duas plataformas, postadas (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/o-cronista-misterioso-do-itamaraty-teve.html).


3762. “Novas crônicas do Itamaraty bolsolavista – Cronista Misterioso”, Brasília, 25 setembro, 1 p. Postagem agrupada das novas crônicas recebidas recentemente. Postadas individualmente, depois agrupadas nesta postagem do Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_76.html). Postagens individuais: 13) Era uma vez na Arábia um homem chamado Abu (Semana 13 - Parte 01) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty.html); 14) ABU V, o heterônimo (Semana 14 - Parte 02) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_25.html); 15) O estranho caso de Abu (Semana 15 - Parte 03) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_43.html); 16) A jornada do herói (Semana 16) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_19.html); 17) Rumo à Idade Média (Semana 17) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_70.html); 18) Patriotas? (Semana 18) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_57.html); 19) Os leitões de Niemöeller (Semana 19) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_81.html ); 20) Receita contra o globalismo (semana 20) (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/novas-cronicas-do-itamaraty_58.html).

 

3789. “Um Ornitorrinco no Itamaraty: crônicas do Itamaraty bolsolavista”, Brasília, 5 novembro 2020, 35 p. Compilação de 24 crônicas do cronista misterioso, um diplomata aposentado que se apresenta como “ministro Ereto da Brocha”, publicadas individualmente no blog Diplomatizzando, e agora reunidas em uma brochura. Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/44437505/Um_Ornitorrinco_no_Itamaraty_cronicas_do_Itamaraty_bolsolavista_Ereto_da_Brocha_2020_); disseminado via Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/11/um-ornitorrinco-no-itamaraty-cronicas.html).

 


sábado, 14 de novembro de 2020

O Cronista Misterioso fazendo sucesso absoluto nas estatísticas de acesso em menos de dez dias...

Sucesso total do Cronista Misterioso: com menos de dez dias postado aqui (em 5 de novembro), ele já subiu às alturas nas estatísticas de acesso da minha página na plataforma Academia.edu.

Desse jeito, vou ter de cobrar entrada, para distribuir os justos royalties que merece nosso Cronista Misterioso. Aqui está a referência: 

Um Ornitorrinco no Itamaraty: crônicas do Itamaraty bolsolavista”, Brasília, 5 novembro 2020, 35 p. Compilação de 24 crônicas do cronista misterioso, um diplomata aposentado que se apresenta como “ministro Ereto da Brocha”, publicadas individualmente no blog Diplomatizzando, e agora reunidas em uma brochura. Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/44437505/Um_Ornitorrinco_no_Itamaraty_cronicas_do_Itamaraty_bolsolavista_Ereto_da_Brocha_2020_); disseminado via Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/11/um-ornitorrinco-no-itamaraty-cronicas.html). 



 

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Um Ornitorrinco no Itamaraty: cronicas do Itamaraty bolsolavista - Ereto da Brocha (2020)

209

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49

A Constituicao Contra o Brasil: Ensaios de Roberto Campos

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125

3,281

753

3772) O outro lado da gloria: o reverso da medalha da diplomacia brasileira (2020)

98

78

99

19

1462) O Brasil e a nanotecnologia: rumo à quarta revolução industrial (2005)

72

32

4,273

657

O Ocidente e seus salvadores: um debate de ideias, Miseria da Diplomacia (2019)

67

54

67

20

Direito do Mercosul (2ª edicao rev., ampla.) - Chapters PRAlmeida

66

56

66

31

Marxismo e Socialismo (2019)

65

54

1,361

535

Pensamento Diplomatico Brasileiro, PRAlmeida: Metodologia, Oswaldo Aranha (2013)

52

45

55

19

Uma certa ideia do Itamaraty: A reconstrucao da politica externa e a restauracao da diplomacia brasileira (2020)

47

39

430

119

19) Integração Regional: uma introdução (2013)

43

35

1,839

574

3790) As eleicoes americanas e as relacoes do Brasil com os Estados Unidos: da subordinacao a Trump a simulacoes sob uma presidencia Biden (2020)

42

37

42

16

1263) Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro - Capítulos PRAlmeida (2017)

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30

36

22

Do alinhamento recalcitrante 'a colaboracao relutante: o Itamaraty em tempos de AI-5 (2008)

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27

33

10

14) O Estudo das Relações Internacionais do Brasil (2006)

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17

1,478

338

 

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

O cronista misterioso ataca de Drummond para gozar do chantecler que ousou ofender João Cabral

[Nota PRA: Na fatídica (para os alunos recém egressos do curso de preparação à carreira diplomática do Instituto Rio Branco) formatura da turma João Cabral de Melo Neto, no Dia do Diplomata de 2020, os formandos tiveram de aguentar um "filósofo e poeta" de Quixeramobim (apenas para rimar com chinfrim, da letra de Chico Buarque, um grande compositor que musicou Vida e Morte Severina de João Cabral), que pretendia também traçar suas mal compostas linhas de poesia (nunca vi nenhuma, depois que ele perpetrou dois horríveis romances distópicos), mas que abusou dos alunos, atacando o patrono da turma, dizendo que ele tinha ido pelo mal caminho, ao aderir ao "comunismo". O chanceler acidental não tem a menor ideia do que ocorreu naquele caso de 1953 que tinha um colega delator como denunciante do jovem João Cabral, e que pretendia ser um McCarthy, causando momentos de caça às bruxas no Itamaraty na era da Guerra Fria.

Em todo caso, João Cabral foi muito mais importante como poeta do que como progressista, simpático ao socialismo, o que eu também fui. Aliás, relatei parcialmente esse caso em meu ensaio sobre o Itamaraty nos tempos do AI-5, quando os serviçais da ditadura como os amigos do patético chanceler andavam caçando comunistas em todas as partes, um pouco como ele faz atualmente (na plataforma Academia.edu: "Do alinhamento recalcitrante 'a colaboracao relutante: o Itamaraty em tempos de AI-5 (2008)"). Não sei se ele vai me demitir por me declarar marxista, o que é incontornável para um sociólogo.]


E agora, José? (Semana 28)

Quando Biden virou o jogo na Geórgia, aos 98% do terceiro dia ou, quiçá, aos 48 do segundo tempo, uma música me veio ao coração, Georgia On My Mind, na versão de Ray Charles, e uma imagem me veio à mente: a do Hail Mary Pass. 

E depois de dias de agonia, chefe, a festa da democracia acabou no país em que tanto te espelhas. A luz apagou, o povo sumiu. Mundo, mundo, vasto mundo, você que acredita em uma predestinação medieval pré-iluminista, viu esse mundo girar. Não digo que teu Deus esteja morto, mas estará, em breve, sem mandato.

Sim, poderás apoiar teu mestre até o último momento. Sabemos que és fiel escudeiro. Poderás apoiar a contestação das urnas, poderás espernear, dizer que foram fraudadas as eleições nesse país instável e etnicamente dividido; quem sabe até reconhecer um autoproclamado presidente?

Mas também sabemos que democracia é assim, ora se ganha, ora se perde. E tuas pataquadas e bravatarias estão entrando rapidamente na contramão da História. De nada adiantou fazer campanha para o Macri, jogar contra a constituinte chilena, estimular golpe de estado na Bolívia ou apoiar um autointitulado presidente que mal preside a si próprio. E você que achava que o Trump ia salvar o Ocidente. E agora, José? Sozinho no escuro, qual bicho-do-mato. Cadê teu Deus?

Você que acredita ser um representante predestinado da vontade popular, esquece que o povo brasileiro não elegeu um ditador perpétuo, mas apenas o chefe do Poder Executivo Federal, apenas um de três poderes, independentes e harmônicos entre si, - talvez até por isso odeies tanto o Iluminismo que criou esta tripartição do Poder. E, elegeu, chefe, apenas por quatro anos. E a vontade do povo pode mudar, e de fato muda. Como mudou na Geórgia. É duro ouvir, eu sei. Mas e agora, José? 

Você que zomba dos outros? Teu ódio - e agora?

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN.


O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro: o cronista misterioso sobre a vitoria de Joe Biden

 [Nota PRA: Uma curta nota do cronista misterioso para antecipar a previsível vitória do Joe Biden, mas não sei quando exatamente foi composta esta nota; nenhuma delas tem data de calendário e eu apenas recebo tardiamente esses petardos bem humorados (quase sempre). Em todo caso, o Trump é pior que um dragão da maldade, pois ele ainda não foi preso, o que pode ocorrer, assim como para a famiglia muy amiga, que também perpetra suas pequenas e grandes falcatruas. Em todo caso, o chanceler acidental está ficando órfão, de pelo menos um dos seus chefes, talvez o principal...]


O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (Semana 27)

Não sou muito afeito a futurologia, mas hei de me aventurar pela seara das moiras e farei uma previsão. O ex-vice-presidente americano, Joe Biden, sairá vitorioso da batalha contra o grande dragão vermelho (como saiu vitorioso Lincoln da batalha contra os Grand Dragons originais da Ku Klux Klan). 

Não significa, é claro, que adentraremos uma nova era de progresso e paz, mas significa, ao menos, que o Fog of war de fake news e anti-iluminismo, que a alt-right criou, tenderá a dissipar-se. 

Assim como no clássico de Glauber Rocha, de quem roubo o título desta crônica, lançado há mais de 50 anos, não há heróis claros nessa luta, mas, ao fim, o ódio que o grande dragão vermelho da maldade representa será vencido. Está decretado o fim da indivina trindade que Ernesto coloca em seu altar de cristão herege: Trump, Bolsonaro e o “Deus de Trump”.

Apesar de nosso ministro parlapatão e da aura de insensatez e delírio que ainda emana de nosso palácio, o novo sempre vem.

E amanhã vai ser outro dia.

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

O cronista misterioso comemora: “Oba! Somos párias!” (segundo o chanceler acidental)

 [Nota PRA: A despeito das citações pretensamente filosóficas do chanceler, não creio que ele tenha refletido adequadamente, ao preparar o seu desastroso discurso do Dia do Diplomata de 2020, talvez o PIOR, dos muitos piores que já lemos, ouvimos ou assistimos (com muito sofrimento) desde antes de 2 de janeiro de 2019 (quando começa o livro de discursos do chanceler acidental publicado pela Funag), e que está destinado a marcar época entre os episódios mais medíocres da vida política do Brasil e desse desgoverno (que já é campeão de mediocridades).

Ao confessar que sente orgulho de ter transformado o Brasil em pária internacional — with a big help from his masters —, o isolacionista chanceler estava mais sinalizando o seu próprio desequilíbrio pessoal, visível no vídeo, do que estabelecendo algum novo pensamento estratégico para a antidiplomacia que ele e seus chefes conduzem aos pontapés.

Em todo caso, o nosso cronista misterioso se diverte uma vez mais com as toscas palavras do PIOR chanceler em 198 anos, ou seja, desde José Bonifácio. Não existe quem lhe faça concorrência no prêmio IgNobel da diplomacia. Nosso cronista recomenda que, como pária, ele se recolha à sua própria insignificância.]


É bom ser pária (semana 26)

Escreveu o poeta que devemos ter nossos corações palpitantes de amor patriótico para enfrentar o dragão da mal. Não me refiro a nenhum conto infantil, mas a recente discurso de nosso chefe, que, falando para os formandos da turma João Cabral, convocou-os para uma “aventura nacional e mundial de proporções históricas”! “No sentido medieval” mesmo, como esclareceu. 

Não estou plenamente seguro de que os jovens formandos tinham a consciência de que ingressavam não em uma tradicional carreira de estado, mas em uma “aventura épica”, em um “combate de gigantes pela essência humana”! Pensando cá com meus botões, lutar contra dragões… Não tenho certeza se estava nos planos desses jovens.

No romance heroico de nosso chanceler, o globalismo e o politicamente correto, a mando “sabe-se lá de quem” - pois há de ter um toque conspiratório nisso tudo - construíram um ser humano artificial, sem sexo. Pois é, sem sexo - não atribua a mim esse recalque, leitor, foi ele quem disse. A propósito, todas essas referências lascivas a “orgias” e “acasalamento” podem até ser uma forma de agradar o chefe, é verdade, ou de “libertar a linguagem”, mas tenho cá pra mim que… Bom, tirem suas próprias conclusões; ainda me apego a esse incômodo “politicamente correto”. 

A saudosa Ms. Walker, professora de inglês de todos nós, proferiu, na mesma ocasião, discurso a um só tempo sóbrio e grandioso. Multilateralismo, democracia e redução das desigualdades sociais. Ah, que saudades que tenho de nossa real diplomacia, em que conceitos racionais estavam também na palavra do Ministro, em lugar de críticas fantasiosas a inimigos imaginários.

Mas a ele uma coisa não se lhe pode negar. Sabe que somos párias, objeto de desconfiança, descrédito e piada. Chacota mesmo. Chalaça. Sabe que cada vez mais nosso trabalho é dificultado no exterior e torna-se por vezes até perigoso. Reconhece, e com orgulho. Diz que é bom ser pária. Acredita que somos heróis virtuosos, lutando sozinhos para libertar o mundo “sabe-se lá de quem”. Só mesmo em seu mundo lírico e confuso, cheio de vilões, aventura e magia.

Se ser pária é tão bom, senhor Ministro, Vossa Excelência poderá ser pária dentro de seu próprio Ministério, recolhendo-se a sua aventura imaginária contra moinhos, orgias comunistas e dragões do mal. Poderá dedicar-se a sua poesia épica e deixar que os assuntos atinentes à realidade sejam conduzidos por embaixadores respeitáveis, enquanto ainda há tempo de salvar a dignidade de nossa Casa.

Para acordarmos desse romance épico de baixa qualidade, reflitam.

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN.


A volta do cronista misterioso: Freud e a fixação anal do degenerado

[Nota PRA:  Alvíssaras, como diziam os antigos autores. Nosso cronista misterioso deve ser também das antigas, pelo que detecto da saborosa linguagem d’antanho que ele emprega em suas saborosas crônicas. Esta é menos saborosa, e bem mais vulgar, mas não deixa de ser interessante, pois que refletindo os 50 tons de negro escabroso do pornográfico chefe de Estado, chefe do desgoverno que nos aflige e, infelizmente, chefe também dessa antidiplomacia que nos envergonha a todos no Itamaraty. Sim, a crônica desta semana 25 — desculpem, mas me chegou com atraso, devido a todos os obstáculos e vias traversas que ela teve de atravessar para pousar pesadamente, na companhia de outras três, na minha caixa — não é das melhores coisas para se ler, pois que tratando da já referida fixação anal do capitão aloprado e de outros nauseabundos assuntos coprológicos. Ugh!

Mas estou contente pelo retorno do Batman, quero dizer, do nosso cronista misterioso, já tão familiar em nosso convívio quão distante possa estar fisicamente, e tão perto espiritualmente. Somos irmãos na derrisão e no sarcasmo, contra esses infelizes personagens que infernizam as nossas vidas e infelicitam a vida da nação. Bravo! Batman, agora, ao trabalho.

Paulo Roberto de Almeida]


A Estagnação Freudiana do Bolsonarismo (Semana 25)

Peço de antemão vênia ao amigo leitor, pois é-me necessário abordar questões um tanto quanto vulgares e que exigem vocabulário inferior. Não sou nenhum puritano, mas a análise do bolsonarismo faz com que eu deva debruçar-me sobre questões que podem ruborizar os mais sensíveis. Às favas, pois é o dever do Ombudsman.

É conhecida a obsessão de Bolsonaro com o aparelho excretor humano. Refere-se em demasia a seu produto principal, como repetido tantas vezes na famigerada reunião de ministros. Ou como na parábola do sábio líder que orientava seus discípulos: “Quando se fala em poluição ambiental, é só você fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante a nossa vida também, está certo?” 

É conhecido também seu envolvimento passado com cloacas - dada sua confissão pública de zoofilia com aves. 

Não me posso portanto furtar da meditação sobre a origem de tamanha obsessão pelo orifício excretor. Pergunto em voz alta aos Sigmunds na estante se o excelentíssimo se encontra estagnado na fase anal. Ao que me respondem silenciosamente, na voz que me imagino a Freud, que indivíduos excessivamente preocupados com o controle e a manipulação das precondições de sua realidade, crentes de que tudo podem e que todos devem dobrar-se a suas preconcepções, estão sim estagnados na fase anal da evolução psicointelectual (apenas a segunda fase desse processo).

Para além do freudianismo elementar, o bolsonarismo é famoso por essa obsessão de seu ídolo, muitas vezes referida como o fator de aproximação do excelentíssimo com o guru da loucura, Olavo de Carvalho. A identificação excremental de ambos é curiosa e parece pautar todo o plano de governo desta era sombria. Quiçá uma coprokakistocracia, termo que ouso cunhar, mas que não explicarei, pois me envergonha. Peço apenas que pesquisem o prefixo latino “copro-“ e prefixo grego “kákistos-“.

Assim, não foi surpresa que o vice-líder do governo, o Senador Chico Rodrigues, com quem Bolsonaro afirma ter uma relação “quase estável”, no sentido jurídico da coisa, fosse também afligido por essa estagnação anal. Seriam os R$ 17.900 que o vice-líder escondeu na “cueca” apenas mais um episódio de corrupção deste governo, ou também sintoma dessa obsessão freudiana? Não sei, mas sei que ninguém esconde R$17.900, esconde R$18.000. Resta saber onde permaneceu entalada a nota de R$ 100 faltante?

Não são só R$ 100. Reflitam.

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN.