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sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Escritos que precederam o ostracismo (2002) - Paulo Roberto de Almeida

Uma introdução e uma listagem de trabalhos escritos (vários inéditos) no decorrer de 2002, meses antes que os companheiros assumissem o poder. Eles certamente leram alguns desses trabalhos "perigosos" e talvez tenham sido motivados por isso mesmo a me manterem afastado de qualquer trabalho na Secretaria de Estado durante todo o período em que eles se empenharam em roubar o Brasil. Eu já os tinha farejado de longe...
Divirtam-se, quem puder. Eu posso apenas constatar a extensão da "provocação".
Paulo Roberto de Almeida


Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor 
Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag
Brasília, 17 de agosto de 2018

Alinho a seguir, por dever de transparência, uma lista seletiva de possíveis textos, alguns publicados, outros inéditos, produzidos no decorrer de 2002, que apoiam e provavelmente justificam o “exílio” (ou ostracismo) a que estive submetido durante todo o decorrer do regime lulopetista no Brasil, ou seja, de janeiro de 2003 a maio de 2016, exatamente o dobro de meu primeiro exílio, voluntário, durante o regime militar. Apenas alguns títulos já justificariam o ostracismo a que fui condenado, compreensível, digamos, na visão censória e sectária dos defensores de uma postura totalitária (que sempre foi a do partido companheiro), mas inadmissível num contexto democrático. 
Esses textos, vários revelados aqui pela primeira vez, testemunham de minha condição de adversário, no começo apenas sutil, depois declarado, do regime instalado no Brasil em janeiro de 2003. Os companheiros, diga-se a verdade, confirmaram as minhas piores expectativas. Eu sabia que eles eram ineptos e corruptos; apenas não desconfiava que fossem TÃO corruptos, o que confirmou-se amplamente logo em seguida: já em 2003, pelo aparelhamento deslavado do Estado, em 2004, por um primeiro escândalo no gabinete do Richelieu do Planalto, e imediatamente após, no episódio do Mensalão, milhares de vezes superado pelo escândalo do Petrolão, ainda não devidamente contabilizado. Eles formavam uma organização criminosa que se apossou do Estado, o que eu vim a constatar plenamente com o Mensalão.
Sempre me pautei por total transparência quanto a minhas opiniões e posturas e nunca escondi de ninguém – até mesmo no regime “neoliberal” anterior – o que pensava sobre política externa e sobre as políticas públicas de modo geral. Como regra básica, posso dizer que nunca deixei o cérebro em casa quando saia para trabalhar; tampouco o depositava na portaria quando ingressava no trabalho cotidiano. Nunca hesitei em contrapor-me a colegas ou superiores, com base na minha percepção e em meu conhecimento dos problemas que me estavam afetos, ou em uma série de outros que eram apenas objeto de opiniões (ainda que bem informadas). Sempre escrevi o que pensava, e sempre assinei embaixo do que escrevia – salvo raras exceções, na ditadura certamente, na democracia episodicamente – e por isso mesmo nunca me submeti de bom grado a regimes censórios, ou excessivamente disciplinados. Alguns de meus artigos (e mesmo um livro) tiveram partes censuradas no âmbito profissional, o que eu admitia como fazendo parte das regras do jogo, mas no plano estritamente diplomático. No plano das opiniões políticas, eu sempre me senti livre para escrever o que pensava, e publicar o que desejava divulgar, nem sempre com autorização (pois julgava que isso só valia para textos estritamente diplomáticos, ou seja, sobre política externa do Brasil).
O partido companheiro, que assumiu o poder em janeiro de 2003, já estava sob “observação” desde muito tempo antes, praticamente desde a sua fundação, mas só comecei a escrever sobre ele, já na carreira diplomática, quando passei a me dedicar aos temas da interação entre partidos políticos e a política externa. Escrevi vários artigos nos anos 1980 e na década seguinte, seguindo as eleições e os posicionamentos dos candidatos durante as campanhas presidenciais ou adotados no curso dos debates públicos. Já tinha escrito, por exemplo, que o PT era um típico partido esquerdista latino-americano, mas prometido (em minha visão) a uma revisão reformista em função da evolução natural dos partidos socialdemocratas. Creio ter negligenciado a dominação cubana sobre os membros do PT, tanto os sindicalistas mafiosos quanto os guerrilheiros reciclados, vários treinados em Cuba, e que nunca deixaram de ser sectários, fortemente vinculados aos cubanos e dotados de comportamento neobolchevique, alguns até pior do que isso (um pouco ao estilo gangster).
Independentemente da trajetória dos companheiros no cenário político nacional, continuei escrevendo meus artigos e divulgado (não todos) em veículos basicamente discretos (pasquins universitários em sua maior parte). Ou seja, nunca escondi o que eu pensava dos companheiros, e das melhores políticas que eu entendia devessem orientar as grandes opções de Estado em prol do crescimento sustentado, com transformações produtivas e distribuição social dos resultados de um bom funcionamento da economia de mercado. Em outros termos, o meu marxismo juvenil estava longe, e eu me pautava essencialmente por políticas não necessariamente “liberais”, mas basicamente racionais, ou seja, adaptadas às necessidades da economia brasileira, tema obsessivo de minhas pesquisas, estudos, escritos, artigos publicados ao longo de anos e anos. 
Os artigos aqui listados são de natureza mais política do que econômica, e bem mais conjunturais do que ensaios históricos ou conceituais. Eles são uma mostra do que eu pensava no ano que precedeu a assunção ao poder dos companheiros. Não hesito em dizer que foi em função desses artigos, alguns de circulação muito restrita, que estão na origem de meu “segundo exílio”, entre 2003 e 2016, período no qual estive afastado de qualquer cargo na Secretaria de Estado das Relações Exteriores durante toda a duração do regime que eu nunca hesite em chamar de lulopetismo. Junto com ele, se exerceu o lulopetismo diplomático, a tal de “política externa ativa e altiva”, uma fraude que encantou muitos acadêmicos enquanto durou, e que ainda deixa nostálgicos essas almas cândidas da academia, como a elas se referia Raymond Aron. 
Vários desses artigos, ou simples textos, aparecem aqui pela primeira vez, já que tomei a providência de inseri-los agora em meu blog; muitos outros já tinham sido postados, embora tardiamente, no blog Diplomatizzando, praticamente dez anos, ou mais, depois de escritos. Creio que eles oferecem um retrato fiel do que eu pensava, sobre os companheiros ou sobre suas políticas equivocadas. Não tenho certeza de que eles forneceram a justificativa para meu afastamento de funções na Secretaria de Estado – um postura, aliás, totalmente irregular, no plano administrativo –, mas o fato é que, enquanto durou o regime companheiro não pude trabalhar na Secretaria de Estado, fazendo da biblioteca o meu escritório de trabalho. Talvez fosse o caso de agradecer agora esses meus algozes: eles me permitiram ler muito mais do que o habitual, e de escrever livremente contra suas práticas e políticas, justamente, numa dessas “leis das consequências involuntárias”. 
Sem mais delongas, passo a listar aqueles textos que julgo mais “saborosos”, digamos assim, e que poderiam “justificar” – se o termo se aplica – meu ostracismo na carreira durante mais de treze anos, a duração total do regime companheiro. Dedico a eles, se me permitem, a atual transcrição.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17 de agosto de 2018

Lista seletiva de trabalhos de natureza política durante o ano de 2002

844. “O FMI como bode expiatório de políticas equivocadas”, Orlando, 8 janeiro 2002, 2 p. Comentários a carta de leitor responsabilizando o FMI pelos erros de política cambial na Argentina. Publicado sob o título “Diplomata brasileiro comenta observações de leitor sobre o artigo de Rubens Ricupero”, em Jornal da Ciência, JC E-Mail (n. 1951, 11 de jan. de 2002, notícia 17). Blog Diplomatizzando (16/08/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/o-fmi-como-bode-expiatorio-de-politicas.html). Relação de Publicados n. 306.

854. “A esquerda jurássica marca encontro em Porto Alegre”, Washington, 24 janeiro 2002, 3 p. Artigo sobre o próximo encontro do Foro Social Mundial, em Porto Alegre, alternativo ao Foro Econômico Mundial, antecipando algumas conclusões. Publicado n’O Estado de São Paulo  (Sábado, 26 jan. 2002, seção “Espaço Aberto). Motivou aplicação da “lei da mordaça” pelo Itamaraty; disponível no blog pessoal (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/a-esquerda-jurassica-marca-encontro-em.html). Relação de publicados n. 309.

863. “Mercosul, Alca e Argentina: opções do Brasil: Comentários a texto de Samuel Pinheiro Guimarães”, Washington, 8 fevereiro 2002, 3 p. Observações críticas a respeito do texto “A Argentina, o Brasil e o futuro do Mercosul”, destinado à revista Carta Maior. Inédito. Blog Diplomatizzando(16/08/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/mercosul-alca-e-argentina-opcoes-do.html

875. “A diplomacia que temos e a que não queremos”, Washington, 12 mar. 2002, 4 p. Comentários a artigo de Roberto Mangabeira Unger, coordenador do Instituto Desenvolvimento com Justiça sob o título “Por que o Brasil não tem política exterior?” (Folha de São Paulo, 12/02/2002, p. 3). Encaminhado ao próprio; postado no blog Diplomatizzando (20/08/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/um-duelo-diplomatico-distancia-com.html), com introdução. 

886. “O Brasil e as perspectivas dos acordos comerciais: Mercosul, Alca, OMC”, Washington, 29 mar. 2002, 24 p. Atualização e ampliação do trabalho n. 798, para fins de palestra no curso do Prof. Gesner Oliveira, na Fundação Getúlio Vargas – São Paulo, em 5/04/2002, 13h. Inédito.

889. “O projeto externo como projeto nacional”, Washington-Miami-Rio de Janeiro, 31 março 2002, 4 pp. Comentários sobre as propostas de política externa dos principais candidatos nas eleições presidenciais de 2002. Divulgado pela primeira vez no blog Diplomatizzando(22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/seguindo-as-disputas-presidenciais-uma.html).

895. “A esquerda francesa e a esquerda brasileira: eleições “didáticas” para políticos tradicionais”, Washington, 26 abr. 2002, 5 p. Reflexões sobre os resultados das eleições presidenciais francesas de primeiro turno e seus ensinamentos para a esquerda brasileira. Publicada em Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 12, Maio de 2002, link:http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/35907; pdf: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/35907/21066). Versão revista em formato abreviado (4 p.), sob o título “As eleições francesas e a esquerda brasileira”, feita em 9.05.02. Publicado no boletim Carta Internacional (São Paulo: NUPRI-USP, a. X, n. 111, mai. 2002, p. 17). Publicado novamente no blog Diplomatizzando (18/11/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/11/eleicoes-presidenciais-na-franca-em.html).

901. “O Brasil e os Estados Unidos: Contraponto a Roberto Mangabeira Unger”, Washington, 18 maio 2002, 3 p. Comentários ao artigo de Roberto Mangabeira Unger, “O Brasil e os Estados Unidos”, publicado na Folha de São Paulo (1705/2002). Inédito. Blog Diplomatizzando (18 agosto 2018, link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/o-brasil-e-os-estados-unidos.html).

906. “Dez coisas que eu faria se tivesse poder (licença poética imaginária, mas justificada em uma fase pré-eleitoral)”, Charlottetown (Ilha do Príncipe Edward, Províncias Atlânticas do Canadá), 1º e 2 de jun. de 2002, 9 p. Lista de mudanças a serem implementadas por um governo com orientação social-reformista. Publicado na revista Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, a. II, n. 13, jun. 2002; linkpdf: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/download/35909/21334). Incorporado ao livro A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Códex Editora, 2003). Divulgado no blog Diplomatizzando(10/12/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/dez-coisas-que-eu-faria-se-tivesse.html).

907. “Camaradas, agora é oficial: acabou o socialismo”, Washington, 12 jun. 2002, 16 p. Ensaio sobre a crise e a derrocada do modo de produção socialista, a partir de decisão tomada em 06/06/2002, por EUA e UE, de reconhecer na Rússia uma “economia de mercado”. Revista Espaço Acadêmico (Maringá: a. II, n. 14, jul. 2002; link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/download/35910/21351) revista Meridiano 47(Brasília: n. 25, ago. 2002, p. 1-11; link: http://www.mundorama.info/Mundorama/Meridiano_47_-_1-100_files/Meridiano_25.pdf). Incorporado ao livro A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Códex Editora, 2003). 

914. “Lula e as relações internacionais do Brasil”, Washington, 24 junho 2002, 6 pp. Comentários a aspectos de relações internacionais da “Carta ao Povo Brasileiro”, apresentada como resultado da conferência nacional sobre programa do PT, pelo candidato Luis Inácio Lula da Silva. Divulgado no blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/carta-ao-povo-brasileiro-lula-2002.html). 

917. “O Programa de Campanha do PT em 2002: arredondando o quadrado ou ainda a quadratura do círculo?”, Washington, 29 junho 2002, 6 p. Comentários ao programa preliminar do PT. Blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/programa-do-pt-para-as-eleicoes.html).

920. “O Brasil como sócio menor da globalização: insuficiente interdependência econômica e pequena participação comercial”, Washington, 5 jul. 2002, 15 p. Publicado na Revista de Economia e de Relações Internacionais (São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado; ISSN: 1677-4973; v. 1, n. 2, jan. 2003, p. 5-17; http://www.faap-mba.br/revista_faap/rel_internacionais/socio.htm).

924. “Política externa do governo Geisel: breves considerações sobre rupturas e continuidades”, Washington, 11 jul. 2002, 13 p. Depoimento prestado para Grupo de alunos da Faculdade Casper Líbero na qualidade de colaborador intelectual do projeto de livro-reportagem: “O Brasil diante das escolhas e os desafios da Multipolarização: rupturas e continuidades do governo Geisel (1974-1979)”. Divulgado no blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/politica-externa-do-governo-geisel.html); novamente postado no Diplomatizzando (16/08/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/comparacoes-entre-as-diplomacias-de.html).

926. “As relações internacionais nas eleições presidenciais de 1994 a 2002”, Washington, 19 jul. 2002, 38 p. Reformulado e ampliado sob o título “A política externa nas campanhas presidenciais, de 1989 a 2002”, 21 ago. 2002, 43 p. Primeira versão como seção destacada do capítulo 6 (“A Política da Política Externa”), segunda versão como capítulo independente do livro: Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003).

930. “A política externa e a campanha presidencial de 2002”, Washington, 30 jul. 2002, 9 p. Destaque do trabalho n. 926, atualizado, para circulação nas listas de relações internacionais. Divulgado no blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/a-politica-externa-e-campanha.html).

932. “The Upcoming Presidential Election in Brazil: Parties, Platforms, and Candidates”, Washington, 3 ago. 2002, 6 p. Dossiê sobre as eleições, em inglês, preparado para palestra dada a alunos da School of Foreign Service, do Department of State, feita na Embaixada em 06/08/2002. Divulgado no blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/eleicoes-para-americano-ver.html).

933. “O Brasil e o acordo com o FMI: reflexões diplomáticas”, Washington, 9 ago. 2002, 6 p. Minuta de Informação sobre o significado do acordo do Brasil com o FMI, de 07/08/2002, cobrindo o significado e as implicações diplomáticas para o Brasil do acordo com o FMI e contendo reflexões a partir de Washington. Inédito. Divulgado no blog Diplomatizzando (16/08/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/o-acordo-do-brasil-com-o-fm-em-2002.html).

934. “A América Latina e os Estados Unidos desde o 11 de setembro de 2001”, Washington, 10 ago. 2002, 5 p. Artigo sobre a evolução política, econômica e social da região desde os atentados terroristas. Publicado na revista eletrônica Espaço Acadêmico(a. II, n. 15, 08.2002, http://www.espacoacademico.com.br/015/15pra01.htm); Meridiano 47 (Brasília: ISSSN 1518-1219, n. 27, out. 2002, p. 3-5; link: http://www.mundorama.info/Mundorama/Meridiano_47_-_1-100_files/Meridiano_27.pdf).

938. “Carta Aberta ao Próximo Presidente: (qualquer que seja ele)”, Washington, 31 ago. 2002, 10 p. Ensaio em forma de recomendações ao vencedor das eleições presidenciais de outubro, com argumentos de natureza econômica, política e social. Incorporado ao livro A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Códex Editora, 2003). Divulgado no blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/carta-aberta-ao-proximo-presidente.html).

940. “A Alca e os interesses do Brasil”, Washington, 3 set. 2002, 7 p. Comentários a propósito da síntese elaborada por D. Demétrio Valentini (CNBB) em torno do “Pronunciamento dos Bispos do Canadá sobre a Alca”, demonstrando equívocos e inconsistências na posição dos opositores da Alca, por ocasião do plebiscito nacional organizado pela CNBB (e outras organizações) para “rejeitar” a participação do Brasil nas negociações. Inédito. Blog Diplomatizzando (16/08/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/debate-sobre-alca-em-2002-paulo-roberto.html)

943. Sinais Trocados na Alca: Teria a esquerda deixado de ser progressista e passado a trabalhar contra os interesses daqueles com quem supostamente se identifica?”, Washington, 10 set. 2002, 19 p. Ensaio contestando as ideias e os fundamentos do movimento contrário à Alca. Publicado no website Gramsci e o Brasil, (11.11.02; http://www.artnet.com.br/gramsci/arquiv233.htm). Incorporado ao livro (Relação de Trabalhos n. 976) A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Códex Editora, 2003).




958. “Preparado para o poder?: pense duas vezes antes de agir: As consequências econômicas da vitória; Parte 3 (da série: manual de nova economia política para a fase de transição)”, Washington, 8 outubro 2002, 9 p. Continuidade da série, com ênfase nos amigos-inimigos da nova maioria (e do velho pensamento econômico). Publicado na revista eletrônicaEspaço Acadêmico(Maringá, a. II, n. 17, out. 2002). Revisto em 18.11.02, com ampliação do texto. Incorporado ao livro (Trabalhos n. 976) A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Códex Editora, 2003). Divulgado no blog Diplomatizzando(22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/preparado-para-o-poder-pense-duas-vezes.html).

970. “Como vencer a transição: recomendações espontâneas sobre como alcançar a vitória na subida ao poder (da série: Consequências econômicas da vitória, parte 4)”, Washington, 16 outubro 2002, 1 p. Esquema de futuro ensaio no estilo “novo manual de economia política”, para ser redigido ulteriormente. Desenvolvido em 20.10.02, 10 p. Publicado de forma resumida na coluna de Luís Nassif, sob o título “Um decálogo para a transição”, na Folha de São Paulo (22/10/2002), indicando tratar-se de “diplomata experiente e polêmico, por sua independência intelectual, autor de livros importantes sobre a história da diplomacia, PRA, de seu posto em Washington, elaborou o chamado ‘decálogo da transição’, com conselhos para o PT sobre como a transição com o mínimo de sobressaltos”. Complementado em 28.12, com avaliação da transição, e colocado em apêndice ao trabalho n. 989. Divulgado no blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/como-vencer-transicao-consequencias.html). Relação de Publicados n. 374.

972. “Hipóteses de Política Externa: alternativas para um governo PT”, Washington, 23 outubro 2002, 4 p. Respostas a questões de jornalista da Gazeta Mercantil sobre o exercício da política externa no Governo Lula. Blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/hipoteses-de-politica-externa.html).

977. “A Política Externa do novo Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva: retrospecto histórico e avaliação programática”, Washington, 28 outubro 2002, 14 pp. Síntese das posições de política externa do PT e do candidato Lula nas disputas eleitorais de 1989, 1994, 1998 e 2002. Publicado como nota na Revista Brasileira de Política Internacional (ano 45, n. 2, julho-dezembro 2002, pp 229-239; disponível em Scielo, link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292002000200011&lng=en&nrm=iso&tlng=pt). Publicado na revista eletrônica Espaço Acadêmico (Maringá: ano II, n. 19, dezembro 2002). Relação de Publicados n. 380 e 381. 

978. “Consequências econômicas da derrota: identificando vencedores e vencidos”, Washington, 2 novembro 2002, 10 p. Último ensaio (5) da série “novo manual de economia política”, identificando ideias vencedoras e perdedoras no seguimento do embate eleitoral e antes de iniciar o próximo governo. Publicada na revista Espaço Acadêmico (Maringá: ano II, n. 18, novembro 2002. Incorporado ao livro A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Códex Editora, 2003). Blog Diplomatizzando (22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/consequencias-economicas-da-derrota.html). Relação de Publicados n. 378 e 401.

985. “Pensando adiante: como a nova maioria salvou a burguesia e todos os seus bens (advertência preventiva)”, Washington, 16-17 novembro 2002, 1 p. Revisão, atualização 29/12/ 2002, 8 p. Novo ensaio da série “consequências econômicas da vitória, parte 6”, com antecipação de possíveis resultados de políticas setoriais aplicadas em favor de alguns setores da economia brasileira. Anexo: Pensando um pouco adiante: como conciliar políticas sociais e políticas setoriais na administração da nova maioria. Postado no blog Diplomatizzando (27/05/2016; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/05/minha-revisao-da-era-lulopetista-o-que.html) e novamente em 17/08/2018 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/como-nova-maioria-salvou-burguesia-e.html). 

986. “O que se deveria dizer ao Império (e o que não dizer): Notas indicativas para um encontro ameno e sem prevenções”, São Paulo-Brasília, 20 novembro 2002, 3 p. Revisto e ampliado em Washington, 2/12/2002, 5 p. Notas indicativas para um encontro sem prevenções. Inédito. Blog Diplomatizzando (17/08/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/notas-para-o-primeiro-encontro.html).

989. “Avaliando a transição: Balanço da vitória, no momento da subida ao poder (da série: Consequências econômicas da vitória, parte 7)”, Washington, 8 dezembro 2002, 8 p. Continuidade da série, a partir do texto “vitória na fase de transição” (n. 970), com avaliação sintética do desempenho da equipe da nova maioria, e propondo um sistema objetivo de avaliação quantificada. Revisto e ampliado em 28/12/02, com inclusão de quadros de indicadores objetivos para avaliação dos resultados econômicos e sociais da nova administração. Espaço Acadêmico (n. 20, janeiro 2003). Divulgado no blog Diplomatizzando(22/10/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/consequencias-economicas-da-vitoria.html). Relação de Publicados n. 389.


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17 de agosto de 2018

domingo, 6 de agosto de 2017

Retomada do trabalho no Itamaraty, depois de 13 anos de regime companheiro - Paulo Roberto de Almeida


Retomada do trabalho no Itamaraty, depois de 13 anos de regime companheiro: um relatório das atividades desde a volta do exterior

Paulo Roberto de Almeida
 [Junção dos trabalhos 3145 e 3146; relatório de atividades desde o retorno ao Itamaraty; balanço e avaliação]


Introdução
Não é segredo para nenhum colega do Itamaraty – embora seja eventualmente desconhecido para a maior parte dos “paisanos”, ou seja, os de fora, com exceção de um pequeno círculo de acadêmicos mais próximos – que eu permaneci à margem de qualquer trabalho na Secretaria de Estado durante a duração completa dos governos companheiros no Brasil, ou seja, desde o início de 2003, quando fui vetado para dirigir o mestrado em diplomacia no Instituto Rio Branco, até o mês de agosto de 2016, quando fui finalmente confirmado como novo Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag/MRE. Durante todo o período tive atividades total ou parcialmente fora do Itamaraty, ou simplesmente fiquei no chamado DEC, título vulgar do “Departamento de Escadas e Corredores”, ou seja, daqueles que vivem no limbo ou no ostracismo não declarado oficialmente.
Devem existir muitas razões para tal afastamento, embora eu mesmo não possa dizer com certeza quais as razões exatas dessa “distinção”: provavelmente fui tomado por, ou considerado, um “inimigo do regime lulopetista", o que aliás muito me honra, pois ser classificado como opositor da organização criminosa que assaltou o Brasil entre janeiro de 2003 e maio de 2016 é certamente um prêmio do meu ponto de vista: não tive o desprazer de trabalhar para uma diplomacia que sempre considerei fundamentalmente equivocada e danosa para o país.
Tendo sido reintegrado, há exatamente um ano, ao serviço exterior, na condição de “ativo”, venho, por meio de dois relatórios parciais e complementares, prestar contas aos interessados de uma parte, ao menos, de minhas atividades desde que voltei do exterior, no final de 2015. Como sou pago pela coletividade para prestar serviços ao Estado em funções diplomáticas, o que os companheiros fizeram nos últimos treze anos foi simplesmente uma irregularidade administrativa, provavelmente passível de algum processo, o que evitei fazer por diversos motivos. Os que assim procederam, tinham provavelmente a intenção de me dobrar, ou seja, de me intimidar, evitar que eu fizesse críticas ao regime companheiro, em especial sua diplomacia. Nunca me intimidei: como já repeti várias vezes, nunca deixei o cérebro em casa quando saía para o trabalho, e tampouco o depositava na portaria ao adentrar no ministério. Sempre disse o que pensava, sempre registrei minhas opiniões e posturas, e geralmente escrevia e publicava o que me parecia adequado, num plano mais acadêmico do que profissional, e sempre considerei expressar-me objetivamente, com a independência e honestidade intelectual que são os critérios básicos pelos quais me guio em minhas tarefas reflexivas.
Não vou retomar agora toda a trajetória da minha longa “travessia do deserto”, pois ela está suficientemente refletida nas dezenas, centenas de trabalhos produzidos ao longo desses treze anos de produção contínua. No plano estritamente diplomático, posso apenas referir-me a um volume de trabalhos seletivos em temas de política externa do Brasil e de sua diplomacia, assim registrado:
3121. Quinze anos de política externa: ensaios sobre a diplomacia brasileira, 2002-2017; Brasília: Edição do Autor, 2017, 366 p. Volume de ensaios compilados sobre as temáticas do título. Disponibilizado na Academia.edu (link: https://www.academia.edu/33186849/QUINZE_ANOS_DE_POLITICA_EXTERNA_ENSAIOS_SOBRE_A_DIPLOMACIA_BRASILEIRA_2002-2017 ). Informado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/quinze-anos-de-politica-externa-ensaios.html; twittado neste link: https://shar.es/1Rvapr).
O que consigno abaixo, de forma unificada, são os dois relatórios parciais de atividades no último ano e meio desde minha volta do exterior, em dezembro de 2015. Espero que eles sejam suficientemente transparentes aos que por acaso desconheciam completamente minha condição profissional, e minha postura política, na longa travessia histórica do Brasil entre A.C. e D.C., ou seja, antes e depois dos companheiros (não pretendo que isso seja inscrito na nossa historiografia, mas para mim esse intervalo de tempo tem um significado especial).

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 6 de agosto de 2017

Aqui as fichas dos dois trabalhos transcritos no seguimento: (aqui suprimidos por redundância)

3145. “IPRI-Funag/MRE: como cheguei à sua direção?”, Brasília, 4 agosto 2017, 7 p. Relato sobre os trabalhos realizados até dar início às atividades como Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag/MRE. Transcrição dos principais textos produzidos nos meses anteriores a agosto de 2016. Postado no blog Diplomatizzando (link: (https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/apos-um-ano-no-comando-do-ipri-um.html) e disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1613606942036083).

3146. “Um ano no IPRI: relato das atividades desenvolvidas”, Brasília, 5 agosto 2017, 11 p. Lista dos eventos realizados no IPRI e transcrição de fichas de trabalhos pertinentes desenvolvidos durante o primeiro ano de atividades na direção do IPRI. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/ipri-atividades-promovidas-na-gestao-de.html) e disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1614471058616338).

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 6 de agosto de 2017
Publicado parcialmente no blog Diplomatizzando e registrado em Academia.edu, seção de drafts, e em Research Gate.