O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 23 de novembro de 2013

Estou sendo espionado em Beijing (e nao so la): esses academicos curiosos...

De vez em quando o Academia.edu me avisa (acho que uma vez por semana) quem, onde, andou espionando meus trabalhos depositados nesse site acadêmico de intercâmbios da área.
Clicando no Google Analytics do sistema, veio quem, quando, o que andaram espionando em torno de alguns trabalhos (aqui os especificamente relacionados a política comercial e aos blocos de integração, mas tem outras palavras-chave e outros trabalhos também, mas separados desta pesquisa).
Vejamos o que podem querer saber de mim todo esse povo...
Paulo Roberto de Almeida

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Os comunistas trapalhoes do Brasil (1935): um pouco da historia passada - Euler de França Belém

Já foram muito trapalhões: os patifes atuais são apenas um pouco trapalhões, mas foram mais bem sucedidos na sua revolução "socialista": eles não querem mais construir o comunismo no Brasil, eles já se contentam em expropriar burgueses idiotas, e capitalistas em geral, mesmo contra a vontade destes, simplesmente instalando um governo que está mais próximo do fascismo do que do comunismo. Eles apenas querem eternizar suas expropriações, monopolizando o poder e garantindo para si riquezas e poder infinito...
Paulo Roberto de Almeida

O espião alemão que detonou a revolução de Prestes

POR  
Revista Bula, EM 16/11/2010 ÀS 06:05 PM (publicado em )
Johnny — A Vida do Espião Que Delatou a Rebelião Comunista de 1935”
Apoiados pela União Soviética de Josif Stálin, os comunistas brasileiros tentaram derrubar o presidente Getúlio Vargas em 1935 mas foram fragorosamente derrotados. Entretanto, ao contrário do que podem depreender alguns leitores, a Intentona Comunista fracassou não porque foi delatada, e sim porque era de um irrealismo abissal. Era uma formiguinha maluca brigando contra um astuto exército de elefantes. A traição serviu apenas, quem sabe, para antecipar e, assim, debelar a rebelião mais cedo. A história está devidamente anotada em livros de qualidade, como “A Rebelião Vermelha” (Record, 217 páginas, 1986), do brasilianista Stanley Hilton, “Camaradas — Nos Arquivos de Moscou: A História Secreta da Revolução Brasileira de 1935” (Companhia das Letras, 416 páginas, 1993), de William Waack, “Olga” (Companhia das Letras, 259 páginas, 1984), de Fernando Morais, “Revolucionários de 1935: Sonhos e Realidade” (Companhia das Letras, 432 páginas, 1992), de Marly de Almeida Gomes Vianna, e “Uma das Coisas Esquecidas — Getúlio Vargas e Controle Social no Brasil/1930-1945” (Companhia das Letras, 341 páginas, 2001), do brasilianista R. S. Rose. Agora, 75 anos depois, sai um livro excepcional sobre um personagem misterioso, comentado apenas episodicamente nos livros citados. “Johnny — A Vida do Espião Que Delatou a Rebelião Comunista de 1935” (Record, 600 páginas), de R. S. Rose e Gordon D. Scott, é uma obra do balacobaco sobre o alemão Johann Heinrich Amadeus de Graaf, mais conhecido como Johnny. Rigorosamente documentada, a obra é vazada no estilo de romance policial. Johnny começou a espionar para os soviéticos, chegou a se encontrar com Stálin e Molotov, para citar duas eminências soviéticas, mas depois se tornou espião dos ingleses. Uma das revelações, embora não devidamente explorada, é que Urbano “Bercuó” espionou para Johnny, em 1940, no Rio de Janeiro. Espionava navios de origem alemã e, aparentemente, estava na folha de pagamento dos ingleses. O promotor de justiça e pesquisador Jales Guedes Mendonça diz que se trata do advogado e jornalista goiano Urbano Berquó. “Foi advogado de Pedro Ludovico e jornalista do ‘Correio da Manhã’.”

Ao leitor mais interessado em assuntos brasileiros, recomendo a leitura de cinco capítulos, “Brasil um”, “Argentina”, “O retorno a Moscou”, “Brasil dois” e “Primeiros anos da guerra”. Se quiser entender como os espiões eram formados, e por quais motivos Johnny desencantou-se com o comunismo soviético — o paraíso social só existia na teoria e a repressão aos dissidentes era brutal —, é preciso ler todo o livro do americano R. S. Rose e do canadense Gordon D. Scott (que conheceu Johnny). A história de Johnny, de tão impressionante, às vezes parece inventada. Não há, porém, nada de ficcional. Os estudiosos são criteriosos e parcimoniosos no uso da documentação. Muitos documentos a respeito de Johnny, sobretudo na Inglaterra, ainda não estão disponíveis.

Delírio de Prestes
Luís Carlos PrestesConquistado pelos comunistas alemães, o ex-marinheiro Johnny se tornou um tarefeiro do partido. Perseguido na Alemanha, escapou para a União Soviética, de onde, espião especialíssimo, foi enviado a vários países, com o objetivo de semear a revolução. Esteve na Romênia, na Hungria e na China. Ao voltar da Ásia, foi convidado pelo general soviético Manfred Stern para acompanhá-lo à Espanha, país onde, pelo menos no início, Stálin pretendia implantar uma espécie de república soviética. Diante da recusa, Alfred Langner deu-lhe a chance de voltar à China ou participar da revolução no Brasil. O célebre Dmitri Manuilski, do Comintern, participou da conversa.

O papel de Johnny, espião do M4, a Inteligência do Exército soviético, seria “cultivar, recrutar e desenvolver células dentro e fora das forças armadas” brasileiras. Langner garantiu que o capitão Luís Carlos Prestes, que seria o chefe da revolução patropi, era “um líder nato”. Foram escalados para comandar a derrubada de Vargas os comunistas Arthur Ernst Ewert (codinome Harry Berger), Johnny de Graaf (codinome Franz Paul Gruber), o americano Victor Allen Barron, o italiano Amleto Locatelli, o argentino Rodolfo José Ghioldi, os soviéticos Pavel Vladimirovich Stuchevski (com o codinome de Leon Jules Vallée, era da NKVD, a futura KGB) e Sofia Semionova Stuchevskaya (mulher de Pavel), a alemã Olga Benario (guarda-costas e amante de Prestes). Na primeira reunião, em Moscou, Prestes disse que a revolução estava madura no Brasil e que 90% do trabalho “já havia sido feito”. Realista absoluto, Johnny pensou: “Esse homem tem a cabeça nas nuvens. Às vezes a realidade e a lógica sensata lhe escapam”. Logo depois, Johnny informou seu contato no MI6 (serviço secreto de inteligência inglês), o britânico Frank Foley, que reportou-se ao major Valentine Patrick Terrel Vivian, “Vee-Vee”. O espião Alfred Hutt, superintendente-assistente-geral da Light no Rio de Janeiro, havia sido informado.

Na década de 1930, depois de, um pouco antes, ter acusado a social-democracia de “social-fascismo”, o Comintern (Internacional Comunista) mudou de tática e passou a incentivar a política de construção de frentes políticas com a participação de comunistas e democratas. “A intenção era radicalizar aos poucos cada Frente”, ressaltam Scott e Rose. No Brasil, o Partido Comunista do Brasil (erroneamente, apontado como Partido Comunista Brasileiro; esta nomenclatura só vai ser empregada décadas adiante) aderiu à Aliança Nacional Libertadora (ANL). Numa reunião, no Rio de Janeiro, Johnny ficou estupefato com o superficialismo político e tático de Prestes, que acreditava, era fé mesmo, que o Brasil estava “pronto” para a revolução. Quando Johnny duvidou, Prestes vociferou: “Sim, estamos!” Johnny contestou-o e ficou impressionado com o fato de que o PCB estava afastado do centro das decisões. Mas o líder personalista não desistiu. Avaliava que era possível construir uma revolução sem as mínimas condições objetivas, numa leitura simplista das ideias leninistas.

Afastado do centro das decisões, por ser cético quanto ao poder de fogo do grupo de Prestes, Johnny passou a ser informado dos assuntos da cúpula por sua mulher, Helena Krüger, que atuava como motorista do líder revolucionário. As informações eram repassadas aos ingleses, que as transmitiam ao governo de Vargas. Mesmo sabendo que a revolução estava fadada ao fracasso, porque era uma mera “revolta militar”, Johnny treinou alguns recrutas, totalmente despreparados, e deu orientações a Prestes, que as recusou.

Com ou sem preparação, a rebelião estourou em Natal, em novembro de 1935, e em Recife. Os rebeldes assumiram o controle da capital do Rio Grande do Norte, mas por pouco tempo. No Rio de Janeiro, a revolta também explodiu. O presidente Getúlio Vargas, no lugar de inquirir sua polícia, ligou para Hutt e perguntou se os comunistas tinham chance de vencer. Johnny disse a Hutt que deveria tranquilizar o presidente, pois “não havia a menor chance” de a revolta ser bem-sucedida. Era uma quartelada. “A Revolução Social, ou Intentona Comunista, estava encerrada em um fiasco de quatro dias.” Johnny a delatara, é verdade, mas o fracasso se deu muito mais por causa da orientação inconsistente de Prestes. Os militares de esquerda e os comunistas não estavam preparados para tomar o poder, mas confundiram desejo com realidade.

O governo de Vargas reprimiu ferozmente a rebelião, prendeu (a estatística varia de 7 mil a 35 mil pessoas) e torturou centenas. Um alemão da Gestapo, da equipe do diretor da polícia Filinto Müller, torturou Arthur Ewert logo depois de sua prisão. Quebrou um dos polegares de Ewert com um quebra-nozes e ficou irritado porque o comunista não gemeu. Brutalmente espancado, Ewert enlouqueceu. Sua mulher, Elise (Sabo), foi enviada para um campo de concentração, onde morreu em 1941. Olga Benario morreu, “em uma câmara de gás em Bernburg, em março de 1942”. Delatado por Rodolfo Ghioldi, o americano Victor Allen Barron foi morto sob tortura.

Moscou desconfiou de Johnny, procedeu a uma grande investigação, mas, usando a velha dialética leninista, o espião conseguiu convencer os veteranos stalinistas — a feroz “inquisidora” búlgara Stella Blagoeva continuou duvidando de sua integridade — que o fracasso da revolução brasileira tinha a ver unicamente com o voluntarismo de Prestes.

Depois de um período na geladeira, Johnny voltou ao Brasil, agora com a missão de espionar os nazistas para os soviéticos e, claro, para os britânicos. Era eficientíssimo. Montou uma rede de espiões, pagos pelos ingleses, e começou a repassar informações confiáveis sobre negócios dos alemães com os brasileiros. Chegou a ser preso e torturado pela polícia de Filinto Müller, que era simpático aos nazistas, e só foi liberado por conta de pressões inglesas. Com o fim da guerra, foi dado como morto por seus chefes soviéticos e mudou-se para a Inglaterra, onde adotou outro nome e continuou a espionar, especialmente no Canadá. Quem era Johnny? “Não era um comunista de carreira, tentando agradar superiores na órbita stalinista, mas alguém que estava do lado de fora olhando para dentro”, sintetizam seus biógrafos. Johnny morreu em 1980, aos 86 anos, no Canadá, com o nome de John Henry de Graff (ligeira alteração de seu sobrenome).

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Recebido de um leitor: 
Bom dia,

A partir do seu post em 

http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2013/11/os-comunistas-trapalhoes-do-brasil-1935.html

interessei-me pela lista de livros lá citada, em particular pelo  

“Uma das Coisas Esquecidas — Getúlio Vargas e Controle Social no Brasil/1930-1945” (Companhia das Letras, 341 páginas, 2001), 
do mesmo autor do livro comentado no post.

Em geral, antes de ler alguém que não conheço, gosto de pesquisar um pouco sobre o autor, saber qual é a dele e o que dizem dele. Para não perder tempo.

O que achei interessante é que esse sr. R.S.Rose parece "inachável" pela rede, apesar de ter escrito seus livros em plena era da Internet. É quase como se não existisse. Nenhum foto, nenhum vídeo ou entrevista no you tube, nenhum  página no facebook, nenhum  citação na wikipedia.

Ele tem três livros na Amazon: um é editado pela Ohio University Press, em 2006,  (The Unpast: Elite Violence and Social Control in Brazil, 1954-2000), outro pela Pennsylvania State University Press, em 2010, (Johnny: A Spy's Life), e o mais antigo, de 2000, pela  Praeger (One of the Forgotten Things: Getulio Vargas and Brazilian Social Control, 1930-1954). 
Essa última editora, Praeger, não tem website, é pouco citada via Google,e parece ter sede em Santa Barbara-CA. 
O nome dele aparece sempre na forma R.S. Rose, ou seja, um sobrenome comuníssimo e apenas as iniciais no prenome. 
No site da Penn State Presse diz apenas que "R. S. Rose, an American, took his doctorate from the University of Stockholm. He teaches criminology and criminal justice at Northern Arizona University, Yuma."
A pergunta inevitável: esse moço existe ??
Abs,
 Alexandre.
=========
Minha resposta (PRA):
Existe sim; depois que eu comprei o livro dele, na edição americana "Forgotten Things", interessei-me por um ele, e fui buscar.
O Stanley Hilton me falou um pouco dele e de sua carreira errática. Ou seja, competente, mas não conseguiu boas posições nas universidades americanas.
Mas eu não tenho contato com ele, embora possa buscar...
Paulo Roberto de Almeida 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O futuro aterrorizador de um mundo sem antibioticos - Maryn McKenna

Maryn McKenna
Medium.com, November 22, 2013

After 85 years, antibiotics are growing impotent. So what will medicine, agriculture and everyday life look like if we lose these drugs entirely? 

A few years ago, I started looking online to fill in chapters of my family history that no one had ever spoken of. I registered on Ancestry.com, plugged in the little I knew, and soon was found by a cousin whom I had not known existed, the granddaughter of my grandfather’s older sister. We started exchanging documents: a copy of a birth certificate, a photo from an old wedding album. After a few months, she sent me something disturbing.
It was a black-and-white scan of an article clipped from the long-gone Argus of Rockaway Beach, New York. In the scan, the type was faded and there were ragged gaps where the soft newsprint had worn through. The clipping must have been folded and carried around a long time before it was pasted back together and put away.
The article was about my great-uncle Joe, the youngest brother of my cousin’s grandmother and my grandfather. In a family that never talked much about the past, he had been discussed even less than the rest. I knew he had been a fireman in New York City and died young, and that his death scarred his family with a grief they never recovered from. I knew that my father, a small child when his uncle died, was thought to resemble him. I also knew that when my father made his Catholic confirmation a few years afterward, he chose as his spiritual guardian the saint that his uncle had been named for: St. Joseph, the patron of a good death.

I had always heard Joe had been injured at work: not burned, but bruised and cut when a heavy brass hose nozzle fell on him. The article revealed what happened next. Through one of the scrapes, an infection set in. After a few days, he developed an ache in one shoulder; two days later, a fever. His wife and the neighborhood doctor struggled for two weeks to take care of him, then flagged down a taxi and drove him fifteen miles to the hospital in my grandparents’ town. He was there one more week, shaking with chills and muttering through hallucinations, and then sinking into a coma as his organs failed. Desperate to save his life, the men from his firehouse lined up to give blood. Nothing worked. He was thirty when he died, in March 1938.

The date is important. Five years after my great-uncle’s death, penicillin changed medicine forever. Infections that had been death sentences—from battlefield wounds, industrial accidents, childbirth—suddenly could be cured in a few days. So when I first read the story of his death, it lit up for me what life must have been like before antibiotics started saving us.
(...)

Leia o artigo na íntegra, aqui: 


This article was written by Maryn McKenna and produced in collaboration with the Food & Environment Reporting Network, an independent, non-profit news organization producing investigative reporting on food, agriculture and environmental health.

Veja os crimes "politicos" dos presos "politicos": meteram a mao na grana, com a little help do guia genial dos povos

Reinaldo Azevedo, 22/11/2013

Pois é… Que José Genoino se recupere plenamente! Até para que possa responder à Justiça pelos crimes do mensalão pelos quais já está condenado — por corrupção ativa (4 anos e 8 meses), pena executada, e formação de quadrilha (2 anos e 3 meses), objeto de embargos infringentes. Só que as coisas não param por aí. Lembram-se dos empréstimos fraudulentos do BMG às empresas de Marcos Valério e ao PT? Pois é. Resultaram na Ação Penal 420. Corria no Supremo. Só que José Genoino, único réu que tinha foro especial por prerrogativa de função, deixou de tê-lo. Então o processo foi enviado para a 4ª Vara Federal de Belo Horizonte. Ocorre que ele voltou a ser deputado, e a ação retornou ao Supremo.
ATENÇÃO! NESSE PROCESSO DO BMG, GENOINO FOI CONDENADO NA PRIMEIRA INSTÂNCIA A QUATRO ANOS DE PRISÃO POR FALSIDADE IDEOLÓGICA. Aliás, esse é o caso em que as digitais de ninguém menos do que Luiz Inácio Lula da Silva aparecem de modo insofismável. O relator dessa ação no Supremo é o ministro Marco Aurélio. O revisor é Gilmar Mendes.
Se a pena for confirmada pelo Supremo, mesmo que Genoino escape da imputação de quadrilha, sua condenação será superior a oito anos — o que rende, em circunstâncias normais, regime fechado.
O caso BMG
- No dia 17 de fevereiro de 2003, o BMG “emprestou” ao PT R$ 2,4 milhões. José Genoino assinou pelo partido.
- No dia 20 de fevereiro, Marcos Valério levou Ricardo Guimarães, presidente do banco, para um encontro como Palácio do Planalto com… José Dirceu.
- Cinco dias depois dessa reunião, o BMG liberou um empréstimo de R$ 12 milhões, desta vez para uma empresa de Valério. O publicitário confessou depois que era dinheiro para pagar a turma indicada por Delúbio — vale dizer: era dinheiro para o PT.
- Entre o “empréstimo” feito diretamente ao partido e aqueles oficialmente concedidos às empresas de Valério, o BMG repassou ao esquema R$ 43,6 milhões.

Trecho da Ação Penal 420. Olhe o José Dirceu aparecendo ali
E tudo isso por quê? Eis o pulo do gato. Ou do sapo barbudo. Reproduzo uma síntese que foi publicada no site Consulor Jurídico, com base nos dados da Ação Penal 420:
Em 2004, cinco dias após o presidente Lula assinar o Decreto 5.180, que abriu a todos os bancos o mercado de crédito consignado a aposentados e pensionistas do INSS, o BMG pediu oficialmente para entrar nesse mercado. Oito dias depois, recebeu autorização do INSS. Outros dez bancos fizeram pedido igual, na mesma época. Todos levaram pelo menos 40 dias para receber a mesma autorização.
Com condições favoráveis, o BMG operou com pouca concorrência num mercado em que a demanda era abundante. Sua carteira de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS engordou e, três meses depois, o BMG a vendeu à Caixa Econômica Federal por R$ 1 bilhão. O BMG, que já operava com crédito consignado desde 1998, tornou-se um gigante nesse mercado. Fechou o ano de 2004 com lucro de R$ 275 milhões — um crescimento de 205% em relação ao lucro de R$ 90 milhões no ano anterior. No ano seguinte, o lucro foi de R$ 382 milhões.
Àquela altura, o BMG se tornara o 31º banco do país. (Em 2002, antes do governo Lula, o BMG não estava entre as 50 maiores instituições financeiras brasileiras.) No ano passado, o BMG lucrou R$ 583 milhões, comprou outro banco e se tornou o 17º do país em ativos totais. No mês passado, enquanto o Rural se preparava para o julgamento do mensalão no Supremo, o BMG se tornava sócio do Itaú Unibanco, o maior banco da América Latina, cedendo a ele 70% de suas operações no mercado consignado.
Em 2005, após o chamado escândalo do mensalão, o Tribunal de Contas da União examinou a entrada do BMG no mercado de empréstimos consignados do INSS. A Polícia Federal investigou as operações de lavagem de dinheiro do mensalão envolvendo o BMG. O Banco Central analisou a lisura dos empréstimos liberados pelo BMG ao PT e a Marcos Valério. A CPI dos Correios e a Procuradoria-Geral da República centraram-se no nexo entre a concessão desses empréstimos e as vantagens obtidas pelo BMG no crédito consignado do INSS.
De volta a Genoino
Entenda, leitor. O dinheiro do BMG não era bem um empréstimo. Digamos que o banco tinha a grana, o PT tinha seus mensaleiros, e Lula tinha a caneta para autorizar as operações de empréstimos consignados, que permitiram à instituição fazer depois aquele negócio bilionário com a Caixa Econômica Federal.
Aqueles R$ 2,4 milhões que o BMG repassou diretamente ao PT foi tendo o pagamento adiado, adiado, adiado… Genoino e Delúbio passaram a figurar como avalistas e devedores solidários. A Justiça considerou que era outra evidência de fraude porque eles não tinham bens para fazer frente a um eventual calote. A propósito: Delúbio também foi condenado a quatro anos. Se quiser ler a integra da sentença, clique aqui.

Nos dois trechos acima, a condenação de José Genoino

Eis todos condenados pela juíza Camila Franco e Silva Velano com base na do Art. 4°, Caput, da Lei 7492/86 (Lei do Colarinho Branco) Ricardo Annes Guimarães, João Batista Abreu, Márcio Alaôr de Araújo e Flávio Guimarães. Foram condenados por falsidade ideológica José Genuíno Neto, Delúbio Soares De Castro, Marcos Valerio Fernandes de Souza, Ramon Hollerbach Cardoso, Cristiano de Mello Paz e Rogério Lanza Tolentino.

A Italia gastadora e os "ayatollahs" de Bruxelas: seria comico, se nao fosse patetico...

A Italia quer ter o pudim, e comer o pudim. Assim os ingleses resumem essas histórias de pessoas que querem ter todas as vantagens do consumo e da poupança ao mesmo tempo, como se isso fosse possível no mundo real.
Paulo Roberto de Almeida

Italy Rejects E.U. Warnings
The New York Times, November 22, 2013

BRUSSELS — Finance ministers from the euro area pushed Friday for centralized management of the currency bloc even as Italy rebuffed warnings from European Union authorities about their finances.
The tensions over Italy’s budget grew after Enrico Letta, the country’s prime minister, warned Friday that “ayatollahs” in Europe were seeking to promote austerity even though it was killing Italy’s chances of recovery.
The finance ministers’ meeting in Brussels came one week after Olli Rehn, the E.U. commissioner for economic and monetary affairs, warned that Italy and Spain faced debt and deficit problems under their current spending plans for 2014. The main topic on the agenda was whether the verdicts by Mr. Rehn, who has gained authority to review national spending plans, should be followed.
“Some countries may have to do more, and we will discuss all these countries,” said Jeroen Dijsselbloem, the head of the group of ministers from countries using the single currency. “I think part of the process is also that we question each other on what further measures could be taken and about how the ministers assess the risks in their budgets.”
Italy has pushed back hard against Mr. Rehn’s findings and his refusal to grant the country an exemption that would have enabled it to spend additional billions of euros already included in its budget for next year, saying that he failed to take into account revenue from privatizations and a spending review.
Mr. Rehn dryly rebutted Mr. Letta’s “ayatollahs” comment, rejecting any suggestion he was too tough on Italy. “I trust Mr. Letta meant the negotiations on the Iranian nuclear program,” Mr. Rehn said in an interview Friday with the Finnish broadcaster Yle. “It is very important that all E.U. member states, including Italy, aim at the stability of their public finances.”
Fabrizio Saccomanni, the Italian minister of economy and finance, reiterated Friday that his country’s budget would not need to be modified to comply with the commission’s recommendations. In recent days, Spain has also said the warnings from Mr. Rehn were overdone.
The meeting of the finance ministers was part of a newly introduced process in Europe of vetting budgets of euro area members before they are approved by national parliaments.
European Union states agreed to the new system seeking to do a better job enforcing rules on deficits that were flouted during the past decade by major countries, including Germany. Those lapses were widely seen as setting a bad example to Greece and others that had far more vulnerable economies.
“For European insiders, today’s Eurogroup meeting is historic as it marks the next step of the first implementation of the euro zone’s new fiscal surveillance framework,” said Carsten Brzeski, a senior economist in Brussels for ING Bank. Even so, the commission was being “very cautious in using its newly won powers.”
Mr. Brzeski was referring to Mr. Rehn’s decision earlier this month not to require Italy, Spain or any other country to revise their budget plans.
Concerns about Italy and Spain come amid scant signs that market stability in Europe over the past year is translating into a solid and sustained economic recovery. The euro zone emerged from recession in the second quarter of this year, but growth has since been barely perceptible.
There are also growing concerns about France, which has the second-biggest economy in the euro area. The French economy contracted 0.1 percent in the July to September period, disappointing hopes for a sustained recovery just months after the country broke out of a shallow recession.
Pierre Moscovici, the French finance minister, said Friday that his country was pursuing a vigorous economic policy that would promote growth and allow France to meet an E.U.-mandated target for a budget deficit of less than 3 percent in 2015.
Mr. Moscovici also said meetings of euro area ministers needed a permanent, long-term president — rather than a part-time chairman like Mr. Dijsselbloem — as another step toward formalizing and enhancing management of the currency bloc.

“We have to improve the governance of the euro zone,” said Mr. Moscovici, who noted that the move to appoint a full-time head for the euro zone meetings already had the support of Italian and German leaders.

A nova classe: a Nomenklatura do partido totalitario do Brasil:privilegios sem fim

Os petralhas, aqueles que negam corrupção no partido mais corrupto do Brasil, em todas as épocas da história do Brasil, reunidas e acumuladas, continuam acumulando malversações, como revelado neste blog do jornalista José Pedriali: Política e outra perdas de tempo.
Paulo Roberto de Almeida

André Vargas e o assessor-cabide

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Na foto ao alto, um turboélice da Força Aérea destacado para transportar o passageiro ilustre de Londrina para Brasília.
O passageiro ilustre é o segundo, a partir da direita, na foto do meio, a caminho do avião.
É o deputado federal André Vargas, que iniciou a carreira levando mensagens e trazendo incentivos aos chefes petistas e projetou-se no partido ao organizar a rede de “guerrilheiros virtuais”, que age como uma polícia política, cuja missão principal é difamar os inimigos (o PT não tem adversário, tem inimigo).
O PT a chama de MAV – Militância em Ambientes Virtuais. O nome mais apropriado, no entanto, seria Pestapo – Patrulha Especial de Truculência Aos que Protestam contra a OniPoTência.
As fotos foram feitas segunda-feira passada, quando Vargas assumiu por algumas horas a presidência da Câmara.
Ganhou avião, paparico da tripulação (foto mais abaixo) e até porta-terno (na foto intermediária, o último elemento da direita).
Porta-terno ou assessor-cabide: Vargas poderia requerer a patente de mais esta função, que contribui – decisivamente – para ampliar a oferta, como nunca antes na história, de emprego neste país.
  • por: José Pedriali
  • Postado em: 18 de novembro de 2013 às 17:02

Brasil: ambiente de negocios tende a deterioracao, dizem investidores estrangeiros (Bloomberg)

Pessimism on Brazil Soars to Record in Poll

Investors have never been more pessimistic about Brazil President Dilma Rousseff’s policies, with only 10 percent saying the nation can avoid a credit-rating downgrade in the next year, a Bloomberg Global Poll shows.
Fifty-one percent say they are pessimistic about Rousseff’s policies, compared with 22 percent when she took office in January 2011, according to the poll of 750 analysts, investors and traders who are Bloomberg subscribers. The world’s second-largest emerging market will offer one of the worst opportunities over the next year compared with the U.S., U.K., European Union, JapanIndiaRussia and China, respondents say.
Attachment: Bloomberg Global Poll
The government has been struggling to revive the economy as above-target inflation and a widening budget deficit erode investor and consumer confidence. Photographer: Gregg Newton/Bloomberg
The government has been struggling to revive the economy as above-target inflation and a widening budget deficit erode investor and consumer confidence. Rousseff will end her first term next year with the slowest four-year expansion of gross domestic product since 1990, according to the latest central bank survey of economists. Standard & Poor’s in June placed Brazil’s rating on negative outlook, citing weak growth.
“Confidence in Ms. Rousseff’s policies has fallen for a number of reasons, chief of which is perhaps the dramatic slowing of the real GDP growth rate in the country at the same time inflation has remained high,” survey respondent James Craske, a global equity analyst with Victory Capital Management in New York, wrote in an e-mailed response to questions. “We are underweight in the country at the moment and will most likely remain as such for some time.”

Fiscal Accounts

Moody’s Investors Service last month followed S&P in lowering its outlook on Brazil to stable from positive. Moody’s cited the country’s 59 percent government debt-to-GDP ratio, compared with a 45 percent median for other nations whose sovereign bonds have the same rating. The two rating companies highlighted the increase in public lending.

The week after Brazil posted its biggest budget deficit since 2009, S&P Managing Director Regina Nunes on Nov. 8 said a downgrade of its rating may occur sooner if its fiscal accounts worsen. S&P and Moody’s assign Brazil’s sovereign debt the second-lowest investment grade rate, BBB and Baa2, respectively.
Economic growth slowed to 0.9 percent last year from 2.7 percent in 2011 and 7.5 percent in 2010. GDP will climb 2.5 percent this year before easing to 2.1 percent in 2014, according to about 100 economists surveyed by the central bank on Nov. 14.

Deteriorating

Latin America’s largest economy is deteriorating, according to 43 percent of those questioned in the Nov. 19 Bloomberg Global Poll, against only 10 percent who see it improving and 27 percent who forecast stability.
Brazil probably or certainly will be downgraded over the next 12 months, according to 39 percent of the Bloomberg customers who were surveyed.
“Brazil will get an S&P downgrade by 2015,” survey participant Carlos Saccone, Head Investment Advisory at HSBC Bank SA in Montevideo, Uruguay, said in an e-mail. He cites low economic growth, high corporate taxes and investment flow reversals as some of the reasons.
Policy makers have boosted the benchmark Selic interest rate by 2.25 percentage points since April to 9.5 percent, the biggest increase among 49 of the major world economies tracked by Bloomberg. While inflation has slowed for four straight months, it has remained above the mid-point of the 2.5 percent to 6.5 percent target range for three years.
Only 22 percent of those surveyed say the central bank will bring inflation back to or below the 4.5 percent target in the next 12 or 18 months. The target will be reached in the next two or three years, 37 percent of the respondents say.
Selzer & Co., a Des Moines, Iowa-based public opinion research company, conducted the survey, which has a margin of error of plus or minus 3.6 percentage points.
To contact the reporter on this story: Raymond Colitt in Brasilia Newsroom atrcolitt@bloomberg.net
To contact the editor responsible for this story: Andre Soliani at asoliani@bloomberg.net

O Stalin sem Gulag encontra seu gulaguizinho: a Papuda (mas nao deixa de ser Stalin)

E não deixa de ser irônico: o mais totalitário do partido dos totalitários, continua seu totalitarismo sobre os companheiros, que provavelmente só gostariam de dormir, descansar, ler gibi, assistir novela, e ficam tendo de seguir as ordens desse Stalin tropical (ainda bem que sem Gulag, do contrário eu não estaria mais aqui).
Vai ser Stalin assim lá na...terra dos stalinistas cubanos e norte-coreanos...
Paulo Roberto de Almeida

A Tarde (Salvador), 21/11/2013

A costumado a dar ordens, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu impõe a disciplina na prisão. Levanta bem cedo, faz ginástica, organiza temas para "debates" e virou o "rei da cela". É ele o mandachuva que passa as tarefas para os companheiros e decreta a hora de fazer exercícios, de ler, de caminhar e de jogar conversa fora.
Na manhã desta quinta-feira, 21, antes da saída do deputado e ex-presidente do PT José Genoino - que passou mal e foi hospitalizado -, Dirceu deu voz de comando a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido. Maníaco por limpeza, ele pegou um balde de água, sabão e vassoura e puxou Delúbio para ajudá-lo na faxina na cela "S 13", número do PT.
"A gente chega lá e sai triste com a situação, mas também motivado, porque meu pai não se entrega. É um guerreiro", afirmou o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro.
Quem vai visitar Dirceu e seus companheiros tem a impressão de que está num quartel. A sala de visitas é modesta, com mesa e cadeiras, e todos vestem roupas brancas. No Centro Penitenciário da Papuda, a cela que abriga os condenados do PT foi a cantina do presídio, hoje reformada.
Até esta quinta-feira, era Dirceu - hipocondríaco de carteirinha - quem cuidava do horário dos remédios de Genoino, conferia se ele se alimentava direito e procurava animá-lo. "A Dilma defendeu você", disse ao deputado, na noite de quarta-feira, numa referência à entrevista na qual a presidente Dilma Rousseff afirmou estar preocupada com a saúde do amigo petista.

No manual de autoajuda de Dirceu, o importante é manter "a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo". Para se distrair no cárcere, o ex-chefe da Casa Civil do governo Lula lê O Capital e suas Metamorfoses, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo. "O ensaio é uma tentativa de resgatar Karl Marx como pensador da prisão a que ele foi submetido ao longo do século 20", definiu o autor. Depois de ler, Dirceu gosta de saber a opinião dos colegas de cela - como Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (hoje PR) e Romeu Queiroz, ex-deputado do PTB - sobre as eleições de 2014 e os rumos da política.

China: a evidencia que os companheiros detestam ouvir, ler, saber

How China Became Capitalist

US$ 35.00

How China Became Capitalist details the extraordinary, and often unanticipated, journey that China has taken over the past thirty five years in transforming itself from a closed agrarian socialist economy to an indomitable economic force in the international arena.

The authors revitalise the debate around the rise of the Chinese economy through the use of primary sources, persuasively arguing that the reforms implemented by the Chinese leaders did not represent a concerted attempt to create a capitalist economy, and that it was 'marginal revolutions' that introduced the market and entrepreneurship back to China. Lessons from the West were guided by the traditional Chinese principle of 'seeking truth from facts'. By turning to capitalism, China re-embraced her own cultural roots. 

How China Became Capitalist challenges received wisdom about the future of the Chinese economy, warning that while China has enormous potential for further growth, the future is clouded by the government's monopoly of ideas and power. Coase and Wang argue that the development of a market for ideas – which has a long and revered tradition in China – would be integral in bringing about the Chinese dream of social harmony. 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Privilegios nao compartilhados: petralhas zombam das familias dos demais prisioneiros

Degradante para um país e uma republica que se pretendem democraticos, e sobretudo para um partido que se pretende igualitário, ou seja, contra qualquer tipo de privilégios.
Por outro lado, devo entender por essas visitas que o governador de Brasilia e todos os parlamentares estão zombando do STF, do sistema penitenciário e se solidarizando com criminosos comuns. 
Se trata de um partido que concorda, acha normal e se deduca à prática de crimes, até piores do que os de bandidos comuns ( já que em escala "industrial"), à corrupção, ao roubo de ativos públicos enfim, toda sorte de falcatruas e de malversações?
Parece que sim...
Paulo Roberto de Almeida

MP pede fim do privilégio de mensaleiros na Papuda

Trio petista preso na Papuda - Dirceu, Delúbio e Genoino - tem recebido visitas de familiares, amigos e parlamentares, contrariando as regras do presídio

Um grupo de 26 deputados do PT  visitam os condenados no processo do mensalão que estão cumprindo pena em regime semiaberto no Complexo da Papuda, em Brasília
PUXADINHO - Um grupo de 26 deputados do PT  visita os condenados no processo do mensalão que estão cumprindo pena no Complexo da Papuda, em Brasília (Marcello Casal Jr/ABr)
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) enviou nesta quinta-feira uma recomendação à diretoria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal para que seja seguido o princípio da isonomia no tratamento aos internos e visitantes das unidades prisionais. Apesar de não citar os nomes dos mensaleiros, é uma manifestação direta contra os privilégios que os petistas José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino estão recebendo, com visitas frequentes de amigos, familiares e parlamentares do PT.
A Promotoria de Justiça de Execuções Penais do MPDFT relatou, no documento, as informações dos veículos de comunicação sobre o entra e sai de visitantes nos últimos dias. Nesta quinta-feira, Genoino passou mal e foi levado a um hospital, onde permanece em tratamento - ele foi submetido recentemente a uma cirurgia cardíaca.
A Promotoria lembrou que o horário de visitação do presídio é restrito às quartas e quintas-feiras, das 9h às 15h, além de destacar que os visitantes devem passar por revista, estar com roupa apropriada e deixar aparelhos eletrônicos na entrada. O acesso irrestrito aos parlamentares, fora dos horários estabelecidos, é um entendimento do juiz da Vara de Execuções Penais, que pode ser suspenso a qualquer momento.
Dirceu e Delúbio desistiram de pedir transferência para uma unidade em São Paulo e permanecerão em Brasília, onde o sistema prisional é administrado pelo governador do Distrito Federal e colega de partido, Agnelo Queiroz. O governador, aliás, fez questão de visitar os detentos petistas ontem ao lado de 26 deputados. Nesta quinta, essa rotina de visitas teve seguimento: um grupo de oito senadores e três deputados petistas estiveram na Papuda.
(Com Estadão Conteúdo)
Os senadores, Eduardo Suplicy, Humberto Costa e Wellington Dias, visitam os condenados no processo do mensalão que estão cumprindo pena em regime semiaberto no Complexo da Papuda, em Brasília
Os senadores, Eduardo Suplicy, Humberto Costa e Wellington Dias, visitam os condenados no processo do mensalão que estão cumprindo pena em regime semiaberto no Complexo da Papuda, em Brasília - Marcello Casal Jr/ABr

Politica economica: do neoliberalismo lulista ao intervencionismo dilmista - Cristiano Romero

As lições de Lula que Dilma não seguiu
Cristiano Romero
Valor Econômico, 20/11/2013

Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras

O ex-presidente Lula tem muito a ensinar à sucessora, Dilma Rousseff. Quando assumiu, Lula encontrou a inflação girando em torno de 20% em 12 meses. Muitos asseveram que o IPCA chegou a esse patamar por culpa do próprio Lula - sua perspectiva de chegada ao poder teria assustado investidores e provocado fuga de capitais, pressionando o dólar e os preços. Talvez seja difícil desmentir esses fatos, mas não importa: uma vez no poder, Lula fez o que precisava para conquistar credibilidade e debelar a carestia.
O que se viu no primeiro mandato do ex-presidente (2003-2006) foi uma aposta firme na estabilização. Contra a vontade de seu partido, Lula deu autonomia operacional ao BC (para manejar a taxa de juros e gerenciar o regime de metas), aumentou significativamente o superávit primário das contas públicas (para diminuir a dívida pública como proporção do PIB) e deixou o câmbio flutuar.
A rigor, com uma única exceção - a acumulação de reservas a partir de janeiro de 2004 -, a gestão macroeconômica de Lula não divergia em nada da de Fernando Henrique Cardoso. E isso foi bom para o país e para o próprio Lula.
Os resultados da austeridade logo apareceram. O IPCA recuou de 12,5% em 2002 (último ano de FHC) para 3,1% em 2006 (último ano do Lula 1). No mesmo período, a dívida líquida do setor público caiu de 60,6% para 47,3% do PIB e o déficit público recuou de 4,4% para 3,6% do PIB (em 2003, atingira 5,2% do PIB).
Lula cumpriu o que prometera na "Carta aos Brasileiros", lançada em meados de 2002, durante a campanha eleitoral, com o objetivo de acalmar investidores e eleitores. Seu primeiro mandato não foi só de sacrifícios, como alegavam muitos petistas. Entre 2003 e 2006, já como resultado das boas políticas, o PIB acelerou o passo de um crescimento anual de 1,1% para outro de 4%.
Nos anos seguintes, todos os indicadores, com exceção da inflação, melhoraram ainda mais. Em 2010, último ano de governo, Lula entregou o país com relação dívida/PIB de 39,2%; déficit público de 2,5% do PIB e crescimento econômico de 7,5%, melhor desempenho em 24 anos. A inflação subiu para 5,9%, mas não saiu de controle.
O escândalo do mensalão, em 2005, debilitou politicamente o governo, mas não impediu que Lula se recuperasse no ano seguinte e ganhasse a reeleição. Sentindo-se em dívida com a esquerda, que o apoiou firmemente no pior momento do governo, principalmente os sindicatos, Lula decidiu fazer inflexões na ortodoxia que abraçara no início do mandato.
É possível resumi-las a duas decisões: a adoção de uma política de correção do salário mínimo, com reajustes bem superiores à variação da inflação; e a concessão de aumentos salariais generosos ao funcionalismo público. Apesar disso, Lula manteve os níveis anteriores de superávit primário.
Com as quedas de José Dirceu e Antonio Palocci, Lula entregou a Casa Civil a Dilma Rousseff. No segundo mandato, sob influência da então ministra, colocou o investimento público no centro da agenda. Ainda assim, manteve a autonomia do BC e as linhas gerais da política adotada em 2003. Em 2008, já deflagrada a crise mundial, autorizou o aumento do superávit primário.
A crise justificou, para Lula, a necessidade de uma nova inflexão. Mais uma vez, ele manteve a responsabilidade monetária, mas, desta vez, tendo uma justificativa plausível (a economia entrou em recessão em 2009), diminuiu o superávit primário. No momento seguinte, cometeu um erro, que foi manter os estímulos fiscais quando a atividade econômica já havia se recuperado. A preocupação era eleger a sucessora.
Claramente, os anos Lula despertaram o espírito animal dos empresários. Confiantes na ideia de que o governo não romperia contratos e de que manteria a inflação sob controle, além da solvência das contas públicas e externas, os empreendedores foram às ruas em busca da farta mão de obra que estava desempregada. Em consequência disso, a taxa de desemprego média anual recuou, entre 2003 e 2010, de 11,7% para 6,7%.
Um sinal de que a confiança na economia foi restaurada está refletida na taxa de investimento. Como mostra o gráfico abaixo, ela acelerou à medida que Lula foi colocando a casa em ordem; recuou durante a crise, mas voltou a subir no pós-crise, só voltando a cair na atual gestão.
Instalada no poder, Dilma repetiu o Lula 1 nos primeiros meses. Depois, sob a justificativa de recrudescimento da crise mundial, mudou tudo. Adotou meta de juro (2% reais para 2014), tolerou inflação mais alta, restringiu a entrada de capitais, administrou o câmbio, congelou o preço da gasolina, reduziu o superávit primário, promoveu desonerações tributárias seletivas, fixou taxas de retorno de investimentos privados em concessões, propôs mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal para permitir o aumento do endividamento dos entes federados, entre outras medidas.

Algumas iniciativas foram revertidas, mas é inegável: trata-se de um padrão de gestão inteiramente distinto do adotado por Lula. Os resultados, pífios, mostram que as mudanças aplacaram o espírito animal. O investimento caiu e o desempenho do PIB piorou (contando com 2,5% em 2013, em três anos a média de crescimento terá sido de 2%, menos da metade da do período Lula). A confiança desapareceu.