Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
domingo, 10 de novembro de 2013
Socialismo bolivariano: fascismo do seculo XXI - Armando Ribas
Programa nuclear iraniano: sem acordo, ate o momento - Le Monde
Nucléaire iranien : le rôle de la France en question après l'échec des négociations
Alors que les négociations sur l'avenir du programme nucléaire iranien se sont achevées sans accord dans la nuit du samedi 9 au dimanche 10 novembre, le rôle de la France dans cet échec est pointé du doigt par plusieurs observateurs. Ces derniers soulignaient notamment les multiples prises de parole de la délégation française pour insister sur les points de blocage.
Venezuela: o que a Unasul teria a dizer sobre a "clausula democratica"?
América Latina
Maduro decreta data de eleição como 'Dia de Lealdade a Chávez'
Vicente Díaz, do Conselho Nacional Eleitoral, afirmou que a medida é "ato grosseiro de manipulação eleitoral"
Maduro afirma que Chávez apareceu em túnel do metrô de Caracas
Maduro inventa outra: o ministério da Suprema Felicidade Social
A arte da Logica e suas (des)aplicacoes praticas - Milton e Miriam Joseph
Transcrevo de um livro que estou lendo no Kindle, sempre que posso, nos intervalos de várias outras leituras impressas, este trecho, retirado do Prefácio da Arte da Lógica, escrito em latim por volta de 1640, pelo poeta John Milton, sim, o mesmo do Lost Paradise, para organizar o pensamento em torno das chamadas artes liberais (gramática, retórica, lógica, etc.) e que traduzo livremente da versão em inglês:
Art of Logic
Milton
O objeto geral das Artes é a razão, ou o discurso. Estes são empregados seja no aperfeiçoamento da razão, com o objetivo do pensamento correto, como na lógica, ou no aperfeiçoamento do discurso, e aqui, seja para o uso adequado das palavras, como na gramática, seja para o uso efetivo das palavras, como na retórica.
De todas as Artes, a primeira e a mais geral é a lógica, depois a gramática, e por fim, a retórica, uma vez que podemos usar a razão sem discurso, mas não se pode usar o discurso sem razão. Atribuímos um segundo lugar à gramática, porque o discurso correto pode vir sem floreios ou ornamentações; mas ele nunca poderá ser enfeitado antes de estar correto.
In:
The Trivium: The Liberal Arts of Logic, Grammar, and Rhetoric
Sister Miriam Joseph, CSC, Ph.D.
edited by Marguerite McGlinn
(Philadelphia Paul Dry Books, 2002; Kindle edition)
Pois bem, algumas pessoas, no Brasil, se encarregam de desmentir o poeta Milton, e se atribuem alegremente a missão de bagunçar completamente as boas regras relativas à arte da lógica, e da gramática e da retórica também.
Não sei como isso é possível, ao mesmo tempo, mas o fato é que ocorre.
Alguns até fazem questão de, deliberadamente, estropiar a gramática, isto é, a linguagem (já que sequer escrevem um discurso), apenas com a intenção de, demagogicamente, "ficar mais perto do povo".
Outros o fazem involuntariamente, devido à sua manifesta, notória, patente, transparente, evidente, atestada incapacidade total em concatenar idéias, expressá-las com lógica, com as palavras corretas, enfim, de maneira relativamente racional, ou pelo menos vagamente compreensível.
Tarefa acima das capacidades humanas, para alguns...
Pois é, tem gente que usa o discurso sem qualquer razão, sem qualquer lógica, sem gramática, e sem floreios, numa retórica absolutamente incompreensível...
Pergunto novamente: como foi que chegamos a uma catástrofe dessas?
Paulo Roberto de Almeida
(em vôo, Bra-Porto Alegre, 29/10/2013)
Um grupo de assholes, na pratica: os neomalthusianos anti-OGMs
“OMG GMO” SMDH
Lei de Murphy para bibliotecas caoticas (como a minha...)
Só conseguimos encontrar algum livro de que necessitamos quando já não mais o estamos procurando.
Derivações:
Se encontrou, é porque não precisa dele no momento.
Se precisa dele, não há nenhuma chance de encontrá-lo.
Conclusão:
Esta lei de Murphy não permite nenhuma exceção à regra fundamental, justamente por isso se trata de uma lei de Murphy, por certo adaptada à minha situação.
Mas, é uma lei universal dos leitores caóticos, como eu por exemplo...
Paulo Roberto de Almeida
Um teoria para o pior tipo de idiota - Aaron James (um livro para nao recomendar...)
Enquanto Carmen Lícia percorria lojas para ver se encontrava alguma bota de inverno interessante, eu fiquei, como é meu péssimo hábito, sempre, numa Barnes, com dois livros no café Starrbucks da loja.
Um acabei comprando, e recomendo, a todos:
William Manchester (já falecido) e Paul Reid (que terminou o livro que seu mestre escrevia desde muitos anos):
The Last Lion: Winston Spencer Churchill, Defender of the Realm, 1940-1965
(New York: Bantam Books, 2013, 1184 p.; $ 20, apenas...)
O livro é a segunda parte de Last Lion, cujo primeiro volume havia sido escrito unicamente por Manchester. Em 2003, ele pediu a Paul Reid que terminasse o segundo volume, que ele havia começado muitos anos antes. Impressionante qualidade da biografia, não apenas de um homem, provavelmente o maior líder político do século XX, mas de toda uma época, e de todo um mundo convulsionado pela guerra, e depois marcado pela lenta decadência inglesa, até a morte de Churchill, em 1965.
Em minha travessia dos EUA, em setembro e outubro últimos, tive a oportunidade de visitar o museu dedicado a Churchill, no local em que ele pronunciou seu famoso discurso da cortina de ferra que dividia a Europa, em Fulton, Missouri, na companhia do presidente Truman, um marco histórica do início da Guerra Fria, antes mesmo que ela fosse conhecida por esse nome. No ano passado, em Londres, havia visitado as "catacumbas" de Churchill, ou seja, os "war cabinets", que ele usou durante toda a guerra.
Mas, não era desse livro que eu pretendia falar, e sim deste aqui (desculpem a má qualidade das imagens, mas fui eu mesmo quem fotografei, na mesa do Starrbucks):
Aaron James:
Assholes: A Theory
(New York: Doubleday, 2012, 224 p.; $ 24)
Enfim, existem muitas traduções para asshole, mas fiquemos com uma mais educada, do dicionário Webster:
"a usually vulgar : a stupid, incompetent, or detestable person. b usually vulgar : the worst place..."
O interessante no livro é a teoria, não o personagem em si, um idiota vulgar, grosseiro.
Vou colocar abaixo mais fotos da quarta capa, e das orelhas, para dar uma ideia a vocês da seriedade com que este filósofo de Harvard encara seu assunto principal.
O editor se refere a um outro livro, que também li, e já tenho, mas não sei se na versão americana ou brasileira, pois o livro ficou na minha biblioteca de Brasília.
Este aqui:
Harry G. Frankfurt:
On Bullshit
(Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005)
Também posso dizer que, ao falar dos idiotas fundamentais, o livro me lembrou um outro, que li em edições italiana, francesa e americana, e que considero fundamental nesse tipo de literatura:
Carlos Maria Cipolla
As Leis Fundamentais da Estupidez Humana
(já resenhei algumas vezes e escrevi artigos a respeito; busquem neste mesmo blog).
Abaixo, reproduções fotográficas das informações do livro sobre a teoria dos assholes...