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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Lula visita a ditadura cubana antes de seguir para os EUA

 É uma mentira que o povo cubsno passe necessidades por causa do embargo americano: remédios e alimentos estão isentos do embargo, e os EUA são o PRIMEIRO FORNECEDOR DE ALIMENTOS para a ilha-prisão do Caribe. Ela é miserável como são todos os socialismos!

Lula fará visita a Cuba em setembro Presidente brasileiro fará visita ao país no dia 15 de setembro, antes de seguir para Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU 

O Globo, AFP, Bloomberg, 30/08/2023

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá viajar para Cuba no dia 15 de setembro. Ele cumprirá agenda no país caribenho, antes de seguir para Nova York, onde participará da Assembleia Geral da ONU. Nos EUA, a agenda presidencial seguirá do dia 16 até 22 de setembro. No início do mês, entre os dias 7 e 11, Lula ainda viajará para a Índia, para participar do encontro do G20, grupo de países em desenvolvimento. Em Cuba, Lula participará de uma agenda do chamado G77, grupo que congrega os países em desenvolvimento. Esta será a segunda agenda bilateral entre Lula e o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel. Em junho, os dois se reuniram em Paris, na França, o que foi celebrado pelo governo petista como uma "retomada do diálogo com Cuba, abandonado nos últimos anos pelo governo anterior". Há cerca de 20 dias, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, viajou para Havana e esteve com o presidente cubano. Foi mais um passo de reaproximação do Brasil com países que se distanciaram no governo do ex-presidente Michel Temer e perderam totalmente a importância na gestão de Jair Bolsonaro. A situação do povo cubano, devido às sanções aplicadas há mais de 40 anos pelos Estados Unidos, é uma das preocupações do governo Lula. Existe a possibilidade de o presidente brasileiro voltar a defender o fim do embargo americano, para melhorar as condições de vida da população da ilha caribenha, durante sua ida aos EUA, onde participará da Assembleia-Geral da ONU. Em 2022, o comércio bilateral entre Brasil e Cuba totalizou US$ 292,6 milhões, tendo registrado um aumento de 60,3% em relação a 2021. Em 2023, entre janeiro e maio, as exportações, importações e balança comercial registram um superávit para o Brasil de US$ 67,7 milhões. Encontro na ONU Nos EUA, em um evento conjunto durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula e o presidente americano, Joe Biden, defenderão melhores condições de trabalho nos dois países, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Marinho disse em entrevista à Bloomberg nesta segunda-feira que os dois líderes “vão lançar uma espécie de manifesto” sobre a necessidade de melhorar as relações trabalhistas, ambiente de trabalho e remuneração. A reunião está marcada para 19 de setembro, em Nova York, após os dois presidentes discursarem na Assembleia Geral, segundo pessoas do governo brasileiro familiarizadas com os planos, que pediram anonimato. Biden e Lula divergem sobre questões como a guerra na Ucrânia e relações com a China. Mas as autoridades brasileiras disseram que os líderes estão em sintonia no apoio aos sindicatos em seus países. Biden se diz o presidente mais pró-sindical da história dos EUA e tomou medidas para fortalecer os sindicatos, um ponto-chave para sua coalizão para as eleições do ano que vem. Os presidentes conversaram pela última vez por telefone em 16 de agosto, quando discutiram objetivos comuns sobre o clima e outras questões. Biden recebeu Lula na Casa Branca em fevereiro. A reunião ocorrerá em um momento em que o Brasil trabalha com aliados para aumentar a influência do Brics. Na semana passada, os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul concordaram em convidar Arábia Saudita, Irã, Egito, Argentina, Etiópia e Emirados Árabes Unidos a se unirem ao bloco. Com AFP e Bloomberg)


domingo, 17 de julho de 2022

Morales, o querido amigo dos companheiros, prefere Cuba e Putin à democracia e liberdades

O autor da matéria por acaso tem Izquierdo no nome, mas não parece ser um adorador da ditadura cubana, como são os companheiros brasileiros, mui amigo de Morales e também preferem Putin a Joe Biden, símbolo do tão odiado "imperialismo estadunidense", já que apoiam a luta contra a OTAN expansionista.

Paulo Roberto de Almeida  


Al parecer, Evo Morales ignora por qué miles de cubanos huyen de “la mejor democracia” arriesgando sus vidas

El ex presidente boliviano defendió a la dictadura castrista que rige los destinos de la isla desde 1959

Laureano Pérez Izquierdo

Infobae, Buenos Aires – 15.7.2022

 

“Yo vi que en Cuba hay la mejor democracia, ¿qué dictadura?”. Evo Morales paseó sus frases por la Argentina sin que nadie lo confrontara. Las pronunció serio, convencido, soñando quizás con que esa particular “democracia” de la que habla se pudiera extender alguna vez a toda América Latina. Sería para combatir al “imperio asesino” y a los medios de comunicación que “son peor que la bomba atómica” sin los cuales no existiría esa diabólica “derecha”.

La Patria Grande que sueña el ex presidente de Bolivia parece clara, aunque poco tentadora: muy cercana a la Rusia de Vladimir Putin, ausente de voces críticas que perturben el discurso oficial y sin opciones políticas a las cuales la población pueda votar. Cuba.

Quizás por ese desprecio que tiene de los medios libres, Morales no se haya enterado que en los últimos meses el éxodo cubano se multiplicó. El hambre que pesa sobre la población no es producto de ningún embargo, sino de las recurrentes políticas de su amigo Miguel Díaz-Canel. En Cuba no hay leche, siquiera. Tampoco pollos y los pocos que se consumen llegan justamente desde el “imperio”. Es difícil de entender ese bloqueo por el cual las vacas no producen leche y los pollos sólo llegan de granjas norteamericanas.

Un total de 3.369 balseros cubanos fueron rescatados en condiciones deplorables por la Guardia Costera de los Estados Unidos desde el 1 de octubre de 2021. Huían desesperados de “la mejor democracia del mundo” a pesar de que debían hacerlo en frágiles embarcaciones cuya autonomía para atravesar la distancia que separa Cuba de los cayos de Florida depende más de la voluntad divina que de la ingeniería, los vientos y las mareas. Sería interesante conocer la explicación que pudiera salir de la boca de Morales para justificar este tipo de temeridades que incontables veces terminan en tragedia. ¿Llamaría a esas personas que ponen en riesgo sus vidas gusanos imperialistas? Todo es posible.

También parece desconocer Morales que en esa “democracia” quienes levantan la voz contra el régimen castrista son perseguidos hasta la cárcel y los tormentos. En un país donde los medios de comunicación disidentes no existen, esas voces podrían ser el equivalente a las “bombas atómicas” a las que tanto teme el líder cocalero. El pasado 11 de Julio de 2021 miles de cubanos explotaron contra la dictadura. Exigían lo básico: comida, salud y libertad.

Ese inédito desafío al castrismo fue suficiente para que se ponga en macha una de las más fuertes campañas represivas contra la población. Se movilizaron agentes parapoliciales, de inteligencia y militares para evitar que se escuchen esas quejas. Miles fueron detenidos. Entre ellos menores de edad. Muchos de ellos sufrieron torturas.

 

Declaraciones de Evo Morales

 

Actualmente, en “la mejor democracia” existen 953 prisioneros políticos y de conciencia de acuerdo a datos aportados por el Observatorio Cubano de Derechos Humanos. Durante el primer semestre de 2022, se documentaron al menos 2.977 acciones represivas, de ellas 719 detenciones arbitrarias y 636 retenciones ilegales en viviendas. El sistema de gobierno elogiado por Morales persigue a sus detractores hasta el interior de sus viviendas.

Morales -quien abandonó el poder tras cometer un escandaloso fraude en las elecciones de noviembre de 2019- también defendió al dictador venezolano Nicolás Maduro. Fue breve, sin embargo, en sus argumentos. Dijo que en la nación sometida por el chavismo “hay libertad de expresión”. No siguió en esa línea conceptual -¿por falta de datos que los respalden?- y continuó hablando de cómo la economía venezolana florecía.

En su recorrido por medios estatales argentinos, el ex presidente boliviano tuvo tiempo además de ser un verdadero escudero de Vladimir Putin. Para el hombre cuyo liderazgo cocalero está en juego, Rusia estaba a punto de ser invadida por la OTAN y los Estados Unidos y no tuvo más remedio que defenderse y atacar Ucrania el pasado 24 de febrero.Una agresión externa contra su soberanía era inminente, reveló Morales. Se desconoce si el inédito argumento sorprendió puertas adentro del Kremlin.

Más allá de su desconexión en temas globales, Morales está preocupado por algo bien intestino dentro de Bolivia: su mando cocalero. Su cercanía y promoción de los productores peruanos -a partir de la llegada de Pedro Castillo- ha provocado el descontento de sus propias bases en Chapare. El país vecino incrementa la producción y muchos ven al compañero Evo como responsable. El ex presidente, en esto, quiere libre mercado y aumentar el rendimiento de los campos. No explicó hasta ahora, tampoco, con qué objetivo comercial.


quinta-feira, 26 de março de 2015

Mais Medicos, Mais Cubanos, Menos Itamaraty, Menos Transparencia - Veja

Por conhecimento próprio, posso dizer que não foi exatamente o que diz o título. Ou seja, os diálogos são reais, e aconteceram exatamente assim mesmo. A intenção era essa, do princípio ao fim. Apenas que para dar uma aparência de universalidade ao envio de dinheiro para a ditadura cubana, era preciso fazer de conta de que se tratava de um programa aberto.
O Itamaraty foi chamado a colaborar. E colaborou, como bom colaboracionista que é. Integralmente. Sem levar sequer comissão nas transações, como é de seu feitio correto e a favor do bom cumprimento do dever...
Paulo Roberto de Almeida


Mais Médicos: a ordem era ignorar o Itamaraty

Áudio de reunião no Ministério da Saúde revela que a diplomacia oficial era excluída das decisões sobre a contratação de médicos cubanos

Por: Leonardo Coutinho
Veja, 

Marco Aurélio Garcia
Marco Aurélio Garcia, o chanceler de fato da diplomacia no governo petista(Rolando Pujol/EFE/VEJA)


O áudio de uma reunião realizada no dia 13 de julho de 2013 nas dependências do Ministério da Saúde revela os bastidores das negociações entre Brasil e Cuba que deram origem ao programa Mais Médicos. A gravação completa, de 44 minutos e 59 segundos, que foi obtida pelo Jornal da Band, diz muito sobre as práticas do governo da presidente Dilma Rousseff. Além dos trechos já divulgados, como os que mostram os funcionários do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) discutindo como burlar a obrigação de submeter ao Congresso Nacional o acordo bilateral entre Cuba e Brasil, há outros, ainda inéditos, que revelam o desprezo do governo pelos ritos da diplomacia formal e o poder que Marco Aurélio Garcia, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, angariou nessa área.
Em um trecho da conversa (reproduzido abaixo), a representante da Opas, Maria Alice Barbosa Fortunato - que foi indicada para a função pelo então ministro da Saúde Alexandre Padilha - sugere que o Ministério das Relações Exteriores seja ignorado na discussão do plano para acobertar o verdadeiro objetivo do convênio com a Opas: ocultar o fato de que a contratação de médicos cubanos era um acordo bilateral entre Brasil e Cuba. O então assessor jurídico do Ministério da Saúde, Jean Uema, afirma na gravação que o Itamaraty pode reclamar e pergunta se todos estão dispostos a ignorar a pasta. E, como prova de que o Itamaraty não teria poder para atrapalhar o acordo, Uema afirma que "o programa é da Dilma". O Mais Médicos foi um dos mais importantes elementos da campanha de reeleição da presidente, apesar de seu impacto no atendimento à população ter sido amplamente exagerado.
Os participantes aceitam a sugestão de Uema e tratam com desdém os servidores do Itamaraty. O então chanceler Antonio Patriota é chamado de "Cabelinho" por Kleiman e Maria Alice, que afirma não confiar no ministro para a realização da operação que eles desenhavam clandestinamente. Kleiman revela que Marco Aurélio Garcia tratou dos termos do acordo bilateral diretamente com os cubanos.
Eis os trechos da gravação. As frases precedidas de (?) indicam um participante da reunião cujo nome não foi possível identificar.
Alberto Kleiman - Você manda o texto antes, eles veem (Advocacia Geral da União)...
Maria Alice - Agora, sinceramente, eu não sei se a gente tinha que mandar para o MRE (Ministério das Relações Exteriores), não...
(?) - Manda depois...
Maria Alice - É, depois. Aquela mulher (do MRE) que foi para reunião na AGU, me poupe. Ela não sabia de nada.
(?) - O que vocês está dizendo, Jean, é que a rigor, a rigor, não passaria...
Jean Uema - Gente! Esse programa. O programa é da Dilma.
(?) - Tudo bem . É isso que eu quero entender. Vai passar.
Jean Uema - Vocês topam sem mostrar para eles (MRE)? Depois vai dar uma m... e ai eles vão falar. "Cadê? Porque não passou aqui?"
(?) - A regra é essa. Mas é a mesma coisa que a gente fez com o edital e a portaria...
Jean Uema - Isso...
Alberto Kleiman - Arnaldo Coelho: "A regra é clara".
(Risos)
(?) - Não passaria. Fora este caso.
Alberto Kleiman - Eu passaria por último. Por que ali está vazando mais que o Wikileaks. Eu ia mandar um e-mail. Um emailzinho para nosso amigo Cabelinho (o então ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota)
Maria Alice - Ah! Tu também chama ele de Cabelinho?
(Risos)
Maria Alice - Eu não confio no Cabelinho, não...
Alberto Kleiman - A gente está dialogando com as coisas de Cuba sem ter nenhuma decisão tomada em alto nível. Era coisa de 300 (médicos). Depois 1.000 por mês. Aliás, essa dos 1.000 por mês já mudou para 1.000 e pouco. Estão falando em 4.000 até o final do ano.
Maria Alice - Sempre foi.
Alberto Kleiman - Não. Na semana passada, eu saí aqui da reunião para falar para o Marco Aurélio (Garcia) que eram 300 agora e 1.000 em outubro. Outubro, novembro e dezembro. Era 1.000 cada mês.
(?) - O Marco Aurélio falou com o embaixador?
Alberto Kleiman - Falou hoje. A gente estava lá. Falou com o embaixador de Cuba.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Raul Castro na Granja do Torto: Um Itamaraty humilhado? - Mario Machado (Coisas Internacionais)

Raul Castro na Granja do Torto: Um Itamaraty humilhado?
Coisas Internacionais,  20 Julho 2014 09:29 AM PDT

A diplomacia brasileira sempre gozou de muito prestígio, aliás, com chanceleres de carreira, ou seja, sem respaldo de votos e partidos é importante que tenha prestígio para se fazerem ouvir na esplanada, assim é o sistema brasileiro, precisamos ter em mente.

Patriota caiu por que nunca soube controlar a máquina e principalmente nunca conseguiu gozar de prestigio palaciano, há relatos – sem confirmação oficial – de que era ademoestado, em público, com a veemência (grosseria) habitual da presidente. Um desprestigio pessoal que também pesava sobre a pasta.

Aliás, foi o caso do senador boliviano confinado a nossa embaixada em La Paz, que deu cabo a um processo nunca antes vistos no MRE, uma comissão de sindicância, presidida por pessoa alheia ao Serviço Exterior Brasileiro, não recordo nem no período de truculência militar um processo semelhante.

O Itamaraty enfrentou, também, processos grevistas inéditos – e a meu ver justos – na luta contra o anacrônico assédio moral e por melhores salários para funcionários locais.

Vários países do mundo possuem assessores especiais em assuntos externos, mas nesses países os chanceleres são políticos com tração social, então a chancelaria não se vê em desprestígio, por exemplo, o caso do State Department que não detém o monopólio da política externa americana, mas é altamente relevante em sua execução e construção. O modelo brasileiro tem a vantagem de supostamente descolar a política externa de interesses de curtíssimo prazo da política partidária, ele resguarda o patrimônio construído pelas gerações e dá a Política Brasileira a bem vista previsibilidade e senso de interesse de Estado com ampla continuidade temporal.

Há muito que qualquer observador atento percebe que mais e mais decisões de política externa são decididas exclusivamente no Planalto. Marco Aurélio Garcia é homem poderoso, coordenador de campanhas presidenciais e articulador da Política Externa para América do Sul e Latina e apesar de todos os circunlóquios fica clara que eleições afetivas e ideológicas pesam sobremaneira nessas decisões, ou como explicar hospedar o ditador cubano na Residência Oficial da Granja do Torto?

Já escrevi isso várias vezes, pode-se fazer uma política externa cosmopolita, sul-sul, anti-hegemonica, ou qualquer adjetivo que se queira, sem ter que ir na “extra-mile”, em um vocabulário mais corrente é possível ter relações independentes com qualquer país sem ter que “puxar saco”. É claro, que nos assuntos internacionais se aperta a mão e se posa pra fotos com pessoas não recomendadas para o consumo humano, mas abrir sua casa para elas, é um tanto demais.

Quais os ganhos que hospedar com tamanha deferência o líder cubano trarão para o Brasil? E por que tratar a hospedagem como “Segredo de Estado”?

Força diplomatas, sempre tão avessos a intervenção dos “amadores” na Política Externa, não há humilhação que seja pra sempre. E pensando bem, imagino o porquê do silêncio. A subserviência é sempre constrangedora.

sábado, 19 de julho de 2014

Nunca Antes na Diplomacia: governo companheiro se dobra 'a ditadura cubana (Estadao)

Nunca antes mesmo!
Os diplomatas mais jovens, (mal) "acostumados" a doze anos de arbitrariedades, bizarrices, abusos e anomalias da diplomacia brasileira, desde o início da era do Nunca Antes, talvez não tenham nada a dizer, não tenham nenhuma opinião sobre o que acaba de acontecer em Brasília, durante a reunião do Brics com líderes da CELAC.
Vários chefes de Estado ou de governo compareceram, e deve ter ficado hospedados em suas respectivas embaixadas, ou em hoteis de sua exclusiva escolha, ou adotado qualquer outra solução de melhor conveniência.
Não se recorda que, fora de visitas de Estado, algum chefe de governo, muito menos um ditador comunista, tenha jamais gozado dessa distinção.
Talvez tenha parecido um pouco excessivo, tanto aos diplomatas mobilizados para atender os hóspedes estrangeiros, quanto aos funcionários do local, terem de conviver com a truculência de gorilas, ops, de seguranças do ditador cubano, dos mercenários do seu colega venezuela, todos eles controlando todas as peças, monitorando todos os brasileiros presentes, cheirando e provando a comida (vai ver  tem algum infiltrado da CIA na cozinha...), enfim, todo o aparato que cerca qualquer ditador ordinário, impondo-se aos nacionais e ditando ordens para eles.
Deve ter sido constrangedor para simples auxiliares.
Suponho que não tenha sido constrangedor para os companheiros, acostumados que estão a se submeterem aos seus mestres cubanos, e contentes de facilitar a vida desses ditadores de uma outra época, mas que ainda perdura para infelicidade do povo cubano, e o desespero dos venezuelanos.
Nunca Antes na Diplomacia (aproveitando para fazer publicidade de meu próximo livro) coisas do gênero tinham desabado sobre o Itamaraty, por ordens do Planalto.
Imagino que muita gente ficou surpreendida. Como sempre, a ordem é abaixar a cabeça e seguir em frente...
Pior, aliás, do que aguentar essa gente, é ter de conviver com mentiras oficiais...
Paulo Roberto de Almeida

Raúl Castro oferece jantar na Granja do Torto

LEONENCIO NOSSA - AGÊNCIA ESTADO
18 Julho 2014 | 14h 32

O presidente de Cuba, Raúl Castro, ofereceu ontem (quinta-feira, 17) um jantar de confraternização na Granja do Torto, residência de campo do governo brasileiro em Brasília. Participaram do encontro festivo o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e diplomatas dos dois países. Entre 20 horas e 23 horas, 28 veículos, incluindo três vans, blindados de autoridades e carros exclusivos de segurança,
entraram pela portaria principal.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, 18, a Secretaria de Imprensa do Planalto informou que "despesas relativas à estadia" foram bancadas pelo governo cubano. "A Presidência da República apenas cedeu a hospedagem ao presidente de Cuba, Raúl Castro. Todas as despesas relativas à estadia ficaram a cargo do governo cubano", destacou o comunicado. Procurada para comentar sobre a recepção na
Granja do Torto, a embaixada de Cuba em Brasília não retornou o contato.
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Do site Yahoo Notícias:
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou à Granja do Torto, uma das residências oficiais do governo brasileiro, para um encontro com o presidente de Cuba, Raúl Castro, que está hospedado no local. Maduro chegou em carro blindado e acompanhado de batedores da Polícia Rodoviária Federal.
A agenda do encontro ainda não foi divulgada pelas embaixadas dos dois países. Eles estão em Brasília para encontros de chefes de Estado em reuniões do grupo Brics, Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
O fato está sendo tratado como segredo de Estado pelo governo brasileiro, mas foi confirmado ao Broadcast por duas fontes do governo. Não foi dada nenhuma explicação sobre o assunto.
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Senador Alvaro Dias

Aproveitando sua estada em Brasília, o presidente de Cuba, Raúl Castro, aproveitou para transformar a Granja do Torto em gabinete de encontros oficiais. Castro recebeu na Granja o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que chegou em carro blindado e acompanhado de batedores da Polícia Rodoviária Federal. Segundo apurou o Broadcast, da Agência Estado, Raúl Castro é o único dos chefes de Estado a receber a deferência de se hospedar na casa de campo da Presidência brasileira. O fato está sendo tratado como segredo de Estado pelo governo brasileiro.

ALVARODIAS.COM.BR

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ditadura cubana: os que a apoiam sao cumplices, mesmo Premio Nobel - Enrique Krauze sobre Gabo

Todo aquele que apoia uma ditadura desprezível como a dos Castro em Cuba deve ser denunciado, mesmo sendo um grande escritor como Gabriel Garcia Marquez.
Seres tão desprezíveis quanto a ditadura.

Paulo Roberto de Almeida 

OPINION
The Opinion Pages | CONTRIBUTING OP-ED WRITER
García Márquez’s Blind Spot
The New York Times, MAY 28, 2014


MEXICO CITY — The recent funeral in Mexico for Latin America’s great novelist, Gabriel García Márquez, was an astonishing display. For hours, under falling rain, tens of thousands filed past the urn that held the ashes of the most famous, widely read and beloved of contemporary Latin American writers.
In the Palacio de Bellas Artes, there was continual music, ranging from Bartok’s “Romanian Folk Dances” to the folk music of the novelist’s native Colombia. Outside the building, a swarm of 380,000 yellow butterflies, made of paper and imported from Colombia, swayed in the wind. The streets resounded with cheering and singing. An old man carried a sign that read, “Gabo, I will see you in heaven.” A child told a reporter, “I’ve come to see the king of Macondo.”
García Márquez, who died on April 17, truly was “the king of Macondo,” the imaginary Colombian village (based on his own native town of Aracataca) where most of “One Hundred Years of Solitude” unfolds. The Nobel Prize for Literature was bestowed on him in 1982. His novels have been met with enthusiastic appreciation around the world.
His prose is so flexible and wide-ranging that it seems to contain all the words in the dictionary. An extraordinarily powerful storyteller, he painted his fictions in tropical colors — and in a style of Olympian dispassion fused with social commitment. The poetic overtones of his words and his way of creating characters welded fantasy and reality so effortlessly and totally together that the reader is continually shifted into accepting new versions of the world.
But for me and many other Latin-Americans, his undeniable literary achievement has been overshadowed by a moral failing: his long, intimate friendship with Fidel Castro and (far more important) his unflinching acceptance of the worst abuses of the Cuban regime.
Gabo, as he was affectionately known, once wrote that “all dictators ... are victims” — which he may have really believed. It’s a sentiment one finds throughout “The Autumn of the Patriarch,” published in 1975, the year he began to firmly establish a personal link (which he had long desired) with Castro.
In three famous dispatches (a journalistic series entitled “Cuba From Head to Tail”), García Márquez wrote of the “almost telepathic communication” he saw between Castro and the Cuban people and asserted “he has survived intact from the insidious and ferocious corrosion of the daily application of power” and “set up a whole system of defense against the cult of personality.” He called Fidel “a genius reporter” whose “immense spoken reports,” made the Cuban people “one of the best informed in the world about its own reality.” Soon after this, however, when Alan Riding of The New York Times asked him why he didn’t move to Cuba, García Márquez replied: “It would be very difficult to ... adapt myself to the conditions. I’d miss too many things. I couldn’t live with the lack of information.”
When he finally did get a house in Cuba, García Márquez began to share culinary adventures with Castro. Fidel’s Cuban master chef named a lobster dish “Langosta a lo Macondo” in honor of Gabo, its great enthusiast. When questioned about his closeness to Castro, García Márquez responded that, for him, friendship was a supreme value. That may well have been so, but there was certainly a hierarchy to his friendships — with Fidel at the top.
In 1989, while García Márquez was living in his Cuban home, the murky trial of Gen. Arnaldo Ochoa and the brothers Tony and Patricio de la Guardia took place, resulting in death sentences for General Ochoa and Col. Tony de la Guardia, charged with drug trafficking and betraying the revolution. There was much opposition to the death sentence for General Ochoa, a hero of the Cuban victory in Angola over the invading army of the South African apartheid regime, and Colonel de la Guardia was a close personal friend of García Márquez. The colonel’s daughter Ileana, implored García Márquez to intercede with Castro to spare the life of her father. But he did nothing, and Ileana reported that he had even secretly attended a part of the trial, screened behind “a large mirror” in the company of Fidel and his brother Raúl.
In March 2003, Fidel suddenly ordered a massive show trial of 78 dissidents, sentencing them to between 12 and 27 years in prison, some for crimes as minor as “possessing a Sony tape recorder.” Shortly after, he had three men executed for trying to flee to the United States in a small boat. At a book fair in Bogotá, Colombia, Susan Sontag confronted García Márquez and, after first praising him as a writer, said that it was unpardonable for him to have said nothing against the Cuban regime’s actions. García Márquez’s public response to this and his justification in saying nothing restated one of his old arguments for his personal relation to Castro: “I cannot calculate the number of prisoners, dissidents and conspirators that I have helped, in absolute silence, to be freed from jail or emigrate from Cuba over at least 20 years.”
But if he actually did so, then why “in absolute silence”? He must have considered the imprisonments unjust. Instead of continuing to support a regime that committed such injustices, wouldn’t it have been far more valuable to issue a public denunciation and so help shut down Cuba’s political prisons?
García Márquez was no ivory-tower writer. He was proud of his own journalistic profession and supported an institution teaching journalism in Colombia. Reportage, he said, “can be better than life ... equal to a story or a novel with one unique difference — sacred and inviolable — that the novel and the short story allow for unlimited fantasy, while journalistic reporting must be true down to the most minimal comma.”
And yet how can such a moralistic declaration about verifiable information be squared with his own silence about events in Cuba, despite having privileged access to the truth?
García Márquez’s magnificent prose and richly traced characters will be remembered long after any questions about his loyalties in life. But it would have been a poetic act of justice if — in the autumn of his life and at the zenith of his literary glory — he had chosen to distance himself from Fidel Castro and had lent his prestige to the movement for a democratic transition in Cuba.
He chose not to. Perhaps it was something he could not imagine doing, too miraculous a change for even the creator of so many literary wonders to entertain. Thus we are left with the sad picture of his fascination with power and dictatorship, a record unworthy of his immense literary achievement.

Enrique Krauze is a historian, the editor of the literary magazine Letras Libres and the author of “Redeemers: Ideas and Power in Latin America.” This article was translated by Hank Heifetz from the Spanish.