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quinta-feira, 20 de agosto de 2020

05) "O Anti-Barão" - um cronista secreto do Itamaraty bolsolavista

O Anti-Barão 

(semana 05)

“Um diplomata não serve a um regime e sim ao seu país.” Nosso patrono defendia os interesses nacionais acima de tudo, e a soberania brasileira acima de todos. Ele próprio um Barão, monarquista, foi chanceler na República. Porque compreendeu que os interesses da pátria eram superiores às vicissitudes da política interna.

Lembro da frase do Barão para ponderar que nossa casa foi assaltada por pensamento contrário. Hoje, propaga-se a crença de que a diplomacia não é uma política de Estado, destinada a preservar os interesse nacionais permanentes, mas, sim, uma política de governo, que muda conforme as orientações do presidente de turno. No caso, do psicopata de turno.

Ainda que o digno oponente do Barão, pelo igual peso intelectual, seja nosso Oliveira Lima, Ernesto parece disputar o posto de Anti-Barão. Não por contraposição intelectual, naturalmente, mas, quiçá, pela destruição.

Ernesto está a destruir toda a nossa boa tradição diplomática, todo nosso prestígio no exterior. Hoje, nós, diplomatas brasileiros, somos vistos com desconfiança. Nos olham ressabiados. Somos excluídos dos processos decisórios. Nos acreditam terraplanistas, negacionistas do clima, excludentes à migração. Destruidores da Amazônia. Um país sem soberania, que apenas reproduz posições de outros países. Um país que defende o interesse nacional alheio. Anti-racionalistas. Não inspiramos confiança. Somos, por anti-científicos, epicentro de uma pandemia, e, por falta de amor próprio, o reprodutor de um proto-fascismo tosco, verdeamarelado.

O Anti-Barão parece querer terraplanar tudo que o Barão construiu e nos legou. E nós, observamos atônitos, seguindo instruções. Até quando?

Contra o Anti-Barão e contra a Destruição, reflitam.

 Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

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