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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Semipresidencialismo: o Caso Português - livro de Vasco Franco

 Semipresidencialismo: Perspetiva Comparada e o Caso Português



Novo livro «Semipresidencialismo: Perspetiva Comparada e o Caso Português», da autoria do nosso investigador Vasco Franco. O livro, incluído na Coleção Parlamento, analisa a interação entre os poderes presidenciais e o Governo e a Assembleia da República entre 1982 e 2016.

Resumo da obra

Quando os deputados constituintes escolheram o sistema de governo que a Constituição de 1976 consagrou, eram poucas as experiências semelhantes nos países democráticos e era escassa a teorização sobre a natureza e o funcionamento desse modelo de organização do poder político.

Atualmente multiplicam-se os estudos sobre o semipresidencialismo, em paralelo com o aumento do número de Estados que optaram por um sistema que tem como principal caraterística a coexistência de um chefe do Estado eleito por voto direto e universal com um primeiro-ministro cuja legitimidade emana do parlamento, perante o qual responde. 

Muitos desses estudos centram-se na comparação das normas constitucionais subvalorizando a prática política. A presente obra, partindo da análise das caraterísticas essenciais dos três principais sistemas de governo, dá conta dos resultados de uma investigação exaustiva sobre o exercício dos poderes presidenciais em Portugal desde a entrada em vigor da revisão constitucional de 1982 até 2016. 

A investigação empírica em que o trabalho se baseou confirma a perceção que alguns autores já tinham assinalado quanto à importância dos poderes informais, mostrando que tal vertente deve merecer tanta atenção como a dos poderes formais, quer do ponto de vista quantitativo, quer na avaliação qualitativa. 

Ao comparar o sistema português com outros, verifica-se que, no contexto dos dezoito Estados europeus que escolheram o semipresidencialismo, Portugal se situa entre aqueles cuja lei fundamental consagra os poderes presidenciais mais relevantes. Tendo presente essa constatação, aprofundou-se o conhecimento sobre o exercício efetivo de tais poderes, formais e informais, na interação dos presidentes com os governos e com a Assembleia da República, tendo por base as decisões que tomaram, as declarações que proferiram e as iniciativas que promoveram. 

Essa análise é feita classificando os diferentes atos em quatro categorias de poderes, em alternativa à divisão mais usada, entre «poderes legislativos» e «não legislativos», que se afigurou insuficiente para um estudo de caso com a amplitude pretendida. «Poderes de refrescamento sistémico», «poderes de intervenção no processo legislativo», «outros poderes com relevância sistémica» e «poderes informais», são as novas categorias que enquadram melhor aquelas decisões, declarações e iniciativas relevantes, atendendo à respetiva natureza. 

Importante para a investigação foi o modelo analítico desenvolvido, que permite avaliar o «sentido» e a «intensidade» da interação. Para compreender o funcionamento do sistema é vital distinguir as ações do presidente que vão ao encontro dos interesses do governo (cooperantes) daquelas que são contrárias a esses interesses (conflituais) e ponderar, de forma diferenciada, o impacto relativo que cada uma delas pode ter. 

O estudo conclui que o sentido da interação não depende da relação do presidente com o partido do primeiro-ministro nem da tipologia do governo, mas sugere que a intensidade de sentido conflitual pode ser mais elevada nos períodos de “coabitação” e quando os executivos dispõem de apoio parlamentar maioritário. Por outro lado, não foi encontrada relação entre a intensidade da intervenção do presidente e: i) os melhores ou piores ciclos económicos; ii) a maior ou menor diferença entre a sua popularidade e a do primeiro-ministro. Constata-se, porém, a tendência para que os titulares do cargo tenham uma interação com os governos globalmente mais intensa nos segundos mandatos do que nos primeiros.

Índice: 

Dívida cresce e Brasil dá calote de R$ 4 bilhões a entidades internacionais - Felipe Moreira (Valor)

 Dívida cresce e Brasil dá calote de R$ 4 bilhões a entidades internacionais 

 

Felipe Moreira

 

Por Felipe Moreira - Valor, 27/10/20


 

 

1

 

O Brasil não tem honrado seus compromissos com a maioria dos organismos internacionais, fundos e bancos multilaterais. Do total de pagamentos previstos para 2020 (R$ 4,216 bilhões), foram pagos somente R$ 15,4 milhões, faltando um pouco mais de dois meses para terminar o ano, conforme reportagem do Valor.

 

A equipe chefiada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, reconhece as dificuldades de pagamento, fato que não é algo específico deste ano. Mas em 2020 a situação se deteriorou mais, devido aos efeitos da covid-19 na economia. O impacto tornou o orçamento ainda mais restrito.

 

Dívida brasileira pode ser a pior entre emergentes, prevê FMI

 

Segundo reportagem do Estadão, o Brasil deve encerrar este ano com a pior situação fiscal entre os maiores países emergentes. Com condições desafiadoras tanto em relação às despesas quanto ao crescimento, o país gastou mais para combater a crise causada pela pandemia de covid-19, o que levou sua dívida para quase o dobro da média desses mercados.

 

Felipe Moreira  - Especialista em Mercado de Capitais e Derivativos pela PUC - Minas, com mais de 7 anos de vivência no mercado financeiro e de capitais. Apaixonado por educação financeira e investimentos.

 

Matéria completa clique abaixo:

 

https://valor.globo.com/impresso/noticia/2020/10/27/pais-da-calote-em-orgaos-internacionais.ghtml

As novas ameaças e o Brasil - Rubens Barbosa (OESP)

 AS NOVAS AMEAÇAS E O BRASIL

Rubens Barbosa

O Estado de S. Paulo, 27 de outubro de 2020


Grande parte das facilidades de nossas vidas no planeta terra depende, para seu funcionamento diário, de objetos baseados no espaço. Sistemas de comunicação, transporte aéreo, comércio marítimo, serviços financeiros, monitoramento de clima e defesa dependem da infraestrutura espacial, incluindo satélites, estações terrestres e movimentação de dados em nível nacional, regional e internacional. Essa dependência coloca sérios – e frequentemente pouco percebidos – problemas de segurança para empresas provedoras e para os governos.

Nesse cenário, começam a ser examinadas novas ameaças de ataques aos satélites em órbita que podem afetar todos os serviços e facilidades mencionados. Essas ameaças devem estar sendo avaliadas pelo governo brasileiro. Além disso, a utilização do Centro de lançamento de satélites de Alcântara (CLA), no Maranhão, tornada possível depois de décadas de decisões equivocadas, representa um grande desafio para o governo e para as empresas brasileiras. Não só pela necessidade de melhoria na infraestrutura da região e do próprio Centro, mas também na legislação interna, sobre uma lei do espaço (que defina as atividades comerciais no espaço, como utilização de detritos espaciais), sobre o órgão responsável pela negociação com empresas interessadas na utilização do CLA, a definição do contrato de licenciamento de lançamento, a ser assinado com a autoridade nacional e o comércio de tecnologia espacial.

Como qualquer outra infraestrutura digitalizada, satélites e outros objetos baseados no espaço são vulneráveis, em especial, ameaças cibernéticas.  As vulnerabilidades cibernéticas apresentam riscos muito sérios não só para esses objetos, mas também para infraestruturas essenciais terrestres. Se não forem contidas, essas ameaças poderão interferir no desenvolvimento econômico global e por extensão na segurança internacional. Cabe registrar que essas preocupações não são meramente hipotéticas.  Na última década, mais países e atores privados conseguiram adquirir e empregar meios para afetar esses objetos espaciais críticos com aplicações inovadoras que começam a representar uma ameaça real ao seu funcionamento. 

A idéia da guerra espacial não é nova, começou com os foguetes V-2 da Alemanha. A eventual atividade bélica no espaço hoje se concentra nos instrumentos utilizados para as guerras na terra. Os satélites são utilizados nas operações militares para identificar alvos e responder a questões estratégicas, além de localizar as forças militares e bombas e obter informações nos teatros de guerra. Isso torna os satélites alvos atrativos para mísseis terrestres. Os EUA, a China e a Índia estão desenvolvendo armamentos destrutivos de objetos no espaço, visando a impedir os sinais para a terra dos satélites militares com lasers ou mesmo os explodindo, fazendo com que detritos se espalhem pelo cosmos. Estão também tornando suas forças armadas voltadas para o espaço. Em 2019, foi criada pelo governo dos EUA a Força Espacial, serviço militar independente, cuja doutrina, treinamento e capacidade estão sendo definidos pelo Pentágono.

Para tentar evitar uma lei da selva espacial, começa a ser discutido algum tipo de regime multilateral. No momento, não há nem leis, nem normas especificas para uma eventual guerra espacial. O Tratado sobre o Espaço Exterior, de 1967, proíbe a utilização de armas de destruição em massa no espaço, mas não trata de armas convencionais. Se dois satélites, por exemplo, ficam muito próximos de maneira ameaçadora não há respostas adequadas. Em 2008, a União Europeia propôs um código de conduta voluntário para promover “comportamento responsável” nessa área. No mesmo ano, para se contrapor a essa iniciativa, China e Rússia propuseram um Tratado que proibiria armas no espaço. O tratado não visava a armas anti-satélites, mas armas anti-mísseis baseadas no espaço. A oposição `a iniciativa europeia, além da Rússia e da China, veio da América Latina e da África. Apesar de apoiar a desmilitarização do espaço, os países dessas regiões não aceitaram que os países com objetos no espaço pudessem ter o direito de usar a força para defendê-los. Nenhuma das duas iniciativas prosperou, mas experimentos militares com fins ofensivos continuam a ocorrer visando a eventual destruição de satélites que poderão ter efeitos devastadores para a defesa e as comunicações globais. 

O governo brasileiro não poderá perder de vista as transformações positivas que ocorrerão na área aeroespacial pela redução de custos, novas tecnologias e sobretudo pelo aparecimento de uma nova geração de empresários privados operando ao lado dos governos. Turismo para os ricos e mais avançada rede de comunicações para todos, exploração mineral e transporte de massa passarão a ter um impacto nos negócios e tornarão o espaço uma verdadeira extensão da terra. Com visão de futuro, o Brasil, que passará a ter interesses concretos nesse campo, deveria fazer o acompanhamento da evolução tecnológica e geopolítica da exploração espacial.

Sem descurar das novas ameaças que começam a ser discutidas agora e que poderão afetar as facilidades terrestres de que dispomos, o Brasil deveria participar dessas conversações, quando retomadas.

 

Rubens Barbosa, presidente do Centro de Defesa e Segurança Nacional (CEDESEN)

terça-feira, 27 de outubro de 2020

O porta-voz, que não portava nenhuma voz, critica a voz, que só porta mentiras - Otavio do Rego Barros (CB)

 

Rêgo Barros: "A soberba lhe cai como veste. Infelizmente, o poder inebria, corrompe e destrói!"

Rêgo Barros: “A soberba lhe cai como veste. Infelizmente, o poder inebria, corrompe e destrói!”

(Foto: José Dias/PR)

Em artigo publicado no Correio Braziliense, o general Otávio do Rêgo Barros, que foi porta-voz de Jair Bolsonaro até o início do mês, faz duras críticas à mudança de comportamento do presidente da República, que optou por cercar-se de “seguidores subservientes” a ter de enfrentar a “discordância leal”.

Sem citar o nome de Bolsonaro uma única vez (como se fosse necessário), o general lembra que os generais romanos sempre traziam junto de si escravos cuja missão era “sussurrar incessantemente aos ouvidos vitoriosos: ‘Memento Mori!’ — lembra-te que és mortal!”.

Não é o caso de Bolsonaro, cuja “audição seletiva acolhe apenas as palmas”. “A soberba lhe cai como veste”, escreve o militar. Segundo ele, é “doloroso perceber que os projetos apresentados nas campanhas eleitorais são meras peças publicitárias”. “Valem tanto quanto uma nota de sete reais.”

No artigo, Rêgo Barros critica indiretamente também os colegas de farda que se calam diante dos abusos que são cometidos, apenas para manter seus cargos.

“Alguns deixam de ser respeitados. Outros, abandonados ao longo do caminho, feridos pelas intrigas palacianas. O restante, por sobrevivência, assume uma confortável mudez. São esses, seguidores subservientes que não praticam, por interesses pessoais, a discordância leal.”

Além do diagnóstico, o general faz um alerta. Segundo ele, “as demais instituições dessa república — parte da tríade do poder — precisarão blindar-se contra os atos indecorosos, desalinhados dos interesses da sociedade, que advirão como decisões do ‘imperador imortal'”.

“Deverão ser firmes, não recuar diante de pressões. A imprensa, sempre ela, deverá fortalecer-se na ética para o cumprimento de seu papel de informar, esclarecendo à população os pontos de fragilidade e os de potencialidade nos atos do César.”

Leiam alguns trechos:

“Os líderes atuais, após alcançarem suas vitórias nos coliseus eleitorais, são tragados pelos comentários babosos dos que o cercam ou pelas demonstrações alucinadas de seguidores de ocasião. É doloroso perceber que os projetos apresentados nas campanhas eleitorais, com vistas a convencer-nos a depositar nosso voto nas urnas eletrônicas, são meras peças publicitárias, talhadas para aquele momento. Valem tanto quanto uma nota de sete reais.

Tão logo o mandato se inicia, aqueles planos são paulatinamente esquecidos diante das dificuldades políticas por implementá-los ou mesmo por outros mesquinhos interesses. Os assessores leais — escravos modernos — que sussurram os conselhos de humildade e bom senso aos eleitos chegam a ficar roucos. Alguns deixam de ser respeitados. Outros, abandonados ao longo do caminho, feridos pelas intrigas palacianas. O restante, por sobrevivência, assume uma confortável mudez. São esses, seguidores subservientes que não praticam, por interesses pessoais, a discordância leal.

Sem críticos por perto, ressalta o general, “a autoridade muito rapidamente incorpora a crença de ter sido alçada ao olimpo por decisão divina, razão pela qual não precisa e não quer escutar as vaias. Não aceita ser contradita. Basta-se a si mesmo. Sua audição seletiva acolhe apenas as palmas. A soberba lhe cai como veste. Vê-se sempre como o vencedor na batalha de Zama, nunca como o derrotado na batalha de Canas. Infelizmente, o poder inebria, corrompe e destrói!

(…)

As demais instituições dessa república — parte da tríade do poder — precisarão, então, blindar-se contra os atos indecorosos, desalinhados dos interesses da sociedade, que advirão como decisões do “imperador imortal”. Deverão ser firmes, não recuar diante de pressões. A imprensa, sempre ela, deverá fortalecer-se na ética para o cumprimento de seu papel de informar, esclarecendo à população os pontos de fragilidade e os de potencialidade nos atos do César.

A população, como árbitro supremo da atividade política, será obrigada a demarcar um rio Rubicão cuja ilegal transposição por um governante piromaníaco será rigorosamente punida pela sociedade. Por fim, assumindo o papel de escravo romano, ela deverá sussurrar aos ouvidos dos políticos que lhes mereceram seu voto: — “Lembra-te da próxima eleição!”


Como era um "passaporte diplomático" brasileiro, cem anos atrás? - Carlos Lemgruber Kropf

 Em todos os meus postos diplomáticos, invariavelmente, eu buscava os arquivos, os papéis esquecidos, os relatórios de décadas atrás, os maços antigos, as pastas empoeiradas, os baús esquecidos, as malas deixadas para trás, geralmente, no subsolo da chancelaria, ou no sótão, naquelas casas antigas.

Logo no meu primeiro posto, embaixada em Berna, uma casa do século XIX, assim que dava uma folga no trabalho, eu subia as escadas em começava a ler relatórios de outras épocas. Encontrei, por exemplo, ofícios do imediato pós-Segunda Guerra, redigidos pelo pai do meu colega diplomata, embaixador em Washington e ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira, o então ministro Mario Moreira, relatando os problemas com os refugiados de guerra naquele país neutro que era a Confederação Helvética, que na verdade abrigou mais espiões do que refugiados (pois fecharam as fronteiras e rechaçaram judeus que buscavam refúgio), e acumulou um bocado de ouro roubado pelos nazistas de suas vítimas judias. Li quase todos.

Num baú, deixado ali por um colega do imediato pós-Grande Guerra, encontrei um passaporte que não hesitei em guardar, com a intenção de tentar encontrar os descendentes de tão ilustre personagem (o que ainda não consegui). Registro que Carlos Lemgruber Kropf só passou pela Suíça, a caminho de Praga, como novo Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto à recém criada, a partir da dissolução do Império Austro-Húngaro, República Tcheco-Eslovaca, em 1921. Mas na volta deve ter passado por lá novamente, já que deixou esse documento, já com carimbos dos países vizinhos, de 1922 e 1923.

Não se tratava exatamente de um passaporte, mas de uma longa folha, dobrada, de 57 centímetros na altura (ou seja, mais de meio metro) e 25 cm na largura, com apenas a metade da frente ocupada pela sua identificação, assinada pelo então EEMP em Quito, Argeu Guimarães (escreveu alguns livros de história diplomática). 

Reproduzo aqui as imagens que fiz (tive de montar, pois era longuíssimo esse "passaporte") e me coloco à disposição da família para devolver o original.



Perspectivas para as relações internacionais do Brasil: desafios de uma diplomacia ideológica - palestra de Paulo Roberto de Almeida

Recebi um convite, do Instituto Brasileiro de Debates, para fazer uma palestra a estudantes de Relações internacionais e de outras disciplinas da USP, nesta quarta-feira dia 28 de outubro às 20hs, como abaixo: 

Elaborei um esquema elencando todos os pontos sobre os quais eu poderia meu pronunciar, se houver tempo para tal, o que duvido. Em todo caso, os alunos poderão me interrogar sobre estes e outros temas relativos à política externa brasileira numa era de diplomacia ideológica e esquizofrênica.

Perspectivas para as relações internacionais do Brasil:

desafios de uma diplomacia ideológica

 

Paulo Roberto de Almeida

Notas para palestra no quadro do Instituto Brasileiro de Debates

dia 28/10 às 20h, via YouTube .

 

Questões preferenciais para exposição e debate: 

1) O sistema global: multilateralismo, direito internacional, política de poder

     Como a diplomacia brasileira vê o mundo e o papel dos principais atores

2) As Nações Unidas: reforma da Carta e conquista de cadeira no CSNU

     Uma velha aspiração, por vezes uma obsessão, o G-4 e as ilusões diplomáticas

3) A OMC e o esgotamento das negociações comerciais multilaterais 

     Brasil: ator diplomático relevante, a despeito da pequena participação nos fluxos

4) As relações bilaterais, em especial com países em desenvolvimento 

     A lenta construção de uma liderança, nem sempre bem orientada ou bem-sucedida

5) OCDE, G7; OTAN e os dilemas dos emergentes; como quebrar barreiras?

     Penetrar no inner circle, sem necessariamente entrar no clube; dupla personalidade?

6) Brasil, membro do BRICS: divergências, assimetrias, novas ilusões

     O peso de uma herança diplomática: o que fazer com cúpulas e com um banco? 

7) Mercosul: a escolha estratégica desde os anos 1990, necessitando reformas

     De um projeto de mercado comum às realidades da desintegração: o que fazer?

8) Relações com a Argentina: a mais importante relação, no mais baixo ponto

     Compromissos e não-soluções: fuga para a frente, em lugar de enfrentar os problemas

9) Relações com a China: a dimensão mais crucial do presente e do futuro do país 

     Objetivos múltiplos, estratégias diferentes para cada carência percebida do Brasil

10) Relações com a União Europeia: quais são as prioridades?

     A grande ilusão de um acordo comercial generoso: enfrentando as duras realidades

11) Relações com os Estados Unidos: da negligência benigna ao servilismo? 

Ups and downs de uma relação não muito especial: distância e proximidade

12) A ferramenta diplomática do Brasil: existe coerência na política externa?

     O processo de tomada de decisões: atores, iniciativas, orientações subjacentes. 

 

[Brasília, 9 de outubro de 2020]




Militares se calam, diplomatas se revoltam - Eliane Cantanhede (OESP)

 Estou citado como “resistente”, mas sem dizer exatamente por que:


Combater o bom combate

Enquanto militares se calam, diplomatas vão da perplexidade à indignação

Eliane Cantanhêde - O Estado de S.Paulo

27 de outubro de 2020 | 03h00


De um lado, militares são tidos como corajosos e durões e, de outro, diplomatas carregam a fama de medrosos e melífluos, mas esses preconceitos estão sendo colocados à prova no governo Jair Bolsonaro. Enquanto generais resmungam em privado contra humilhações impostas aos seus pares, embaixadores engrossam a crítica à política externa e os delírios do Chanceler Ernesto Araújo.

Militares e diplomatas são carreiras de Estado, com provas de acesso e cursos que vão deixando muita gente boa para trás, até afunilar nos melhores dos melhores. Ambas são baseadas em hierarquia, disciplina e... cuidado ao falar. O que mais se espera de militares e diplomatas, porém, é paixão pelo Brasil e prioridade ao interesse nacional, porque governos vêm e vão, o Estado fica.

São conhecidos a explicação dos militares de alta patente e o interesse dos de baixa patente ao apoiar o capitão para presidente. Uns, por ideologia. Os outros, pela expectativa de ter no poder quem passou a vida, na caserna e no Congresso, cuidando de privilégios corporativos. O que não dá para entender é por que eles aceitam com tanta facilidade Bolsonaro e seus filhos batendo continência para um tal guru que xinga generais aos palavrões. Quando o general Santos Cruz reagiu aos insultos, quem perdeu a guerra, e o cargo no Planalto, foi ele.

Agora, Bolsonaro humilha o general da ativa Eduardo Pazuello, que se submete candidamente: “um manda, o outro obedece”. Muito se lê que os militares ficaram indignados, mas só Santos Cruz lembrou, ou advertiu, que hierarquia e disciplina “não significam subserviência” e tudo não se resume a “mandar varrer a entrada do quartel”. O general da reserva Paulo Chagas fez coro, ensinando que a ética militar entre superiores e subordinados não pode ser o simples “um manda e o outro obedece”.

E como assimilar que Ricardo Salles chame o general da reserva Luiz Eduardo Ramos de “Maria Fofoca” e seja apoiado pelo filho do presidente? No fim, Salles pediu desculpas “pelo excesso”, ao que Ramos prontamente aquiesceu: “as diferenças estão apaziguadas”. “Diferenças”?

Com Pazuello, bastou uma visitinha do presidente. Com Ramos, uma volta de moto pelo DF. Assim, coube aos políticos, à frente Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, tomar as dores de Ramos e, por tabela, dos militares: “Não satisfeito em destruir o meio ambiente, (Salles) resolveu destruir o próprio governo”, desferiu Maia.

Assim como nas Forças Armadas, há no Itamaraty, ao lado da hierarquia e da disciplina, o instinto de sobrevivência e a disputa por postos e promoções. Mas cresce a fila de embaixadores “da reserva” dizendo o que precisa ser dito. No artigo “O grande despautério”, no Jornal do Brasil, o ex-embaixador na Itália Adhemar Bahadian resumiu o discurso do chanceler para os novos diplomatas: “as palavras foram como pedras mal-educadas, rudes e tingidas de ódio” e “a diplomacia brasileira (...) foi chicoteada como em navio negreiro”.

Também já se manifestaram Rubens Ricupero, Roberto Abdenur, Marcos Azambuja, Celso Amorim, José Alfredo Graça Lima, José Maurício Bustani, Samuel Pinheiro Guimarães, Sérgio Florêncio, ex-chanceleres fora da carreira, como Celso Lafer, e embaixadores ainda na ativa, como Everton Vargas, Paulo Roberto Almeida e Mário Vilalva (licenciado).

O tom vai da perplexidade à indignação diante da subserviência ao governo Trump, a opção por um lado na guerra entre EUA e China, as caneladas em parceiros tradicionais, a prevalência da ideologia sobre o interesse nacional e o retrocesso em foros internacionais. Ao combater o bom combate, esses nossos embaixadores trazem luz e realidade não só para os diplomatas, mas para todos os corajosos e durões na defesa do Brasil.

COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA


Who were the winners from Trump's trade policies? - CGTN

 Opinion 12:34, 27-Oct-2020

Who were the winners from Trump's trade policies?
Data Speaks
04:03

Editor's note: All eyes are on the U.S. as the presidential election draws near. Who has actually benefited from Donald Trump's trade polices? Did the U.S. become safer during his term in office? Who is winning on the Twitter battlefield for the White House? Data Speaks dedicates three episodes on these matters. The first episode is on Trump's trade policies.

As the end of Donald Trump's first term as U.S. president nears, which countries have benefited most from his trade policies?

U.S. customs import value from Asia obviously declined after the China-U.S. trade war started, whereas there were sustained rises from Europe and North America, so a winners list in this region is often assumed.

But the pandemic reshaped the world in 2020. Data speaks, and in this case it offers a unique viewpoint.

Mexico has seen U.S. purchases ramping up in recent years. It exported goods to its neighbor valued at an additional $64 billion from 2016 to 2019. However, amid the pandemic, orders of Mexican products fell by $36 billion from January to July 2020.

The same situation is confronting other major exporters, including Germany, Italy and India.

The reason may be beyond the coronavirus. The Chinese mainland's exports to the U.S. decreased by $38 billion in the first seven months of this year — in the last four years, the number was nearly $11 billion.

So who are the main beneficiaries? Vietnam, Ireland and China's Taiwan region are high on the list of winners. For them, orders from America have continued after the pandemic. Besides political considerations, to economies of limited scales, the benefits from such orders are almost irresistible, but can be costly with hidden risks. Rising tensions are possible in east and southeast Asia, especially in the computer and electronic products sector. 

To China, the U.S. sharply cut $40 billion in orders from 191 billion in 2019, while Vietnam and China's Taiwan region completed the most exports to the U.S. at $21 billion and $24 billion respectively.

What else are Americans seeking in Vietnam and Taiwan region? Natural resources and related products.

The U.S. import value in petroleum and coal products from Taiwan region grew by 147.2 percent from 2016 to 2019, along with an increase of 80.3 percent for forestry products. In the same period, that of wood products and paper from Vietnam also rose by 231.6 percent and 168.2 percent respectively.

Compared with an average month in 2015, Vietnam's monthly Index of Industrial Production by the printing industry was up to 267.9 in October 2019.

Huge demand from the U.S. for natural resources is also evident with other trading partners. The top three sectors in terms of imports value to the U.S. from Mexico were minerals and ores, wood products and oil and gas.

Is any economy making more sales to the U.S. market in a sustainable way? Yes, it's Ireland.

Between 2016 and 2019, Ireland's chemicals industry absorbed an additional $12.3 billion. Beverages and tobacco products made in Ireland are also popular with Americans. Of course, the consequences of Trump's trade policies are more complicated than simply checking changes of U.S. imports values, especially when considering the political, cultural and military fields.

And China is rerouting supply chains as well: its trade diversions can benefit other countries. In a dramatically changing world, no country can be sure of being the final winners or the victims in the long run.

(If you want to contribute and have specific expertise, please contact us at opinions@cgtn.com.)

Investimento em queda no Brasil, pela primeira vez em 30 anos - G1

 Acredito que essa tendência conforma uma queda estrutural que tem a ver com a incapacidade fundamental de o Brasil inverter o seu longo declínio econômico, pela inexistência de uma visão clara do governo, dos vários governos, desde meados dos anos 2000, quanto aos vetores da retomada do crescimento, que não podem mais ser o velho protecionismo e o dirigismo estatal, do passado, em favor de uma clara integração nas cadeias de valor. 

Paulo Roberto de Almeida 


Investimento no Brasil cairá na década pela 1ª vez desde os anos 80, aponta estudo


Levantamento realizado pela FGV mostra que taxa de investimento deve recuar 2,2% ao ano, em média, entre 2011 e 2020. Incertezas sobre a trajetória da dívida pública e endividamento elevado das empresas são principais obstáculos para retomada.
Por Luiz Guilherme Gerbelli, G1

25/10/2020 07h29  Atualizado há 23 horas

Ao fim desta década, a economia brasileira vai ter colhido mais um indicador ruim. Entre 2011 e 2020, os investimentos deverão ter registrado queda média de 2,2% ao ano, mostra levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Será a primeira queda do investimento para um período de dez anos desde 1980, conhecida como a década perdida.

O investimento é mais um dado que evidencia a fraqueza econômica do país na década atual. Outro levantamento do Ibre já apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) do período de 2011 e 2020 será o pior dos últimos 120 anos, pelo menos.

Nos anos recentes, o fraco desempenho dos investimentos se concentrou de 2014 em diante, período a partir do qual a economia brasileira enfrentou uma dura recessão até 2016, observou um triênio de lenta recuperação e, agora em 2020, passou a ser impactada pela pandemia de coronavírus, que colocou o país novamente em recessão.

Fraco desempenho
"O Brasil tem nos últimos 40 anos duas décadas perdidas, então isso explica o fato de o país estar com esse quadro de crescimento fraco", diz Marcel Balassiano, pesquisador do Ibre/FGV e um dos autores do levantamento. O estudo também teve a participação dos economistas do Ibre Claudio Considera e Juliana Trece.

Para calcular o dado do investimento na década atual, o Ibre utilizou a projeção para o desempenho do investimento contida no relatório de inflação, do Banco Central. A expectativa é de queda de 6,6% neste ano.

Se não houvesse a crise provocada pela pandemia, o desempenho do investimento continuaria fraco. No relatório de inflação de dezembro do ano passado, portanto, antes de iniciada a pandemia, a expectativa era de alta de 4,1% para os investimentos, o que levaria a década atual a apresentar uma queda média de 1,2%.

"O coronavírus agravou uma situação. Mas sem a doença, o Brasil continuaria com esse problema (de fraco investimento)", afirma Juliana.

Incertezas travam investimentos
A taxa de investimentos é medida pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que apura tudo o que se investe em máquinas, bens duráveis, aumento da capacidade produtiva e construção civil.

O avanço deste componente do PIB é fundamental para que o país consiga colher um crescimento mais sustentável e robusto ao longo dos próximos anos e, assim, aumentar a riqueza da sua população, afirmam os economistas. Mas desde 1980, o avanço médio da taxa investimento no país é de apenas 0,5% ao ano.

"O Brasil tomou a decisão de ficar parado, não tomou a decisão de crescer, de distribuir renda", diz Considera. "O país ficou três anos crescendo 1% ao ano, é praticamente o avanço da população. É renda per capita crescendo zero.”

Mais do que um retrovisor fraco, há uma dúvida sobre se o Brasil vai ser capaz de recuperar a força dos investimentos no futuro.

O país lida com uma série de incertezas. A maior delas está na área fiscal. Com a pandemia, o endividamento do governo deve se aproximar de 100% do PIB neste ano, um patamar considerado alta para uma economia emergente como a brasileira.

A principal dúvida na área fiscal é se o governo vai manter o teto de gastos, que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. Na leitura do mercado, uma eventual deterioração das contas públicas pode levar a uma fuga de investidores do país, o que provocaria uma depreciação do câmbio e um consequente aumento da taxa básica de juros – hoje em 2% ao ano.

Juros mais altos encarecem a tomada de crédito pelas empresas para realizar novos investimentos.

"Existe o receio de que a trajetória da dívida pública cause ainda mais problemas", diz Considera. "Não cumprir o teto traz muita insegurança para os investidores. E a situação do capital externo, que está mais saindo do que entrando, pode se agravar ainda mais."

Há ainda uma agenda longa e já antiga de reformas estruturais que o Brasil precisa endereçar, como a tributária, para melhorar o ambiente de negócios. "As reformas são na direção de atrair investimentos. É fundamental que sejam realizadas", afirma Considera.

Empresas endividadas
Além de provocar uma piora do cenário macro, a pandemia afetou a saúde financeira das maiores empresas do Brasil, com o aumento do endividamento, o que também se torna um empecilho para a retomada dos investimentos.

No primeiro semestre, a relação entre endividamento líquido sobre capital próprio das companhias chegou a 73,5%, segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Isso quer dizer que, para cada R$ 1 em dinheiro dos sócios, as empresas têm quase R$ 0,74 em financiamentos.

No primeiro semestre de 2019, essa relação era de 58,7%.

Mais dívida
"Esse é um quadro que dificulta muito o investimento. É preciso lembrar que são duas crises próximas e que já houve um bom aumento do endividamento das empresas na crise anterior" , afirma o economista-chefe do Iedi, Rafael Cagnin. "A primeira onda de endividamento ainda não tinha sido totalmente digerida pelas empresas."
O levantamento do Iedi foi realizado com 240 empresas não-financeiras

Influência dos juros e de leilões de infraestrutura
A retomada dos investimentos no país passa pelo cenário de juros baixos - o que reforça a necessidade de acerto das contas públicas - e pela retomada dos leilões de infraestrutura.

Na última recessão, entre o fim de 2014 e 2016, o cenário para a melhora dos investimentos era considerado até mais difícil, avalia o diretor do ASA Investments, Carlos Kawall. Naquela ocasião, os juros estavam mais altos e a Operação Lava Jato provocava estragos econômicos em boas parte das maiores construtoras do país.

"A taxa de juros a 2% está ajudando numa retomada imobiliária, por exemplo", diz Kawall. "O financiamento imobiliário é um das poucas modalidades (de crédito) que sofreu pouco ou quase não sofreu com a crise e logo se recuperou."

Desde que assumiu, a equipe econômica sempre defendeu que a participação da iniciativa privada deveria liderar a retomada dos investimentos em infraestrutura no país. Mas, em quase dois anos, o governo conseguiu tirar pouca coisa do papel.

Em janeiro deste ano, a equipe econômica esperava leiloar ao menos seis estatais.

"O cenário é bom para a infraestrutura. A retomada dos leilões se dá em outra base (em relação ao governo Dilma). Dessa vez, com a atratividade adequada", afirma Kawall. "O único problema é que se trata de um processo lento, na medida em que toda a parte regulatória é demorada."

https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/10/25/investimento-no-brasil-caira-na-decada-pela-1a-vez-desde-os-anos-80-aponta-estudo.ghtml

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

How to run an effective webinar - Sheila Vieira (AJE)

How to run an effective webinar

With digital events increasing in popularity and being the new normal, webinars offer a safe environment for disseminating knowledge while social distancing, which make them a great communication tool among scholars and higher education institutions. 

Sheila Vieira, PhD

Academic Translation Advisor II

PhD, Mechanical Engineering
UNICAMP

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AJE, September 16, 2020

(American Journal of Experts)

https://www.aje.com/arc/how-to-run-an-effective-webinar/?utm_source=American+Journal+Experts+List&utm_campaign=4ead73bf32-webinar_en&utm_medium=email&utm_term=0_cd7c932b5e-4ead73bf32-233635265

A webinar is a live, synchronous, interactive, and in real-time online seminar (either free or paid) that lasts 30 minutes to one hour. It has the purpose of teaching/learning and requires viewers to sign up in order to watch it.

They allow you to share your screen, videos, and powerpoint slides; chat with attendees; have virtual rooms for group work, and hold Q&A sessions where viewers can ask questions live. In addition, webinars offer other interactive opportunities, such as surveys and calls to action.

In the higher education setting, a webinar enables communication among professors, lecturers and students, and a group interaction that can happen from anywhere in the world, as presenters or attendees don’t need to be physically in the same classroom. In addition to enabling long-distance learning, webinars can also be used to promote your research, host a conference, and broaden your audience.

Webinars have also been shown to be effective in promoting student learning and are comparable to face-to-face classroom teaching. To run an effective webinar, just follow the steps below. Note that some of these steps won’t apply if your students are the target audience.

  1. Choose a topic: A good topic informs and motivates attendees. If you have a new perspective on your topic or a new version of a conference presentation that will benefit your audience, or if you are discussing a timely news-based issue, the webinar format is a good fit. Just one reminder: make sure your presentation will not have major changes over time. By doing so, not only will you tend to rate higher in a web search, but you also won’t need to worry about updating the content.

  2. Plan your webinar. Focus on the topic, and don’t go off on tangents. Decide how many speakers you will have; choose someone who knows the subject and is comfortable with speaking on camera. Think about whether the webinar will have a panel discussion format, how many people will attend, and how you will carry out your Q&A session.

  3. Choose a webinar platform: choose a platform that best fits your needs. Your choice will depend on the size of your audience, your budget, and recommendations from your institution. Here is a list of some webinar platforms: Adobe ConnectGoToWebinarZoomEasyWebinarWebinarNinjaDemioWebinarJamEverWebinarClickMeetingZohoCisco WebexBigMarkerOn24

  4. Prepare your presentation: Boring is distracting. Avoid webinars that last more than one hour. The ideal length is around 40 minutes. Stay focused, and stand out by making an engaging presentation and providing an enjoyable experience to your audience. Open your presentation with an icebreaker related to your topic. However, remember to keep your speech simple, direct, and to-the-point. Use engaging and fun images in your slides. Polls and handouts can also make a big difference. Finish with the main idea in a way that will make them leave the webinar thinking about what has been said. Once prepared, practice your presentation multiple times.

  5. Promote your webinar: Try to host your webinar from Tuesday to Thursday - those are the days with the highest attendance rate, although since March 2020 Mondays and Fridays are also becoming more popular for webinars. Choose a date and time considering the different time zones. The best time to run a webinar is 2:00 p.m. Eastern time. </p> Start promoting your webinar at least two weeks in advance. Although Mondays, Wednesdays, and Thursdays are great days for promoting your event, plan on sending email invites on a Tuesday, which is when you will likely have the highest open rates. </p> Add a webinar section to your website and promote it on social media; create a hashtag for your webinar. Pin the announcement to your Facebook and Twitter accounts - by doing so, this will be the first communication visitors will see from you. Your webinar can also be streamed live on Facebook or YouTube. Also, post the announcement on LinkedIn, which can tremendously increase your visibility. </p> If possible, set up an automatic email to remind people one day to two hours before the webinar goes live. Always keep track of when to promote or host your webinar as trends can change over time.

  6. Use a headset microphone and a landline phone: You need to ensure everyone can clearly hear the presenter. Poor quality audio will destroy any effort to make a high-quality webinar. It is also recommended to use a landline phone just in case your internet connection fails.

  7. Test the webinar and have your laptop fully charged: Run at least one test webinar to make lecturers comfortable with the webinar controls and avoid issues and confusion. A fully charged laptop is a must.

  8. Do everything you practiced: in addition to being prepared, arrive 15 minutes before the scheduled webinar. During your presentation, move around and engage your audience. When things start to get too technical and you feel you are losing the audience, bring it back by simplifying. Make comparisons to daily life and relatable experiences. Remember to finish with the main idea so your audience will leave the webinar thinking about what you just said

  9. Record your webinar and make it available: Record the webinar and then upload it to your website or a video-sharing platform, such as YouTube or Facebook. This will attract the interest of more people and extend your reach.

  10. Follow up with your attendees: check if your attendees have any questions or requests shortly after the webinar. Send a feedback survey to improve future webinars.</p>


Sources:

[1] ClickMeeting. “How To Attract Crowds To Your Webinar: Webinar Manual.” KnowledgeBase Clickmeeting, knowledge.clickmeeting.com/manual/attract-crowds-webinar/.

[2] Gegenfurtner, Andreas, and Christian Ebner. “Webinars in Higher Education and Professional Training: A Meta-Analysis and Systematic Review of Randomized Controlled Trials.” Educational Research Review, Elsevier, 7 Oct. 2019, www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1747938X1830561X.

[3] “How to Do a Webinar Your Audience Will Love.” WordStream, www.wordstream.com/blog/ws/2014/08/26/how-to-do-a-webinar.

[4] Mayday, Michael. “How COVID-19 Changed Webinars: A Comparison of March 2020 to 2019 Benchmarks: ON24 Blog.” ON24, 28 Apr. 2020, www.on24.com/blog/how-covid-19-is-changing-webinars/.

[5] “Webinar Promotion - The Ultimate Webinar Marketing Guide.” Livestorm, livestorm.co/webinar-promotion/.

[6] Winn, Ross. “Best Webinar Software: Platforms To Teach or Sell In 2020.” Podcast Insights®, 21 May 2020, www.podcastinsights.com/best-webinar-software/.

Published on 09/16/202


O chanceler pária, num governo pária, se esforçando para transformar o Brasil em país pária - Editorial Estadão

 Editorial ESTADAO

Orgulho de ser pária


O Estado de S. Paulo, 26 Oct 2020


Sob as ordens de Jair Bolsonaro, e de Ernesto Araújo, guinada na política externa colocou o Brasil na inédita posição de pária.


Que o chanceler Ernesto Araújo é uma desonra para o Itamaraty não é novidade. No seu tresloucado discurso de posse no Ministério das Relações Exteriores, em 2 de janeiro de 2019, o ministro já dissera a que vinha e, desde então, tem trabalhado quase exclusivamente para transformar a Casa de Rio Branco em uma espécie de casamata da chamada ala ideológica do governo de Jair Bolsonaro. Em sua defesa, não se pode dizer que Araújo não esteja cumprindo bem a missão que lhe foi dada.

Sob as ordens do presidente Jair Bolsonaro e a diligente condução de seu chanceler, a guinada empreendida na política externa para “libertar” o País do “jugo esquerdista”, do “marxismo cultural”, do “globalismo” e, pasme o leitor, do “covidismo” colocou o Brasil na inédita posição de pária no cenário internacional. De dois anos para cá, o Brasil deixou de ser um interlocutor relevante em uma miríade de temas caros à comunidade das nações, como meio ambiente, cooperação científica, ações humanitárias e comércio.

Até aqui, Ernesto Araújo vinha, a seu modo, rebatendo as críticas à subversão da tradição diplomática brasileira e à nova e inglória condição de pária internacional do País aludindo à suposta resistência de alguns setores do Ministério das Relações Exteriores, que estariam “contrariados” com as mudanças que empreendeu na pasta, e às pressões de países não alinhados e organismos multilaterais, como a própria Organização das Nações Unidas (ONU), entre outras teorias conspirativas que servem mais ao anedotário do que à real compreensão da dimensão dos males causados à reputação do Brasil no plano internacional. De acordo com este obtuso raciocínio, o País não seria um pária, mas teria se posicionado, isso sim, no que Araújo classifica como “o lado certo da História”.

Esse discurso mudou. Ao que parece, o ministro Araújo decidiu assumir de vez que não só o País é um pária, como há razões para se orgulhar da condição.

Ao participar da cerimônia de formatura de diplomatas no Itamaraty, dia 22 passado, Ernesto Araújo afirmou que “é bom ser pária”. Colocando o Brasil como uma das únicas vozes a proclamar a liberdade no mundo, ao lado dos Estados Unidos, o chanceler afirmou que, “se isso faz de nós um pária internacional, então que sejamos esse pária, que sejamos esse Severino que sonha e essa Severina que reza”.

O chanceler aludiu a João Cabral de Melo Neto, poeta e diplomata que foi escolhido o patrono da turma de formandos. “Modestamente, eu também considero-me as duas coisas, poeta e diplomata.” Pobre João, logo em seguida atacado em sua memória pelo inacreditável chefe da diplomacia brasileira. Após dizer que João Cabral tinha “uma grande sensibilidade para o sofrimento do povo brasileiro”, Araújo afirmou que a resposta do poeta a este “gigantesco e premente problema” se dirigiu para o que chamou de “lado errado”, o “lado do marxismo e da esquerda”. Uma vez mais, a referência ao “lado certo da História” que tanto apraz aos liberticidas.

Entre referências supostamente eruditas e parvoíces como “todo ‘isentão’ é um escravo de um marxista defunto” que permearam o discurso, o ministro fez um balanço de sua gestão à frente do Itamaraty, enumerando o que, em sua visão, seriam conquistas advindas da inflexão na política externa. “Esta política externa Severina, digamos assim, tem conseguido resultados. Concluímos acordos comerciais com as maiores economias do mundo, como a União Europeia e os Estados Unidos, e restauramos as relações com países de alta tecnologia, como Israel e Japão.”

O acordo comercial entre União Europeia e Mercosul está ameaçado pelos desatinos do governo na condução da crise ambiental. Com os Estados Unidos, ainda não deixou o campo das intenções. E como se restauram relações que jamais foram rompidas permanece um mistério.

Oxalá a turma de formandos do Itamaraty inspire-se no tão atacado passado da instituição e um dia ajude a reconstruir a reputação do País.


Que os formandos do Itamaraty se inspirem no passado para reconstruir a reputação do País.