O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador direito internacional. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador direito internacional. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 23 de março de 2023

Sobre a tal "neutralidade" brasileira e a questão das sanções "unilaterais" - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre a tal "neutralidade" brasileira e a questão das sanções "unilaterais"


Muitas pessoas ignoram que, bem antes da África do Sul ser objeto de sanções multilaterais, ela sofreu, durante vários anos, sanções unilaterais por parte de países que condenavam o nefando regime do Apartheid. 
Essas sanções seriam menos legítimas por isso? 
Claro que não! Tanto que foram depois estendidas a todos e o Brasil teve também de aplicar essas sanções ainda que a contragosto. 
A neutralidade, sobretudo no caso de um país que VIOLOU grosseiramente a Carta das Nações Unidas, em diversos artigos, e que perpetra crimes de guerra, contra a paz e contra a humanidade diariamente, pode ser uma indignidade política, não sustentável em qualquer doutrina jurídica que se queira.
Recomendo a leitura do livro de Rui Barbosa, "Conceitos Modernos de Direito Internacional", original de 1916, no qual ele, referindo-se ao caso da Bélgica neutra invadida pelo Império alemão na Grande Guerra, dizia muito claramente que não se pode ser neutro entre a Justiça e o crime (livro de 1983, da Fundação Casa de Rui Barbosa).
A mesma postura teve Oswaldo Aranha, na Segunda Guerra, referindo-se explicitamente a Rui Barbosa, quando alinhou o Brasil às demais Nações Unidas em luta contra as potências fascistas que justamente invadiram outros países, contra o Direito Internacional. 
Em 1939, o Brasil não reconheceu a usurpação violenta da Polônia por Hitler, assim como não reconheceu a invasão e incorporação dos três países bálticos à URSS em 1940.
A doutrina jurídica e diplomática brasileira é muito clara com respeito às normas mais elementares do Direito Internacional, e nem o Estado Novo de Vargas ousou contrária-la, por mais que tivesse simpatias fascistas em 1939-40.
Em 2014, o governo Dilma não se pronunciou em face da invasão ilegal da Crimeia pela Rússia, numa clara indiferença pela histórica posição do Brasil no campo do Direito Internacional.
A vergonha começou ali, foi continuada por Bolsonaro, e parece que está sendo retomada por Lula. 
O Brasil não pode ser neutro em face das violações grosseiras da Carta da ONU pela Rússia, e teria de deixar isso muito claro.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 23/03/2023

quarta-feira, 1 de março de 2023

Rui Barbosa, cem anos do falecimento: um dos pais do Direito Internacional do Brasil - Paulo Roberto de Almeida

 Aos cem anos do falecimento de Rui Barbosa, permito-me reproduzir artigo que elaborei aos 100 anos de sua conferência realizada em Buenos Aires, sobre os conceitos modernos do direito internacional, mais conhecida como o dever dos neutros, na Faculdade Nacional de Direito da UFBA

Rui Barbosa e o direito internacional

Paulo Roberto de Almeida

14 de julho de 2016 

 

            Cem anos atrás, quando a Argentina comemorava o primeiro centenário de sua independência, o governo brasileiro designou o senador Rui Barbosa para ser o seu representante nos festejos daquele evento. Ademais de participar das cerimônias oficiais, Rui Barbosa foi convidado a fazer uma palestra na Faculdade de Direito e Ciências Sociais de Buenos Aires, ali pronunciando uma das alocuções mais importantes da história do direito internacional no Brasil. Dada a importância de suas reflexões para a própria construção da doutrina jurídica que sustenta a essência da política externa brasileira, bem como para a afirmação dos mais importantes valores e princípios da diplomacia sempre defendida pelo Itamaraty, cabe relembrar alguns dos aspectos importantes dessa conferência, inclusive para os nossos dias.

            Para facilitar a tarefa, temos à nossa disposição a excelente edição dessa conferência pela Fundação Casa de Rui Barbosa, através da qual, em 1983, Sérgio Pachá estabeleceu um texto definitivo do original em espanhol, realizando ele mesmo a tradução, acompanhada de notas e de uma excelente introdução a esse texto, de enorme repercussão, à época (e ainda hoje) na Argentina), durante muito tempo conhecido como "O Dever dos Neutros". Rui Barbosa não era desconhecido na Argentina, onde já havia vivido em 1893, fugindo da perseguição que lhe movia o governo de Floriano, por ter batalhado pelos envolvidos na revolta da Armada. Ele começa a parte substantiva de sua conferência de 1916 relembrando justamente esse episódio, defendendo a liberdade nas palavras de um de seus mais admirados promotores argentinos, Juan Batista Alberdi: "A civilização política é a liberdade. Mas a liberdade não é senão a segurança: a segurança da vida, da pessoa, dos bens."

            Ele continua, então, por um verdadeiro hino em louvor à nova "civilização argentina", não sem antes lembrar a barbárie dos antigos caudilhos que tinham levado o país à anarquia e à tirania. Num exercício arriscado de profetismo, Rui Barbosa anunciava aos argentinos da audiência que "há muito que consolidastes a vossa civilização. Vinte e cinco anos, pelo menos, de governo estável, ordem constante e progresso ininterrupto vos libertaram para sempre das recaídas no mal da anarquia. Um desenvolvimento colossal da riqueza, as acumulações do trabalho na prosperidade, uma abundante transfusão do sangue europeu, um civismo educado nos melhores exemplos da liberdade conservadora, grandes reformas escolhidas com discrição, adotadas com sinceridade e praticadas com inteireza depuraram dos últimos vestígios da antiga doença vosso robusto organismo, talhado para um crescimento gigantesco, asseguraram-vos no mundo uma reputação definitiva e fizeram da República Argentina um dos centros da civilização contemporânea, uma nação cujo invejável progresso pode resumir-se numa palavra, dizendo-se que a República Argentina é um país organizado." A Argentina de fato era, cem anos atrás, um dos países mais ricos do mundo, possuindo uma renda per capita superior à de vários países europeus, equivalente a 73% da renda média nos EUA (já então o mais rico de todos) e cinco vezes maior do que a renda per capita dos brasileiros. 

            Depois de repassar os episódios mais relevantes do itinerário político argentino, iniciado em 1806, caminhando para a independência já em 1810 e consagrado definitivamente no Congresso de Tucuman, em 9 de julho de 1816, quando se proclama solenemente, em nome de todo o povo argentino, a autonomia completa em face do soberano espanhol, Rui Barbosa chega ao cerne de sua conferência: um novo exercício da força bruta, contra o direito, representado pela Grande Guerra, especialmente a invasão da Bélgica neutra pelas tropas do Império alemão, em total desrespeito aos princípios da neutralidade, discutidos poucos anos antes na Segunda Conferência da Paz da Haia, na qual Rui havia sido o chefe da delegação brasileira. Suas palavras, em defesa desse princípio, foram muito claras: “Entre os que destroem a lei e os que a observam não há neutralidade admissível. Neutralidade não quer dizer impassibilidade; quer dizer imparcialidade; e não há imparcialidade entre o direito e a injustiça. (...) O direito não se impõe somente com o peso dos exércitos. Também se impõe, e melhor, com a pressão dos povos”. 

            Esse exato discurso de Rui Barbosa foi relembrado pelo chanceler Oswaldo Aranha, em 1942, quando o Brasil se viu confrontado à extensão da guerra europeia ao continente americano, instando, então, o Brasil, a assumir suas responsabilidades no plano dos princípios do direito internacional e dos valores da solidariedade hemisférica. A Alemanha tinha, mais uma vez, violado a neutralidade da Bélgica, para invadir a França. A postura de Aranha – que havia recepcionado Rui, como jovem estudante no Rio de Janeiro, quando o jurista desembarcou na volta ao Brasil –, foi decisiva para que, ao contrário da vizinha Argentina, então controlada pelo Grupo de Oficiais Unidos, de orientação simpática ao Eixo, o Brasil adotasse uma postura compatível com a construção doutrinal iniciada por Rui e de acordo a seus interesses nacionais, nos contextos hemisférico e global, em face do desrespeito brutal ao direito internacional cometido pelas potências nazifascistas na Europa e fora dela.  

            Vinte anos depois, o chanceler San Tiago Dantas soube preservar o patrimônio jurídico da diplomacia brasileira ao defender, de maneira clara, o respeito ao princípio da não intervenção nos assuntos internos de outros Estados, que estava em causa nas conferências e reuniões pan-americanas em torno do caso de Cuba. Outros juristas e diplomatas brasileiros, ao longo do século, a exemplo de Raul Fernandes, Afrânio de Melo Franco, Afonso Arinos de Melo Franco e Araújo Castro, participaram dessa construção doutrinal e pragmática dos valores e princípios da diplomacia brasileira. Há que se reconhecer, no entanto, que Rui Barbosa foi um dos grandes iniciadores e batalhadores pela afirmação dessas grandes diretrizes políticas que hoje integram plenamente o patrimônio consolidado da diplomacia brasileira.

 

Paulo Roberto de Almeida, ministro da carreira diplomática, é diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, da Funag, e professor no Uniceub.

 

Aproveito para anunciar a publicação deste livro: 

Rui Barbosa: uma personalidade multifacetada. 

Rui Barbosa: a Multifaceted Personality

https://funag.gov.br/biblioteca-nova/produto/1-1214

O centenário de falecimento de Rui Barbosa nos convida a rememorar o pensamento e a prática do singular jurista, político, diplomata e intelectual do Segundo Reinado e da Primeira República no Brasil. A contribuição simbólica que a Fundação Alexandre de Gusmão oferece nesta oportunidade é a presente edição de "Rui Barbosa: uma personalidade multifacetada". A edição original de 2012 reuniu profundos conhecedores da biografia e da obra ruiana, todos titulares da Cátedra:  a publicação nos oferece as reflexões de Marianne Wiesebron, Ruben Oliven, André Cunha, Paulo Visentini, Raúl Antelo, Italo Moriconi e Jairo Nunes, que iluminam a versatilidade de Rui Barbosa a partir de suas respectivas áreas de especialização acadêmica. O painel composto a várias mãos bem ilustra as múltiplas facetas do homem cuja biografia é inseparável da história da jovem República brasileira. A edição ampliada que a FUNAG agora apresenta é enriquecida por duas valiosas contribuições. A primeira, palestra de Celso Amorim, também realizada em 2007, na qual se veem com clareza as interseções entre as ideias de Rui Barbosa e várias questões multilaterais do século XXI, bem como a atualidade de sua vocação universalista e de sua luta pela redução das assimetrias nas relações internacionais. A segunda, artigo de Carlos Henrique Cardim, de 2013, que aprofunda o estudo sobre a atuação de Rui especificamente na esfera internacional.

sábado, 11 de fevereiro de 2023

General Assembly adopts resolution on Russian reparations for Ukraine (14 Nov 2022)

 Esclarecer qual foi a postura adotada pelo Brasil. Provavelmente abstenção (a confirmar).

General Assembly adopts resolution on Russian reparations for Ukraine 

Damaged buildings in Irpin, Ukraine.
© UNICEF/Anton Kulakowskiy
 
Damaged buildings in Irpin, Ukraine.
14 November 2022Peace and Security

The UN General Assembly on Monday adopted a resolution that calls for Russia to pay war reparations to Ukraine, as ambassadors met to resume their emergency special session devoted to the conflict. 

Nearly 50 nations co-sponsored the resolution on establishing an international mechanism for compensation for damage, loss and injury, as well as a register to document evidence and claims. 

The General Assembly is the UN’s most representative body, comprising all 193 Member States. 

Ninety-four countries voted in favour of the resolution, and 14 against, while 73 abstained. 

The vote took place in the morning, and countries returned in the afternoon to explain their decisions. 

Ukraine: Hold Russia accountable 

In presenting the resolution, Ukrainian Ambassador Sergiy Kyslytsya used the biblical adage that “there is nothing new under the sun” as a motif throughout his remarks. 

He insisted that Russia must be held accountable for its violations of international law. 

“Seventy-seven years ago, the Soviet Union demanded and received reparations, calling it a moral right of a country that has suffered war and occupation,” he said.  

“Today, Russia, who claims to be the successor of the 20th century’s tyranny, is doing everything it can to avoid paying the price for its own war and occupation, trying to escape accountability for the crimes it is committing.” 

Carnage and compensation 

Mr. Kyslytsya pointed out that Russia also supported the creation of the UN Compensation Commission (UNCC), established in 1991 following Iraq’s invasion and occupation of Kuwait. 

The Commission completed its mandate in February, he reported, having paid out over $52 billion in reparations to victims.

The Ambassador outlined the impact of the Russian war on his country, including bombings targeting residential buildings and infrastructure, the demolition of nearly half of the power grid and utilities, massive displacement, and atrocities such as murder, rape, torture and forced deportations.

“This proposal is not about Russia alone. It will work for the benefit of all those who are being threatened now or might be threatened later by use of force,” he said.

Russia criticizes draft 

Speaking before the vote, Russian Ambassador Vasily Nebenzya characterized the draft resolution as “a classic example” of a narrow group of States acting not on the basis of international law, but rather trying to consecrate something that is illegal.

He said countries backing the resolution were attempting to position the General Assembly as a judicial body, which it is not.

“These countries boast about how committed they are to the rule of law, but at the same time, they are flouting its very semblance,” he added, speaking in Russian.

No role for the UN 

Mr. Nebenzya said the proposed reparations mechanism will be created by a group of countries that will decide how it functions.

“The UN will play no role in this process because the proposed mechanism is suggested to be created outside of the UN, and no one has any plans to account to the General Assembly for its activity,” he continued.

Furthermore, he had “no doubt” that the funding will come from frozen Russian assets, which total billions.

Western countries have long wanted to unfreeze these assets, he said, not to return them to their owner, or to spend them on helping Ukraine, “but rather so as to fund their own constantly growing weapons supplies to Kyiv, and covering the debts for the weapons already supplied.” 

About the emergency special session 

The General Assembly emergency special session began on 28 February, or just days after the start of the war in Ukraine. 

This marks only the 11th time such a meeting has been held since 1950, in line with a resolution widely known as ‘Uniting for Peace’.  

Resolution 377A(V) gives the General Assembly power to take up matters of international peace and security when the Security Council is unable to act due to unanimity among its five permanent members – China, France, the United Kingdom, the United States and Russia – who have the power of veto. 

The current special session was convened after the Council voted in favour of the General Assembly meeting following Russia’s veto of a resolution that would have deplored the assault on Ukraine.  

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Zelensky à Bruxelles: si la Russie gagne, votre mode de vie est ménacée - Le Monde

 

Guerre en Ukraine, en direct : « Nous nous défendons contre la force la plus antieuropéenne du monde », déclare Volodymyr Zelensky devant les eurodéputés

Le président ukrainien, en visite à Bruxelles, s’est exprimé devant le Parlement européen, jeudi matin. Il doit ensuite rejoindre le sommet des dirigeants des Vingt-Sept. M. Zelensky était, mercredi, en visite à Londres et à Paris.


Dernière mise à jour le 6 février 2022
KievKievKharkivKharkivLvivLvivSébastopolSébastopolOdessaOdessaTchernihivTchernihivMarioupolMarioupolDonetskDonetskLouhanskLouhanskBrestBrestKhersonKhersonVinnytsiaVinnytsiaTcherkassyTcherkassySoumySoumyZaporijiaZaporijiaMykolaïvMykolaïvKryvy RihKryvy RihIzioumIzioumSievierodonetskSievierodonetskBakhmoutMer  NoireBIÉLORUSSIERUSSIEMOLDAVIEUKRAINE100 km
 Russie et alliés
 Crimée, annexée depuis 2014
 Territoire où se trouve l'armée russe
 Où l'armée russe mène des opérations
Ville tenue par les Ukrainiens
Ville conquise par les Russes
Ville au statut disputé

 Image de couverture :  Volodymyr Zelensky s’exprime devant le Parlement européen, le 9 février.  OLIVIER MATTHYS / AP
  • Volodymyr Zelensky se rend jeudi à Bruxelles en invité d’honneur d’un sommet des Vingt-Sept, où il devrait plaider notamment pour que ses alliés lui livrent des avions de combat au « plus tôt ».
  • A Londres, M. Zelensky s’est adressé mercredi au Parlement réuni au Westminster Hall, qui a accueilli de rares dirigeants étrangers comme le Français Charles de Gaulle en 1960. « Je vous demande, à vous et au monde, des mots simples mais très importants : des avions de combat pour l’Ukraine, des ailes pour la liberté », a-t-il lancé. Semblant ouvrir la porte à ce sujet quelque peu tabou, le premier ministre, Rishi Sunak, a promis de former des pilotes de chasse « aux normes de l’OTAN ». Il a demandé à l’armée britannique d’étudier de possibles livraisons d’avions, une solution envisageable seulement « à long terme ».
  • Le président ukrainien a ensuite été accueilli dans la soirée de mercredi par Emmanuel Macron, qui avait aussi convié Olaf Scholz pour un dîner tardif à l’Elysée. Devant la presse, les deux dirigeants ont temporisé sur la question des avions, mais ont assuré à leur homologue ukrainien qu’ils soutiendraient l’Ukraine, notamment militairement, « aussi longtemps que nécessaire ».
  • Quant à la question des chars, Londres a affirmé que ses Challenger seraient opérationnels « le mois prochain » et a promis d’envoyer immédiatement des capacités d’artillerie à plus longue portée. L’Allemagne compte, elle, fournir avec ses alliés à la fin d’avril un premier bataillon de ses tanks Leopard, très attendus.
  • La Russie revendique la réussite de sa récente offensive dans l’est de l’Ukraine. « Actuellement, les combats évoluent avec succès dans les zones [de Bakhmout et de Vouhledar] », a déclaré le ministre de la défense russe, Sergueï Choïgou, qui a, en outre, mis en garde l’Occident contre l’accroissement de son aide à l’Ukraine, qui pourrait « conduire à un niveau imprévisible d’escalade » du conflit.

Retrouvez notre live d’hier en cliquant sur ce lien.

Lire tous nos articles, analyses et reportages sur la guerre en Ukraine

Chronique. « Sur la route de l’adhésion à l’UE, Volodymyr Zelensky a déjà marqué des points »

Vidéo. « La Russie perdra », promet Volodymyr Zelensky, en déplacement au Royaume-Uni

Témoignages. « Dans les rues de Kiev, je commence à croiser des gens avec des prothèses de bras et de jambes. L’invasion a déjà ses vétérans »

Tribune. « La France pourrait apporter un bien meilleur soutien aux militants issus de pays non démocratiques »

Reportage. La défense du réseau électrique, l’autre front ukrainien

Décryptages. En visite au Mali, Sergueï Lavrov prend les Occidentaux pour cible

Chronique. « Il y a trop de cadavres russes dans les placards de la République française »

Reportage. A Bakhmout avec les White Angels, pour exfiltrer des civils ukrainiens loin du front

Factuel. Les réponses du « Monde » à vos questions les plus fréquentes