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quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Globalização e poder militar: lições da história - Democracia e supremacia no sistema internacional (2004) - Paulo Roberto de Almeida

 Um texto que serviu para uma palestra no Uniceub, mas que nunca tinha sido divulgado.

1309. “Globalização e poder militar: lições da história: Democracia e supremacia no sistema internacional”, Brasília, 3 ago. 2004, 14 p. Texto-suporte, elaborado com base no trabalho 1296, para palestra na semana de história do Centro Universitário de Brasília, Uniceub, em 25/08/2004. Disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/108622467/1309_Globalização_e_poder_militar_lições_da_história_Democracia_e_supremacia_no_sistema_internacional_2004_).


Globalização e poder militar: lições da história

Democracia e supremacia no sistema internacional

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Texto-suporte para palestra na semana de história do

Centro Universitário de Brasília, Uniceub

(Brasília, 25 de agosto de 2004)

Sumário: 

1. Do direito da força à força (ainda incipiente) do direito

2. O fim do sistema de Vestfália?

3. A democratização do poder mundial é possível ou realizável?

4. O sistema internacional é igualitário, democrático, eficiente?

5. A igualdade de direito, a desigualdade de fato

6. O novo império e a supremacia universal: estabilidade hegemônica ou novo ciclo?

 

 

1. Do direito da força à força (ainda incipiente) do direito

Depois de uma primeira metade marcada por terríveis guerras que dizimaram milhões de pessoas em várias partes do mundo, o século XX assistiu, em sua segunda metade, à conformação de uma nova ordem internacional fundada antes no direito do que na força bruta, como tinha sido o caso até então. Mas, no início do século XXI, o sistema internacional ainda não constitui, evidentemente, uma ordem equitativa, segura e, sobretudo, estável, que garanta um padrão de vida condigno a todos os habitantes do planeta, ou que os coloque ao abrigo de possíveis ameaças de rupturas indesejáveis nos domínios da ordem política, do bem-estar econômico e da segurança pessoal. Ameaças latentes ainda existem, seja em termos de garantias de paz, seja no terreno da democracia política, seja ainda no estabelecimento de condições materiais mínimas para a preservação de níveis aceitáveis de desenvolvimento humano, em especial nos países menos desenvolvidos. Se o espectro de guerras globais entre as principais potências parece felizmente afastado, conflitos regionais, guerras civis, instabilidade econômica e política e desigualdades sociais persistentes ainda constituem realidades frequentes no cenário atual, com uma incidência mais aguda nos países mencionados. 

Esses problemas constituem a nova fronteira institucional e política do início no novo milênio. O sistema internacional evoluiu positivamente, ao longo do último meio século, no sentido da construção tentativa de uma ordem política mais estável e previsível e de uma arquitetura institucional tendencialmente mais democrática. Esse sistema precisaria fazer, agora, novos progressos materiais e organizacionais na direção da superação desses problemas “residuais” – muitos deles de origem estrutural – que afligem grande parte da população mundial. Um diagnóstico realista das perspectivas que se oferecem nesse terreno indicaria que o sistema de relações internacionais precisaria caminhar para a construção de uma arquitetura política e econômica que possa se basear na governança global e na democracia preventiva. Como sistema de governança global eu não proponho um sistema de controle supranacional baseado na ONU ou qualquer outro órgão político de caráter intergovernamental, mas sim um espaço de desenvolvimento inter-estatal que leve em consideração as novas realidades criadas pela globalização e as estenda a todos os países do planeta, sem distinção de fronteiras políticas. A democracia preventiva pode ser entendida como um sistema que ultrapassa as restrições atuais da soberania absoluta dos Estados, realidade que comanda um respeito total e irrevocável ao princípio da não-intervenção nos assuntos internos. Ela significaria um processo coletivo de tomada de decisões que tenha no respeito aos direitos humanos e na adoção da forma democrática de governo os critérios básicos de participação na comunidade internacional.

 

2. O fim do sistema de Vestfália?

(...)


Ler a íntegra neste link: 

 https://www.academia.edu/108622467/1309_Globalização_e_poder_militar_lições_da_história_Democracia_e_supremacia_no_sistema_internacional_2004_

domingo, 20 de janeiro de 2019

Redescobrindo estudos ineditos (2): poder militar e economia nacional - Paulo Roberto de Almeida


Poder militar e economia nacional: argumentos esparsos

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 13 de julho de 2013;
Revisão: Brasília, 19 janeiro 2019

Os argumentos abaixo reproduzem parte de um debate que mantive, três anos atrás, com um colega de carreira, João Paulo Soares Alsina, que especializou-se em temas de estratégia, defesa e segurança nacional, por motivo da publicação de mais um livro desse excelente analista das questões relativas a assuntos de defesa. Meu próprio conhecimento dessas áreas é lacunar e imperfeito, pois nunca me dediquei, realmente, ao estudo sistemático de temas de defesa e segurança, ocupando-me bem mais de assuntos relativos às relações econômicas internacionais do Brasil, integração econômica e comércio e finanças internacionais. Creio, no entanto, dispor de algum conhecimento sobre essas interfaces disciplinares que envolvem o poder militar e o potencial econômico nacional, daí o conceito de “argumentos esparsos” do título.
As conexões entre o poder militar e a economia do país, estão, obviamente, intimamente entrelaçadas, e elas têm a ver, de certa forma, com a estratégia de desenvolvimento de um povo. Emprego estratégia num sentido largo, pois não creio que todo um povo, uma nação inteira, tenha “sentado” alguma vez para refletir sobre os caminhos que estão abertos para seu itinerário político e econômico. Mesmo os estadistas que eventualmente possam ter estado à frente da nação em alguns momentos decisivos de seu itinerário histórico podem ter alguma consciência da importância de escolher algumas vias, sobre outras alternativas, como as melhores para a prosperidade futura da nação, mas mesmo eles não controlam todos os elementos que entram na difícil equação do crescimento sustentado, com transformação produtiva e distribuição relativamente equitativa dos frutos desses crescimento, num ambiente de liberdades democráticas e pleno respeito dos direitos humanos.
Essa é uma equação complexa, que os povos vão cumprindo aos “trancos e barrancos”, para empregar uma frase de Darcy Ribeiro, mas que alguns povos fizeram melhor do que outros, em função de elementos estruturais – ligados à sua formação histórica – e de fatores contingentes, que são aqueles derivados das lideranças políticas e dos caminhos que estas imprimem à nação.
Olhando-se o mapa da prosperidade no mundo de hoje é evidente que alguns povos são mais prósperos do que outros, e outros, ainda, além de prósperos, também são poderosos, embora possa haver poderosos que não são prósperos, e prósperos que são débeis, militarmente. Mas, podemos dizer que existe uma correlação positiva, não mecânica, entre potência econômica e poderio militar, e creio que estes dois conceitos balizam este debate, que pode ser feito de maneira tópica e sistemática.

Fortalecimento da economia nacional antes do reforço do seu poder militar?
Nenhum processo que envolve um número complexo de variáveis – estamos falando da construção da prosperidade, como forma de se ter a base econômica para poder dispor de capacidade de projeção externa – ocorre naturalmente. Existem processos deliberados de construção de potência econômica e de poder militar – chamemo-los de “via bismarckiana” – e existem processos que respondem a tendências naturais, eventualmente impulsionados por lideranças clarividentes, mas que só podem “comandar” mudanças decisivas nos itinerários de seus povos respectivos a partir de certo acúmulo de condições favoráveis para responder aos estímulos e impulsos vindos de cima. Podemos chamar esta segunda via de “americana”, como hipótese.
A Alemanha, pela via bismarckiana, esteve na origem da três guerras que definiram o destino da Europa desde 1870, e que de certa forma também definiram o destino do mundo, ao precipitar a Europa na decadência com sua “segunda guerra de Trinta Anos”, o que a afastou do comando do mundo em favor de potências relativamente periféricas, como foram os EUA e a Rússia-URSS, mas por vias muito diferentes uma da outra. Houve uma via americana para a prosperidade, o que trouxe potencial econômico e poderio militar ao país, e houve uma via russa para os mesmos fatores, mas que passou pela autocracia, pelo escravismo stalinista, pelo imenso desperdício de recursos humanos e rebaixamento cultural de todo um povo, durante praticamente todo o século 20. Reconheçamos que a via americana foi mais positiva. Como foi essa via?
Em 1870 os EUA ainda estavam se recuperando de sua longa, cruel, mortífera guerra civil – que até hoje foi a que mais matou americanos, em qualquer conflito – e recém iniciavam o caminho para a sua prosperidade (o livro Economic Growth, de Robert Barro e Xavier Sala-i-Martin, com introdução disponível no site do MIT, dá os elementos factuais de seu crescimento desde 1870, com as alternativas possíveis). Na verdade, os EUA só se tornaram a primeira potência econômica a partir da última década do século 19, numa época em que a Alemanha já tinha superada a Grã-Bretanha como maior economia europeia e grande exportadora planetária.
Os Estados Unidos não parecer ter sido uma potência militar desde a 1a Guerra, pois acredito que isso só ocorreu com sua entrada na 2a Guerra justamente, e ainda assim a Alemanha permaneceu durante algum tempo como a principal máquina de guerra da guerra, possivelmente até 1943. Os EUA que venceram a Alemanha não foram a potência militar e sim a potência econômica (industrial), e a URSS que venceu a Alemanha nazista foi a horda de contingentes humanos que Stalin mandava para a frente de batalha, continuamente, não um oponente militar equivalente (os tanques ajudaram, mas teve muita ajuda ocidental, sem a qual a URSS não teria resistido à ofensiva alemã em 1941).
Os EUA salvaram a Europa ocidental duas vezes de uma derrota para a Alemanha, mas na Grande Guerra (1917-18) eles o fizeram ainda com base no número de soldados e no seu aprovisionamento, não porque fossem superiores estrategicamente. Eles tinham mais recursos, mas só entraram na guerra depois do afundamento do Lusitania e de algumas outras provocações alemãs (aliás, se, na Segunda Guerra, a Alemanha não tivesse declarado guerra aos EUA, três dias depois de Pearl Harbor, talvez o cenário militar na Europa fosse um pouco diferente, não como resultado, mas como desenvolvimento). Os EUA não tinham uma máquina de guerra eficiente até a Segunda Guerra, portanto, pois antes eles confiavam no seu isolamento do mundo, e na proteção natural dada por um território continental sobre dois oceanos, com uma marinha razoável, e um exército mais ou menos pífio.
Mesmo depois de serem a primeira potência econômica planetária, os EUA não investiram tanto quanto os europeus e o Japão em meios militares, pois não eram um império colonialista e não pretendiam dominar outros povos. Mais importante: não se sentiam ameaçados. Algumas perguntas podem ser feitas a esse propósito, envolvendo os Estados Unidos e o Brasil, a título hipotético.
OS EUA precisavam construir o seu potencial econômico para dispor de um formidável poderio militar? Não, tanto que o seu potencial econômico foi construído naturalmente, não da maneira bismarckiana, para serem preeminentes e poderosos, mas porque a sua formidável máquina produtiva se colocou em marcha, pela via dos mercados, não do governo, porque eles construíram, naturalmente, um modo inventivo de produção, que lhe trouxe riqueza, prosperidade, preeminência econômica, mas não militar, e assim foi até 1939 praticamente.
O Brasil precisa construir o seu potencial econômico? Certamente, não pelo PIB em si, mas pela prosperidade e bem-estar do seu povo, pois ele já tem o oitavo PIB mundial; mas seu povo continua miserável e o país tem um ridículo poderio militar.
O Brasil precisa construir o seu poder militar? Eu diria que não, pois ele não dispõe de poder econômico, e não tem nenhuma ameaça em vista, como não tinham os EUA, desde 1870 até 1941, praticamente (enfim, um pouco antes, mas os esforços não foram sistemáticos). Naquela época, e na cabeça do chanceler Rio Branco, a ameaça provinha da Argentina, daí o programa naval e outras coisas. Certo, mas isso não era uma ameaça à sobrevivência da nação, tanto que a construção do nosso poderia foi descontinuada, em parte por falta de meios econômicos, em parte porque o cenário podia ser contornado diplomaticamente, como Rio Branco sempre fez.
O Brasil precisa hoje fazê-lo? Minha resposta é negativa, mas compreendo que os militares prefiram uma resposta positiva a essa questão, o que faz parte da sua essência profunda. Eles não seriam militares se concordassem com um fraco poder militar. A questão está em saber que PIB sustenta o esforço para construir tal poder, sem mencionar a questão ainda mais importante que é a de saber que tipo de poder militar construir. Os militares provavelmente vão dizer que eles precisam de toda a panóplia militar, pois as ameaças são imponderáveis, e eu diria que a barreira do PIB seria nesse caso ainda maior. Recomento uma reflexão entre fins e meios, no plano estratégico.

O Brasil necessita, realmente, de um grande poder “duro”?
O poder duro das FFAA é relevante para o quê, exatamente, ou para quem, e em que condições, e para quais utilizações? O poder duro é relevante para nos transformar numa potência mundial? Ou seja, exagerando na comparação, ser um outro Paquistão, que tem a bomba atômica e um povo miserável, um Estado falido que não consegue assegurar sequer educação primária para as meninas?
Nós não conseguimos assegurar um padrão mínimo e decente para nossos estratos mais miseráveis, mas queremos ter um “poder duro”. Pois bem, o que faremos com ele? Paradas na nossa Praça dos Três Poderes, como se faz na Praça Vermelha? Isso é ridículo. Mesmo que o Brasil construa um “poder mais ou menos duro” apenas para atuar em operações de imposição da paz da ONU, ainda assim fica ridículo deixarmos gente miserável na frente interna para ter essa capacidade de projeção externa. Eu tenho minhas prioridades e elas passam antes pela prosperidade do povo brasileiro do que pelo “poder duro”. Este só se justificaria se tivéssemos ameaças, mas quais são elas, de onde provêm, quem nos quer mal e quer nos prejudicar? Estas são questões relevantes no debate sobre o “poder duro”: quem nos quer mal?
Pode estar na agenda dos militares, ou de certas elites, a construção desse “poder duro, mas dificilmente na de uma nação que ainda tem um PIB per capita muito atrás das nossas possibilidades. Tal pretensão me parece muito desconectada da realidade do país que nós somos. É possível, sim, ser um Paquistão nuclear, continuando a ser um Paquistão social e econômico, mas isso me parece patético e não muito desejável.

Quem construirá o “poder duro”? Uma decisão política ou a evolução econômica?
Investimentos nas FFAA sempre podem ser justificados, mas eu volto a me perguntar para o quê, exatamente? Qualquer planejamento para tal demora algo como 25 anos, e nesse período as tecnologias militares podem ter evoluído, mas as ameaças externas também. Os preparativos setoriais que foram feitos lá no começo podem não ser os melhores possíveis.
Gostaria de insistir na correção de uma concepção que me parece equivocada desde o início, a de que quem garante a segurança dos EUA e o poder militar americano é o Pentágono e os enormes gastos em defesa daquele país. Refuto isto, pois acredito que os EUA são poderosos A DESPEITO do Pentágono, não graças a ele. Quem garante o poderio militar dos EUA não é o Pentágono, e sim a professorinha de aldeia. O dia em que as FFAA (americanas ou brasileiras) precisarem se preparar para a defesa, ou mesmo para a guerra, em face de ameaças percebidas ou reais, elas vão precisar de engenheiros, tecnólogos, indústrias, cientistas, etc. Ou seja, aquilo que tem de ser programado, 25 anos antes ou mais, é a capacitação geral de todo um povo, não um exército formidável construído sobre a miséria relativa do seu povo.
Volto a dizer: os EUA só conseguiram mandar homens para o teatro europeu em 1917 porque já eram uma potência econômica há pelo menos 20 ou 30 anos, e já tinham feito seus pequenos experimentos guerreiros nas imediações (por circunstâncias, não porque estivessem naturalmente destinados a fazê-lo). O Brasil só foi ter um arremedo de poderio militar na guerra do Paraguai, e porque fomos obrigados a fazê-lo. Depois deixamos a coisa andar, mas os militares foram envolvidos na política e nunca mais deixaram de se envolver, até 1979, mais ou menos.
Agora acabou, mas isso também é irrelevante no plano do poderio militar. Os militares não foram decisivos nem na Alemanha, nem nos EUA, e sim os líderes civis, que levaram o povo a secundar suas decisões de aventuras militares.
E a China, que parece estar construindo o seu poderio militar sob instruções do PCC? Isso é certo, mas o PCC de Deng Xiaoping tratou primeiro de construir o poderio econômico do país, antes de se lançar na modernização das FFAA E o país atua num ambiente no qual a China já foi terrivelmente humilhada pelas potências ocidentais e esquartejada pelos militaristas japoneses. Ela não pretende mais ser humilhada como no passado. O Brasil tem esse cenário, precisa de um “poder duro”? Não creio.

As FFAA gastam mais com pessoal (inclusive inativos) que com equipamento
Não há como não concordar com essa realidade, o que talvez esteja ligado à relativa “irrelevância” das FFAA enquanto “poder duro”. Será que ela se ocupa mais dela mesma do que de seus objetivos constitucionais? Se trata da corporação mais segura do Brasil, a melhor organizada, a que não corre nenhum risco de vida,  a que tem a mais alta “desproporção contábil” entre contribuições previdenciárias e retornos de aposentadoria, justamente por causa desse investimento na remuneração, não no equipamento.
Concordo que se o investimento fosse de 3% do PIB talvez o equipamento e a preparação fossem melhores, mas qualquer economista sensato diria que as dotações orçamentárias das FFAA são e sempre serão gastos improdutivos, a não ser quando integrados nos circuitos produtivos nacionais. Mas por isso mesmo que digo que se trata antes de construir o poderio econômico, pois junto virão orçamentos melhores para as FFAA. O destaque orçamentário para as FFAA, nas condições do Brasil, sempre será feito em detrimento de outros gastos, que já são a porcaria que são, pois se gasta mais com os ricos, e os mais espertos (que são os mandarins da República, a classe média universitária, a burguesia do BNDES, os banqueiros da dívida pública, etc.) do que com o imenso contingente de jovens que não dispõem de condições adequadas de estudo. Eu sinceramente trataria da educação em primeiro lugar, e não apenas por destaques orçamentários, mas por uma revolução nos métodos e nos instrumentos. Essa é a verdadeira tragédia do Brasil, em face da qual a “pobreza” das FFAA me parece um falso problema, e uma reclamação a mais da parte dos mandarins de uniforme.

O cenário sempre será de restrições orçamentárias para as FFAA?
As FFAA não correm o risco de ficar mais “pobres” do que já são, pois como os universitários, os políticos, os magistrados, elas são bem organizadas, e conseguem, de vez em quando, “assaltar os cofres públicos”, e melhorar a vida dos seus, ainda que não o tal “poder duro”. Não se pense que não é assim, pois é exatamente assim: quando os lobbies vão a Brasília, implorar recursos nos ministérios, pedir proteção tarifária, convencer os parlamentares que a sua causa é “estratégica”, ou “social”, o dinheiro acaba saindo e tudo fica como está. Esse é um cenário que conhecemos muito bem: é o do cobertor curto, e todos disputando um naco do bolo, que é infelizmente muito pequeno.
Um planejamento orçamentário focado nos pobres e nos problemas reais do país deixaria todos eles à míngua – universitários, magistrados, banqueiros, industriais, militares – e cuidaria da educação em geral, mais da primária, secundária e técnica em particular. Foi isso que fez a Alemanha, durante dois séculos – Prússia e depois Alemanha – e conseguiu ser, primeiro o maior perturbador da paz europeia e mundial, e depois a principal potência produtiva do planeta, o que ela ainda é, de certa forma, sem ser mais bismarckiana.
Como toda a conversa em torno do declínio relativo dos EUA, e ele existe certamente no terreno industrial, eles ainda são a primeira potência econômica planetária, baseada sobretudo na economia da inteligência. Nossos militares ainda querem um pouco mais de “stalinismo industrial” – ou seja, uma base econômica essencialmente nacional –, mas como sempre, eles estão lutando batalhas passadas. Acho que já está na hora dos mandarins militares – já que os civis continuam indolentes, inconscientes, quando não corruptos – tomarem consciência disso e colaborarem, não bismarckianamente, para o progresso da nação. Acho que a via tem de ser americana, mas todos os nossos mandarins, inclusive os militares, acham que os mercados têm de ser “regulados” pela mão visível do Estado. Por isso mesmo vamos continuar nosso lento itinerário em direção da riqueza e da prosperidade. É muito mais fácil e rápido fazê-lo pelos mercados do que pelo Estado, mas muita gente não concorda com isso, infelizmente.

Estes argumentos são muito liberais? Provavelmente...
Eu não chamaria a minha visão dos problemas de desenvolvimento do Brasil de liberal, de mercadista, ou qualquer outra conotação ideológica. Já fui marxista, stalinista industrial, essas coisas, mas creio que nunca cheguei a ser um mandarim da República, ainda que objetivamente eu seja um da classe, hoje, mas não da espécie, sequer da família. Sou antes de tudo um bom observador do mundo, conhecimento adquirido em viagens, e um estudioso da história, especialmente a econômica. Acredito divergir radicalmente da maior parte dos nossos colegas, dos militares, dos nossos burgueses e de outros mandarins da República: tendo vindo da pobreza para uma situação aceitável com base no meu próprio esforço e na educação, acredito que as crianças do Brasil precisariam ter as mesmas oportunidades que eu tive de se educar e se enriquecer intelectualmente. Acredito que esse foi o caminho seguido pelos imigrantes nos EUA, sem qualquer planejamento estatal, apenas com algum discernimento sobre o que era relevante na vida privada e na vida pública.
Acredito que continuaremos a perder oportunidades de crescer, de construir potencial econômico e poderio militar porque insistimos em fazer as coisas pela via da superestrutura estatal, onde os recursos são dilapidados entre os que controlam o Estado. Acho que ganharíamos mais se começássemos, por uma vez, pela infraestrutura educacional, isto é, pelos mais pobres.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 13 de julho de 2013;
Revisão: Brasília, 19 janeiro 2019

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A China flexiona seus musculos, navais... e terrestres - Foreign Policy Security Report

Situation Report: China flexes muscles while cutting troops; sends ships north
By Paul McLeary with Adam Rawnsley
National Security Daily Brief, Foreign Policy Situation Report, September 3, 2015

Shipping news. The U.S. Navy is tracking five Chinese warships sailing in the Bering Sea off the coast of Alaska, marking the first time the Chinese Navy has ventured that far north, according to defense officials. While the ships are perfectly within their rights plying international waters, the deployment -- which includes three surface warships, a replenishment ship, and an amphibious assault ship -- was spotted at the same time that Beijing hosted a massive military parade to mark the 70th anniversary of the end of the Second World War. The ships had just completed a joint exercise with the Russian navy which ended last week, before moving north.

Show and tell. The military parade in Beijing Thursday morning marked a significant coming out party for the People’s Liberation Army, as the military had the chance to flex its muscles on the world stage in a big way, just days before President Xi Jinping visits Washington to meet with President Barack Obama.

While the event included 12,000 troops, about 200 planes and helicopters, and around 500 troop carriers, tanks, rocket launchers and missiles, Xi took the world by surprise by announcing he’s cutting the 2 million-strong force by about 300,000 personnel. Echoing the U.S. Defense Department, China is focusing more on high-tech naval and air assets as opposed to ground troops, requiring fewer but better trained troops in the coming years.

Analysis firm IHS estimated on Wednesday that China’s defense budget would grow to approximately $260 billion in 2020, about doubling what Beijing spent in 2010. Five years ago, China spent an estimated $134 billion on defense, but “across this decade, China is expected to spend almost $2 trillion on defence,” the group’s analysts conclude.

Alone, together. Even with increasing budgets and a decreasing number of troops, however, Beijing is running into some of the same budgetary problems as the Pentagon, China analyst Dean Cheng of The Heritage Foundation tells SitRep. With its increasing military capabilities, China “needs to pay for a lot of things, like training, new equipment,” and the salaries that come along with maintaining a skilled, professional military, as opposed to merely relying on draftees as it has traditionally done. That doesn’t come cheap, and the political leadership in Beijing appears to be making the calculation that less, in some respects, is more.

The guns of September. Of particular interest to China-watchers is a weapon that made its first public appearance on Thursday, the massive Dongfeng 21-D “carrier killer” missile, which has been the object of much speculation in the Pentagon since the Chinese announced it in 2011. Defense experts generally estimate that the missile has a range of up to 1,500 km and may be able to travel at up to 10 times the speed of sound, making it almost impossible to intercept once launched. Terrifying video of columns of trucks carrying the missile on parade can be found here.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Israel: armas nucleares e balança geopolitica no Oriente Medio - Max Fisher (WP world blog)

Why is the U.S. okay with Israel having nuclear weapons but not Iran?
BY MAX FISHER
The Washington Post blog World View, December 2, 2013, at 9:30 am

Israel's Dimona nuclear power plant, in the Negev desert, started the country's nuclear program when it was built in the 1950s with French help.

Iranian officials sometimes respond to accusations that Tehran is seeking a nuclear weapons capability by replying that, not only do they not want a bomb, they'd actually like to see a nuclear-weapons-free Middle East. Yes, this is surely in part a deflection, meant to shift attention away from concerns about Iran's nuclear activities by not-so-subtly nodding to the one country in the region that does have nuclear weapons: Israel.
But could Iran have a point? Is there something hypocritical about the world tolerating Israel's nuclear arsenal, which the country does not officially acknowledge but has been publicly known for decades, and yet punishing Iran with severe economic sanctions just for its suspected steps toward a weapons program? Even Saudi Arabia, which sees Iran as its implacable enemy and made its accommodations with Israel long ago, often joins Tehran's calls for a "nuclear-free region." And anyone not closely versed in Middle East issues might naturally wonder why the United States would accept Israeli warheads but not an Iranian program.
"This issue comes up in every lecture I give," Joe Cirincione, president of the nuclear nonproliferation-focused Ploughshares Fund, told me. The suspicions that Israel gets special treatment because it's Israel, and that Western countries are unfairly hard on Israel's neighbors, tend to inform how many in the Middle East see the ongoing nuclear disputes. "It is impossible to give a nuclear policy talk in the Middle East without having the questions focus almost entirely on Israel," Cirincione said.
Of course, many Westerners would likely argue that Israel's weapons are morally and historically defensible in a way that an Iranian program would not be, both because of Israel's roots in the Holocaust and because it fought a series of defensive wars against its neighbors. "Israel has never given any reason to doubt its solely defensive nature," said Robert Satloff, executive director of the Washington Institute for Near East Policy, summarizing the American position. "Israel has never brandished its capabilities to exert regional influence, cow its adversaries or threaten its neighbors."
There's truth to both of these perspectives. But the story of the Israeli nuclear program, and how the United States came to accept it, is more complicated and surprising than you might think.
The single greatest factor explaining how Israel got the world to accept its nuclear program may be timing. The first nuclear weapon was detonated in 1945, by the United States. In 1970, most of the world agreed to the nuclear Non-Proliferation Treaty, which forbids any new countries from developing nuclear weapons. In that 25-year window, every major world power developed a nuclear weapon: the Soviet Union, United Kingdom, France and China. They were joined by exactly one other country: Israel.
The Israeli nuclear program was driven in many ways by the obsessive fear that gripped the nation's founding prime minister, David Ben-Gurion. After the 1948 Arab-Israeli war, in which the new country fought off Egyptian and Jordanian armies, Ben-Gurion concluded that Israel could survive only if it had a massive military deterrent -- nuclear weapons.
"What Einstein, Oppenheimer and Teller, the three of them are Jews, made for the United States could also be done by scientists in Israel for their own people," Ben-Gurion wrote in 1956. Avner Cohen, the preeminent historian of Israel's nuclear program, has written that Ben-Gurion "believed Israel needed nuclear weapons as insurance if it could no longer compete with the Arabs in an arms race, and as a weapon of last resort in case of an extreme military emergency. Nuclear weapons might also persuade the Arabs to accept Israel's existence, leading to peace in the region."
But Israel of the 1950s was a poor country. And it was not, as it is today, a close political and military ally of the United States. Israel had to find a way to keep up with the much wealthier and more advanced world powers dominating the nuclear race. How it went about doing this goes a long way to explaining both why the United States initially opposed Israel's nuclear program and how the world came around to accepting Israeli warheads.
So the Israelis turned to France, which was much further along on its own nuclear program, and in 1957 secretly agreed to help install a plutonium-based facility in the small Israeli city of Dimona. Why France did this is not settled history. French foreign policy at the time was assiduously independent from, and standoffish toward, the United States and United Kingdom; perhaps this was one of France's many steps meant to reclaim great power status. A year earlier, Israel had assisted France and the United Kingdom in launching a disastrous invasion of Egypt that became known as the "Suez Crisis"; French leaders may have felt that they owed Israel. Whatever France's reason, both countries kept it a secret from the United States.
When U.S. intelligence did finally discover Israel's nuclear facility, in 1960, Israeli leaders insisted that it was for peaceful purposes and that they were not interested in acquiring a nuclear weapon. Quite simply, they were lying, and for years resisted and stalled U.S.-backed nuclear inspectors sent to the facility. (This may help shed some light on why the United States and Israel are both so skeptical of Iran's own reactor, potentially capable of yielding plutonium, under construction at Arak.) The work continued at Dimona.
Gradually, as the United States came to understand the scope of the program, the administrations of Eisenhower, Kennedy and even the relatively Israel-friendly Johnson all pushed ever harder to halt Israel's nuclear development. Their response to an Israeli bomb was "no."
"The U.S. tried to stop Israel from getting nuclear weapons and to stop France from giving Israel the technology and material it needed to make them," Cirincione said. "We failed."
The turning point for both Israel and the United States may have been the 1967 war. The second large-scale Arab-Israeli war lasted only six days, but that was enough to convince Israeli leaders that, though they had won, they could lose next time. Two crucial things happened in the next five years. First, in 1968, Israel secretly developed a nuclear weapon. Second, and perhaps more important, was a White House meeting in September 1969 between President Nixon and Israeli Prime Minister Golda Meir. What happened during that meeting is secret. But the Nixon's administration's meticulous records show that Secretary of State Henry Kissinger said to Nixon, in a later conversation about the Meir meeting, "during your private discussions with Golda Meir you emphasized that our primary concern was that Israel make no visible introduction of nuclear weapons or undertake a nuclear test program."
That meeting between Nixon and Meir set what has been Israel's unofficial policy ever since: one in which the country does nothing to publicly acknowledge or demonstrate its nuclear weapons program, and in exchange the United States would accept it. The Nixon administration had concluded that, while it didn't like the Israeli weapons program, it also wasn't prepared to stop it. The Cold War had polarized the Middle East, a region where Soviet influence was growing and where Israel -- along with Iran -- were scarce American allies. If they had already resigned themselves to living with a nuclear weapon, Kissinger concluded, they might as well make it on their terms.
"Essentially the bargain has been that Israel keeps its nuclear deterrent deep in the basement and Washington keeps its critique locked in the closet," Satloff explained.
If the 1967 war had sparked Israel's rush to a warhead and led the United States to tacitly accept the program, then the 1973 Arab-Israeli war made that arrangement more or less permanent. Egypt and Syria launched a joint surprise attack on Yom Kippur and made rapid gains -- so rapid that Israeli leaders feared that the entire country would be overrun. They ordered the military to prepare several nuclear warheads for launch -- exactly the sort of drastic, final measure then Ben-Gurion had envisioned 20 years earlier. (Update: This incident is disputed. See note at bottom.) But the Israeli forces held, assisted by an emergency U.S. resupply that Nixon ordered, and eventually won the war.
The desperation of the 1973 war may have ensured that, once Nixon left office, his deal with the Israelis would hold. And it has. But the world has changed in the past 40 years. Israel's conventional military forces are now far more powerful than all of its neighbors' militaries combined. Anyway, those neighbors have made peace with Israel save Syria, which has held out mostly for political reasons. From Israel's view, there is only one potentially existential military threat left: the Iranian nuclear program. But that program has not produced a warhead and, with Tehran now seeking to reach an agreement on the program, it may never.
Some scholars are beginning to ask whether the old deal is outdated, if Israel should consider announcing its nuclear weapons arsenal publicly. Cohen, the historian who studies the Israel program, argues that the policy of secrecy "undermines genuine Israeli interests, including the need to gain recognition and legitimacy and to be counted among the responsible states in this strategic field."
The dilemma for Israel is that, should Iran ever develop a nuclear warhead, Israel will surely feel less unsafe if it has its own nuclear deterrent. But, ironically, Israel's nuclear arsenal may itself be one of the factors driving Iran's program in the first place.
"History tells us that Israel's position as the sole nuclear-armed state in the region is an anomaly -- regions either have several nuclear states or none," said Cirincione, of the nonproliferation Ploughshares Fund. "At some point, for its own security, Israel will have to take the bombs out of the basement and put them on the negotiating table."
Some scholars suggest that world powers, including the United States, may have quietly tolerated Egyptian and Syrian chemical weapons stockpiles as counterbalances to Israel's own weapons of mass destruction; a concession just large enough to prevent them from seeking nuclear weapons of their own.
Ultimately, while every president from Nixon to Obama has accepted Israel's nuclear weapons, at some point the United States would surely prefer to see a Middle East that's entirely free of weapons of mass destruction.
"We are not okay with Israel having nuclear weapons, but U.S. policymakers recognize that there is not much we can do about it in the short-term," Cirincione said. "But these are general back-burner efforts. All recognize that Israel will only give up its nuclear weapons in the context of a regional peace settlement where all states recognized the rights of other states to exist and agree on territorial boundaries. This would mean a settlement of the Israeli-Palestinian issues."
In other words, the Middle East would have to cease being the Middle East. Maybe that will happen, but not anytime soon.

Update: The much-discussed 1973 incident, in which Israel allegedly readied its nuclear weapons in case the country was overrun by the invading Arab armies, may have never actually happened. Avner Cohen, the ultimate authority on the subject, wrote as much in an October post for Arms Control Wonk. "The nuclear lore about 1973 has turned into an urban legend: nobody knows how exactly it originated and who the real sources were, but it is commonly believed as true or near-true," he wrote, calling the event "mythology."

What actually happened, according to Cohen, is that Defense Minister Moshe Dayan proposed in the middle of the war that Israel prepare to detonate a nuclear warhead over the desert as a "test" and show of force. But his proposal, Cohen says, was rejected immediately. Thanks to freelance journalist and former colleague Armin Rosen for flagging this. Read more in this recent paper on Israel's 1973 "nuclear alert," co-authored by Cohen along with Elbridge Colby, William McCants, Bradley Morris and William Rosenau.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Enquanto isso, do outro lado do mundo...

A China se prepara para gastar dinheiro inutilmente, assim como o Pentágono, outro gastador contumaz com milhares de coisas inúteis, por milhões, bilhões, zilhões de dólares.
Assim, são as grandes potências: torram dinheiro dos seus trabalhadores, empresários e contribuintes, apenas para provar ao mundo que são grandes, que são potências, que são poderosas, e que podem até ficar bravas, de vez em quando. Redundante, não é mesmo?
Pois é: justamente quem não pode é quem mais gasta...
Ainda bem que o governo brasileira só gasta dinheiro com coisas úteis, dinheiro bem empregado, gasto justamente com quem mais precisa. Os senadores, por exemplo...
Paulo Roberto de Almeida 

As Regional Tensions Rise, China Lands Jet on First Carrier
BEIJING — The Chinese military has successfully landed a fighter jet on the Liaoning, China’s first aircraft carrier, according to a report on Sunday by Xinhua, the state news agency.
China Central Television showed video of the jet, the J-15, landing on the deck of the carrier, which was put into service in September after years of construction work. The video also showed the jet, which is painted yellow with the number 552 in red beneath the cockpit, successfully taking off from the carrier. Many Chinese and foreigners consider the Liaoning a symbol of China’s military modernization and its desire to extend its combat capacity.
But the carrier will not be combat-ready for some time, and foreign analysts say China’s military abilities and budget still lag far behind those of the United States, which is China’s greatest rival for influence in the western Pacific.
China bought the carrier years ago from Ukraine, where it had been called the Varyag. The Xinhua report said the carrier had undergone a series of “sailing and technological tests” since Sept. 25, when it was formally put into service by the People’s Liberation Army, whose navy is modernizing more rapidly than any other military branch. Xinhua said the carrier had completed more than 100 training and testing exercises.
The J-15 jet was designed and made in China, the Xinhua report said, and is the nation’s “first-generation multipurpose carrier-borne fighter jet.” It can carry antiship air-to-air and air-to-ground missiles as well as precision-guided bombs, the news agency said. The jet is comparable to Russia’s Su-33 and the F-18 in the United States, according to Xinhua.
Chinese pilots had been limited to simulated carrier landings on concrete strips on land, You Ji, a visiting senior research fellow at the National University of Singapore, said in an interview in September.
There has long been talk that China has more aircraft carriers under construction around Shanghai, but those reports have yet to be officially confirmed. Navies needs a minimum of three carriers to maintain a constant sea presence, military experts say.
For years, the threat of hostilities in the Taiwan Strait drove much of the Chinese Navy’s modernization plans, and the risk of a conflict there involving American and Taiwanese forces occupies a singular place in Chinese military strategy and planning.
But Chinese civilian leaders and generals are now also focused on rising tensions with neighboring nations over territory.
A dispute with Tokyo over the Diaoyu Islands, which the Japanese administer and call the Senkakus, intensified this fall when the Japanese government announced it was buying the islands. There have also been diplomatic and maritime clashes with Vietnam and the Philippines over territory in the South China Sea, which is believed to be rich in oil and gas as well as fish. Several Southeast Asian nations dispute Chinese and Taiwanese claims to large parts of the South China Sea.
Foreign military officials and analysts are carefully watching China’s development of warfare technology, including an antiship ballistic missile. Such a missile would give the Chinese military greater “area-denial” abilities, meaning it could help keep foreign ships, particularly aircraft carriers, outside of nearby combat zones, analysts say.
On Friday, Xi Jinping, the new Communist Party chief and civilian leader of the military, made his first promotion on the army’s general staff.
He made Wei Fenghe, commander of the Second Artillery Corps, a full general during a ceremony in Beijing.
The promotion may have been a sign that Mr. Xi is moving quickly to build a base of support within the military.