quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Von Mises em Caruaru, PE (sort of...)

Bem, não era exatamente o Ludwig, mas pessoas de nomes bem brasileiros, falando sobre as lições de Von Mises e seus ensinamentos para o Brasil de hoje, entre essas pessoas este modesto blogueiro, mostrado na foto com novos amigos pernambucanos e misenianos aprendizes, como eu aliás.
Quero destacar também -- já que não está mencionado no post abaixo -- a presença de Everton Renault, músico, empreendedor em TICs, amante da liberdade, que nos brindou com uma breve e cativante exposição sobre o uso das TICs no empreendedorismo individual (ver sua página em: https://www.facebook.com/evertonrenault).
No encontro, apresentei este trabalho: 

Intervencionismo governamental:
na ótica de Von Mises e na prática brasileira

Pretendo postá-lo assim que terminar a revisão. Em todo caso, os interessados em conhecer um pouco mais da obra de Von Mises, recomendo o site do Mises Brasil (http://www.mises.org.br/), ou ir direto ao livro, aqui: 
Política Econômica: Pensamentos para Hoje e Amanhã (nos links, para a versão texto: http://mises.org/etexts/ecopol.asp; e para a versão em pdf: http://mises.org/etexts/ecopol.pdf). Em Português existe uma boa tradução de Maria Luiza X. De A. Borges, sob o título de As Seis Lições (publicado em 1985 pela Editora José Olympio, em colaboração com o Instituto Liberal, cuja 6a. edição, de 1998, encontra-se disponível no site do Ordem Livre, sob este link para a versão em pdf: www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/mises-seislicoes.pdf).
Paulo Roberto de Almeida

A informação abaixo figura neste link: http://www.estudantespelaliberdade.com.br/index.php/blog/265-ceap-caruaru


Evento reuniu empreendedores no agreste pernambucano durante o fim de semana
pe-caruaru
CARUARU/PE - O fim de semana foi marcado pela segunda edição do Congresso de Empreendedorismo do Agreste Pernambucano, organizado pelo embaixador do EPL no Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco (CAA/UFPE), Thiago Beserra Gomes, com apoio do Instituto Millenium.
O evento reuniu estudantes da região, principalmente dos cursos de Relações Internacionais, Economia e Administração, que participaram de dois dias de atividades. Estiverem presentes outros dois embaixadores do EPL, ambos recifenses: Giovanne Amaral, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFPE, e Aécio Prado, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
CEAP
Aécio Prado, Giovanne Amaral, Paulo Roberto de Almeida, Thiago Gomes e Erick Vasconcelos
O congresso contou com quatro palestrantes. O principal deles foi o diplomata Paulo Roberto de Almeida, mestre em planejamento econômico pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado da Antuérpia (Bélgica), doutor em ciências sociais pela Universidade de Bruxelas (Bélgica) e que já trabalhou como assessor especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Os outros foram o jornalista Erick Vasconcelos, tradutor, professor de inglês e fundador do Instituto Ludwig von Mises Brasil, que estuda há vários anos a metodologia e economia da Escola Austríaca de Economia; o professor Edvaldo Sampaio, empresário e ex-Assessor da Diretoria do Banco do Brasil em Brasília, formado em Direito e mestrando em Psicologia; além do próprio Thiago Gomes, que é estudante de economia e possui 20 artigos científicos publicados, inclusive na Europa, além de atuar como organizador de eventos e possuir uma franquia publicitária.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Analfabetismo funcional no Brasil - Antonio Matias


O desafio da alfabetização plena
Antonio Matias
O Estado de S.Paulo, 26 de julho de 2012

A publicação do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011, pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro/Ibope e pela Ação Educativa, evidencia um triste diagnóstico cujo conhecimento é de fundamental importância para mobilizar a sociedade a desenvolver estratégias que superem esse grave problema: o aumento de escolarização, embora tenha sido essencial nas últimas décadas, não foi suficiente para assegurar a alfabetização plena.
A análise da série histórica do estudo, que vem sendo realizado periodicamente nos últimos dez anos, mostra que apenas um em quatro brasileiros atinge nível pleno nas habilidades de leitura, escrita e Matemática. Ou seja, é capaz de ler e interpretar textos mais longos, analisar e relacionar suas partes, realizar inferências e sínteses, além de resolver problemas que exigem maior planejamento e controle.
Além disso, apesar de ter ocorrido uma redução do analfabetismo absoluto e da alfabetização rudimentar, só 62% dos que têm curso superior e 35% dos que têm ensino médio completo estão no patamar dos plenamente alfabetizados. Em ambos os casos, essa proporção é inferior à observada no início da década.
O Inaf também revela que um em cada quatro brasileiros que cursam ou cursaram até o Ensino Fundamental II ainda está classificado no nível rudimentar, sem avanços em todo o período, ou seja, consegue ler apenas textos curtos e fazer operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias.
Olhar a estagnação dos dados de plena alfabetização entre 2001 e 2011 nos permite vislumbrar a situação de uma geração: são poucas as chances de um jovem que concluiu o ensino médio ter alterado na última década sua proficiência linguística, adquirindo, assim, condições para se desenvolver no mundo profissional e social e desfrutar todas as possibilidades de uma sociedade que exige cada vez mais capacidade de expressão e de absorção de conhecimento.
Importante valorizar a mobilização crescente que envolve os setores público, privado e as organizações sociais para que a educação pública se torne prioridade nacional, o que já está dando frutos. A ampliação do acesso ao ensino fundamental, a crescente inserção de programas de educação integral nas escolas públicas e a utilização de sistemas de avaliação que ajudam a estabelecer metas e a mensurar resultados de aprendizado foram pontos essenciais para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes na educação.
Divulgado na semana passada, o National Assessment of Educational Progress , estudo do Programa de Política de Educação e Governança da Universidade Harvard que analisa 49 países, mostrou que o Brasil ocupa a terceira posição no ranking daqueles em que a qualidade do ensino mais avançou entre 1995 e 2009 (de 2000 a 2009 no caso brasileiro). Contudo os brasileiros continuam com desempenho inferior ao de países que tiveram até retrocesso na qualidade do ensino.
Os dados resultantes dessa pesquisa convergem com os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) em 2010, em que o Brasil ocupou o terceiro lugar em crescimento entre todos os participantes. Mas não se pode esquecer que saímos do penúltimo lugar, portanto, todos os esforços ainda não podem ser considerados suficientes para oferecer a crianças e jovens brasileiros educação pública de qualidade.
Não há dúvida de que a reversão desse quadro demanda dos investidores sociais privados sensibilidade para essa questão, tão essencial ao desenvolvimento humano. Exige ainda um olhar atento para aprofundar o entendimento dessas informações como ponto de partida para escolhas estratégicas de atuação, buscando sinergia e potencializando as intervenções, para evitar sobreposições e fortalecer áreas de ação conjunta.
A constatação de que o grande avanço na cobertura da educação nesta década não tem representado maior aprendizado nas competências de alfabetização plena aponta a necessidade de repensar formas de ensino para os que frequentam hoje as escolas públicas. Nesse ponto, institutos e fundações empresariais podem ser parceiros importantes do poder público, contribuindo com o desenvolvimento de metodologias inovadoras, aproveitando sua possibilidade de trabalhar com pequenos grupos, sem o compromisso inicial de ganho de escala.
É necessário ainda estruturar estratégias de mobilização social em favor do tema e fortalecer ações de advocacy junto ao poder público, com o intuito de contribuir para dar suporte a boas iniciativas políticas, que passam a ser respaldadas pela demanda qualificada da sociedade. Torna-se cada vez mais necessário, tendo em vista a busca por bons resultados educacionais, que os projetos sejam realizados em estreita parceria com os desenvolvedores e implantadores das políticas dessa área. Para isso é preciso repensar a forma de atuação, fortalecendo o trabalho junto às equipes técnicas das secretarias e deixando o protagonismo para as equipes responsáveis pelas escolas públicas. Vínculo e aproximação são palavras-chave para que a iniciativa privada realmente possa contribuir para os avanços necessários.
O conhecimento dos dados do Inaf aponta para uma reorientação importante na forma de atuação do investimento social na educação. Sendo essa a área de maior investimento privado no Brasil, a expectativa de resultados também deve ser grande. Para isso há que investir com foco em resultados, com a expectativa de gerar retorno. E o retorno social esperado do investimento na área educacional é, em primeiro lugar, a boa formação humana das novas gerações, garantido suas condições de desenvolvimento pleno. E nosso país só será plenamente desenvolvido se enfrentar seu mais importante desafio, fazendo da educação a grande prioridade nacional.
* VICE-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL, É MEMBRO DO CONSELHO DE GOVERNANÇA DO MOVIMENTO TODOS PELA EDUCAÇÃO

Rolf Kuntz: um demolidor de mitos economicos

Rolf Kuntz é um jornalista e editorialista econômico do Estadão que, ao longo dos anos, tem comentado as medidas de política econômica dos governos brasileiros. Sempre realista, um tantinho irônico, mas sobretudo certeiro, quanto aos acertos e desacertos -- estes mais do que aqueles -- dos responsáveis econômicos de cada governo.
Esta série de artigos recentes comenta aspectos cruciais da conjuntura econômica brasileira.

Diminuir para crescer

Rolf Kuntz - O Estado de S.Paulo, 19 de setembro de 2012

A presidente Dilma Rousseff pôs em xeque mais uma parte da "herança bendita", ao autorizar o corte de 35% do pessoal de Furnas, passo necessário para o aumento da eficiência da empresa, segundo seu presidente, Flávio Decat. Oito anos de empreguismo desenfreado e de subordinação de toda a máquina federal aos objetivos políticos - e até pessoais - do presidente Luiz Inácio Lula da Silva causaram danos enormes ao aparelho de Estado. Os estragos impostos à Petrobrás são hoje muito claros. Foram revelados de forma inequívoca pela nova presidente da empresa, Graça Foster. Apesar de seus esforços para amaciar as denúncias e evitar conflitos abertos com a administração anterior, ela disse o necessário para qualificar a experiência dos oito anos anteriores. Metas irrealistas, projetos mal concebidos, desperdício de recursos e preços distorcidos foram algumas das marcas desse período.
O mesmo estilo de administração inflou os quadros de todos os segmentos do setor público federal. Em dezembro de 2010, o pessoal próprio das estatais era formado por 497.020 funcionários, segundo o Ministério do Planejamento. Em 2002, antes do início da gestão petista, havia 369.658. Houve, portanto, aumento de 34,4% nesse período. A expansão foi praticamente a mesma no setor elétrico - 34,6%, de 22.190 para 27.311 registrados. Em Furnas, a variação foi de 3.453 funcionários em 2002 para 4.906 em 2010 - um crescimento de 42,1%, bem superior à média do setor. O quadro atual, segundo informação divulgada na segunda-feira pela empresa, é formado por cerca de 6,4 mil empregados. O objetivo é reduzi-lo a 4,2 mil. A mudança, é importante notar, deve ocorrer sem prejuízo para a empresa. Ao contrário: o objetivo é torná-la mais ágil e mais capaz de competir. A reforma, segundo o presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, será estendida às demais empresas do grupo.
Ao anunciar a redução de encargos sobre as contas de eletricidade, na semana passada, a presidente Dilma Rousseff permitiu-se um autoelogio, estendido, naturalmente, a seu padrinho político e antecessor no Palácio do Planalto. A era dos apagões, segundo a presidente, havia ficado para trás, numa referência ao grande blecaute do governo tucano. Não precisaria, para valorizar a redução de encargos, apelar para uma escandalosa inverdade. A história conhecida de todos os brasileiros é bem diferente. O grande apagão da virada do século foi substituído por uma porção de apagões de menor duração e de enorme extensão territorial. Os exemplos são muitos, mas deve ser suficiente a recordação de alguns. Dezoito Estados ficaram sem energia elétrica em 10 de novembro de 2009, depois de uma pane em Itaipu. Em 10 de fevereiro de 2010, oito Estados nordestinos ficaram sem eletricidade. Nos dias 3 e 4 de fevereiro de 2011, o mesmo número de Estados enfrentou um apagão, no Nordeste, por uma falha no sistema Chesf. Seis dias depois, as vítimas foram 2,5 milhões de pessoas na área metropolitana de São Paulo. Em outras palavras: com muito mais funcionários na folha de pagamento, o sistema continuou funcionando muito mal, com graves falhas técnicas, fiscalização deficiente e baixa regulação.
Nesse, como em vários outros campos da administração federal, o aumento dos quadros foi amplamente desproporcional à evolução da qualidade dos serviços. A capacidade geradora de todo o sistema nacional de energia elétrica aumentou 36,3% entre 2002 e 2010, mas o País continuou sujeito a falhas graves no fornecimento. Nessa área, como na maior parte do governo, os valores da produtividade e da qualidade ficaram em plano inferior, porque os objetivos do grupo governante eram muito diferentes. Vale a pena lembrar uma observação feita por bons analistas logo no começo da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: ele havia chegado a Brasília com um projeto de poder, mas sem projeto de governo. Esse detalhe nunca foi alterado em oito anos de mandato.
A ocupação da máquina pelos amigos, partidários e aliados obedeceu estritamente ao projeto de poder, assim como a centralização do comando da Petrobrás no Palácio do Planalto. A desastrada aliança com o governo venezuelano para a construção da Refinaria Abreu e Lima foi uma das consequências da subordinação das metas gerenciais aos objetivos políticos. O loteamento das empresas do setor elétrico seguiu o mesmo padrão, assim como a desmoralização das agências reguladoras. A presidente Dilma Rousseff nunca deveria esquecer esses fatos. Pode tentar disfarçá-los, em sua retórica, mas só conseguirá governar e deixar uma herança melhor que a recebida se mudar de rumo. O reconhecimento da ineficiência de Furnas e de outras empresas do setor elétrico é um avanço, talvez penoso, nessa direção.
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Desatando a economia

Rolf Kuntz - O Estado de S.Paulo, 12 de setembro de 2012
A presidente Dilma Rousseff deixará um bom legado se conseguir desatar a economia brasileira e liberar seu potencial de crescimento, por enquanto limitado a uns 4% ao ano. É um limite muito estreito para um país com um passivo social tão grande e exposto a uma competição internacional cada vez mais dura. Não se irá muito longe investindo cerca de 19% do Produto Interno Bruto (PIB), como nos últimos quatro anos, e ainda será preciso um bom esforço para alcançar os 24% indicados como meta oficial para o médio prazo. Não se trata só de justificar, por prestígio, a manutenção da letra B na sigla Bric. Longe de ser um luxo, a expansão econômica acelerada é uma necessidade para os países desse grupo. O Brasil tem andado fora do ritmo. Agora, o novo plano de logística, a desoneração da folha de salários e a redução da conta de energia elétrica podem ser o início de uma nova política, menos populista, menos retórica e mais voltada que a do governo anterior para o aumento da eficiência geral da economia. Essa nova orientação é por enquanto uma promessa. Mas a ação da presidente pelo menos indica o reconhecimento de problemas importantes e nunca enfrentados nos últimos dez anos.
O próprio governo é um desses problemas. A presidente o reconhece, implicitamente, ao atribuir maior importância ao setor privado para a expansão e a modernização da infraestrutura de transportes. Seu discurso é marcado pelas bravatas de sempre, quando ela critica a ação das concessionárias, cobra maior respeito aos consumidores e anuncia mais controle sobre as prestadoras de serviços ("vamos acabar com monopólios do passado e serviços distorcidos", prometeu). Mas ela sabe, sem admiti-lo, do péssimo desempenho do setor público na elaboração e na execução de projetos. Isso vale para a administração direta e para a indireta.
Em março, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou para o atraso em quase todos os projetos de adaptação dos portos para a Copa de 2014. Na maior parte, as obras nem haviam começado e em vários casos havia sinais de graves irregularidades. No primeiro semestre, as sete Companhias Docas, empresas mistas, aplicaram apenas 7,5% do orçamento previsto para o ano. Um pacote para o setor portuário, ainda em elaboração, deve ser lançado em breve. A importância do problema ultrapassa amplamente os compromissos assumidos para a realização dos jogos. Os planos do governo incluem a participação do setor privado na administração tanto de portos quanto de aeroportos.
O Ministério dos Transportes, responsável por vários dos maiores projetos do governo federal, foi o ponto inicial da faxina realizada no ano passado pela presidente Dilma Rousseff. Depois da limpeza, seus desembolsos emperraram. Neste ano, até agosto, ficaram R$ 2,5 bilhões abaixo do total aplicado um ano antes, R$ 5,5 bilhões. Aparentemente, é muito mais complicado cuidar dos investimentos em rodovias e ferrovias quando o administrador tem de respeitar certas regras de bom comportamento. No mês passado, 236 ações previstas para este ano continuavam paralisadas no ministério, segundo levantamento divulgado pela organização Contas Abertas.
A administração federal nem sempre foi tão incompetente. Raramente foi flagrada em tantas irregularidades. Além disso, talvez nunca tenha sido tão amplamente loteada e aparelhada para atender a objetivos particulares - pessoais ou partidários - de governantes e de seus aliados. A crônica dos desmandos cometidos no Ministério dos Transportes, desde o governo passado, ainda é conhecida de forma incompleta. Novos detalhes apareceram recentemente em depoimentos prestados à CPI do Cachoeira. Talvez nem todas as novidades sejam total ou parcialmente verdadeiras, mas nenhuma delas destoa das histórias correntes sobre os costumes políticos de Brasília.
Aparelhamento, loteamento de governo e irregularidades no uso de recursos públicos prejudicam tanto a moralidade quanto a eficiência da administração pública. São também problemas econômicos, porque se refletem na produtividade geral do País e comprometem o poder de competição dos produtores nacionais. Quando a presidente lançou seu plano de logística, anunciando concessões e parcerias público-privadas, alguns analistas apontaram uma possível mudança ideológica. Poderiam ter apelado para uma explicação mais simples e provavelmente mais realista: a alternativa seria uma reforma muito mais ampla e politicamente muito mais difícil de toda a máquina federal. Uma faxina mais completa seria apenas parte desse trabalho. Ainda faltaria recriar e difundir os valores de competência e de eficiência existentes, em outros tempos, pelo menos em setores da administração. Mas também para uma associação com o setor privado o governo precisará ser mais competente.
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Entre a crise e a ineficiência

Rolf Kuntz - O Estado de S.Paulo, 05 de setembro de 2012
Mais uma vez o governo atribuiu aos fados, isto é, à crise internacional, o mau desempenho do Brasil no comércio exterior. No mês passado o País faturou com a exportação apenas US$ 22,4 bilhões, valor 14,4% menor que o de um ano antes. Em oito meses, a receita comercial ficou 4,8% abaixo da obtida entre janeiro e agosto do ano passado. Nesse período, o gasto com a importação recuou apenas 0,7%, pela média dos dias úteis. Ou seja, a crise externa afetou mais as vendas do que as compras do Brasil. Os deuses devem estar prejudicando mais o Brasil do que os concorrentes. O efeito da retração global é inegável, até pelo menor dinamismo da China, mas essa explicação conta apenas uma parte da história. Outra parte, provavelmente muito mais importante, aparece num documento divulgado um dia depois da balança comercial brasileira. Embora tenha avançado cinco posições, o Brasil ficou em 48.º lugar, entre 144 países, no Índice de Competitividade Global 2012-2013 do Fórum Econômico Mundial. Os principais entraves estão relacionados a instituições, ao seu funcionamento e a outros fatores vinculados à ação do governo, como a infraestrutura e a instrução. Fica mais difícil culpar os deuses, quando se examina o dia a dia de quem precisa de 13 procedimentos e 119 dias para iniciar a exploração de um negócio ou recebe a educação primária brasileira, classificada em 126.º lugar pelo critério de qualidade.
A maior parte da América Latina continua mal colocada na lista do Fórum Econômico Mundial. O Chile, na 33.ª posição, e o Panamá, na 40.ª, aparecem à frente do Brasil. A Argentina passou do 86.º para o 94.º lugar, principalmente por causa da piora das condições macroeconômicas (inflação alta e contas públicas em mau estado), das condições institucionais e do mau funcionamento dos mercados de bens e de mão de obra - óbvias consequências da contínua tentativa do governo de controlar preços, falsificar índices e intervir nos negócios. Nenhuma surpresa, portanto. A degradação do Mercosul reflete a devastação causada pelo governo na capacidade da indústria argentina de produzir e de competir. Poderia ser surpreendente a inclinação do governo brasileiro para imitar o vizinho, apelando para a centralização e para o protecionismo, mas nem isso parece estranho, depois de um ano e meio de mandato da presidente Dilma Rousseff.
Os autores do relatório atribuem o avanço do Brasil para o 48.º lugar a uma "relativa melhora nas condições macroeconômicas" e ao maior uso da tecnologia de informação e de comunicação (54.º posto). O País continua beneficiado, na avaliação dos pesquisadores, pela "sofisticação da comunidade empresarial" (33.ª posição) e pelo tamanho do mercado interno (7.º posto). Mas a capacidade brasileira de competir continua emperrada por fatores citados em várias edições do estudo.
Os pesquisadores destacam no texto a escassa confiança nos políticos (121.º lugar), a baixa eficiência do governo (111.º), o desperdício no gasto público (135.º), a má infraestrutura de transporte (79.º) e a lamentável qualidade da educação (116.º), além das dificuldades para abrir um negócio e das distorções causadas pela tributação (144.º).
Os fatores positivos e negativos são apresentados em duas páginas de tabelas detalhadas e gráficos. A análise e a classificação refletem dados estatísticos (números da produção e do mercado, carga tributária e contas fiscais, por exemplo) e avaliações coletadas entre executivos e especialistas. A relação dos "fatores mais problemáticos" para os negócios é ordenada de acordo com as preocupações indicadas pelos entrevistados. Nos cinco primeiros lugares aparecem os regulamentos tributários, a oferta inadequada de infraestrutura, as alíquotas dos impostos, a burocracia governamental e as normas trabalhistas, apontadas como restritivas. O acesso ao financiamento é citado em 8.º lugar, logo depois da corrupção (7.º) e da educação ruim da força de trabalho (6.º).
Antes da crise de 2008 os exportadores brasileiros já perdiam espaço no mercado internacional. Os entraves tornaram-se mais importantes nos anos seguintes, mas o governo preferiu atribuir as dificuldades ao desajuste cambial causado pela expansão monetária no mundo rico. O câmbio tem sido, em 2012, muito mais favorável que nos anos anteriores, mas a produção industrial diminuiu, apesar do crescimento do consumo.
A inundação de dólares foi interrompida, mas a de produtos estrangeiros continua. A exportação do agronegócio, no entanto, cresceu neste ano e produziu até julho um superávit de US$ 44,5 bilhões, apesar da crise global e dos entraves internos. Há, no setor, um excedente de competitividade - por enquanto. Alguma autoridade poderá, num momento de iluminação, inventar mais algum imposto sobre a exportação de alimentos e matérias-primas. Alguns economistas geniais já têm defendido essa ideia devastadora.

Corte de impostos e crescimento economico: not so simple - David Leonhardt

Claro, nada é simples em economia, mas durante muito tempo alguns mitos tentaram propagar a ideia de que os cortes de impostos de Reagan e de Bush II contribuíram para o crescimento econômico dos EUA, quando na verdade eles foram, no máximo neutros, como escreve este comentarista...
Paulo Roberto de Almeida 

CAPITAL IDEAS
Do Tax Cuts Lead to Economic Growth?
The New York Times, September 15, 2012
FOR one of my occasional conversations with Representative Paul D. Ryan over the last few years, I brought a chart. The chart showed economic growth in the United States in the last several decades, and I handed Mr. Ryan a copy as we sat down in his Capitol Hill office. A self-professed economics wonk, he immediately laughed, in what seemed an appropriate mix of appreciation and teasing.
One of the first things you notice in the chart is that the American economy was not especially healthy even before the financial crisis began in late 2007. By 2007, remarkably, the economy was already on pace for its slowest decade of growth since World War II. The mediocre economic growth, in turn, brought mediocre job and income growth — and the crisis more than erased those gains.
The defining economic policy of the last decade, of course, was the Bush tax cuts. President George W. Bush and Congress, including Mr. Ryan, passed a large tax cut in 2001, sped up its implementation in 2003 and predicted that prosperity would follow.
The economic growth that actually followed — indeed, the whole history of the last 20 years — offers one of the most serious challenges to modern conservatism. Bill Clinton and the elder George Bush both raised taxes in the early 1990s, and conservatives predicted disaster. Instead, the economy boomed, and incomes grew at their fastest pace since the 1960s. Then came the younger Mr. Bush, the tax cuts, the disappointing expansion and the worst downturn since the Depression.
Today, Mitt Romney and Mr. Ryan are promising another cut in tax rates and again predicting that good times will follow. But it’s not the easiest case to make. Much as President Obama should be asked to grapple with the economy’s disappointing recent performance (a subject for a planned column), Mr. Romney and Mr. Ryan would do voters a service by explaining why a cut in tax rates would work better this time than last time.
That was precisely the question I was asking Mr. Ryan when I brought him the chart last year. He wasn’t the vice presidential nominee then, but his budget plan has a lot in common with Mr. Romney’s.
“I wouldn’t say that correlation is causation,” Mr. Ryan replied. “I would say Clinton had the tech-productivity boom, which was enormous. Trade barriers were going down in the Clinton years. He had the peace dividend he was enjoying.”
The economy in the Bush years, by contrast, had to cope with the popping of the technology bubble, 9/11, a couple of wars and the financial meltdown, Mr. Ryan continued. “Some of this is just the timing, not the person,” he said.
He then made an analogy. “Just as the Keynesians say the economy would have been worsewithout the stimulus” that Mr. Obama signed, Mr. Ryan said, “the flip side is true from our perspective.” Without the Bush tax cuts, that is, the worst economic decade since World War II would have been even worse.
Since that conversation, I have asked the same question of conservative economists and received similar answers. “To me, the Bush tax cuts get too much attention,” said R. Glenn Hubbard, who helped design them as the chairman of Mr. Bush’s Council of Economic Advisers and is now a Romney adviser. “The pro-growth elements of the tax cuts were fairly modest in size,” he added, because they also included politically minded cuts like the child tax credit. Phillip L. Swagel, another former Bush aide, said that even a tax cut as large as Mr. Bush’s “doesn’t translate quickly into higher growth.”
Why not? The main economic argument for tax cuts is simple enough. In the short term, they put money in people’s pockets. Longer term, people will presumably work harder if they keep more of the next dollar they earn. They will work more hours or expand their small business. This argument dominates the political debate.
But tax cuts have other effects that receive less attention — and that can slow economic growth. Somebody who cares about hitting a specific income target, like $1 million, might work less hard after receiving a tax cut. And all else equal, tax cuts increase the deficit, as Mr. Bush’s did, which creates other economic problems.
When the top marginal rate was 70 percent or higher, as it was from 1940 to 1980, tax cuts really could make a big difference, notes Donald Marron, director of the highly regarded Tax Policy Center and another former Bush administration official. When the top rate is 35 percent, as it is today, a tax cut packs much less economic punch.
“At the level of taxes we’ve been at the last couple decades and the magnitude of the changes we’ve had, it’s hard to make the argument that tax rates have a big effect on economic growth,” Mr. Marron said. Similarly, a new report from the nonpartisan Congressional Research Service found that, over the past 65 years, changes in the top tax rate “do not appear correlated with economic growth.”
Mr. Romney and Mr. Ryan, to be sure, are not calling for a simple repeat of the Bush tax cuts. They say they favor a complete overhaul of the tax code, reducing tax rates by one-fifth (taking the top rate down to 28 percent) and shrinking various tax breaks. Many economists think such an overhaul could do more good than the Bush tax cuts, by simplifying the tax code.
The problem for anyone trying to evaluate the Romney plan, however, is that there isn’t a full plan yet. He will not say which tax breaks he would reduce, and the large ones, like the mortgage-interest deduction, are all popular. In a painstaking analysis, the Tax Policy Center showed that achieving all of Mr. Romney’s top-line goals — a revenue-neutral overhaul that does not increase the tax burden of the middle class — is not arithmetically possible. History is littered with vague calls for tax reform that went nowhere.
Beyond taxes, Mr. Romney has declined to detail what spending cuts he would make, although he has promised to make big ones. And some of the programs that would be at risk — medical research, education, technology, roads, mass transportation — probably have a better historical claim on lifting economic growth than tax cuts do.
The policies that new presidents pass tend to be ones on which they laid out specifics, be they the Bush and Reagan tax cuts or the Obama health overhaul. Based on the specifics, Mr. Romney puts a higher priority on tax cuts than anything else. Yet the reality of the last two decades has caused conservative economists, and Mr. Ryan himself, to acknowledge the limits of tax cuts.
In one of our conversations, Mr. Ryan told me that the single most important objective of any economic plan had to be raising growth. “We have to figure out how best to grow the pie so it helps everyone,” he said.
It is certainly true that strong economic growth helps solve almost every challenge the country faces: the deficit, unemployment, the income slump, even the rise of China. It is also true that some liberals put too much emphasis on the distribution of the pie and not enough on the size.
But when you dig into Mr. Romney’s and Mr. Ryan’s proposals and you consider recent history, the fairest thing to say is that, so far at least, they have laid out a plan to cut taxes. They have not yet explained why and how it is also an economic-growth plan.
David Leonhardt is the Washington bureau chief of The New York Times.

Macroeconomia dos "puxadinhos" - Alexandre Schwartsman


Concordo integralmente com o autor -- ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC -- em que o governo abandonou, na prática (isto é, sem dizer), as metas inflacionárias e a flutuação cambial (e também vem fazendo manipulações contábeis para não dizer que já não luta tanto quanto antes pelo superávit primário), em troca de "puxadinhos", ou seja, uma série de improvisações de políticas macro e setoriais, para tentar manter ao máximo a ilusão do crescimento, mas partindo de falsas premissas keynesianas (a tal de manutenção da demanda agregada, pelo estimulo ao consumo e a provisão de crédito, sem atuar nos fatores de oferta).
As reduções seletivas de tributos também são equivocados, pois que setoriais e parciais e, a despeito de indutoras de emprego, no curto prazo, são potencialmente provocadoras de atraso tecnologico no médio e no longo prazo, pois que incidindo sobre o faturamento das empresas e, portanto, atingindo mais duramente as empresas de maior capitalização.
Esses improvisos governamentais são arranjos ad hoc, contraditórios entre si, e inconsistentes no médio prazo, apenas sinal de que algo precisa ser feito. Se trata do estilo atual de governar: " manda fazer, depois a gente vê..."
Paulo Roberto de Almeida 



Tem, mas acabouAlexandre SchwartsmanA Mão Visível, um blog paleoliberal


Eu bem que queria escrever sobre a ata do Copom, mas, mesmo sob a nova frequência semanal, outros temas me forçaram a adiar o assunto. Não acho, porém, que tenha perdido a atualidade, pois me parece claro que, se restava ainda dúvida acerca da sobrevivência do regime de metas no Brasil, a ata foi a metafórica pá de cal. Em particular o parágrafo 19 é o epitáfio do regime: ali o Copom reconhece que sua projeção para a inflação em 2012 está acima da meta, assim permanecendo até meados de 2014.

É verdade que sinalizar a inflação acima da meta por um período de quase dois anos não chega a ser inédito. Mais de uma vez o BC teve que reconhecer situações como essa; a novidade agora é que, mesmo sob um cenário inflacionário desfavorável, e com tempo de sobra para reagir a ele, o Comitê preferiu seguir reduzindo as taxas de juros e contar com um milagre (também conhecido com “convergência não linear da inflação à trajetória de metas”), a cumprir a tarefa que lhe foi designada pelo Decreto 3.088/99, qual seja, tomar as decisões de política que tragam a inflação de volta à meta.

Segundo o Copom, “embora (...) o curto prazo tenha sido negativamente impactado porchoques de oferta associados a eventos climáticos, domésticos e externos, [o cenário inflacionário] manteve sinais favoráveis em prazos mais longos”. Como desculpa para inação esta afirmação peca em mais de um aspecto.

A começar porque a persistência da inflação acima da meta por dois anos (repita-se) não é um evento de curto prazo. E nós, leitores da ata, bem que gostaríamos de saber quais são os “sinais favoráveis” a que o BC se refere, visto que em momento algum se mencionam projeções indicando a reversão do processo inflacionário.

Afora isso, há a questão do tratamento do chamado “choque de oferta”. Este é dito “negativo” quando reduz as quantidades disponíveis e, por conta disso, eleva os preços; e é “positivo” quando, ao contrário, eleva a quantidade e faz cair os preços.

O BC, há tempos, afirma que não combate os efeitos diretos de choques de oferta, ou seja, não eleva a taxa de juros quando o choque é negativo, partindo do pressuposto que estes em geral se dissipam em alguns meses, sem necessariamente contaminar a inflação por períodos mais longos. Obviamente, por simetria, o BC não deveria também reduzir os juros quando ocorrem choques favoráveis de oferta, que, da mesma forma, tendem a desaparecer passado algum tempo.

No entanto, não é o que se observa. Enquanto o aumento dos preços internacionais decommodities é invocado como razão para não subir a taxa de juros, eventos favoráveis como o corte temporário de impostos sobre veículos, e, não duvidem, a recente redução de encargos sobre energia elétrica são alegremente considerados como motivos para redução da Selic.

E, cá entre nós, tomar o aumento internacional de preços de commodities como um choque de oferta equivale a esticar o conceito bem mais do que seria recomendável. Para agricultores americanos a seca reduziu as quantidades e elevou preços, configurando um choque clássico de oferta. O agricultor brasileiro, por outro lado, só percebe os preços em alta, sem prejuízo da quantidade. E, se é verdade que os preços mais altos prejudicam o consumidor, é bom lembrar que o país produz bem mais do que consome, gerando um benefício líquido para o Brasil. Trata-se, em outras palavras, de um choque sim, mas um choque positivo, e de demanda!

Note-se, por fim, que a contaminação dos preços domésticos só é possível porque o BC não permite que o dólar se barateie como deveria ocorrer face ao aumento dos preços decommodities. Na prática, ao fixar uma meta para a taxa de câmbio o BC admite que aumentos de preços fora do país acabem por se materializar domesticamente.

Em outras palavras, o BC tem várias metas: para o câmbio, para o crescimento, para a taxa de juros. Só acabou a meta para a inflação.

Profetas demolidores - Tom Friedman

Parece que os muçulmanos não aplicam o que eles pretendem ensinar aos ocidentais...

Look in Your Mirror

The New York Times, September 18, 2012
 
On Monday, David D. Kirkpatrick, the Cairo bureau chief for The Times, quoted one of the Egyptian demonstrators outside the American Embassy, Khaled Ali, as justifying last week’s violent protests by declaring: “We never insult any prophet — not Moses, not Jesus — so why can’t we demand that Muhammad be respected?” Mr. Ali, a 39-year-old textile worker, was holding up a handwritten sign in English that read: “Shut Up America.” “Obama is the president, so he should have to apologize!”
I read several such comments from the rioters in the press last week, and I have a big problem with them. I don’t like to see anyone’s faith insulted, but we need to make two things very clear — more clear than President Obama’s team has made them. One is that an insult — even one as stupid and ugly as the anti-Islam video on YouTube that started all of this — does not entitle people to go out and attack embassies and kill innocent diplomats. That is not how a proper self-governing people behave. There is no excuse for it. It is shameful. And, second, before demanding an apology from our president, Mr. Ali and the young Egyptians, Tunisians, Libyans, Yemenis, Pakistanis, Afghans and Sudanese who have been taking to the streets might want to look in the mirror — or just turn on their own televisions. They might want to look at the chauvinistic bile that is pumped out by some of their own media — on satellite television stations and Web sites or sold in sidewalk bookstores outside of mosques — insulting Shiites, Jews, Christians, Sufis and anyone else who is not a Sunni, or fundamentalist, Muslim. There are people in their countries for whom hating “the other” has become a source of identity and a collective excuse for failing to realize their own potential.
The Middle East Media Research Institute, or Memri, was founded in 1998 in Washington by Yigal Carmon, a former Israeli government adviser on counterterrorism, “to bridge the language gap between the Middle East and the West by monitoring, translating and studying Arab, Iranian, Urdu and Pashtu media, schoolbooks, and religious sermons.” What I respect about Memri is that it translates not only the ugly stuff but the courageous liberal, reformist Arab commentators as well. I asked Memri for a sampler of the hate-filled videos that appear regularly on Arab/Muslim mass media. Here are some:
ON CHRISTIANS Hasan Rahimpur Azghadi of the Iranian Supreme Council for Cultural Revolution: Christianity is “a reeking corpse, on which you have to constantly pour eau de cologne and perfume, and wash it in order to keep it clean.” http://www.memritv.org/clip/en/1528.htm — July 20, 2007.
Sheik Al-Khatib al-Baghdadi: It is permissible to spill the blood of the Iraqi Christians — and a duty to wage jihad against them. http://www.memri.org/report/en/0/0/0/0/0/0/5200.htm — April 14, 2011.
Abd al-Aziz Fawzan al-Fawzan, a Saudi professor of Islamic law, calls for “positive hatred” of Christians. Al-Majd TV (Saudi Arabia), http://www.memritv.org/clip/en/992.htm — Dec. 16, 2005.
ON SHIITES The Egyptian Cleric Muhammad Hussein Yaaqub: “Muslim Brotherhood Presidential Candidate Mohamed Morsi told me that the Shiites are more dangerous to Islam than the Jews.” www.memritv.org/clip/en/3466.htm — June 13, 2012.
The  Egyptian Cleric Mazen al-Sirsawi: “If Allah had not created the Shiites as human beings, they would have been donkeys.” http://www.memritv.org/clip/en/3101.htm — Aug. 7, 2011.
The Sipah-e-Sahaba Pakistan video series: “The Shiite is a Nasl [Race/Offspring] of Jews.” http://www.memri.org/report/en/0/0/0/0/0/51/6208.htm — March 21, 2012.
ON JEWS Article on the Muslim Brotherhood’s Web site praises jihad against America and the Jews: “The Descendants of Apes and Pigs.” http://www.memri.org/report/en/0/0/0/0/0/51/6656.htm — Sept. 7, 2012.
The Pakistani cleric Muhammad Raza Saqib Mustafai: “When the Jews are wiped out, the world would be purified and the sun of peace would rise on the entire world.” http://www.memri.org/report/en/0/0/0/0/0/51/6557.htm — Aug. 1, 2012.
Dr. Ismail Ali Muhammad, a senior Al-Azhar scholar: The Jews, “a source of evil and harm in all human societies.” http://www.memri.org/report/en/0/0/0/0/0/51/6086.htm — Feb. 14, 2012.
ON SUFIS A shrine venerating a Sufi Muslim saint in Libya has been partly destroyed, the latest in a series of attacks blamed on ultraconservative Salafi Islamists. http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-19380083 — Aug. 26, 2012.
As a Jew who has lived and worked in the Muslim world, I know that these expressions of intolerance are only one side of the story and that there are deeply tolerant views and strains of Islam espoused and practiced there as well. Theirs are complex societies.
That’s the point. America is a complex society, too. But let’s cut the nonsense that this is just our problem and the only issue is how we clean up our act. That Cairo protester is right: We should respect the faiths and prophets of others. But that runs both ways. Our president and major newspapers consistently condemn hate speech against other religions. How about yours?
Link: http://www.nytimes.com/2012/09/19/opinion/friedman-look-in-your-mirror.html?nl=todaysheadlines&emc=edit_th_20120919&moc.semityn.www

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O que seria um "cancelamento provisorio" - ou: Viva o MEC, tres vezes!!!

Ufa! Ainda bem que o MEC se esforça para manter na "inguinorancia" mais da metade da população brasileira, do contrário já teríamos sido enganados por bandidos mais espertos, mais versados na última flor do Lácio, que para eles permanece inculta, e tudo menos bela, e aos quais também faltam os mais elementares princípios da lógica formal.
Se não fosse o MEC, há muito teríamos sucumbido a alguma trampa deste tipo que vai abaixo.
Por isso eu digo: continue assim MEC, você vai muito bem na tarefa de imbecilizar metade da população brasileira.
Estou sendo injusto, claro, cruel e desapiedado, com quem só quer o bem, e para isso mesmo abriga as últimas saúvas do Brasil, as que se salvaram depois da modernização da agricultura.
Uma coisa é certa: as saúvas freireanas do MEC estão acabando com o Brasil.
Ainda bem...


Brasília, setembro de 2012
Informamos que seu titulo eleitoral teve um Cancelamento provisório.
O motivo do cancelamento foi uma irregularidade em seu Cadastro de Pessoa Física (CPF) a qual motivou o cancelamento do mesmo, e também de seu título eleitoral.
Para saber mais detalhes sobre esta irregularidade, e quais providências tomar, leia o regulamento clicando no link abaixo. 
Após clicar no link, será exibida uma janela, onde a opção "Abrir" deve ser clicada.
(...) [desativado]
ou se não conseguir Clique Aqui [desativado]
Todos os direitos reservados ao Tribunal Superior Eleitoral

Especies diplomaticas exogenas - Lima Barreto

Recebido de um leitor fiel, e apreciador de meu post sobre as espécies diplomáticas (ver mais abaixo): 


"O ideal de todo e qualquer natural da Bruzundanga é viver fora do país. Pode-se dizer que todos anseiam por isso; e, como Robinson, vivem nas praias e nos morros, à espera do navio que os venha buscar.

"Para eles, a Bruzundanga é tida como país de exílio ou mais do que isso: como uma ilha de Juan Fernández, onde os humanos perdem a fala, por não terem com quem conversar e não poderem entender o que dizem os pássaros, os animais silvestres e mesmo as cabras semi-selvagens.

"Um dos meios de que a nobreza doutoral lança mão para safar-se do país, é obter empregos diplomáticos ou consulares, em falta destes os de adidos e “encostados” às legações e consulados.
(...)
"Mas, como lhes contava, os nobres doutores tratam logo de representar o país em terras estranhas.
Não fazem questão de lugar. Seja no Turquestão ou na Groenlândia, eles aceitam os cargos diplomáticos.
A um, perguntei:
— Mas tu vais mesmo para o Anam?
— Por que não? Não há lá mulheres?

O sonho do jovem diplomático não é ser Talleyrand; é ser Don Juan para uso externo.
Ia até bastante satisfeito, disse-me em seguida, porquanto, lá, não se distinguindo bem a mulher anamita do homem, devia acontecer surpresas bem agradáveis com semelhante 'engano d’arma ledo e cego'."
(...)

in: Lima Barreto,
OS BRUZUNDANGAS

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Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...