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Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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quinta-feira, 9 de julho de 2015
Economia lulo-petista propoe ao Brasil recuo de 80 anos no comercio internacional: de volta aos anos 1930 com o Brics
Não surpreende: o lulo-petismo econômico é pior que uma Grande Depressão. Significa uma derrocada completa dos saudáveis princípios do multilateralismo econômico, da abertura no comércio internacional, e um recuo inacreditável ao mais vulgar mercantilismo e protecionismo.
Aceitar comércio em moedas locais, inconversíveis, num momento em que a China pretender tornar o yuan uma moeda conversível e inserida na cesta do SDR, os Direitos Especiais de Saque do FMI, é de uma estupidez imensa, só compatível com a esquizofrenia econômica lulo-petista.
Bando de bárbaros regressistas.
Paulo Roberto de Almeida
Putin pede a Dilma uso de moedas locais em trocas
Assis Moreira
Valor Econômico, 9/07/2015
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conclamou a presidente Dilma Rousseff para os dois países "trabalharem mais" para a possível utilização de real e rublo no comércio bilateral, que visa reduzir o uso de dólar nas trocas.
Já a presidente, pelo menos na declaração inicial diante dos jornalistas não tocou no tema. A área econômica do governo brasileiro acha que as propostas na mesa ainda não levam a um consenso.
Moscou está particularmente engajado no uso de moeda local, no momento, tirando as lições de seu confronto com americanos e europeus, que impuseram sanções contra Moscou.
Por sua vez, uma declaração de empresários dos Brics, que será entregue aos líderes hoje, também coloca como uma das prioridades o uso de divisas nacionais no comércio entre eles.
O volume de comércio entre os países dos Brics saltou, entre 2005 e 2014, de US$ 72 bilhões para US$ 297 bilhões, um incremento de 311%, acima do crescimento do comércio mundial, de 80%, no mesmo período. Os países dos Brics dobraram a sua participação no comércio desde 2001, representando, hoje, 18% do comércio global, segundo o Itamaraty.
Em todo caso, Dilma e Putin prometeram se engajar para que o comércio bilateral aumente para USS 10 bilhões, comparado a USS 6,8 bilhões no ano passado.
Segundo Putin, o comércio bilateral cresceu 15% em 2014, mas diminuiu no primeiro trimestre deste ano. Ele, porém, disse ter certeza de que as trocas vão continuar aumentando. O Brasil exporta sobretudo carnes para o mercado russo.
Os dois presidentes abordaram os acordos de ciência e tecnologia que vão assinar, incluindo na área de astronomia.
Dilma foi a última dos líderes a chegar a Ufá para a cúpula dos Brics. Mas o anfitrião, Putin, demorou tanto em encontros bilaterais que o jantar de abertura começou com grande atraso. Já tarde da noite, os dois presidentes tiveram um encontro bilateral. Ao retornar para o hotel, a presidente não quis comentar as turbulências nas bolsas da China, que apagaram mais de US$ 3,5 trilhões em valor e podem implicar em mais baixa na demanda por commodities.
Hoje, a presidente terá reuniões bilaterais com os presidentes da China, de Belarus e do Cazaquistão, e com o primeiro-ministro da Índia. Segundo sua assessoria, todos pediram para falar com ela, enquanto Dilma não requisitou nenhuma conversa.
É possível que o Brasil consiga uma ligeira satisfação na sua luta pela reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O governo considera isso ainda mais simbólico neste ano em que a ONU completa 70 anos.
A China não quer apoiar a entrada do Japão no Conselho de Segurança e tampouco tem simpatia pela entrada da Índia. Ocorre que Brasil, Índia, Japão e Alemanha formam o G-4, engajados pela reforma. Os chineses dizem que, se o Brasil não estivesse nesse tipo de grupo, seria menos complicado para Pequim dar algum apoio para a reforma do Conselho.
A declaração dos líderes e o texto da parceria econômica terão juntos 80 páginas, resultado de meses de negociações.
domingo, 19 de abril de 2015
Economia brasileira: pedalando para o desastre - Mansueto Almeida
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Talvez a convocação do advogado geral da União para uma das comissões do Congresso poderia ajuda-lo a explicar esses truques anteriores a 2003 e até fazer uma representação junto ao TCU para que investigue o assunto.
Tenho quase certeza que o advogado geral da União se equivocou. Atrasar repasses para bancos públicos pagar obrigações sociais sempre ocorreram, mas não com a frequência identificada em 2012 e, mais ainda, em 2014. O que configura o financiamento dos bancos públicos ao Tesouro foi a frequência dos atrasos, que deixaram de ser atrasos e passaram a ser truques para burlar os dados fiscais. Inclusive, nos atrasos o Tesouro pagava juros aos bancos públicos o que configura operação de empréstimo. Leiam esse meu post do ano passado com a tabela de atraso de repasses do Tesouro para a Caixa Econômica Federal – clique aqui. Reproduzo abaixo a tabela que coloquei no post citado.
Se há algo que todo mundo sabe em Brasília são os truques do Tesouro para fechar as suas contas. Já escutei isso de vários, repito, vários técnicos do Banco Central, Tesouro e do Ministério da Fazenda.
O advogado geral da União e o Ministro da Justiça afirmarem que as pedaladas sempre existiram e ainda acusar o TCU de uso político não me parece correto. Mas se falaram deveriam provar, pois isso seria ótimo para o debate. E por que será que até os ministros nomeados pelo PT nos últimos anos votaram contra a tese do governo de que não houve financiamento de bancos públicos?
A unanimidade do TCU no julgamento deste caso era algo inesperado e é uma prova de que as instituições, ou melhor algumas instituições, funcionam. Espero que essa decisão do TCU tenha consequências para aqueles que pensavam que eram mágicos e trouxeram seus truques para as contas públicas.
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
A Constituicao brasileira: um caso especial de esquizofrenia economica - Paulo Roberto de Almeida
A série abaixo foi publicada no site do Instituto Millenium, e creio que eu não havia ainda refletido essa publicação.
A ficha do trabalho está aqui:
A Constituição brasileira: Um caso especial de esquizofrenia econômica (I)
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A Constituição brasileira aos 25 anos: Um caso especial de esquizofrenia econômica (II)
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A Constituição brasileira aos 25 anos: Um caso especial de esquizofrenia econômica (III)
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A Constituição brasileira aos 25 anos: Um caso especial de esquizofrenia econômica (IV)
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A Constituição brasileira aos 25 anos: Um caso especial de esquizofrenia econômica (V)
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A Constituição brasileira aos 25 anos: Um caso especial de esquizofrenia econômica (VI)
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A Constituição brasileira aos 25 anos: Um caso especial de esquizofrenia econômica (VII)
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quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Fundo Soberano: mais um crime economico companheiro...
terça-feira, 10 de junho de 2014
Xico Graziano: as duas agriculturas dos petistas maniqueistas
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Relembrando alguns posts de 2013 (3): a esquizofrenia economica da Constituicao de 1988
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
A esquizofrenia economia da Constituicao brasileira
artigos de Paulo Roberto de Almeida
a esquizofrenia econômica da Constituição, na verdade um longo artigo
sobre a análise econômica da Constituição de 1988,
e agora dividido em sete partes para divulgação pelo blog do Instituto
Millenium:
esquizofrenia econômica”, de Paulo Roberto de Almeida. Nele o
diplomata comenta detalhadamente as distorções econômicas da
contexto que presidiu à elaboração da Constituição de 1988 foi o
da crise dos regimes socialistas na Europa oriental, mas os processos
O diplomata afirma que a falta de partidos comprometidos com os
princípios da liberdade dos mercados e da redução da presença do
Leia o artigo divido em sete partes:
Parte II – A Constituição “cidadã”: distribuindo bondades para todos
Parte III – A Constituição “estatal”: reduzindo o espaço da livre iniciativa
Parte IV – A Constituição “parlamentar”: muitos privilégios, baixa produtividade
Parte V – A Constituição “econômica”: equívocos em cadeia
Parte VI – A Constituição dos “direitos sociais”: sem qualquer análise dos custos
Parte VII – Uma Constituição economicamente esquizofrênica
- See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2013/12/a-esquizofrenia-economia-da.html#sthash.T4Eiwi1g.dpuf
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
A esquizofrenia economia da Constituicao brasileira - artigos de Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida escreve sobre a “esquizofrenia da Constituição”
- Autor: Comunicação Millenium
- em Blog, Destaque
- 23/12/2013
- 0 comentários.
Parte II – A Constituição “cidadã”: distribuindo bondades para todos
Parte III – A Constituição “estatal”: reduzindo o espaço da livre iniciativa
Parte IV – A Constituição “parlamentar”: muitos privilégios, baixa produtividade
Parte V – A Constituição “econômica”: equívocos em cadeia
Parte VI – A Constituição dos “direitos sociais”: sem qualquer análise dos custos
Parte VII – Uma Constituição economicamente esquizofrênica
sábado, 14 de dezembro de 2013
O BRIC nao existe, mas alguns insistem na fantasia, como Jim O'Neill,por exemplo
Status de Bric do Brasil pode ser questionado', diz Jim O'Neill
Para criador do termo Bric, um terceiro ano seguido de crescimento baixo deve fazer mercado colocar posição em dúvida
Se o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) estiver normalizando suas políticas, então isso significa que algo deve estar melhor sobre a economia dos Estados Unidos, o que é uma boa notícia. Eu acho que os EUA vão crescer 3% ou mais no próximo ano, então eles certamente vão reduzir os estímulos monetários e talvez adotar alguma outra medida. Isso significa que existem riscos para todos aqueles que sobrevivem somente graças às taxas de juros artificialmente baixas. A mudança vai forçar os investidores a distinguir entre as economias emergentes onde os fundamentos estão bons e aquelas com fundamentos menos positivos.
A nova China é muito mais focada na qualidade do crescimento, e não na quantidade. Isso não é bom para a maioria das commodities, especialmente aquelas relacionadas à indústria. Países que se beneficiaram da "velha China" precisam se adaptar, pois as coisas não voltarão a ser como antes. Por outro lado, isso será bom para países que lutam para competir com a China devido aos salários baixos no país, que já estão subindo. Isso parece que será melhor para o México, por exemplo.
Eu concordo. É o chamado grupo Mint (formado por México, Indonésia, Nigéria e Turquia). Eu viajei para esses quatro países nos últimos três meses e retornei especialmente animado com México e Nigéria.
Eleições são sempre muito importantes. Isso é especialmente verdade nos casos de Índia, Indonésia e Turquia. Esses países têm enorme potencial, mas precisam de governos que possam focar na governança e implementação de reformas. O mesmo, é claro, vale para o Brasil e a África do Sul, mas o potencial dos outros três é muito maior. Eu acho que a expressão "cinco frágeis" é divertida, mas não exatamente correta. As economias emergentes podem perfeitamente ter déficits em conta corrente, já que se espera que atraiam capital - se fizeram as coisas certas.
Essa é uma afirmação complicada. Na verdade a grande questão é o tamanho do déficit. O déficit do Brasil não é um grande problema, nem o da Índia. Se a Índia introduzir mais reformas, sua moeda vai se valorizar, em função da grande entrada de capital, especialmente por meio de investimento estrangeiro direto (IED). Eu acho que os déficits em conta corrente de Turquia e Indonésia são grandes demais, mas graças a mudanças que já estão sendo implementadas, esses déficits já estão diminuindo.
O Brasil precisa focar muito mais em permitir que o setor privado possa investir e competir. O governo está tentando muito imitar a China, ao usar demais o Estado para gerar crescimento. Isso está ultrapassado, nem mesmo os chineses querem imitar a China mais. É preciso mudar.
Não. Existem pouquíssimas evidências de que tais eventos tenham realmente ajudado os países-sede. Mesmo assim, isso geralmente é bom para a autoconfiança. Eu acho que, no caso do Brasil, é realmente importante vencer a Copa do Mundo, mas com a força das seleções da Espanha e Alemanha, isso será muito difícil.
Talvez. No entanto, o fato é que o Brasil precisa ter como prioridade absoluta, na questão monetária, cumprir suas metas de inflação. Isso é muito mais importante do que a oscilação do real. Mais amplamente falando, eu não tenho muita simpatia por emergentes que reclamam das políticas do Fed. O trabalho do Fed é implementar políticas para os EUA. Se os outros países não gostam disso, eles precisam desenvolver melhor seus próprios sistemas monetários e mercados, para se tornarem menos dependentes.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Argentina: a caminho da esquizofrenia cambial, nova equipe economica
Quanto vai durar? Depende das reservas e do aumento da corrupção na manipulação das diversas taxas de câmbio: sempre tem espertinhos que obtêm uma taxa mais favorável para depois vender mais caro no mercado livre.
O resultado é a crise final, que prevejo para o final de 2014...
Paulo Roberto de Almeida
O Brasil é o pais da impunidade; quem deveria estar preso está solto, e paradoxalmente, quem deveria estar solto está preso.