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sábado, 12 de maio de 2018

Os programas economicos do Brasil com o FMI: corrigindo Paulo Gala

Recebi em minha caixa, a seguinte mensagem para uma nova aula de Paulo Gala, um professor de economia online que possui excelentes postagens informativas sobre a economia brasileira e mundial.
Esta, porém, decepcionou-me pela inexatidão do relato sobre as crises brasileiras e os programas com o FMI.
Ei-la:

On May 11, 2018, at 11:29 AM, Paulo Gala <pgala@uol.com.br> wrote:


Memórias de um latino-americano! Crises cambiais nos 90 foram abundantes

Brasil, 13 de Janeiro de 1999. O Banco Central brasileiro manda comunicado para o mercado de câmbio brasileiro avisando que não mais iria intervir para segurar nossa taxa. Chegava ao fim nossa âncora cambial implantada em setembro de 1994 para ajudar na estabilização de preços do plano real. Depois de algum crescimento, nossas contas externas saem do controle. O endividamento externo explode e passamos a sofrer recorrentes ataques especulativos contra nossa moeda. Nossos juros em dólar disparam e por aqui o Gustavo Franco aumenta a SELIC para 40% ao ano para tentar segurar a fuga de capital. Respostas do governo para a crise? Corte de gastos e austeridade fiscal. Temos que agradar o FMI para receber os empréstimos que nos ajudariam a não quebrar. Funcionou? Não! A economia brasileira não saía da recessão e nossa dívida interna e externa explodiam! Até que veio a crise de 1999 com a desvalorização gigante da moeda brasileira! Nosso pacote de empréstimo do FMI de 30 bilhões de dólares não deu conta.
BLOG de Paulo Gala Sao Paulo SP, SP 01313-902 Brazil

Respondi da seguinte maneira:

Sinto discordar. O pacote de 30 bi com o FMI deu conta, sim, tanto que desse dinheiro apenas a metade integrou as reservas brasileiras, o resto sendo "usado" como seguro.
O que você deveria registrar seria a sequência exata dos três pacotes de ajuda do FMI, o primeiro em 1998-99, de mais de 40 bi (mas apenas uma parte das entidades de Bretton Woods e dos bancos regionais, sendo o resto, metade, de países credores, inclusive a Grécia, por uma dessas ironias da história); depois o de 2001, de apenas 15 bi, por causa da crise argentina. Esse de 30 bi foi o terceiro, única e exclusivamente por causa do efeito Lula em 2002, sendo que as políticas de ajuste já tinham sido todas tomadas pelo Armínio em 1999 e estavam funcionando muito bem, tanto que já em abril de 2000 ele devolvia boa parte do dinheiro emprestado ou garantido no primeiro pacote.
O país estava pronto para retomar o crescimento depois desse ajuste e da desvalorização, mas foi vítima do apagão elétrico e da crise argentina. Já o terceiro problema não tem nada a ver com a consistência ou inconsistência das medidas adotadas em 1999, e tudo a ver com a esquizofrenia econômica petista.
Outra loucura petista: em 2005 Lula resolveu acabar deliberadamente e antecipadamente com o programa stand-by com o FMI, em antecipação das eleições de 2006, deixando de usufruir de um dinheiro barato, com os juros amigáveis do FMI, para ficar com empréstimos comerciais muito mais caros. Pura demagogia política, populismo barato, e um crime econômico contra o país.
A história a gente deve contar por inteiro...
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Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 26 de abril de 2018

A Moeda e a Lei, de Gustavo Franco - resenha de Vinícius Muller

 Gustavo Franco para crianças 
Em 'A Moeda e a Lei', o economista Gustavo Franco revela como a tragédia da inflação foi sendo construída no Brasil por diversos interesses. Confira a análise de Vinícius Müller, do Insper.
Estado da Arte
O Estado de S. Paulo, 23 Abril 2018 
por Vinícius Müller


O economista Gustavo Franco. Foto: Fabio Motta/Estadão.

Há uma cena no filme Real: o Plano por trás da História, do diretor Rodrigo Bittencourt, na qual o personagem de Gustavo Franco, interpretado pelo ator Emílio Orciollo Neto, desabafa sobre sua insatisfação em ter de corrigir provas de alunos ‘comunistas’. Gustavo Franco, sabe-se, é professor do departamento de Economia da PUC do Rio de Janeiro, faculdade reconhecida pela sua excelência no ensino e pesquisa e, de modo algum, caracterizada por ser defensora de teses ‘comunistas’. Pelo contrário, o departamento notabilizou-se no Brasil pela presença de professores vinculados ao mainstreamda Ciência Econômica, fortemente influenciada pelas propostas ortodoxas que, do marxismo, nada carregam. Imagina-se que o aluno que opta por cursar Economia na PUC do Rio de Janeiro conheça essa característica e, portanto, não seja propriamente alguém com tendência à economia heterodoxa ou marxista. Curioso, então, que aquele que viria a ser um dos artífices do Plano Real e presidente do Banco Central durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 1998, se mostre tão frustrado com seus alunos ‘marxistas’.
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Para além da ironia contida na cena, independentemente de ser fiel à realidade ou não, seria interessante saber o que Gustavo Franco pensaria – ou qual seria o tamanho da sua frustação – se lecionasse em escolas e cursos cujo viés é, de fato, marxista. Um curso de História de qualquer universidade brasileira, por exemplo. O economista, culto como demonstram seus estudos sobre a relação entre literatura e economia, seria desafiado a defender seu brilhante estudo recentemente publicado, A Moeda e a Lei(Ed. Zahar, 2017), para uma plateia de céticos e, quiçá, agressivos ouvintes dispostos a ofensas pessoais do mais baixo calão.
Contudo, talvez, entre eles, ao menos um estudante estivesse disposto a ouvir e a entender a complexa trama estabelecida pelo autor em seu novo livro. Trama que dialoga com três áreas fundamentais do conhecimento, a Economia, a História e o Direito, e que as apresenta de modo a não só estabelecer o diálogo, mas também a complexa relação entre elas. É assim quando, por exemplo, ao contar a trajetória da moeda e da inflação no Brasil desde 1933 (ano da criação da moeda fiduciária no país), oferece sua versão sobre como a inflação foi um subproduto de uma perversa combinação entre o mau entendimento sobre o poder simbólico da moeda, uma mentalidade tacanha que apostava no isolamento do país em relação às experiências bem sucedidas no controle inflacionário e na condução da política monetária de outros países, e do modo como esta mentalidade se transformou, em instituições formais, em leis.
Além disso, expõe a indisfarçada preguiça mental e canalhice intelectual daqueles que creditaram à inflação algo positivo ao desenvolvimento e, por tabela, negligenciaram em suas opiniões a tragédia que foi para outros países a convivência com índices de hiperinflação; ou seja, removeram de suas análises a memória sobre a hiperinflação alemã e o caos que ela promoveu. Gustavo Franco, especialista no tema, nos relembra disso.
Em nove capítulos, a obra revela como a tragédia da inflação no Brasil foi sendo cuidadosamente construída ao longo do século XX, seja pelo uso discricionário de políticas monetárias e cambiais em nome de uma modernização que, no final, privilegiava seletivamente alguns em detrimento de quase todos; seja por que tal seletividade se transformou em regra de funcionamento tanto da SUMOC (Superintendência da Moeda e do Crédito, órgão responsável pela política monetária entre 1945 e 1964) quanto do Banco Central, criado logo após o golpe de 1964 – em síntese: como a desculpa de que a moeda e o câmbio se ditados pelas regras do mercado seriam obstáculos ao desenvolvimento do país se transformou no controle monetário e cambial exercido por órgãos subordinados aos interesses políticos e de grupos organizados. O incrível é que, em nome de sua aversão ao mercado, muitos apoiaram tal controle e, de quebra, os benefícios que gerou a determinados grupos, como se fosse uma defesa da soberania nacional ante o avanço do ‘imperialismo’ estrangeiro.
Essa não só é a face mais terrível dessa história, como é também uma das causas dos fracassados planos de estabilização dos anos 80. A espúria associação entre o uso de certa ortodoxia, de um lado, e os interesses estrangeiros, de outro — o que leva muitos a relacionar a heterodoxia aos defensores do interesse nacional –, deu a sustentação ideológica e simbólica aos planos de combate à (hiper) inflação que destruíram boa parte da geração que entrou no mercado de trabalho nos anos 80. Foi preciso a superação deste grave equívoco intelectual e histórico, ao menos por alguns, para chegarmos ao Plano Real em 1994. Quantos não se voltaram contra o Plano Real, acusando-o de ser o representante do neoliberalismo que entregaria o país aos norte-americanos, entre outras insanidades semelhantes? Se, por um lado, devemos receber com uma salutar desconfiança o elogio feito por Gustavo Franco ao mais bem sucedido plano econômico de combate à inflação que já tivemos em nossa história (afinal, ele foi um dos formuladores), por outro, alguém precisava sair em defesa do evento mais importante que ocorreu na economia brasileira nos últimos trinta anos sem medo de ser perseguido pela patrulha dos que não entenderam nada. Curioso é que tal defesa seja feita por um economista, e não por um político.
O livro de Gustavo Franco é, assim, inovador em sua forma e conteúdo. Só por isso, já deveria ser adotado pelos cursos de História, de Direito e de Economia. Mas o que talvez Gustavo Franco não saiba é que ainda que seu trabalho tivesse apenas um leitor atento em nossos já mencionados cursos dominados por inclinações marxistas, esta única exceção revela mais do que a princípio parece. Entre outras coisas, revela que os espaços ocupados ao longo do tempo por grupos que foram progressivamente vencidos em tantos embates de nossa trajetória foram, em geral, justamente os espaços negligenciados pelos vencedores. Ou seja, que há uma hierarquia que se revela não só entre os projetos vencedores e perdedores, mas também nos espaços que foram ocupados a fim de promover a reprodução e/ou sobrevivência destes últimos; que o federalismo, por exemplo, quando derrotado no embate contra o projeto de centralização imperial, ajustou-se nas franjas do poder de modo que, décadas depois, renasceu com força irresistível em São Paulo; que o centralismo, mesmo derrotado em 1891, se refugiou entre militares e positivistas de modo a, na melhor oportunidade, tomar a frente do país com a ascensão de Vargas em 1930; e, por analogia, que os ‘comunistas’, que tanto irritavam Gustavo Franco, se esconderam e sorrateiramente se reproduziram nas escolas e na academia para, décadas depois, se lançarem ao poder. Cada um coloniza o espaço que lhe sobra ou lhe interessa. No caso, os ‘não comunistas’ pouco se importaram com a Educação, e assim a escola e a academia se transformaram no melhor abrigo aos tantos que, na hipotética visita aos futuros historiadores descrita acima, vaiavam o ex-presidente do Banco Central.
Por isso, o inicial estranhamento sobre a reclamação do professor da PUC do Rio de Janeiro que não queria corrigir provas de ‘comunistas’ transforma-se em revelação: os ‘comunistas’ não mais escolhem ou se incomodam em cursar Economia ou História, na PUC carioca ou nas universidades públicas. Na verdade, eles nem sabem o que é ‘comunismo’ ou que eles são ‘comunistas’, afinal toda sua vida escolar pregressa foi assim. A educação, e seu lugar de formalização – a escola – e de aprofundamento – a Universidade –, abandonadas como foram pela elite, se transformaram no refúgio e, concomitantemente, no local de sobrevivência dos ‘comunistas’ que, ao longo da nossa trajetória, perderam embates cruciais à sua perpetuação. Eles colonizaram o universo educacional e lá apresentaram a sua formação e viés como os únicos possíveis. Portanto, transformaram-na em um espaço vinculado não à educação, mas ao jogo de poder.
Por isso, a indignação do professor Gustavo Franco deve se transformar em ação: se há um livro infantil chamado O Capital para as Crianças (Liliana Fortuny, editora Boitempo, 2018), que com todo o direito inicia os pequenos à obra de Karl Marx, devemos criar uma campanha para termos “Gustavo Franco para Crianças”. Seria uma justa maneira de mostrar a relevância de seu último livro para a ascensão de um novo debate que envolva, desde o início, a formação de futuros Economistas, Historiadores e Advogados.
Vinícius Müller é doutor em História Econômica pela USP e professor do Insper.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Grupo de Estudos e Pesquisas de Historia Economica - manifesto

Manifesto Fundacional
Grupo de Estudos e Pesquisas Eulália & Bárbara 
Rio de Janeiro, 16 de abril de 2018.

Há muito tardava a necessidade de um grupo de estudos para os discentes que se identificam com a História Econômica, quando, em agosto de 2016, um pequeno contingente de estudantes resolveram ler e debater em conjunto o livroEscravidão e Capitalismo Histórico, na esteira de sua repercussão durante o V Congresso Latino-Americano de História Econômica. Desde então, reunindo-se na sala do SEO e do POLIS, na UFF (Campus do Gragoatá), as despretensiosas reuniões evoluíram para um espaço de formação conjunta e o grupo de estudos cresceu. Também se tornou mais complexo, constituindo-se em ponto de encontro para pesquisas afins, bem como se tornando um instrumento de organização discente para atividades acadêmicas.
Nesse curto tempo, muito projetamos e realizamos alguns de nossos anseios, sendo o nosso grupo de estudos extremamente útil para nossos intentos. Entretanto, ainda tomados por nossas trajetórias individuais, encontramos a necessidade de dar regularidade e formalizar nossos esforços em conjunto.
A decisão pela fundação desse grupo está assentada na convicção de que a História Econômica jamais deixou de ser um campo fundamental para uma perspectiva historiográfica estruturalista. Não negamos os avanços conquistados na historiografia oriundos da introdução da multiplicidade e do subjetivismo como fatores a serem reconhecidos pelo historiador, os quais possibilitaram a emergência de novas abordagens na prática de pesquisa e incentivaram a integração da história com diferentes áreas do conhecimento. Partimos do entendimento, contudo, que as relações econômicas envolvendo instituições e indivíduos - compreendendo as esferas da produção, das trocas, do financiamento e do consumo - atuam como condicionante no desenvolvimento das múltiplas experiências e significações próprias do espírito humano. Defendemos assim, dentro da melhor tradição dialética, a conciliação entre essa pluralidade de enfoques e o reconhecimento das bases socioeconômicas da vivência social, caminho indispensável para a construção da história dentro de horizontes totalizantes, mas que deem conta de abarcar dentro de si a heterogeneidade da prática historiográfica sem sufocá-la.
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Nos definimos como um grupo de estudos e pesquisas composto exclusivamente por discentes/pesquisadores em formação (dos graduandos até os recém doutores), e que se inserem na historiografia pelo diálogo com a História Econômico-Social. De outra forma, queremos dizer que reunimos estudantes com diversos graus de relação com a História Econômica, preservando grande pluralidade de enfoques de pesquisas, recortes temáticos e cronológicos em nossa coletividade.
Os nossos objetivos fundacionais são: 1- estudo e debate da historiografia para formação dos membros, no geral, mas também para participações em cursos, eventos, concursos ou qualquer atividade acadêmica específica; 2- debate e articulação das nossas pesquisas e trabalhos científicos e/ou institucionais; 3- inserção acadêmica conjunta em eventos, periódicos, associações, programas, cursos, etc.
Nosso caráter interinstitucional e a riqueza de nossas relações com outras coletividades devem preservar nossa atuação em grupos de pesquisa, laboratórios e associações outras, em conjunto com nossos professores e orientadores. Essa sinergia não só é possível, quanto parece necessária para o nosso estabelecimento e inserção como grupo em ambientes institucionais e atividades científicas que demandem apoio de nossos mestres. Entre nós, a inexistência de uma hierarquia estratificada (seja titulada e/ou através da experiência) pode garantir uma outra qualidade de formação, além de permitir outras vias de organização acadêmica e realização de pesquisas.
No momento de sua fundação o grupo contém graduandos e pós-graduandos em formação na UFF, UFRJ, UNIRIO, FIOCRUZ, USP e UNL. Alguns de seus integrantes são associados à ABPHE, ANPUH e SEO. Os grupos de pesquisa e laboratórios que já integram são: Laboratório Polis - História Econômico- Social/UFF, Laboratório HEQUS – História Econômica Quantitativa e Social/UFF,LEHI - Laboratório de Economia e História/UFRRJ, LAPEDHE - Laboratório de Pesquisa e Documentação em História Econômica e Social/UFF, Grupo de Pesquisa Portos e Cidades no Mundo Atlântico/CNPq e Grupo de Pesquisa O Vale do Paraíba, o Império do Brasil e a Segunda Escravidão/UNIRIO.
Após todos os esforços para articularmos um contingente apreciável de estudantes pesquisadores, sobrou-nos a difícil tarefa de nomear esse agrupamento. No momento em que muitos decidem por caminhar sozinhos,
optamos pela força do conjunto. Pensando nessa premissa, decidimos homenagear não uma, mas duas mulheres de especial importância para a historiografia: Eulália Maria Lahmeyer Lobo e Maria Bárbara Levy. Eulália e Bárbara trabalharam juntas desde a década de 1970, escreveram na mesma época e lançaram, quase que simultaneamente, dois clássicos da historiografia do Rio de Janeiro. Fundaram a Conferência Internacional de História de Empresas, idealizaram a Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica e o seu Congresso Brasileiro de História Econômica. Bárbara faleceu mais cedo, Eulália deu sequência aos projetos que as duas formularam em conjunto. Em 2011, a professora Eulália também faleceu.
As duas continuam tendo seus legados intelectuais individualmente vivos, sendo lidas e extremamente úteis à formação de gerações de historiadores. Entretanto, especialmente para os estudantes que não as conheceram, ouvir falar de Eulália e Bárbara em conjunto não é incomum. Nossos professores e orientadores muitas vezes falam das duas como uma dupla de forma absolutamente naturalizada, as suas trajetórias justificam como são lembradas. E é dessa forma que o nosso grupo gostaria de ser identificado, com essa característica de soma de esforços, de associação intelectual, de articulação acadêmica, de apoio mútuo na formação e no trabalho científico.
Dessa forma, temos orgulho de nos apresentar sob o nome Grupo de Estudos e Pesquisas Eulália e Bárbara.

Subscrevem este Manifesto Fundacional:
Alan Ribeiro (UFF)
Amanda Marinho (USP)
Bruna Dourado (UFF)
Bruno Linhares (USP)
Daniel Schneider (UFF) 

Demétrio Santos (UFF)
Giselle Machado (FIOCRUZ) 

Guilherme Barreto (UFF) 
Guilherme Giesta (UFF) 
Guilherme Villela (UNL)
João Marcos Mesquita (UNIRIO) 

Juliana Valpasso (UFF)
Luana Bonacchi (UFF)
Marcio Cardoso (UFF)
Marcos Marinho (UFF)
Matheus Santana (FIOCRUZ) 

Mylena Porto (UFRJ)
Pedro Henrique Guzzo (UFF)
Pedro Sousa (UFF) 
Philippe Moreira (UFF) 
Rodrigo Aragão (FIOCRUZ) 
Rodrigo Marretto (UFF) 
Silvana Andrade (UFF) 
Thaiz Freitas (UFF)
Thiago Alvarenga (UFF) 

Thiago Mantuano (UFF) 
Vitor Hugo Monteiro (UFF)

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Conferencia Internacional de Historia Economica - Ribeirao Preto, SP, 10-11/07/2018

A 7ª Conferência Internacional de História Econômica & IX Encontro de Pós Graduação em História Econômica objetiva dar continuidade aos Encontros de Pós-Graduação promovidos pela Associação Brasileira de História Econômica – ABPHE desde 2002.  
 
Os eventos serão realizados na Universidade de São Paulo, campus Ribeirão Preto, entre os dias 10 e 11 de Julho de 2018, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP/USP). 
 
Este evento faz parte dos encontros destinados para a apresentação das pesquisas dos alunos de Graduação e Pós-Graduação, contando também com conferência internacional e mesa redonda de professores e pesquisadores reconhecidos na área. 
 
Os trabalhos serão divididos nas seguintes em área: 
Brasil e América Coloniais 
Brasil e América no século XIX 
Brasil e América nos séculos XX e XXI 
História Econômica Geral 
História do Pensamento Econômico 
História de Empresas.
 
As propostas de comunicação (textos completos) nas sessões temáticas deverão ser enviadas até o dia 20 de março de 2018 para o endereço eletrônico abphe2018@gmail.com. Favor indicar no título do e-mail a área temática para a qual o trabalho se direciona.
Informações complementares ver ANEXO 
Comissão Organizadora

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Historia da Riqueza no Brasil - livro de Jorge Caldeira

Não concordo em que Geisel e Lula tenham tido "ideologias diferentes", e ainda assim tenham praticado "políticas econômicas semelhantes". Eles tinham ideologias absolutamente idênticas, o mesmo nazismo econômico, o mesmo nacionalismo obtuso, o mesmo intervencionismo idiota, o mesmo estatismo desenfreado, talvez por motivos e caminhos diferentes, mas exatamente iguais em intenções e resultados, ou  seja, o nosso atraso.
Não concordo, tampouco, em que Mao Tsé-Tung tenha decidido lançar a China no comércio internacional. Mao, como Lênin, podia ser um grande líder político, este bom organizador de um partido de revolucionários profissionais e ousado líder de um putsch, o primeiro o condutor de homens em armas para a conquista violenta do poder pela guerra civil, mas ambos foram absolutamente estúpidos em matéria econômica, fechando mercados, liderando um processo de escravidão moderna, praticando deformações econômicas monstruosas.
Mas, preciso ler o livro de Caldeira, para opinar sobre suas ideias, argumentos, demonstrações, mas desde já afirmo que não considero Piketty digno de citação como metodologia econômica.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 27 outubro 2017

HISTÓRIA DA RIQUEZA NO BRASIL
AUTOR: Jorge Caldeira
EDITORA: Estação Brasil (622 págs.)
QUANTO: R$ 69,90

...” a proximidade do ponto de vista econômico do governo Geisel, na década de 70, e do segundo mandato de Lula, na segunda metade dos anos 2000. Para Caldeira, no intuito de reforçar o mercado interno, ambos reduziram o contato da economia do Brasil com o exterior, levando o país à recessão.”...

...”Com as mudanças implantadas por Ruy Barbosa, em 1890, começa uma onda de crescimento gigantesca. Em 1906, a política de valorização do café contribuiu para o grande desenvolvimento econômico. O país crescia perto de 6% ao ano, às vezes mais. Houve ainda uma modernização acelerada do Brasil. Em 1929, a indústria já era do tamanho da agricultura no PIB brasileiro."...
...Em 1973, o PIB do Brasil era maior que o da China. Foi neste momento que esses dois países tomaram decisões opostas.
Mao Tsé-Tung decidiu lançar a China ao comércio internacional, o que ocorreu também com Japão e Cingapura. 
No Brasil, Ernesto Geisel interpretou o momento de modo diferente. Decidiu aumentar o isolamento do país porque o mercado interno parecia para o governo dele muito melhor do que as oportunidades no mundo. Pegou, então, dinheiro emprestado no exterior para investir em estatais. 
Houve uma recessão brutal, ou seja, o Brasil perdeu a aposta contra a globalização." ...


Lula e Geisel tomaram rumo semelhante na economia, diz autor

NAIEF HADDAD
DE SÃO PAULO 
Autor de obras relevantes para a compreensão da história econômica do país, como "Mauá, Empresário do Império" (1995) e "Nem Céu Nem Inferno" (2015), o escritor e jornalista Jorge Caldeira, 61, lança "História da Riqueza no Brasil", um de seus livros mais ambiciosos. 
Mestre em sociologia e doutor em ciência política, ambos pela USP, Caldeira reavalia parte expressiva dos rumos econômicos trilhados pelo país. 
Ele diverge da historiografia tradicional, por exemplo, nos capítulos dedicados ao Brasil colônia. De acordo com os autores clássicos, nesse período só o latifúndio produzia riqueza, que era enviada ao exterior em sua quase totalidade. Caldeira, contudo, escreve que a colônia tinha um mercado interno forte, muito além das grandes propriedades, e uma economia mais dinâmica que a da metrópole. 
Para alcançar conclusões como essa, ele recorreu intensamente à antropologia e à econometria, que aplica a matemática e a estatística à teoria econômica. 
"A história econômica do país está em processo de mudança. Basta ver o sucesso que o Piketti tem feito no Brasil", diz Caldeira.
O francês Thomas Piketty é autor do best-seller "O Capitalismo no século 21", que reúne novas informações sobre a economia mundial partir da comparação de dados estatísticos de dezenas de países. 
"Quando você tem esses dados no computador e consegue comparar as informações, é possível chegar a um retrato espetacular. Os livros que faço são filhos dessa mudança tecnológica", afirma o autor, que não critica a historiografia tradicional. 
"Informações como as que eu obtive, a partir da econometria, simplesmente não estavam ao alcance dos clássicos", afirma.
Nos capítulos finais de "História da Riqueza no Brasil", que tem mais de 600 páginas, ele indica a proximidade do ponto de vista econômico do governo Geisel, na década de 70, e do segundo mandato de Lula, na segunda metade dos anos 2000. Para Caldeira, no intuito de reforçar o mercado interno, ambos reduziram o contato da economia do Brasil com o exterior, levando o país à recessão. 
"É difícil entender como, a partir de ideologias opostas, Lula e Geisel tenham tomado rumos semelhantes na economia. Essa é uma pergunta sobre a ideologia para a qual não tenho respostas. O livro traz perguntas, não respostas", diz ele, que estuda a história econômica brasileira há mais de três décadas. 
* 
BRASIL COLÔNIA
"A ocupação antes da chegada dos portugueses é definida pela historiografia tradicional por meio do conceito de economia de subsistência, segundo o qual povos que não têm um grau de desenvolvimento alto produzem apenas o mínimo necessário para manter a existência vital. Agora, [há uma nova visão] que indica uma economia produtiva, capaz de reagir a novidades.
Já sobre o Brasil colônia, os autores clássicos dizem que, nesse período, a riqueza foi para fora do país, e só o latifúndio produzia riqueza. Pela definição atual [baseada em estudos de econometria], a economia da colônia se tornou mais dinâmica que a da metrópole, mesmo com o governo central mandando dinheiro para fora do país. Esse é o retrato do Brasil em 1800.
Faço comparações possíveis com o resto do mundo. A essa altura, o Brasil tinha aproximadamente a mesma dimensão da economia dos EUA."
IMPÉRIO
"Segundo a historiografia tradicional, esse é o período em que o Brasil começou a ter algum progresso. Pelos dados recentes da econometria, porém, foi uma economia que permaneceu estagnada durante 70 anos. Nessa fase, o crescimento da renda per capita foi zero. 
Isso ocorreu justamente quando as economias do Ocidente começaram a crescer. Ao fim desse período, a economia brasileira passou a representar menos de 10% da economia dos EUA" 
A PRIMEIRA REPÚBLICA
"A visão tradicional é de um período agrário, em que o Brasil não progrediu muito. Prevalecia a política dos coronéis. De fato, a política era ruim, mas a economia não, como mostra a econometria. 
Com as mudanças implantadas por Ruy Barbosa, em 1890, começa uma onda de crescimento gigantesca. Em 1906, a política de valorização do café contribuiu para o grande desenvolvimento econômico. O país crescia perto de 6% ao ano, às vezes mais. 
Houve ainda uma modernização acelerada do Brasil. Em 1929, a indústria já era do tamanho da agricultura no PIB brasileiro."
A PARTIR DE 1930
"No período que vai de 1930 ao regime militar, há coincidência entre a interpretação tradicional e a econometria. A economia continua crescendo em ritmo acelerado, e os outros países, em geral, não.
Considerando o intervalo entre 1890 e 1970, a economia brasileira foi a que mais cresceu no mundo, um desempenho excepcional.
O que mais interessa, no entanto, é o que aconteceu dos anos 70 em diante. Em 1973, o PIB do Brasil era maior que o da China. Foi neste momento que esses dois países tomaram decisões opostas. 
Mao Tsé-Tung decidiu lançar a China ao comércio internacional, o que ocorreu também com Japão e Cingapura. 
No Brasil, Ernesto Geisel interpretou o momento de modo diferente. Decidiu aumentar o isolamento do país porque o mercado interno parecia para o governo dele muito melhor do que as oportunidades no mundo. Pegou, então, dinheiro emprestado no exterior para investir em estatais.
Houve uma recessão brutal, ou seja, o Brasil perdeu a aposta contra a globalização." 
ÚLTIMOS 30 ANOS
"[A partir da redemocratização], os governos Collor, Itamar e Fernando Henrique tentaram refazer essas ligações internacionais para aproveitar as oportunidades. O Lula inicialmente também. 
Mas depois o Lula teve a brilhante ideia de nacionalizar o pré-sal. Imaginava-se que os royalties resolveriam os problemas do país.
A aposta vai no mesmo sentido do que fez Geisel, para quem apostar no que está aqui dentro é muito melhor do que manter a integração com os demais países. À parte a corrupção e outros problemas, esse erro estratégico do Lula, apoiado pelo Congresso e por empresários, resultou nessa recessão recente. Foi, portanto, uma segunda aposta perdida contra a globalização." 
RECESSÃO
"Tenho a impressão de que a recessão que se seguiu à renúncia de Dom Pedro 1º, em 1831, foi maior que a crise econômica dos anos recentes. Houve uma destruição social, que resultou, por exemplo, na Cabanagem, no Pará, e acabou em prostração econômica. Mas digo isso intuitivamente, não há dados econométricos para comprovar isso. 
Com os números em mãos, podemos dizer que essa de 2015 e 2016 foi mais grave que a de 1929 e também que a dos anos 1980". 
IDEOLOGIAS
"É difícil entender como, a partir de ideologias opostas, Lula e Geisel tenham tomado rumos semelhantes na economia. Essa é uma pergunta sobre a ideologia para a qual não tenho respostas. Esse livro traz perguntas, não respostas. 
Me pergunto também se essas ideologias que nós vemos como opostas não são apenas sobras de uma era que ficou no passado. E me pergunto também se o Fla-Flu ideológico dos dias de hoje não é só um modo de manter vivo algo que não explica mais o Brasil. 
Sobre o governo Dilma, tenho a seguinte impressão: quando já havia indícios suficientes de que essa condução da economia não daria certo, em 2012, 2013, Dilma ainda tinha convicção de que era o melhor caminho. Até o ponto que não deu mais, depois da reeleição dela. 
Por outro lado, é preciso entender que a situação é sempre difícil para quem dirige a nação. Passado o tempo, é fácil julgar a história. Quanto mais perto do presente, mais complicado é fazer isso".
ALTOS E BAIXOS
"Se pensarmos no longo período de que esse livro trata, 520 anos, o Brasil tem cerca de 400 bons anos. Portanto, não é o fim do mundo.
O que há em comum nessas fases ruins, que somam 120 anos, é tratar uma peculiaridade local como se fosse boa para o universo. O Brasil não é o centro do mundo. 
Quando a economia brasileira deixa de olhar para o resto do mundo, oportunidades são perdidas"
- 
HISTÓRIA DA RIQUEZA NO BRASIL
AUTOR: Jorge Caldeira
EDITORA: Estação Brasil (622 págs.)
QUANTO: R$ 69,90


CRÍTICA 

Amparado em números, Caldeira explica cinco séculos de Brasil

 O jornalista e historiador Jorge Caldeira


NAIEF HADDAD
DE SÃO PAULO 
Não faltassem dois meses para o arremate de 2017, seria possível cravar: "História da Riqueza no Brasil" (ed. Estação Brasil), de Jorge Caldeira, é o grande lançamento de não ficção do ano no país. 
O livro representa o ápice até aqui da carreira do escritor e jornalista Caldeira, 61, em seus estudos de mais de três décadas sobre a história econômica do país. 
É o 16º livro dele, cuja bibliografia é composta por obras de prestígio como "Mauá, O Empresário do Reino" (1995), "O Banqueiro do Sertão" (2006) e "Júlio Mesquita e seu Tempo" (2015). 
Para a concepção de "História da Riqueza no Brasil", Caldeira não abandonou os métodos usuais dos historiadores, como a consulta aos documentos de época. Mas a excelência do projeto se deve sobretudo a duas outras iniciativas, ambas em ascensão, embora ainda sejam incomuns no ambiente acadêmico brasileiro. 
A primeira foi lançar mão da antropologia para uma leitura mais completa da história econômica, especialmente do período que antecede a chegada dos portugueses e do Brasil colônia. 
Mestre em sociologia e doutor em ciência política, ambos pela USP, o autor se valeu de uma variedade de estudos de campo, entre os quais se destacam as pesquisas da cultura guarani pelo antropólogo francês Pierre Clastres (1934-1977). 
A segunda, e mais importante, decisão de Caldeira foi usar a econometria, como, aliás, tem feito nos seus livros mais recentes. Grosso modo, trata-se de um método estatístico de análise de dados econômicos, que só se tornou plenamente viável graças ao avanço da tecnologia nas últimas quatro décadas. 
Caldeira não é o primeiro historiador brasileiro a recorrer às fontes da antropologia e da econometria. O caráter pioneiro da sua obra está, na verdade, na combinação exaustiva desses novos conhecimentos e técnicas de pesquisa para montar um retrato tão abrangente, ou seja, mais de cinco séculos dos rumos econômicos do país. 
Em geral, a historiografia clássica descreve o Brasil colônia como período em que só os latifúndios produziam riqueza, e todo o excedente seguia para Portugal. Não existia dinamismo mercantil.
O livro recém-lançado reavalia, para dizer o mínimo, essa abordagem tradicional. 
"Com a acumulação dos dados, ficou cada vez mais evidente que, no final do século 18, a economia colonial brasileira era pujante, e pujante em decorrência do crescimento do seu mercado interno. Mais ainda, era uma economia bem maior que a da metrópole", escreve Caldeira no capítulo 19.
Também redimensiona outros períodos, como o Império e a Primeira República. 
Ao comparar dados do Brasil e de outros países, como os Estados Unidos, Caldeira mostra onde caímos do bonde da história –ou deixamos de pegá-lo. 
Por volta de 1800, a economia brasileira tinha porte equivalente à dos EUA. Ao fim do período imperial, nos últimos anos do século 19, o peso econômico do país representava menos de 10% do ostentado pelos americanos.
Amparado em números, "História da Riqueza no Brasil" poderia resultar em um inextricável compêndio de estatísticas. Não é o que acontece graças à capacidade de Caldeira de escrever como um jornalista faz –ou como deveria fazer. Prevalecem no livro a clareza, a fluência e a atenção ao contexto e às boas histórias. 
Outro cuidado do autor é, à luz das divergências, não soar desrespeitoso com os clássicos. Afinal, o acesso às comparações entre bancos de dados é muito recente. 
Caldeira nos faz crer que seu livro é só um passo inicial de um longo trabalho de reescrever o passado.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Historia economica: ABPHE divulga nota sobre pontuacao da Capes ao Programa de doutoramento da USP

Em 5 de outubro de 2017 às 14:49, ABPHE.Secretaria <abphe1@gmail.com> escreveu:
Prezados Associados,
A Diretoria e o Conselho de Representantes da ABPHE decidiram divulgar uma carta de apoio ao Programa de Pós-Graduação em História Econômica da USP a partir da divulgação das notas de Avaliação dos Programas de Pós-Graduação da CAPES.
Leia abaixo a íntegra da declaração:

Carta Aberta ao Programa de História Econômica da USP

A Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE) vem a público manifestar seu apoio ao Programa de Pós-Graduação em História Econômica da Universidade de São Paulo (PPGHE/USP) que recentemente obteve na avaliação quadrienal da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES) nota que levou ao descredenciamento de seu doutorado.
É importante ressaltar que a ABPHE não está questionando os critérios utilizados pela CAPES, ou a necessidade de avaliação dos programas de pós-graduação no país – obviamente entendemos que os critérios de avaliação precisam ser constantemente revisados e aperfeiçoados e a própria CAPES deve passar por tais análises e reflexões, tanto interna quanto externamente. Também é importante destacar que a ABPHE não está reivindicando a revisão da nota conferida ao PPGHE/USP por não ser de sua atribuição, e sim, um direito/dever da coordenação, do corpo docente e discente do programa a partir de uma reflexão interna.
Estabelecido o que esta declaração não é, a ABPHE passa a prestar seu apoio e confiança ao PPGHE/USP pela sua contribuição ímpar para a consolidação da área de História Econômica no Brasil e da própria criação da ABPHE, em 1993, no I Congresso Brasileiro de História Econômica e 2ª Conferência Internacional de História de Empresas realizado nas dependências da USP. Ao longo de sua trajetória nossa instituição contou com expressiva participação dos professores e discentes do PPGHE/USP como associados, membros de sua diretoria, conselho de representantes e ainda editores de sua revista científica (História Econômica & História de Empresa, ISSN 1519-3314).< /p>
Diversos eventos científicos de nossa ABPHE foram organizados na USP. Além do I Congresso, mencionado acima, tivemos também o III Congresso Brasileiro de História Econômica e o IV Encontro de Pós-Graduação em História Econômica (2001 e 2012, respectivamente) e, ainda mais recentemente, o V Congresso Latino Americano de História Econômica (CLADHE V), em 2016, com a participação expressiva de mais de 400 pesquisadores do Brasil, América Latina e outras partes do mundo.  No último Congresso Brasileiro de História Econômica e Conferência Internacional de História de Empresas (XII Congresso e 13ª Conferência) realizado em Niterói em agosto de 2017, os professores e p& oacute;s-graduandos do PPGHE/USP tiveram participação expressiva com mais de 30 trabalhos de excelente nível acadêmico apresentados em um universo de cerca de 173 artigos, excluindo ainda os professores/pesquisadores oriundos da USP e que atuam em diversas instituições do país, formando novos pesquisadores na área e contribuindo para fortalecer a História Econômica.
Pelo exposto e sem esquecer a importância e contribuição de outros programas de pós-graduação que possuem linhas de pesquisa em História Econômica e que também foram avaliados pela CAPES – tendo suas notas mantidas, aumentadas ou diminuídas – a ABPHE declara a confiança de que o processo de análise e revisão pelo qual o PPGHE/USP está atualmente passando irá fortalecer o seu corpo docente e discente, sanando as eventuais falhas e fortalecendo a sua vocação para a reflexão crítica que sempre contribuiu e contribui para a compreensão de nossa realidade.
A  ABPHE, a sociedade brasileira e a própria CAPES só têm a ganhar com a excelência do PPGHE/USP entre nós!
Niterói, 03 de outubro de 2017
Diretoria e Conselho de Representantes da Associação Brasileira de História Econômica - ABPHE

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Revista Historia e Economia - Universidade Autonoma de Lisboa: chamada para artigos

CHAMADA DE ARTIGOS REVISTA HISTÓRIA E ECONOMIA

A Revista interdisciplinar História e Economia é uma publicação semestral impressa do Instituto de História e Economia e da Universidade Autónoma de Lisboa. A proposta do Conselho, formado por professores da USP, UFF, UAL e outras importantes universidades, quando criou  a Revista, foi resgatar e incentivar uma parte da nossa pesquisa pouco privilegiada nos centros acadêmicos, como a História Comparativa, a História Econômica e a História Política. Receberemos artigos até o dia 31 de outubro de 2017. Os artigos serão publicados no v. 19, 2 º semestre de 2017.

Os artigos devem ter no mínimo 20 páginas e ser enviados para o e-mail revistahistoriaeconomia@gmail.com

As normas da revista são as seguintes: o artigo deve ter entre 20 e 40 páginas, letra 12, Times New Roman, espaçamento 1.5, resumo, abstract,  3-5 palavras-chave e uma bibliografia no final. As referências  devem estar no corpo do texto e não em nota de rodapé ex: (Ramos, 1990, 12)

 Publicamos somente textos originais, aceitando em casos especiais, a publicação simultânea em revista estrangeira. Recebemos artigos em português, inglês, espanhol ou francês.
 
Atenciosamente
Conselho Editorial da Revista História e Economia
André Villela (EPGE/FGV) 
 Antônio Penalves Rocha (USP) 
Carlos Eduardo Carvalho (PUC/SP) 
 Carlos Gabriel Guimarães (UFF) 
Felipe Pereira Loureiro (USP) 
Gail Triner (Rutgers University) 
Jaime Reis (ICS- Universidade de Lisboa) 
John Schulz (BBS) 
 John K. Thornton (Boston University) 
 Jonathan B. Wight (University of Richmond) 
José Luis Cardoso (ICS - Universidade de Lisboa) 
 Luiz Felipe de Alencastro (FGV;Sorbonne) 
 Mafalda Soares da Cunha (Universidade de Évora) 
 Marcos Cintra (Unicamp) 
Miguel Figueiroa de Faria (Universidade Autónoma de Lisboa) 
 Pedro Carvalho de Mello (ESALQ)
Pedro Lains (Universidade de Lisboa)
 Renato Leite Marcondes (USP/Ribeirão Preto) 
 Ricardo Feijó (USP/Ribeirão Preto) 
Rita Almico (UFF)
 Steven Topik (University of California Irvine) 
 Vitoria Saddi (INSPER)