O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

ATENCAO, ATENCAO: ASSUNTOS DE ESTADO DA MAIS ALTA RELEVANCIA NACIONAL

Desculpem as maiúsculas, mas o assunto é da mais alta relevância insignificante, da mais baixa importância nacional, do maior impacto hilariante possível, pois por esta informação oficial sabemos agora que TODOS OS BRASILEIROS, MENOS EU, CLARO, estão obrigados a empregar, SEMPRE, o gênero ao se referirem a suas companheiras.
Ou melhor, a LEI, abaixo, estipula a inflexão de gênero.
Assim, cada vez que eu me dirigir a um amigo jornalista, vou ter, sob pena de excomunhão perpétua, de condenação pela lei ao degredo funcional, exclusão dos quadros do serviço público, vou ter, eu dizia, de escrever, tchan, tchan, tchan...
JORNALISTO !!
Assim é a consequência lógica desta LEI da qual acabo de tomar conhecimento. Constato, assim, que o Congresso brasileiro, estimulado sem dúvida pelos áulicos da PR (presidência da República, para os íntimos e as íntimas), se ocupa, cada vez mais, de assuntos de Estado, da mais alta importância nacional. O que seria de nós sem todos esses cuidados e cuidadas?
Tenho para mim que o ato (ou a ata?, já que se trata de LEI, substantivo feminino) foi feito em PRIMEIRO DE ABRIL, mas atrasaram a publicação só de birra...
Paulo Roberto de Almeida 


A PRESIDENTA DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1°. As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido.
Art. 2°. As pessoas já diplomadas poderão requerer das instituições referidas no art. 1o a reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo sistema de ensino.
Art. 3°. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 3 de abril de 2012; 191. da Independência e 124. da República.
DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante
Eleonora Menicucci de Oliveira

PS1.:
Bem, já que estou autorizado, por esse decreto, vou correndo ao Instituto Rio Branco, solicitar, imediatamente, a expedição de um diploma, sem custas para mim, que me qualifica como:

DIPLOMATO !!

É o que sou agora, acreditem minhas gentes e minhas gentas...
E quem paga por toda essa despesa nova, criada pela presidente?, vocês podem estar pensando, e eu respondo, imediatamente:
Você caro brasileiro, ops, vocês brasileiras, também, aliás, pessoas de qualquer sexo... (eu já não sei mais quantos existem, tal é a profusão de ações afirmativas deste governo tão preclaro)...


PS2:
Eu me sinto desobrigado, por anarquismo congenital, a cumprir as determinações da lei; até gostaria de ser preso por isso; adoro desobedecer ordens, sobretudo desse quilate...
Paulo Roberto de Almeida 

Comunicado Presidencial Brasil-EUA: 9 de abril de 2012

Comunicado Conjunto do Presidente Barack Obama e da Presidenta Dilma Rousseff
Washington, 9 de abril de 2012

A convite do Presidente Barack Obama, a Presidenta Dilma Rousseff realizou visita oficial aos Estados Unidos em 9 de abril de 2012 para tratar do estado do relacionamento entre os dois países em amplo leque de assuntos de natureza bilateral, regional e multilateral. Os dois líderes manifestaram sua satisfação com a parceria construtiva e equilibrada, baseada nos valores comuns e confiança mútua que existem entre os dois países, as duas maiores democracias e economias das Américas.

Para a formação de uma Parceria Estados Unidos-Brasil para o século XXI, os líderes passaram em revista o progresso dos principais diálogos elevados ao nível presidencial em março de 2011 – o Diálogo Econômico e Financeiro, o Diálogo de Parceria Global e o Diálogo Estratégico de Energia. Com vistas a contribuir para a Parceria do Século XXI, os Presidentes determinaram a criação de novo Diálogo de Cooperação em Defesa entre seus Ministros da Defesa, que também se reportará regularmente aos Presidentes. Saudaram o trabalho e reconheceram a importância de outras numerosas interações e consultas entre seus governos para aprimorar a cooperação bilateral.

Coincidiram sobre a importância das contribuições da sociedade civil e do setor privado para criar as bases para a Parceria Estados Unidos-Brasil. Os Presidentes participaram do Fórum de Altos Executivos, sublinhando o papel importante que o setor privado desempenha no relacionamento comercial, e saudaram as atividades da conferência “Parceria Estados Unidos-Brasil para o Século XXI”, realizada em 9 de abril de 2012, em Washington, centrada em comércio e investimento, energia, inovação, competitividade e educação.

Os líderes enfatizaram que parcerias entre governos estaduais e locais contribuem para promover a amizade e o entendimento entre seus países e para a promoção de objetivos nacionais compartilhados. Saudaram a assinatura do Memorando de Entendimento para Apoiar Cooperação Estadual e Local, estimulando entidades subnacionais a unir esforços para alcançar objetivos em áreas de interesse comum que complementem o fortalecimento das relações bilaterais Estados Unidos-Brasil, tais como comércio e investimento, oportunidade econômica, ciência, tecnologia e inovação, inclusão social, sustentabilidade ambiental e a preparação para a Copa do Mundo da FIFA de 2014, os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 e outros megaeventos.

Os líderes destacaram as importantes tratativas que têm ocorrido no marco do Diálogo Econômico e Financeiro (DEF). Os Presidentes manifestaram sua satisfação com a ampliação do foco do DEF para infraestrutura e investimentos nos dois países e saudaram a criação do diálogo sobre investimento no âmbito do Acordo de Comércio e Cooperação Econômica. Os líderes ressaltaram igualmente a importância do Diálogo Comercial e do Diálogo de Parceria Econômica entre os dois países. O Presidente Obama anunciou a visita do Presidente do Conselho de Exportação ao Brasil em setembro de 2012 e a Presidenta Rousseff salientou que serão organizadas missões setoriais comerciais de alto nível para os Estados Unidos, em áreas como serviços de alimentação, tecnologia de informação, saúde e maquinaria.

A Presidenta Rousseff sublinhou a importância do investimento em infraestrutura – inclusive tendo em vista a próxima Copa do Mundo da FIFA de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 – assim como no setor de energia, em particular o desenvolvimento de tecnologia e capacidade produtiva no Brasil.

Saudaram o crescimento da relação em comércio e investimentos entre Estados Unidos e Brasil, ilustrada pelo recorde de US$ 74 bilhões de fluxo de comércio em 2011. Enfatizaram, ainda, a importância dos benefícios mútuos de estimular o aumento do comércio e dos investimentos. Reiteraram seu compromisso com o sistema multilateral de comércio e com o trabalho conjunto para garantir que a Organização Mundial do Comércio contribua para o crescimento econômico global e para a criação de empregos. Os Presidentes reafirmaram o compromisso de ambos os países em promover o comércio de serviços e bens manufaturados e reforçar a cooperação em política e pesquisa agrícolas, medidas sanitárias e fitossanitárias com base científica, assim como em se empenhar, nos foros bilaterais e multilaterais, para a remoção de barreiras ao comércio de produtos agrícolas.

Realçaram a educação como uma prioridade estratégica de importância crescente para fortalecer e apoiar todos os aspectos da parceria EUA-Brasil, particularmente em ciência, tecnologia, inovação e competitividade. Reconhecendo as vantagens econômicas, para ambos os países, de incrementar os contatos entre norte-americanos e brasileiros, os Presidentes saudaram o dinamismo e o apoio obtidos pelas iniciativas de intercâmbio “100.000 nas Américas”, norte-americana, e “Ciência sem Fronteiras”, brasileira. Exaltaram o início das atividades do primeiro grupo de estudantes e pesquisadores participantes do programa “Ciência sem Fronteiras”, e esperam receber milhares de outros estudantes em ambos os países.

Os Presidentes saudaram o apoio do VII Fórum de Altos Executivos às iniciativas “100.000 nas Américas” e “Ciência sem Fronteiras”, assim como suas recomendações conjuntas e seu compromisso com um maior engajamento para fortalecer o ambiente de negócios, aumentar o comércio e os investimentos bilaterais, melhorar a infraestrutura, reforçar o empoderamento econômico das mulheres, encorajar a cooperação em energia e aviação e acompanhar o progresso em direção àqueles objetivos.

No contexto do Diálogo Econômico e Financeiro, os Presidentes discutiram uma maior colaboração no âmbito das instituições financeiras internacionais e, com a perspectiva da Cúpula do G-20 no México, para a redução dos desequilíbrios globais, para a promoção da estabilidade e inclusão financeiras, e para a criação de condições para um crescimento robusto, sustentado e equilibrado. Ressaltaram a necessidade de aprofundar a reforma das instituições financeiras internacionais, as quais precisam refletir as novas realidades econômicas e, nesse sentido, sublinharam a importância de trabalharem conjuntamente nas reformas das cotas e da governança do Fundo Monetário Internacional.

Saudaram a consolidação do G-20 como o mais alto foro para a coordenação de políticas econômicas internacionais e reafirmaram o papel do G-20 na promoção de medidas de incentivo ao crescimento inclusivo, à criação de empregos e à superação dos desequilíbrios globais. Recomendaram que os altos representantes dos dois países no G-20 continuem a manter consultas bilaterais regulares. Notaram a persistência das incertezas na economia internacional, ao mesmo tempo em que ressaltaram os importantes passos recentemente adotados pelos formuladores de políticas na Europa. Saudaram os continuados sinais de recuperação econômica nos Estados Unidos. Os líderes também ressaltaram a oportunidade para cooperação mais estreita nos bancos de desenvolvimento multilaterais.

Os Presidentes notaram a convergência de posições a respeito da aplicação do “Regime de Comércio de Emissões” (ETS) da União Européia sobre o transporte aéreo internacional. Enfatizaram ainda que questões relacionadas às emissões da aviação civil internacional devem ser resolvidas multilateralmente.

Os Presidentes sublinharam a importância da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), no Brasil, como oportunidade para promover o desenvolvimento sustentável por meio da inovação e do amplo engajamento das partes interessadas. Enfatizaram a importância de ampla participação no Segmento de Alto Nível da Conferência, de 20 a 22 de junho de 2012. Em apoio a esta cooperação ampliada, reconheceram progressos na mobilização de investimentos em infraestrutura inteligente e sustentável no Rio de Janeiro e na Filadélfia, no âmbito da Iniciativa Conjunta EUA-Brasil em Sustentabilidade Urbana.

Os líderes elogiaram o fortalecimento do diálogo Estados Unidos-Brasil em desenvolvimento sustentável e saudaram a adoção de um Memorando de Entendimento entre a Agência de Proteção Ambiental e o Ministério do Meio Ambiente, com foco em avaliação de impacto ambiental, análise de risco, inclusão social e justiça ambiental. Os líderes também elogiaram a assinatura de um Memorando de Entendimento sobre Moradias Sustentáveis e Desenvolvimento Urbano para estimular esforços cooperativos e aprofundar o intercâmbio de aprendizagem no campo da habitação sustentável e desenvolvimento urbano em apoio à Parceria das Américas em Clima e Energia (EPCA).

Saudaram os resultados da 17ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática realizada em Durban, em dezembro de 2011, que alcançou um resultado abrangente e equilibrado. Sublinharam ainda a importância do sistema multilateral no tratamento da mudança do clima por meio da implementação eficaz dos resultados de Durban.

Os líderes elogiaram a assinatura do Memorando de Entendimento sobre a Parceria em Aviação, bem como o progresso feito em direção à facilitação de um maior fluxo turístico e de viajantes entre seus países ao mesmo tempo em que é mantida e melhorada a segurança em suas fronteiras. Notaram que a Parceria Estados Unidos-Brasil em Aviação promoverá cooperação bilateral em infraestrutura, transporte aéreo e tráfego aéreo, o que contribuirá para o crescimento, competitividade e desenvolvimento socioeconômico em ambos os países. Essa cooperação pode incluir áreas como intercâmbio de melhores práticas, pesquisa e desenvolvimento, inovação, novas tecnologias, sustentabilidade, treinamento, logística, cadeias produtivas e outros tópicos.

Os Presidentes revisaram a implementação de medidas para facilitar o fluxo de turistas e executivos entre os dois países. Comprometeram-se a trabalhar em estreita colaboração para atender aos requisitos do Programa de Dispensa de Vistos dos Estados Unidos e da legislação brasileira aplicável, de maneira a possibilitar que cidadãos dos EUA e do Brasil viajem entre os dois países sem necessitar de visto. Discutiram o programa-piloto “Global Entry” e elogiaram os esforços de ambos os Governos para facilitar viagens, para o benefício de seus respectivos cidadãos. O Presidente Obama recordou sua instrução de que seja acelerada em 40%, nesse ano, a capacidade dos Estados Unidos de processar vistos no Brasil, bem como o recente anúncio do Departamento de Estado de sua intenção de abrir novos consulados em Belo Horizonte e Porto Alegre.

Expressaram sua satisfação com o avanço de um projeto-piloto de “Green-Lane” em transporte aéreo de cargas, destinado à adoção de um amplo programa de reconhecimento mútuo de operadores econômicos autorizados, para facilitar o comércio entre os dois países.

Os Presidentes saudaram a adoção do Plano de Ação Estados Unidos-Brasil em Cooperação em Ciência e Tecnologia, que reflete o resultado da reunião de março de 2012 da Comissão Mista em Ciência e Tecnologia (CMCT) e ressaltaram a criação de um grupo de trabalho em inovação para explorar o papel da inovação na promoção da competitividade e criação de empregos. A CMCT também abordou a cooperação em ciências do mar, tecnologia e observação, prevenção e mitigação de desastres, ciência básica, padrões de medidas, inclusive para biocombustíveis avançados, e a importância do acesso aos dados do Sistema de Observação da Terra. Também saudaram as discussões sobre saúde, biomedicina e ciências da vida, mulheres na ciência e nanotecnologia, durante a III CMCT.

Os líderes ressaltaram a importância da cooperação espacial bilateral e instruíram as agências apropriadas a examinar a viabilidade de desenvolver projetos espaciais conjuntos. Tomaram nota da recente reunião em Brasília do Diálogo de Segurança Espacial.

Ressaltaram a crescente importância de assuntos relacionados à Internet e às tecnologias de informação e comunicação (TICs), bem como a necessidade de aprofundar discussões e aumentar a cooperação entre os Estados Unidos e o Brasil em assuntos tão vitais para suas economias e sociedades. Notaram com apreço a duradoura colaboração nessas áreas e saudaram o estabelecimento de novo mecanismo para consultas em temas como governança da Internet, políticas para Internet/TICs e segurança cibernética.

Os Presidentes conversaram detidamente sobre temas globais e saudaram o continuado progresso do Diálogo de Parceria Global (DPG). Saudaram os avanços em cooperação educacional, científica e trilateral no âmbito do DPG. Os líderes assinalaram seu compromisso de promover democracia, respeito aos direitos humanos, conscientização cultural e inclusão socioeconômica no mundo.

Os Presidentes concordaram que, da mesma forma que outras organizações internacionais precisaram mudar para se tornarem mais aptas a responder aos desafios do Século XXI, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) também precisa ser reformado, e expressaram seu apoio a uma expansão limitada do Conselho de Segurança que aprimore suas efetividade e eficiência, bem como sua representatividade. O Presidente Obama reafirmou seu apreço à aspiração do Brasil de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança e reconheceu as responsabilidades globais assumidas pelo Brasil. Os dois líderes concordaram em manter consulta e cooperação contínuas entre os dois países com vistas a alcançar a visão delineada na Carta das Nações Unidas de um mundo mais pacífico e seguro.

Ao trocar impressões sobre recentes desafios na África e no Oriente Médio, os Presidentes ressaltaram a importância de esforços cooperativos para produzir resolução de conflitos que seja sustentável e contribua para a paz e a estabilidade. Manifestaram seu compromisso de apoiar, com urgência, soluções multilaterais abrangentes e duradouras para as prementes questões e crises globais atuais.

Os líderes reafirmaram seu compromisso com a transparência e a prestação de contas dos Governos e com o engajamento dos cidadãos como elementos-chave para o fortalecimento da democracia, dos direitos humanos e da boa governança, bem como para a prevenção da corrupção. Celebraram o lançamento conjunto da Parceria sobre Governo Aberto (PGA), em Nova York, no último mês de setembro, saudaram a estreita colaboração dos dois países como co-presidentes da Parceria e discutiram a próxima reunião da PGA em Brasília, durante a qual mais de quarenta novos países deverão lançar seus Planos de Ação Nacionais com novos compromissos concretos para combater a corrupção, promover a transparência e desenvolver novas tecnologias para empoderar seus cidadãos.

O Presidente Obama felicitou a Presidenta Rousseff pela promulgação da Lei de Liberdade da Informação no Brasil e por seu papel de liderança regional e global, no engajamento da sociedade civil e na atração de grupo diversificado de países para a segunda reunião de alto nível da PGA. A Presidenta Rousseff também felicitou o Presidente Obama pela implementação do plano de ação dos EUA na PGA, incluindo o recente lançamento do Ethics.gov e da nova iniciativa “Green Button”, que garante aos consumidores acesso sobre seus próprios dados de consumo de energia.

Os líderes também revisaram e notaram os progressos alcançados em sua cooperação trilateral para o desenvolvimento na América Latina, no Caribe e na África, em temas como segurança alimentar, energia, agricultura, saúde, trabalho decente e cooperação humanitária. Os líderes recordaram o trabalho em colaboração já desenvolvido e determinaram maiores esforços na área de cooperação trilateral em segurança alimentar. Saudaram a assinatura de acordo sobre atividades de cooperação técnica para aprimorar a segurança alimentar em terceiros países.

Encorajaram maior cooperação trilateral em segurança e saudaram o recente lançamento do projeto-piloto de sistema de monitoramento integrado para a redução do cultivo de coca na Bolívia.

Os Presidentes elogiaram a cooperação promovida pelo Plano de Ação Conjunta para a Promoção da Igualdade Étnico-Racial e Promoção da Igualdade Racial nas áreas de saúde, justiça ambiental, acesso à Justiça, educação e empreendedorismo na área de megaeventos esportivos. Notaram que, à medida que suas economias crescem, é importante que os benefícios alcancem todos os setores, incluindo crianças e idosos e grupos historicamente vulneráveis como mulheres, afrodescendentes, povos indígenas, deficientes físicos e pessoas LGBT. Também saudaram a colaboração adicional sobre o tema LGBT nos fóruns multilaterais de direitos humanos. Ressaltaram o progresso na cooperação bilateral para a igualdade de gêneros e o avanço na condição da mulher, incluindo os esforços voltados para maior participação política e econômica das mulheres na área de ciência e tecnologia, bem como a priorização da prevenção e combate à violência baseada em gênero, em nível global.

Os Presidentes reafirmaram o compromisso de ambos os países com a conclusão de um instrumento internacional efetivo na Organização Mundial da Propriedade Intelectual que assegure que os direitos autorais não sejam uma barreira ao acesso igualitário à informação, à cultura e à educação para pessoas com deficiência visual e pessoas com deficiência para leitura.

Expressaram sua satisfação com o resultado propiciado pelo diálogo a propósito da Convenção da Haia sobre Aspectos Civis do Seqüestro Internacional de Crianças na implementação desse instrumento nos Estados Unidos e no Brasil.

Os líderes expressaram seu apoio ao tema da próxima Cúpula das Américas, "Conectando as Américas: Parceiros para a Prosperidade”, a qual tem como foco o papel da integração física, cooperação regional, pobreza e desigualdades, segurança cidadã, desastres e acesso a tecnologias como meios para alcançar níveis superiores de desenvolvimento e superar os desafios das Américas.

Os Chefes de Estado discutiram a importância de progresso econômico continuado e estabilidade política no Haiti, incluindo a formação de um novo governo e a realização tempestiva de eleições. Sublinharam os resultados alcançados pela Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti e encorajaram o governo do Haiti a trabalhar para o fortalecimento da governança e do estado de direito. Encorajaram também o Haiti a continuar a buscar o desenvolvimento da Polícia Nacional Haitiana. Com vistas a promover novas parcerias público-privadas para o setor energético do Haiti, os líderes comprometeram-se a trabalhar com o governo do Haiti no desenvolvimento e implementação de um plano nacional de energia, incluindo seus planos de modernização dos serviços elétricos e de desenvolvimento de novas fontes renováveis de energia, como a Hidrelétrica Artibonite 4C, para garantir suprimento de energia para o desenvolvimento futuro do Haiti.

Os Presidentes tomaram nota do lançamento do Diálogo Estratégico em Energia (DEE) com significativa colaboração entre os órgãos responsáveis dos dois países. Sublinharam a cooperação crescente em petróleo e gás natural, biocombustíveis, energia renovável e eficiência energética, ciência e energia limpa. Ao ressaltar a importância do desenvolvimento destes recursos-chave para a segurança energética global, os líderes instruíram seus governos a buscar maiores oportunidades de trabalho com parceiros do setor de maneira a contribuir para estabilizar os mercados de petróleo e gás, aumentando o acesso à energia, aprofundando e promovendo o desenvolvimento e uso de tecnologias de energia limpa, renovável e de baixo uso de carbono.

Os líderes tomaram nota da importância de uma colaboração mais ampla em matéria de exploração de petróleo e gás; em particular da produção segura, limpa e eficiente das reservas de petróleo e gás de seus países. Enfatizaram seu compromisso em proporcionar oportunidades para incentivar empresas a investir em produção e a compartilhar tecnologias e experiências para desenvolver capacidades no setor de petróleo e gás. Realçaram a importância de que seus governos e indústrias compartilhem informações sobre melhores práticas, inclusive sobre desenvolvimento de gás não-convencional e por meio da colaboração técnica em andamento sobre operações de petróleo e gás em águas profundas.

Os líderes se comprometeram a continuar a avançar na colaboração de seus países em pesquisa, desenvolvimento e sustentabilidade de tecnologia de bioenergia; incluindo biocombustíveis para aviação e cooperação em terceiros países, como a promoção de capacidades na África Ocidental no âmbito da Parceria Global de Bioenergia. Exaltaram os esforços conjuntos que resultaram na conclusão da primeira fase dos estudos de viabilidade para produção de bioenergia em terceiros países no âmbito do Memorando de Entendimento para Avançar a Cooperação em Biocombustíveis.

Os Presidentes realçaram a importância de sua cooperação regional em energia renovável por meio da identificação de potenciais recursos financeiros de organizações multilaterais. Em relação a eficiência energética, comprometeram-se a apoiar esforços regionais para aumentar a cooperação no setor de energia e incrementar a colaboração sob os auspícios da Parceria em Energia e Clima das Américas.

Como parte dos diálogos presidenciais, os líderes determinaram o estabelecimento de um Diálogo de Cooperação em Defesa (DCD) e anunciaram sua primeira reunião para o dia 24 de abril, no Brasil. Tomaram nota da importância de um diálogo aprimorado para permitir uma cooperação bilateral em defesa mais próxima entre os dois países, baseada no respeito mútuo e na confiança. Observaram também que o DCD servirá como um foro para o intercâmbio de visões e para identificar oportunidades de colaboração em assuntos de defesa no mundo.

Reiteraram a forte determinação dos dois países em apoiar esforços internacionais para o desarmamento e a não-proliferação, com vistas a alcançar a paz e a segurança em mundo sem armas nucleares. A esse respeito, expressaram apoio ao ciclo de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e aos objetivos identificados no Plano de Ação adotado pela VIII Conferência de Revisão do TNP, que inclui a entrada em vigor do Tratado Abrangente para o Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), o início de negociações de um tratado para proibir a produção de materiais físseis para armas nucleares ou outros propósitos explosivos, e iniciativas correlatas. Decidiram intensificar a cooperação bilateral e multilateral na área de proteção física e segurança nuclear, bem como no uso de energia nuclear para fins pacíficos.

(Des)Industrializacao brasileira: duas visoes distintas - Affonso Celso Pastore e Amir Khair


Duas visões distintas mas até certo ponto complementares do debate sobre a desindustrialização no Brasil :
(1) Por que a indústria parou de crescer nos últimos anos ? (Affonso Celso Pastore, professor da USP e ex-presidente do BC)
(2) Estimular a industrialização (Amir Khair
 Ambos no jornal O ESTADO DE SÃO PAULO de Domingo, Abril 08, 2012

Por que a indústria parou de crescer nos últimos anos?
AFFONSO CELSO PASTORE
 O ESTADO DE SÃO PAULO
Domingo, Abril 08, 2012

A incapacidade de responder à competição externa é uma das causas da estagnação

O setor industrial brasileiro é bastante aberto ao comércio internacional. Como câmbio real valorizado, e com os preços em dólares de produtos manufaturados exportados e importados pelo Brasil mantendo-se estáveis devido à recessão e ao baixo crescimento na Europa e EUA, crescem as importações e mantém se estagnadas as exportações brasileiras de bens de consumo. Os dois gráficos ao lado mostram que enquanto os índices de quantum exportado de bens duráveis e não duráveis de consumo vêm se mantendo estáveis ou declinando ligeiramente, entre 2009 e 2011 as respectivas quantidades importadas praticamente dobraram. A incapacidade de responder à competição externa é uma das causas da estagnação da indústria.

Mas isso não conta toda a história. O setor industrial é, também, muito menor do que o setor produtor de serviços. O PIB do setor de serviços representa mais de 65% do PIB brasileiro, empregando em torno de 60 milhões de trabalhadores, enquanto que o PIB da indústria de transformação representa apenas 25%, empregando um volume de trabalhadores muito menor, em torno de 20 milhões. Por outro lado, os dados das contas nacionais negam o "saber convencional" de que somente a indústria paga os "bons salários". No ano de 2009 (o último dado disponível)o salário médio pago pela indústria era de R$ 15.870, enquanto o salário médio pago pelo setor de serviços atingia R$ 14.006, que é muito próximo do salário médio da indústria. Obviamente amassa real de salários do setor de serviços é em torno de 3 vezes maior do que a massa de salários paga aos trabalhadores da indústria, sendo a maior responsável pela sustentação da demanda agregada.

Atualmente setor industrial está deprimido, sofrendo com a competição externa, mas o setor produtor de serviços que não sofre essa competição está superaquecido, e se beneficia dos estímulos dados pelo governo à expansão da demanda. Como o setor de serviços é o grande empregador de mão de obra, leva a economia a operar muito perto - ou mesmo acima - do pleno emprego. Não há, assim, nenhum paradoxo no fato de que ao lado de um setor industrial que não cresce, a taxa de desemprego no Brasil é a menor da história.

Com esse comportamento do mercado de trabalho crescem os salários reais tanto no setor de serviços quanto no setor industrial. O crescimento dos salários reais não levaria a um aumento de custos de produção da indústria caso a produtividade da mão de obra tivesse crescimento semelhante. Contudo, um estudo recente do Ipea (Comunicado N.º 133) mostra que a produtividade da mão de obra na indústria não vem crescendo, o que leva ao aumento do custo unitário do trabalho na indústria. Os dados do IBGE permitem estimar esse aumento: entre 2009 e 2011 o custo unitário do trabalho (salários divididos pela produtividade média da mão de obra) na indústria elevou-se em torno de 15% em termos reais.

A elevação dos salários reais não é acarretada pelo aumento da demanda de mão de obra da indústria, que segundo os dados do Caged vem contratando muito pouco ou mesmo nada. Ela é proveniente do aquecimento do setor de serviços que acarreta, simultaneamente: o aumento da demanda agregada de bens de consumo, devido à sua contribuição ao aumento da massa real de salários; e o aumento do custo unitário do trabalho para a indústria.

O setor produtor de serviços também sofre as consequências da elevação do custo unitário do trabalho, mas, como é fechado ao comércio internacional, pode repassá-lo pelo menos parcialmente aos preços. Já o setor industrial é muito aberto, e a competição dos produtos importados limita a sua capacidade de repassar aumentos de custos para preços.

Em consequência, estreitam-se as "margens" da indústria, limitando a sua capacidade de crescer. Em grande parte os estímulos derivados do aumento da demanda doméstica "vazam" para as importações. Mas esse "vazamento" não decorre apenas da valorização cambial e dos baixos preços internacionais de produtos importados e exportados pelo Brasil, e também da elevação do custo unitário do trabalho.

Diante desse quadro, o governo acena com três reações. Primeiro, procura acentuar estímulos à demanda, quer para elevar o consumo, quer, como diz a presidente Dilma, para "libertar o espírito animal" dos empresários, levando ao aumento da formação bruta de capital fixo. Além de o BC prosseguir baixando a taxa real de juros, devem ampliar-se as pressões para expansão do crédito, com o uso dos bancos públicos. Já há alguns meses vêm caindo as taxas de 12 meses de expansão do crédito de bancos privados nacionais, o que se deve em grande parte à inadimplência elevada do crédito ao consumidor provocada pelo exagero no financiamento a automóveis em 2010, mas em contrapartida vem se elevando a taxa de 12 meses de expansão do crédito de bancos públicos, e entre eles o BNDES, que deve ser premiado com novas transferências do Tesouro.

Segundo, o governo quer evitar a continuidade da valorização cambial e, se possível, gerar algum enfraquecimento adicional do real. Para isso manterá elevadas as intervenções no mercado de câmbio e, se necessário, poderão ser tomadas novas medidas tributárias para desestimular ingressos de capitais. Terceiro, pode intensificar formas disfarçadas de protecionismo, como o uso de alíquotas diferenciadas de impostos indiretos domésticos, como aumento das alíquotas do IPI sobre produtos importados que tenham simulares domésticos, como já ocorreu nos automóveis.

Outra linha de ação é o aumento puro e simples do protecionismo. Há sinais de que o ministro do Desenvolvimento vem criticando a "timidez" do ministro da Fazenda em elevar as barreiras protecionistas e o controle da taxa cambial, e não sabemos até que ponto a presidente Dilma é simpática a ações discricionárias mais fortes neste campo.

No pressuposto de que "a demanda cria a própria oferta" o governo provavelmente vai disparar novos estímulos à demanda e novas formas de evitar os "vazamentos" da demanda para o exterior.Oque esperar?

Se no contexto de fortes estímulos à demanda doméstica o governo tiver sucesso em enfraquecer o real e/ou elevar direta ou indiretamente o protecionismo, colherá um aumento adicional da inflação. Os dados de preços mostram que a inflação de "serviços" continua elevada devido às pressões salariais. Essas pressões tenderão a se acentuar com novos estímulos à expansão da demanda. Lembremos que a contribuição maior para reduzir a inflação vem dos preços dos bens "tradables" industrializados, que se interromperá com o enfraquecimento do real e o aumento do protecionismo.

Se o governo ainda estiver comprometido com a inflação baixa, terá de limitar o enfraquecimento do real e o protecionismo.  Com isso, evitará inflação mais alta nos bens "tradables industrializados", mas ao continuar estimulando a expansão da demanda não conterá a alta de salários reais.O mais provável, contudo, é que a perseguição de uma meta de inflação mais baixa seja coisa do passado.

Infelizmente esse é um quadro no qual não há preocupações com a produtividade e com a eficiência econômica. A busca desses objetivos não parece ter importância, mesmo porque produz resultados apenas a longo prazo, e o horizonte do governo é o do seu mandato, e não o que garanta o crescimento de longo prazo.

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Amir Khair
Estimular a industrialização
As atenções do governo estão voltadas ao processo de desindustrialização em curso no País. Para isso acabou de lançar o segundo pacote de estímulos à indústria, com medidas mais fortes do que o primeiro, o Brasil Maior, lançado em agosto.
Trata-se de um conjunto de medidas de estímulo à competitividade que envolve desonerações fiscais, crédito mais abundante, proteção contra o produto importado, medidas cambiais e preferência nas compras governamentais às empresas sediadas no País.
Conquanto essas medidas estejam no rumo certo, considero que tem alcance limitado, ficando aquém da necessidade para a retomada firme da industrialização no País.
Mas o que falta?
Alguns acham que é necessário fazer reformas, e citam a tributária, a trabalhista e a previdenciária. Outros o câmbio com o real sobrevalorizado e outros as taxas de juros cobradas pelos bancos. Vamos avaliar os argumentos, a posição do governo e apresentar propostas que possam contribuir ao debate.
O pano de fundo é a maior guerra comercial da história, com maior concorrência atingindo as indústrias em todos os países, não só aqui.
1. Reformas. Virou lugar comum falar que são necessárias reformas. Fato é que não são fáceis de serem aprovadas, pois envolvem fortes interesses em disputa no âmbito do Congresso. Foram inúmeras as propostas de reforma tributária, todas desejando simplificar as 27 legislações estaduais sobre o ICMS por uma única legislação federal com cobrança desse imposto no destino, onde o bem é consumido ou usado, ao invés de sê-lo na origem onde é vendido. Essa reforma só poderá ser aprovada se o governo bancar as perdas de arrecadação nas operações interestaduais que poderão ocorrer para oito Estados.
A reforma previdenciária no sistema geral deixou de ser necessária, pois ficou provado que o sistema urbano é e continuará sendo superavitário e o sistema rural, que é deficitário, tende a sê-lo cada vez menos com a redução da população rural. Além disso, nenhum impacto teria essa reforma para a indústria.
A reforma trabalhista, sim, teria o impacto na indústria caso fosse possível flexibilizar as regras no mercado de trabalho, mas dificilmente passa no Congresso dada a forte resistência das centrais sindicais para não permitir a perda de direitos conquistados.
Assim, apostar na solução das reformas não vai resolver, podendo inclusive piorar a situação.
2. Câmbio. É a maior dor de cabeça do governo e da indústria. A valorização do real chegou a tal ponto que é quase impossível competir com o produto estrangeiro. Para se ter uma ideia, no Plano Real, para controlar a inflação, usou-se mega taxa de juro para atrair especuladores externos para valorizar o real. Com isso formou-se a âncora cambial com o real equivalendo a um dólar. Em valores de hoje esse câmbio do Plano Real, considerando a inflação pelo IPCA valeria R$ 2,60 por dólar e pelo IGP-DI, R$ 3,60. O governo, no entanto, entende que o câmbio a R$ 1,80 por dólar está bom para preservar a competitividade industrial e teme que se for acima disso pode disparar processo inflacionário. Não creio.
O principal problema do governo, no entanto, é tentar segurar em R$ 1,80 face à enxurrada de dólares que está entrando no País. São US$ 8,8 trilhões que foram despejados no mercado pelos países desenvolvidos para evitar o colapso do seu sistema bancário desde a crise de 2008. Só parte insignificante desses recursos invadiu o País, mas a pressão continuará para penetrar nossa economia, tirando mais ainda competitividade das nossas empresas. O governo tem como estratégia para manter o câmbio em R$ 1,80, a compra de dólares pelo Banco Central (BC), que emite títulos para enxugar a liquidez advinda com a emissão monetária para efetuar a conversão. Com isso, está enxugando gelo e causando profundo rombo nas finanças do governo. Em 2011 ultrapassou R$ 100 bilhões essa operação. São recursos que poderiam ser usados para uma forte desoneração industrial.
Tenho defendido em artigos que a melhor forma de enfrentar o excesso de moeda externa é emitindo o correspondente em reais, ou seja, ampliando a base monetária. Isso não causará inflação, pois o controlador da inflação é externo ao País nos preços estagnados ou cadentes dos bens e serviços internacionais como decorrência da crise. E isso poderá se estender por vários anos.
Creio que um câmbio mais favorável à competitividade industrial deve ficar acima de R$ 2,00. Não prevejo inflação com essa depreciação, pois os preços dos importados cairão em dólar para tentar penetrar no País, dada a super oferta internacional.
3. Taxa de juro. Na crise de 2008, o presidente Lula determinou aos bancos oficiais a redução das taxas de juros e, apesar da avaliação dos bancos privados de que isso iria prejudicar os lucros e elevar a inadimplência dos bancos oficiais, o que ocorreu foi o contrário.
O governo finalmente adota essa estratégia. Ela visa ampliar o consumo e, com isso fortalecer a indústria, pois a maior parte do crescimento será atendida por ela usando sua capacidade ociosa, sem necessidade de investimento. Com o aumento das vendas, crescem os lucros e a capacidade de expansão com novos investimentos. É o círculo virtuoso do crescimento.
Atendendo determinação da presidente, na quinta feira, o Banco do Brasil reduziu suas taxas de juros e a Caixa deverá fazê-lo na próxima semana. A presidente afirmou que "não há justificativa técnica para o elevado spread bancário no País". De fato, a desculpa apresentada pelos bancos de que o spread é elevado devido à inadimplência elevada é risível, pois a inadimplência é consequência e não causa da taxa de juro. A parte do leão que querem preservar é o elevado ganho no spread.
O governo deve enfrentar essa questão conjugando outras medidas que induzam os bancos a reduzir suas taxas de juros, como, por exemplo, regular o porcentual de depósito compulsório dos bancos no BC de acordo com a taxa de juro praticada.
O caminho para o fortalecimento industrial passa pelo crescimento, que poderá ocorrer com a redução das taxas de juros bancárias e com o câmbio pouco acima de R$ 2,00. Vamos acompanhar.

O espiao que veio da Persia: drone americano revela segredos do programa nuclear iraniano


U.S. intelligence gains in Iran seen as boost to confidence

By  and  

The Washington Post, April 8, 2012

More than three years ago, the CIA dispatched a stealth surveillance drone into the skies over Iran.
The bat-winged aircraft penetrated more than 600 miles inside the country, captured images of Iran’s secret nuclear facility at Qom and then flew home. All the while, analysts at the CIA and other agencies watched carefully for any sign that the craft, dubbed the RQ-170 Sentinel, had been detected by Tehran’s air defenses on its maiden voyage.
“There was never even a ripple,” said a former senior U.S. intelligence official involved in the previously undisclosed mission.
CIA stealth drones scoured dozens of sites throughout Iran, making hundreds of passes over suspicious facilities, before a version of the RQ-170 crashed inside Iran’s borders in December. The surveillance has been part of what current and former U.S. officials describe as an intelligence surge that is aimed at Iran’s nuclear program and that has been gaining momentum since the final years of George W. Bush’s administration.
The effort has included ramped-up eavesdropping by the National Security Agency, formation of an Iran task force among satellite-imagery analysts and an expanded network of spies, current and former U.S. officials said.
At a time of renewed debate over whether stopping Iran might require military strikes, the expanded intelligence collection has reinforced the view within the White House that it will have early warning of any move by Iran to assemble a nuclear bomb, officials said.
“There is confidence that we would see activity indicating that a decision had been made,” said a senior U.S. official involved in high-level discussions about Iran policy. “Across the board, our access has been significantly improved.”
The expanded intelligence effort has coincided with a covert campaign by the CIA and other agencies to sabotage Iran’s nuclear program and has enabled an escalation in the use of targeted economic sanctions by the United States and its allies to weaken Iran’s resolve.
The Obama administration has cited new intelligence reports in arguing against a preemptive military strike by Israel against Iranian nuclear facilities.
Israeli officials have pushed for a more aggressive response to Iran’s nuclear activities, arguing that Iran is nearing what some officials have called a “zone of immunity,” in which Iran can quickly complete the final steps toward becoming a nuclear power inside heavily fortified bunkers protected from Israeli airstrikes.
White House officials contend that Iran’s leaders have not decided to build a nuclear weapon, and they say it would take Iran at least a year to do so if it were to launch a crash program now.
“Even in the absolute worst case — six months — there is time for the president to have options,” said the senior U.S. official, one of seven current or former advisers on security policy who agreed to discuss U.S. options on Iran on the condition of anonymity.
The improved intelligence also strengthens the administration’s bargaining position ahead of nuclear talks with Iran, tentatively scheduled for Friday. The United States and five other countries — Russia, China, Britain, France and Germany — are expected to press Iran to accept curbs on its nuclear program that would make it far more difficult for the country to build a nuclear weapon. A key demand, Western diplomats say, is for Iran to halt production at its uranium enrichment plant at Qom, which was built in mountain tunnels beyond the reach of all but the most advanced bombs and missiles. In return for such a concession, Iran could be allowed to keep some semblance of a commercial nuclear power program under heavy international oversight, diplomats say. It is unclear, however, whether Iran would agree to restrictions on its program. In recent days, Iran has refused even to commit to a venue for the talks.
The CIA declined to comment on the nature of its operations against Iran. Officials familiar with the operations, however, acknowledged that there had been some setbacks and conceded that aspects of Iran’s nuclear decision-making remain opaque, including the calculations made by the Islamic republic’s senior political and clerical leadership.
Iranian officials insist publicly that the program is for peaceful energy production. But experts skeptical of that explanation warn that Iran may become more adept at hiding parts of its nuclear program, particularly if it succeeds in building more powerful centrifuges that can enrich uranium in smaller, dispersed facilities.
“They have been taken off-guard in the past, and now they do their best to conceal,” said Olli Heinonen, who formerly directed nuclear inspections inside Iran for the International Atomic Energy Agency. While Western spy agencies have been successful of late, he said, “they are shooting at a moving target.”
The still-fresh sting of Iraq
There is also the chastening experience of Iraq. A decade ago, analysts at the CIA and other agencies were confident that Iraq had stockpiles of banned weapons, including the components of a nuclear weapons program. A costly U.S. invasion and futile search for those stockpiles proved them wrong.
The sting of that intelligence failure was still fresh when U.S. spy agencies came under pressure to ramp up collection efforts against Iran. By 2006, U.S. intelligence officials and top Bush advisers had become alarmed by deep gaps in U.S. knowledge of Iran’s nuclear efforts and ambitions.
Michael V. Hayden, then the new CIA director, recalled a White House briefing in which Bush became visibly agitated.
At the time, Iran was rapidly expanding its stockpile of enriched uranium at its main Natanz facility while working on what was then a secret site at Qom. American officials feared that Iran might surprise the world with a nuclear weapons test that would leave U.S. leaders with two highly unpalatable options: Attack Iran or accept the emergence of a new nuclear power in the Middle East.
At one point, Bush turned to Hayden and said, “I don’t want any U.S. president to be faced with only two choices when it comes to Iran,” according to Hayden. Efforts to reach Bush for comment were not successful.
The meeting became the impetus for overhauling the CIA’s approach to a country considered one of its hardest targets. The agency’s Iran experts and operatives were moved from its Near East Division to a group focused exclusively on Iran, much as the CIA had formed its Counterterrorism Center 20 years earlier.
“We put the best people on the job and put the most talented people in charge,” Hayden said. “Then we said, ‘Tell us what you need to get the job done.’ ”
Known internally as “Persia House,” the Iran Operations Division was set up in the agency’s Old Headquarters Building. Over time, it swelled from several dozen analysts and officers to several hundred. The division is now headed by a veteran case officer who previously served as CIA station chief in Islamabad, Pakistan.
“It got a robust budget,” said a former senior CIA official who worked in the Near East Division at the time. The Iran division’s emphasis was “getting people overseas in front of people they needed to be in front of — there are a lot of places to meet Iranians outside Iran.”
The division began assembling an informant network that stretched from the Middle East to South America, where Iran’s security services have a long-standing presence. The CIA also exploited the massive U.S. military presence in Afghanistan and Iraq to mount espionage operations against the country sandwiched between those war zones.
Limited damage
One of those operations was exposed last year, when an RQ-170, flown from an airstrip in Afghanistan, crashed inside Iran. Officials in Tehran have triumphantly claimed credit for bringing the stealth drone down and have released pictures showing the drone apparently patched up after the crash. U.S. officials say a technical failure caused the crash.
The former intelligence official familiar with the beginnings of the stealth drone missions said that there had been pointed debate before deploying the first aircraft over whether it should be equipped with a so-called self-destruction package, which could blow an RQ-170 to bits if it flew off course.
The director of national intelligence at the time, Michael McConnell, was among the high-ranking officials who pushed to have the package installed. But the CIA’s engineering team balked, saying it would add too much weight to the delicately balanced frame.
Despite the setback, U.S. officials said that some surveillance flights continue and that the damage to American espionage capacity overall has been limited.
That is partly because the drone flights were only a small part of a broad espionage campaign involving the NSA, which intercepts ­e-mail and electronic communications, as well as the National Geospatial-Intelligence Agency, which scours satellite imagery and was the first to spot the uranium enrichment plant at Qom.
The CIA’s expanded efforts continued under director Leon E. Panetta, who built partnerships with allied intelligence services in the region capable of recruiting operatives for missions inside Iran, former intelligence officials said.
The agency has encountered problems. Shahram Amiri, an Iranian defector and scientist in the country’s nuclear program, had been given $5 million by the CIA and relocated to Tucson. But in 2010, he abandoned his American life and returned to Tehran — where he had a young son — giving Iranian officials not only a propaganda victory but probably information on what his CIA debriefers were most desperate to learn.
U.S. officials said Amiri had been handled by the CIA’s Counter­proliferation Division after he approached U.S. officials in Vienna and volunteered to spy. That division continues to handle scientists and technical experts connected to Iran’s program, while Persia House focuses on leadership figures and the nation’s sprawling military and security services, including the Republican Guard Corps.
“The real damage was image — we looked like the Keystone Kops,” said a former senior CIA official of Amiri’s return to Iran. “In terms of actual damage — no, we collected all kinds of great stuff.”
The expanded espionage effort has confirmed the consensus view expressed by the U.S. intelligence community in a controversial estimate released publicly in 2007. That estimate concluded that while Iran remains resolutely committed to assembling key building blocks for a nuclear weapons program, particularly enriched uranium, the nation’s leaders have opted for now against taking the crucial final step: designing a nuclear warhead.
“It isn’t the absence of evidence, it’s the evidence of an absence,” said one former intelligence official briefed on the findings. “Certain things are not being done.”


Staff writer Julie Tate contributed to this report.

Brasileiros gastadores: americanos agradecem (também: US$ 6 bi !!!)

Bem, os americanos estão muito contentes e pedem mais:
Please, please, keep pouring your money into our vaults; better, into our pockets, our bank accounts. 
Please, do not stop, keep coming to DisneyWorld, and stop by our shoppings, our malls, our condos, and buy, buy everything, anything you can carry, and, please, make Florida your home, stay for a while, forever, our condos are very cheap nowadays.
You can speak Portuguese, we have learned to speak Cubanese, we'll learn Brazilianese all together...


Realmente, o Brasil é a salvação da América, como alguns dizem (menos os companheiros, que continuam ridiculamente se referindo ao "imperialismo estadunidense", assim mesmo), mas desconfio que esses 5.000 dólares por pessoa seja uma média que envolve muito dinheiro sujo, ilegal, lavado nos EUA...
Bem, mais trabalho para o agente da Receita estacionado em Miami (embora eu desconfie que ele também anda investindo nos EUA; sabem como é, o Brasil anda muito caro, melhor colocar seu dinheiro em paragens mais amenas).
Paulo Roberto de Almeida 


Los brasileños eligen Estados Unidos para comprar
EVA SÁIZ Washington
El País, 9/04/2012

Con 5.900 millones de dólares (4.500 millones de euros) desembolsados en Estados Unidos en 2010, los brasileños son los extranjeros que más gastan en ese país, casi 5.000 dólares por persona, según datos del Departamento de Comercio estadounidense. Barack Obama tendrá muy presente el creciente peso de Brasil en la economía de EE UU cuando este lunes reciba a su presidenta, Dilma Rousseff, en la Casa Blanca.

Mientras EE UU y Europa luchan contra la recesión, Brasil disfruta de una situación boyante. Es la sexta economía del mundo y la segunda del continente americano, por detrás de EE UU. Su clase media –a la que han accedido 30 millones de brasileños desde 2003- gana entre 1.610 y 6.940 reales –moneda brasileña- al mes (entre 674 y 3.000 euros) y 20 de sus 192 millones de habitantes es millonario, el 10% de la población.

Con 5.900 millones de dólares desembolsados en en 2010, los brasileños son los extranjeros que más gastan en EE UU, casi 5.000 dólares por persona
Los brasileños quieren comprar y con un real fuerte –un dólar vale 1,82 reales- prefieren salir al extranjero a consumir. El Banco Central de Brasil, su máxima autoridad monetaria, estima que en 2011 sus habitantes gastaron más de 20.000 millones de dólares en viajes internacionales, un 22% más que en 2010.

Sus principales destinos en EE UU son Miami y Nueva York. Lo que más demandan es artículos de lujo, lo último en tecnología y la visita a parques temáticos. Conscientes de que los brasileños no gastarán generosamente si no se sienten como en casa, los comerciantes estadounidenses han contratado a trabajadores que sepan portugués para atenderlos. Hay compañías que organizan tours de compras por centros comerciales en los que se habla su lengua. En 2001 Disney World batió el récord de visitantes de ese país y ya ha contratado a medio centenar de trabajadores lusoparlantes. SeaWorld Orlando ha creado una página web en portugués y ofrece clases de ese idioma a sus empleados.

El real también ha contribuido a resucitar el mercado inmobiliario de Miami. “Los brasileños han comprado el 10% de las viviendas del sur de Florida”, explican desde la Embajada de Brasil en EE UU para EL PAÍS. La fiebre inversora del país ha ayudado a expandir otros negocios relacionados con la venta de casas. Muchas agencias inmobiliarias además de apartamentos ofrecen desde expertos para decorarlas hasta asesoramiento financiero.

Es escollo del visado

En 2010, 1,2 millones de brasileños visitaron EE UU. En 2011 el pedido de visados aumentó un 40%. Solo en los tres primeros meses de 2012 se han expedido 269.637 permisos, un 56% más que en el mismo periodo del año pasado, según datos de la Embajada de EE UU en Brasil.

Consciente del peso del turismo en la economía estadounidense, la Casa Blanca ha agilizado los trámites para que los brasileños puedan obtener sus visados. Desde 2010, éste ha pasado a tener una validez de 10 años y el permiso para turistas se ha ampliado a cinco.

Solo en los tres primeros meses de 2012 se han expedido 269.637 permisos, un 56% más que en el mismo periodo del año pasado
En enero, Obama anunció su plan para impulsar el turismo que prevé reducir hasta un máximo de tres, las semanas para concertar una entrevista desde que se solicita el visado y eliminar la entrevista previa para renovarlo. Las medidas ya se notan en Brasil, donde el plazo para obtener el visado se ha reducido de 50 a 32 días en el consulado de Sao Paulo y a siete en los de Recife y Brasilia, indica en un correo electrónico Adrian Alexandri, asesor de la Asociación Brasileña de Operadores de Turismo.

El Gobierno estadounidense también estudia eliminar la obligación de visado para turistas de determinadas naciones, como China o Brasil. Hasta ahora solo 36 países, España incluido, tienen un acuerdo al respecto con EE UU. La Cámara de Comercio de Florida y otros lobbys están presionando para que Obama acelere su decisión en el caso de Brasil, ya que es el Estado más beneficiado por la nueva riqueza del país. En los primeros nueve meses de 2011, los más de un millón de brasileños que visitaron Florida se dejaron 1.600 millones de dólares.

“Seguimos en conversaciones con EE UU, pero el hecho de que organizaciones estadounidenses presionen para eliminar la necesidad de visado es una ayuda enorme”, señalan en la Embajada brasileña en Washington.

O "custo Brasil", visto da Argentina: o roto falando do esfarrapado...

Interessante ver uma análise argentina sobre os fatores reais dos problemas brasileiros de industrialização, ou de desindustrialização, como querem alguns.
Ainda que ele esteja certo, seria interessante olhar mais criticamente o que andam fazendo ambos países em matéria de protecionismo primitivo e exacerbado...
Paulo Roberto de Almeida 


El “costo Brasil”, principal factor de desindustrialización
POR JORGE CASTRO, ANALISTA
El Clarin, 9/04/2012

El gobierno de Dilma Rousseff lanzó esta semana un tercer paquete de medidas en defensa de la industria brasileña a través de un recorte de impuestos y un aumento de créditos subsidiados , con el objetivo de “aumentar su competitividad”, tanto dentro como fuera del mercado doméstico.

El problema es que la industria pierde posiciones, ante todo en el mercado interno. Los productos manufactureros importados representaban 14,5% del consumo doméstico en bienes industriales en 2008 y treparon en 2011 a 18,5%; esto ocurrió como parte de su menor participación en el PBI, que pasó de 16,6% a 14,6% en el mismo período, un nivel semejante al de 1955 (gobierno de Juscelino Kubistchek).

La industria brasileña se contrae en un mercado doméstico que se expande (en 2011, el PBI aumentó 2,7%, y el industrial 0,3%).

Esto sucede cuando hay una leve recuperación del sector en febrero (+1,3%) en relación al mes anterior, a pesar de que en el año disminuyó 3,9%, la sexta y más intensa caída consecutiva desde septiembre de 2009 (-7,6%).

Esta caída es parte de una tendencia de largo plazo, que es la disminución de la tasa de crecimiento potencial de Brasil . En los 8 años del gobierno Lula (2003-2010), el PBI creció 4,41% por año y la inflación aumentó 4,74% anual, con una tasa de crecimiento potencial de 4,5% /5%. El factor fundamental de crecimiento en esa etapa fue la demanda doméstica, a través del aumento del consumo individual, ambos arrastrados por la caída de la tasa de desocupación (13% en 2003 y 4,7% en 2011, el menor nivel de la serie histórica ). Brasil tiene pleno empleo.

La tasa de inversión en 2011 (Formación Bruta de Capital Fijo / FBCF) fue 17,85% del PBI, el mismo nivel de 15 años atrás, y la de aumento de la productividad no sólo resultó baja, sino decreciente (0,9% promedio entre 2000 y 2008 y tiende a disminuir a partir de 2009).

Por eso, el pleno empleo limita el nivel de crecimiento potencial en los próximos diez años , al ser baja la inversión y decreciente la productividad, y estaría ahora en 3,5% anual, 1 punto y medio inferior al que tuvo durante el gobierno de Lula.

El dato fundamental de la economía brasileña es que es cada vez más caro producir en el país, resultado directo del alto nivel del “costo Brasil”, uno de los más elevados del mundo.

Tiene el más alto nivel de presión tributaria de los países emergentes (38% del PBI) , necesario para financiar un gigantesco aparato estatal de muy reducida productividad, con una tasa de ahorro público negativa (-2% del PBI) y una muy baja tasa de inversión (17,9%), ante todo pública. Su infraestructura también es muy atrasada e impone a las actividades exportadoras -manufacturas y materias primas por igual- enormes costos y retrasos, que implican una poderosa penalización, con la consiguiente pérdida de competitividad. De ahí que construir una plataforma submarina de exploración para la industria petrolera (pre-sal) cuesta en Brasil el doble que en China o Corea del Sur.

Este es el problema de la falta de competitividad brasileña, exacerbada en la industria manufacturera por una tendencia irreversible de largo plazo, que es la apreciación del real (se ha valorizado 119% entre 2004 y 2011, y más de 40% a partir de 2009). Se puede concluir que el “costo Brasil” es el principal factor que impulsa la “desindustrialización” brasileña.

Enfrentar el desafío del “costo Brasil” implica acentuar las reformas estructurales en la agenda política brasileña; y esto significa aceptar la necesidad de la puja política con los intereses creados que lo encarnan y que están ante todo en el aparato del Estado. Pero ha aparecido un nuevo actor político, ajeno al Estado. Es la nueva clase media (ante todo la clase “C”) que ha emergido en los últimos diez años.

Son 100 millones de brasileños los que integran este sector social. De este sector puede surgir el respaldo para abatir el “costo Brasil” y así retomar el camino de la competitividad perdida.

Protecionismo no Mercosul, exacerbado no caso argentino: mexicanos preocupados

Duas observações sobre a matéria abaixo de um periódico mexicano: 
1) O Brasil está sendo assimilado à Argentina, para todos os efeitos de protecionismo ilegal, ou pelo menos se considera, no México (e talvez em outros países também), que o Brasil está dando todo o apoio para as medidas perfeitamente ilegais -- anti-Mercosul e anti-OMC -- que a Argentina vem adotando, ao arrepio de tudo e de todos; ainda que o Brasil esteja seguindo a Argentina num tipo de protecionismo tosco, míope, primitivo, não chegamos (ainda?) aos exageros da Argentina (embora alguns protecionistas de coração não recuariam diante de nada).
2) Não é verdade que Ha-Joon Chang seja a favor do livre comércio; totalmente ao contrário. O autor do artigo não deve ter lido Chang e não sabe qual o pensamento deste cepaliano coreano de Cambridge.
Em todo caso, a matéria é muito negativa para a imagem do Brasil na OMC e alhures. Ficamos assimilados ao que de mais ridículo existe hoje em matéria de medidas ilegais de protecionismo comercial.
Paulo Roberto de Almeida 


Proteccionismo en el Mercosur, creciente desafío
Edmundo Sánchez
El Economista (México), 9/04/2012

Después de la última reunión ordinaria del Comité de Mercancías de la Organización Mundial de Comercio (OMC), la Cancillería de Argentina ratificó en un comunicado que mantendrá las restricciones al libre comercio que ha venido estableciendo y que han generado la quejas de diversos países, entre ellos México.

Además, el gobierno argentino destacó en el mismo comunicado que los miembros del Mercado Común del Sur (Mercosur), Brasil, Uruguay y Paraguay, no apoyaron las críticas que se presentaron contra Argentina en la reunión que tuvieron los miembros de la OMC.

Lo anterior ha avivado los temores de que aparezcan más medidas proteccionistas en el Mercosur, dadas las restricciones al libre comercio que han venido estableciendo las dos economías más grandes de aquel bloque aduanero, y el apoyo de sus socios comerciales, Uruguay y Paraguay, que también se caracterizan por fuertes medidas proteccionistas.

Para México, la tensión por las medidas proteccionistas tomadas por Brasil y Argentina se ha centrado hasta el momento en la industria automotriz. No obstante, hay productos como: el ácido tereftálico, la plata, los medicamentos terapéuticos, plomo refinado, celulares y sus partes, champús, aluminio y cinc, entre otros, que registran también un superávit comercial en favor de México y podrían estar en riesgo.

En cuanto a la relación comercial con Uruguay y Paraguay, los exportadores mexicanos tendrán que esperar que esos países no decidan tomar medidas restrictivas en apoyo a sus socios del Mercosur. En el 2011, a pesar de que Uruguay registró un superávit comercial de 6.3 millones de dólares con México, los uruguayos tuvieron un déficit de 69.6 millones con la industria automotriz mexicana. Por su parte, aunque prácticamente no compra vehículos mexicanos, Paraguay cerró el año con un déficit comercial con México de 9.5 millones de dólares.

Si bien las exportaciones mexicanas al Mercosur sólo representan 2.2% del total nacional, las medidas tomadas por brasileños y argentinos han generado la molestia del sector público y el privado de México, en particular de los industriales del sector automotor, ya que por varios años el acuerdo fue en favor de los países sudamericanos y ahora que favorece a los fabricantes mexicanos esos países han decidido tomar medidas restrictivas.

CERRADAS Y BUROCRÁTICAS

Aunque no es de sorprender el proteccionismo del Mercosur, datos del Banco Mundial publicados en el estudio “Doing Business 2012” revelan que Argentina ocupa la posición 102 y Brasil el lugar 121 entre las economías con mayores restricciones para hacer negocios, superados por Uruguay que ocupa la 125 y Paraguay con la 154.

En contraste, otros países de Sudamérica como Perú, Chile y Colombia tienen las posiciones 56, 62 y 87 entre los países con mayores facilidades a la actividad comercial, mientras que México tiene el lugar 53.

Para Ha-Joon Chang, reconocido especialista sobre temas de proteccionismo y libre comercio, la mejor política comercial es la del libre comercio, sin aranceles u otro tipo de restricciones gubernamentales, ya que el libre comercio ofrece la oportunidad de lograr mayores niveles de producción, de aumentar la productividad y la eficiencia, así como mejorar el nivel de vida y las posibilidades de consumo.

Para el experto, “la intervención estatal en la fabricación o el comercio distorsiona las señales de precios en lo que respecta a la rentabilidad que puede generar la especialización en ciertos productos, teniendo en cuenta los recursos existentes.

“Esa distorsión puede hacer que un país se especialice en la fabricación de un producto, automóviles por ejemplo, para el que no tenga una ventaja comparativa, y el resultado será que sus empresas pagarán costos más altos, su producción total será menor y sus consumidores pagarán un precio más alto de lo necesario”, añade Ha-Joon.

VÍNCULOS COMERCIALES

Gracias a una mayor competitividad y grado de sofisticación en la manufactura de vehículos automotrices, México selló en el 2011 un auge en la exportación de dichos productos a Brasil y Argentina. No obstante, Nuestro país también registra superávit con dichos países en otros productos como ácido tereftálico, plata, componentes para celulares y medicamentos terapéuticos.

Como funciona o capitalismo (algo que os companheiros ainda nao compreenderam...)

Preconceituosos em geral -- do tipo que acredita que o neoliberalismo condenou todo mundo à miséria desde os anos 1980 -- nunca compreenderam como trabalha o capitalismo.
Eles só raciocinam em termos de economia marxista -- aquela coisa da produção de valor, extração de mais-valia, operários, patrões, coisas físicas, enfim, stalinismo industrial -- e não podem conceber que o capitalismo, sobretudo americano, é capaz de produzir bilhões, literalmente a partir de nada, a não ser uma concepção, um programa, algo absolutamente imaterial, que todos querem ter e que passa a valer bilhões.
Como este exemplo, aliás.
Companheiros: se vocês inventassem algo parecido, não precisariam roubar do Estado, extorquir empresas, cobrar dízimo dos militantes, 30% dos companheiros aparelhados no Estado, enfim, fazer todas essas coisas feias que vocês praticam (e não querem reconhecer como coisa feia). Um dia vocês aprendem, ficam ricos, viram burgueses, e não precisam mais votar 16...
Paulo Roberto de Almeida 



Facebook Buys Instagram for $1 Billion

Facebook has acquired Instagram, the popular photo-sharing application, for about $1 billion in cash and stock, the company said Monday. In a Facebook post, the company’s chief, Mark Zuckerberg, said he planned to build Instagram independently from the social network, allowing users to post on other social networks, follow users not on Facebook and opt out of sharing on Facebook.

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Chavismo nao se parece com peronismo, so na superficie

Esta matéria de conhecida jornalista do WSJ, Mary Anastasia O'Grady, está correta na sua parte informativa, mas acredito totalmente equivocada na parte opinativa, ou especulativa.
Ela acha que o chavismo seria uma espécie de peronismo, quando a situação, por mais semelhanças superficiais que possa haver entre os dois casos, é muito diferente.
Perón concebeu uma doutrina e presidiu uma fase de relativa prosperidade na Argentina, ainda que destruindo sua economia, mas não ao ponto falimentar como Chávez (quando a Venezuela tem de importar toneladas de produtos alimentícios, pois sua economia já funciona em bases semi-socialistas).
Chávez vai deixar uma terra arrasada atrás de si, e o mais provável que ocorra, em caso de morte, seja uma luta terrível pelo poder e o afundamento ainda maior do país, o que não ocorreu na Argentina, pois os militares ainda conseguiram controlar o país, que não tinha uma riqueza maldita como o petróleo para contaminar toda a economia do país.
Infelizmente, as perspectivas para a Venezuela pós-Chávez são muito piores, mais sombrias, do que foi a situação da Argentina pós-Perón, ainda que o culto quase religioso por ele, e sua mítica Eva Perón seja bem mais esquizofrênico do que se vê em qualquer outro país. O peronismo sequestrou todo um país até hoje, o que não acredito que o chavismo seja capaz de fazer.
Paulo Roberto de Almeida


The Wall Street Journal, April 9, 2012
Opinion: Venezuela After Chávez
 Mary Anastasia O'Grady

Analysts now talk of the possibility of a power struggle between the military and armed civilian factions.

Hugo Chávez's battle against cancer could serve as a learning experience for admirers of the Cuban health-care system, held up by the likes of American filmmaker Michael Moore as a model for the U.S. Apparently it's not all it's cracked up to be.

There are other lessons too. If the day soon comes that he can no longer govern, it will not necessarily be good news for Venezuelans. Indeed, the country's long-term decline is likely to continue. That's because his early demise could make chavismo a near religion in Venezuela, much as the death of Eva Perón gave birth to her messianic image and the Argentine worship of peronismo . Pity the nation that falls prey to a demagogue.

Mr. Chávez's health is a state secret, albeit one that a lot of people seem to know about. When he first had surgery in June 2011, he did not readily admit that doctors had removed a large cancerous tumor from his pelvic area. The government still hasn't said what type of cancer he has.

In February he revealed that a new "lesion" had been discovered. Since then he has traveled twice to Cuba for radiation therapy. He returned to Venezuela briefly last week amid rumors that he would go to São Paulo in search of a better outcome. But on Saturday he instead returned to Cuba for a third round of radiation.

It may be that by the time Cuban doctors got a good look at Mr. Chávez last year and removed his tumor, the disease was already too advanced for successful treatment. But according to Dr. José Rafael Marquina, a Venezuelan doctor living in Florida who claims to have inside knowledge, Mr. Chávez was gravely mistaken if he thought the Cuban medical system could at least buy him some time.

Dr. Marquina has told Spain's ABC newspaper that when Mr. Chávez returned to Havana for radiation therapy this year, the Cubans botched the job. To be effective, radiation requires that the patient adhere to a strict schedule of applications. Yet according to Dr. Marquina, Cuba "suspended" the treatment when Colombian President Juan Manuel Santos visited the island, presumably so the Venezuelan could attend the meetings. He also claims the areas where the radiation was applied were not properly marked, something he says is important to ensure efficacy. He told ABC that the Cuban medics thought it was unnecessary but that a Brazilian doctor later recommended it.

Dr. Marquina told ABC that Mr. Chávez's cancer has metastasized into the liver, the adrenal glands and the bladder, and that Cuban doctors did not want to operate again for fear of complications. That leaves radiation the last hope. If he responds well to further treatments, the Venezuelan doctor told ABC, he might live until next spring. Otherwise, he may not last the year.

Forecasting such things is not easy even when the medical records of the patient are available. So it is important to recognize that at this point independent analysis has to be treated as speculation.

Mr. Chávez insists that his Cuban treatments are working and that he is ready to govern the country for another six years should he win the presidential election in October. But at Holy Thursday services in his home state of Barinas he let slip that things might be otherwise. "Give me your crown, Jesus. Give me your cross, your thorns so that I may bleed. But give me life, because I have more to do for this country and these people. Do not take me yet," a teary eyed Mr. Chávez pleaded.

In a country run by one man for the past 13 years, it is impossible to overestimate the popular hunger for information on Mr. Chávez's condition. Even the many who dislike the strongman are worried about what might happen if he fails to prepare for his demise by naming a successor.

Increased violence is one likely outcome. The United Venezuelan Socialist Party (PSUV) and Mr. Chávez's government are almost one and the same and both have become radicalized. Dissent is expressly forbidden, as evidenced by last month's expulsion from the party of the governor of Monagas for his audacious questioning of the safety of drinking water from a local river after an oil spill.

Analysts now talk of the possibility of a struggle between the military and civilian factions that are armed. Independent of the military, the National Guard runs narcotics-trafficking routes through the country and the lucrative gasoline-smuggling businesses at the Colombian border. It also has a financial stake in who succeeds Mr. Chávez.

Mr. Chávez manages to keep the factions in line, but his death without a will is likely to provoke a free-for-all. The winner could seize the mantle of the sainted revolutionary and use it to put a new lock on power. Mr. Chávez would be gone but chavismo would live on.

Manifesto por um Brasil mais rico, não mais caro - Ricardo Amorim

Como não acompanho o detalhe das contas públicas, acabo por vezes perdendo informações importantes, como esta aqui: 
"No ano passado, impostos sobre importação arrecadaram mais que o Imposto de Renda Pessoa Física."
Sempre estive acostumado a um Brasil protecionista, no qual as tarifas eram tão proibitivamente elevadas, e as políticas comercial e industrial tão absurdamente esquizofrênicas, que simplesmente não importávamos nada: a taxa de nacionalização da oferta interna devia beirar os 95%, e com isso as receitas aduaneiras eram, também, ridiculamente baixas. 
Isso mudou, mas não sabia que as receitas eram maiores agora do que o próprio Imposto de Renda, o instrumento por excelência da justiça fiscal em países normais.
Mas não no Brasil, claro. Quem pretende que o Brasil seja um país normal?
Só os malucos, como eu...
Paulo Roberto de Almeida 


Manifesto por um Brasil mais rico, não um Brasil mais caro

Ricardo Amorim
Revista IstoÉ, 04/2012


Na Idade Média, o tratamento para a peste bubônica era forçar o doente a penitenciar-se com um padre. Buscava-se tratar sintomas como febre, calafrios e delírio através da graça de Deus. O resultado: um terço da população europeia foi dizimada pela peste.
De lá para cá, muito mudou, mas nem tanto assim. Vários tratamentos médicos continuam lidando exclusivamente com os sintomas e não as causas das doenças. Na economia, também.

Na história brasileira, há mais casos de tratamentos de sintomas de problemas econômicos do que episódios onde as verdadeiras razões dos desarranjos foram confrontadas.

Nesta semana, tivemos mais um. Para lidar com dificuldades da nossa indústria, o governo e o Banco Central vem adotando uma série de medidas, incluindo redução temporária de impostos para alguns subsetores, aceleração da queda da taxa de juros, adoção de restrições à entrada de capitais estrangeiros para enfraquecer nossa moeda e elevação de impostos sobre produtos importados.

Além de sujeitarem o país a eventuais retaliações comerciais, estas medidas criam um Brasil mais caro, não mais rico. Quem pagará a conta do encarecimento dos produtos importados e da redução da competição com os nacionais é você, o consumidor. Aliás, já paga. No ano passado, impostos sobre importação arrecadaram mais que o Imposto de Renda Pessoa Física. Você pagou ambos. Os primeiros, nos preços elevadíssimos praticados no Brasil e o IRPF, na fonte.

A própria indústria, beneficiária no curto prazo, acaba perdendo no longo prazo, à medida que a elevação de preços reduz o número de consumidores que podem arcar com preços mais elevados.

O governo deve, sim, adotar medidas enérgicas para elevar a competitividade do país. Para isso, precisa cortar gastos públicos excessivos e de péssima qualidade. Somos pouco competitivos e nossos preços são elevados porque, no Brasil, compramos o produto ou o serviço e pagamos junto nosso governo gastão.
Não raro, pagamos duas vezes pelo mesmo serviço. Saúde e educação são exemplos óbvios. Através de nossos impostos, pagamos os sistemas públicos, mas, devido à baixa qualidade, quem pode paga também por serviços privados.

Com menos gastos públicos, os impostos também cairiam e, com eles, os preços. Com preços menores, o consumo aumentaria e a geração de empregos também.
Sobrariam mais recursos para investimentos em infraestrutura, reduzindo custos de transporte, energia, comunicação, etc. O governo necessitaria de menos dinheiro emprestado, permitindo que a taxa de juros caísse, sem gerar desequilíbrios. Juros menores atrairiam menos capital estrangeiro, levando a uma taxa de câmbio menos apreciada.

Menos gastança governamental e impostos são a receita para um país mais rico. Mais impostos sobre produtos importados constroem apenas um país mais caro.
Nossa presidente tem reclamado do tsunami financeiro dos países ricos – que ela não controla – mas não tem atacado sistematicamente o tsunami de gastos públicos, sob seu controle.

Ricardo Amorim
Economista, apresentador do programa Manhattan Connection da Globonews e presidente da Ricam Consultoria