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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O Senador que lava mais branco e mais rápido, um fenômeno financeiro - revista Crusoé

Essas matérias precisam ganhar um prêmio de jornalismo; elas constituem um desmonte geral na vocação da Famiglia para os negócios do baixo clero: poucos valores, mas repetidos, até à exaustão.
Aliás, até quando vai a paciência de militares e de toda a sociedade com esse espetáculo de malversações contínuas?
Os militares pretendem continuar contemplativos?
Paulo Roberto de Almeida


EXCLUSIVO: SAQUES DE QUEIROZ, DEPÓSITOS EM DINHEIRO VIVO PARA FLÁVIO BOLSONAROCom o avanço das investigações, as movimentações cessaram. A apuração da Crusoé, ao contrário, não para por aqui


Caro leitor,
Há duas semanas, o repórter Fabio Serapião revelou na Crusoé que Fabrício Queiroz — o faz-tudo dos Bolsonaro — fez vários depósitos na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Serapião tem mais informações exclusivas sobre as atividades suspeitas da família presidencial.
O repórter teve acesso, com exclusividade, à quebra do sigilo bancário de Flávio Bolsonaro e de sua loja de chocolates — que, segundo o MP, foi usada para lavar dinheiro proveniente do esquema de “rachadinha” que operava quando o filho 01 era deputado estadual no Rio.
O extratos mostram que muitos saques efetuados por Fabrício Queiroz coincidem com depósitos em dinheiro vivo nas contas de Flávio Bolsonaro:
Leia trecho da reportagem que descreve as “coincidências”:
A partir do cruzamento das datas das retiradas de Queiroz em suas contas pessoais com os depósitos de um total de 474 mil reais em dinheiro vivo em favor de Flávio Bolsonaro, um levantamento feito por Crusoé nos dados bancários do filho 01 do presidente mostra que ao menos 185 mil reais coincidem. Ou seja: os saques das contas de Queiroz ocorrem em datas próximas de depósitos feitos nas contas de Flávio.
Foi o que ocorreu, por exemplo, em setembro de 2016. Naquele mês, Queiroz sacou 26 mil reais de sua conta-salário na Alerj – o valor incluía os depósitos efetuados pelos demais assessores do gabinete de Flávio. No total, foram identificadas cinco retiradas com valores entre 4 mil e 7 mil reais entre os dias 5 e 13 de setembro. No mesmo mês, a partir do dia 22, Flávio Bolsonaro recebeu 13 depósitos fracionados ao longo de três dias que, somados, alcançam os mesmos 26 mil reais. O mesmo valor que saiu da conta bancária de Queiroz até o dia 13 de setembro caiu na conta de Flávio Bolsonaro entre os dias 22 e 24 do mesmo mês por meio de depósitos em espécie…
Entre 13 e 22 de dezembro daquele ano (2017), Queiroz efetuou doze saques, dez deles de 5 mil reais cada. No dia da última retirada, 10 mil reais foram depositados em dinheiro na conta da loja da Kopenhagen em um shopping na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, pertencente a Flávio — o Ministério Público suspeita que a loja tenha sido utilizada para lavar dinheiro desviado do esquema de rachid na Assembleia Legislativa. Em 23 de dezembro de 2016, a conta pessoal de Flávio recebeu outros quatro depósitos fracionados de 2 mil reais cada…
Ao todo, segundo os extratos, a franquia da Kopenhagen do filho de Jair Bolsonaro recebeu 1,7 milhão de reais em depósitos em dinheiro ao longo de quatro anos, valor que chamou a atenção dos investigadores. Os promotores entendem que os depósitos em espécie nas contas da loja podem de fato ter origem ilícita uma vez que há uma “coincidência de os depósitos em dinheiro” ocorrerem no mesmo “período em que Fabrício Queiroz arrecadava parte dos salários dos assessores da Alerj e tinha disponibilidade de papel moeda”…
A reportagem exclusiva dá mais detalhes da movimentação financeira de Queiroz e de Flávio Bolsonaro.
Datas, valores e estratégias usadas para, segundo os investigadores, burlar a fiscalização no sistema financeiro.
Com o avanço das investigações, as movimentações cessaram.
A apuração da Crusoé, ao contrário, não para por aqui.

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