O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tudo verdade? Visitas ao blog Diplomatizzando...

Faz tempo -- por motivos de viagem -- que não me ocupo da cozinha deste blog, ou seja, dos assuntos domésticos, de organização, apresentação (continua horrível, eu sei), manutenção, melhoria, serviços adicionais, milhagens, etc...
De vez em quando, por puro acaso -- e por falta de tempo para cuidar dos temas "internos"-- caio na visão geral do blog e nas suas estatísticas, acessíveis facilmente pelo Blogger, mas nunca encontro tempo para fazê-lo.
Vejamos o que anda aparecendo por aí, e quase não creio no que vejo: mais de 1.400 visitas por dia??!! Como é possível??!! Tanta gente assim passa por aqui?
E ninguém paga pedágio?
Como é que vou manter as despesas fixas, o serviço de café, o copyright das ilustrações, etc?
Tenho de pagar por tudo isso? Ou não? Tudo free lunch? Asi no más?
Será que tudo isso é verdade? Ou apenas tricheries (ou trickeries) do Blogspot?
E os visitantes continuam se interessando por entrar na carreira?
Mesmo com tanto sangue na Síria e o Brasil em cima do muro?
Bem, vamos ao que interessa:
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Barao, Cem Anos: exemplo duradouro - Rubens Ricupero (FSP)


O refundador da diplomacia
Rubens Ricupero
Folha de S. Paulo, segunda-feira, 6 de Fevereiro de 2012

Quando se detectam laivos de arrogância no Brasil, convém voltar ao exemplo do barão do Rio Branco

A maior contribuição de Rio Branco não foi haver assegurado ao Brasil 900.000 km² de território. Foi obter esse resultado sem disparar um tiro, imprimindo à diplomacia brasileira duradouro caráter pacífico.

Se estamos prestes a completar 142 anos de paz ininterrupta com dez vizinhos (que já foram 11), isso se deve à maneira pela qual se processou a definição do patrimônio territorial.

O ato fundador da política externa de um país é traçar no terreno o espaço da soberania. Quando a definição se faz por conquista e guerra, a herança de rancor e antagonismo perdura às vezes para sempre. Países de passado imperial como a Rússia são condenados a viver quase em permanente estado de tensão e beligerância em relação aos seus vizinhos.

Rio Branco morreu em 10 de fevereiro de 1912, um século atrás. Tinha apenas 20 anos quando começou a Guerra do Paraguai, conflito sobre o qual escreveu extensamente. Compreendeu então que "o recurso à guerra é sempre desgraçado". Da mesma forma que o barão de Cotegipe, poderia ter exclamado: "Maldita guerra! Vai nos atrasar 50 anos!".

Embora o Brasil tivesse saído vencedor, a guerra foi interminável e cruenta, deixando sequelas como a "questão militar", que enfraqueceram a monarquia e acabaram por levá-la à ruína. Seu impacto sobre a geração de Rio Branco e Joaquim Nabuco explica a opção que fizeram pela diplomacia e pelo direito para resolver conflitos.

Rio Branco desejava um Brasil forte e capaz de se defender de agressões. Não partilhava, porém, do fascínio pela força de seus contemporâneos -Bismarck, Theodore Roosevelt-, que conduziria à catástrofe da Primeira Guerra Mundial dois anos após sua morte. Embora valorizasse a herança da diplomacia do Império, considerava encerrada a orientação que, desde 1850, levara o país a envolver-se em sucessivos conflitos no Prata.

Foi o refundador e, a rigor, o criador da política externa contemporânea, ao modernizar o Itamaraty e deslocar o eixo da diplomacia de Londres para Washington, o centro do poder emergente da época. Soube usar a influência dos EUA em favor dos interesses brasileiros.

Antecipou o que hoje se chama de poder inteligente ("smart power") ao empregar a erudição histórica para triunfar nas arbitragens. Em outros casos, como o do Acre, mostrou-se mestre do moderno conceito de poder brando ("soft power") ao dosar concessões, trocas de território e compensações financeiras para evitar guerra de conquista. Liquidados os contenciosos de limites, pôde lançar as bases da unidade sul-americana com o Pacto do ABC (Argentina, Brasil e Chile).

No momento em que se começa às vezes a detectar no comportamento brasileiro laivos de recém-adquirida arrogância, convém voltar ao exemplo de equilíbrio e moderação do barão. Comentando a possibilidade de que países latino-americanos pudessem ceder à loucura das hegemonias e da prepotência, dizia ele que o Brasil do futuro continuaria a confiar na força do direito. E saberia conquistar "pela sua cordura, desinteresse e amor da Justiça a consideração e o afeto dos povos vizinhos, em cuja vida interna se absterá de intervir".

Neomalthusianos e keynesianos atrasados? So pode ser o Brasil...

Um debate em curso, que começou com esta postagem no blog do Mansueto Almeida, e que espero se prolongue nas próximas semanas...
Paulo Roberto de Almeida 

Sinceramente, eu já havia esquecido o artigo do economista André Lara Resende sobre a tese que consumo mundial está no seu limite e que, assim, seria tolice tentar superar a crise atual com politicas keynesianas para estimular o crescimento que, inevitavelmente, levariam ao aumento do consumo, aumento dos preços dos alimentos e a uma nova crise.
O economista escreveu sobre isso no Valor Econômico (clique aqui) e neste final de semana deu entrevista ao jornal O Globo (clique aqui). No seu artigo no jornal Valor Econômico, o economista fala que: “A crise de 2008, que insiste em não terminar, pode não ser apenas mais uma crise cíclica das economias modernas, sempre ameaçadas pela insuficiência de demanda. É possível que o prazo de validade do remédio keynesiano tenha se esgotado. Não há mais como contar com o crescimento da demanda de bens materiais para crescer. O crescimento pode não ser mais a opção de saída para a crise”.
Não tive tempo ainda de ler o livro “The Great Disruption” de Paul Gilding que Lara Resende cita e que parece contar também com a simpatia do jornalista Thomas Friedman do “The New York Times” (clique aqui). Mas confesso que acho essas teses pessimistas difícil de engolir.
Não discordo da tese que um crescimento muito rápido dos países emergentes poderia ocasionar um aumento do consumo, piorar o efeito estufa e até ocasionar um forte crescimento dos preços dos alimentos e de outras commodities. Mas daí inferir que chegamos no limite do consumo é ter pouca fé no progresso tecnológico e no aumento de produtividade (com efeitos incertos sobre os preços) que resultaria desse maior progresso.
Assim, enquanto o dia final não chega, seria melhor pensarmos em como superar atual crise ao invés de acreditar muito nessas teses neo-malthusianas.

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Meu comentário (PRA):

De fato, o malthusianismo voltou com força, alguns até o chamando de neomalthusianismo -- como no caso dos ecologistas que alertam contra a ameaça de escassez de recursos naturais, energia, etc -- mas se trata da mesma reação paranóica, irracional e totalmente desmentida pela história econômica e pelo desenvolvimento tecnológico.
Incrível é que um economista do porte do Lara Rezende caia nessa história, ainda que ele pretenda fazer uma crítica do keynesianismo aplicado.
Na verdade, não há nada de muito sofisticado na prática dos governos (os europeus pelas últimas décadas) insistirem no crescimento via estímulo ao consumo: todos os políticos -- que são demagogos, por definição -- fazem isso, até o limite do possível. Depois, quando chega a hora do ajuste de contas, se entra em um período recessivo e de contenção fiscal. Nada que não seja contradito mais adiante por novas políticas expansionistas, até a repetição infindável desse ciclo de políticas social-democráticas e de ajustes ortodoxos, alternadamente.
O caso atual é um pouco mais complexo, pois a irrupção da China obriga a uma nova e importante redistribuição mundial de polos de produção, com inevitáveis consequências na repartição mundial do trabalho.
Ou seja, o atual ciclo obrigará não apenas a um ajuste de políticas macroeconômicas mas também a importantes mudanças estruturais e locacionais. Se quisermos algo parecido, em escala macrohistórica, se deve referir às invasões bárbaras no apogeu do império romano, que alteraram profundamente o panorama econômico até então vivido sob a dominância mediterrânea, quase toda a Europa ocidental e boa parte do Oriente Médio.
Mas, ao contrário dos dez séculos de fragmentação econômica que tivemos na Idade Média, vamos ter séculos de integração capitalista, com todo o seu lote de bondades e desigualdades estruturais que é possível esperar.
O Brasil, por enquanto, é semiperiferia nesse jogo, que vai ter China (Ásia, com Japão, Coreia, Asean e outros dinâmicos participando da grande economia da bacia asiática, incluindo os americanos do Pacífico, do Alasca ao Chile), a Europa e os EUA como protagonistas principais.
Nossos políticos simplesmente não possuem capacidade mental para fazer o país participar da grande estratégia da globalização capitalista, por isso mesmo permaneceremos nas fímbrias do sistema.
Enfim, a China também permaneceu nessa condição por dois séculos, até conseguir se levantar de seu torpor, após os desastres da era do maoismo delirante. Nós estamos reproduzindo o que de pior a Argentina fez durante décadas (e que ainda não terminou de praticar) e que deve atrasar ainda mais o Brasil nas próximas décadas: introversão econômica, protecionismo comercial, stalinismo industrial, obscurantismo educacional.
Não sou totalmente pessimista, apenas moderadamente no caso do crescimento econômico -- vamos continuar crescendo lentamente, puxados em parte pela China, em parte pelo mercado interno -- mas absoluta e totalmente no plano educacional, o que nos fará perder a oportunidade de ter significativos ganhos de produtividade para enfrentar o fim do bonus demográfico mais adiante.
Esperemos que pessoas mais lúcidas do que a atual geração de políticos ascendam ao poder ainda nesta década, que promete ser moderadamente perdida.
Paulo Roberto de Almeida 
(Paris, 6/022012)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Cuba, again, and again, and again...


¡Que vergüenza!

Por Juan Larraín*
Diário de las Américas (Venezuela), 5 Febrero 2012

La visita de Dilma Rousseff viene a darle continuidad a la que fue política de Lula hacia la dictadura castrista. Ella se enmarca además en una suerte de liturgia que siguen los mandatarios de izquierda de la región, que no pueden dejar de viajar a La Habana para recibir de su líder espiritual sus bendiciones y consejos.

El Canciller de Brasil, Antonio Patriota, definió con mucha franqueza los términos de la visita de doña Dilma, la que responde como es lógico al nivel en que se encuentra la relación bilateral, en una reciente entrevista que le concedió a un medio chileno de prensa. Al respecto, el Ministro Patriota destacó que su país es cercano a Cuba tanto en lo político como en lo económico, puntualizando que empresas brasileñas están involucradas en ambiciosos proyectos de infraestructura, como el puerto de Mariel, teniendo mucho interés de seguir allí pues el país cuenta con una mano de obra de excelente calidad.

En cuanto a la cercanía política, el comentario del Canciller es sorprendente y pretende justificar la situación que se vive en la isla, como “consecuencia de la guerra fría”, lo que es absurdo pues esta terminó hace más de veinte años. Pero lo que resulta realmente increíble es cuando se refiere al “reconocimiento de la especificidad cubana” que los países de la región deben hacer. Patriota trata de explicarla, a mi juicio infructuosamente, indicando que “el embargo norteamericano ha creado condiciones que son distintas a las de los demás países...”

Es difícil entender que pueda haber afinidad política entre una democracia vibrante como la brasileña y una dictadura comunista como la que implantaron los hermanos Castro hace más de cincuenta años. Pueden existir relaciones diplomáticas y comerciales entre Brasil y Cuba, pero cercanía política es algo muy distinto y de boca del Canciller son palabras que desconciertan.

Enfatizar, por ejemplo, la aceptación por parte de Cuba de la cláusula democrática de CELAC como una muestra que el régimen está evolucionando es una tomadura de pelo si lo dijo en serio, pues cuesta imaginar que el Canciller se crea tal patraña. Basta enterarse de lo que acaba de declarar Raúl Castro, luego de una reciente conferencia del partido comunista -el único autorizado a existir- para reafirmar la convicción de que el régimen en lo político es el mismo de siempre. Las pocas “reformas económicas” que le permiten al pueblo cubano por primera vez en más de medio siglo realizar algunas operaciones comerciales, son el vivo reconocimiento del desastre de un sistema universalmente fracasado, que es incapaz de proveer ni siquiera la satisfacción de las necesidades básicas del país.

Pero lo más pasmoso de la entrevista del Canciller Patriota es cuando intenta homologar a los demás países del continente con lo que vive Cuba en materia de violaciones de los derechos humanos y la falta total de democracia. Sostener esto es un verdadero insulto no sólo para el resto de América sino para aquellos que luchan por conquistar la libertad, incluso arriesgando sus vidas, en “el paraíso” que construyeron los hermanos Castro. Esto no es novedad si se recuerda la reacción de Lula ante la inmolación de Orlando Zapata Tamayo, cuando se encontraba de visita en La Habana. Además, el Canciller brasileño tuvo el atrevimiento de insinuar maliciosamente que en Chile se han violado los derechos humanos con motivo de las recientes manifestaciones estudiantiles, que dijo “seguir con mucho interés”.

Pobre Cuba. En este contexto, puede darse por seguro que la Sra. Rousseff mientras estuvo en La Habana no habrá movido un dedo por la liberación de los presos de conciencia que se pudren en el gulag de la isla ni escuchado a los disidentes. Su pasado ideológico y el temor de contrariar a sus anfitriones habrán pesado más que los valores que su país dice defender, justificándose ante la prensa que ella es partidaria de hablar de los derechos humanos en todo el mundo, incluido Brasil y sin olvidar a Estados Unidos y Guantánamo y reclamando su enfoque multilateral.

Juzgue el lector de qué lado está la Sra. Rousseff y su gobierno, pero es claro que no en el de los derechos humanos y la democracia en Cuba.

*El autor es profesor de la Universidad de Miami y ex Embajador de Chile en la Organización de las Naciones Unidas (ONU) y la OEA.

Malthusianos equivocados: por que se equivocam? Explicacoes economicas....

Na sequência deste meu post:

O fim dos ecologistas, como os conhecemos hoje: os novos malthusianos continuam errando


um leitor fiel, Eduardo Rodrigues, a quem agradeço, me envia esta simples aula de economia elementar:


Eduardo Rodrigues, Rio deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O fim dos ecologistas, como os conhecemos hoje: os...": 

Steve Horwitz num curto e esclarecedor vídeo sobre o assunto.

-- Os recursos naturais estão acabando? --
Steve Horowitz, Ph.D., St. Lawrence University

Uploaded by  on Nov 24, 2011
O professor Steve Horwitz fala sobre a crença comum de que o mundo está ficando sem recursos naturais. Ao invés disso, existem razões econômicas que explicam porque nós nunca ficaremos sem muitos recursos. Em um sistema de livre mercado, preços sinalizam escassez. Então quando um recurso se torna mais escasso, ele se torna mais caro, o que incentiva as pessoas a usar menos desse recurso e desenvolver novas alternativas, ou procurar novas reservas desse recurso que eram anteriormente desconhecidas ou sem possibilidade de ser explorada com lucro. Nós temos visto através da história que a habilidade da mente humana de inovar, combinada com um sistema econômico de livre mercado , é um recurso ilimitado que pode superar as limitações que nós percebemos nos recursos naturais.

Transcrição e tradução de Henrique Vicente.
Revisão e legendas de Juliano Torres.
Portal Libertarianismo: "Evoluindo Ideias e Indivíduos."
www.libertarianismo.org

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