O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Ja vimos esse filme antes, argentinos: sabemos que termina mal! Alias,voces tambem sabem...

Inacreditáveis argentinos: eles são capazes de cometer as mesmas c...... várias vezes, repetidamente, inconscientemente, desastradamente, estupidamente. Infelizmente, para eles...
Estamos longe desses desastre, mas os nossos dirigentes também estão cometendo as mesmas c......, apenas que mais moderadamente.
Inconscientemente, burramente...
Paulo Roberto de Almeida 
Argentina intenta frenar las subidas de precios
Argentina vive estos días una carrera donde cada paso tiene un efecto inmediato sobre la vida de millones de personas. El Gobierno permitió la semana pasada una devaluación del peso del 15%, la mayor producida desde la crisis de 2002. El dólar oficial comenzaba el lunes costando 6,85 pesos y terminó a 8. Pero los dueños de las principales cadenas de electrodomésticos, dependientes por completo de la importación, corrieron más que la devaluación y se apresuraron a retirar durante el fin de semana los precios de los escaparates, suspendieron los servicios de sus páginas web, y cuando volvieron a colocar los precios, los mismos televisores, microondas, y lavadoras de siempre ya costaban hasta un 20% más caros que cuatro días atrás. Alegaban que ése era el precio que les iba costar a ellos reponer la mercancía. Y no fueron los únicos en subir los precios.
El jefe de Gabinete, Jorge Capitanich, aseguró el martes por la mañana que el Gobierno ha detectado subidas "injustificadas" en los sectores del cemento, hormigón, acero, y asfalto. Las concesionarias de automóviles también fijaron subidas de entre el 15 y el 20%. Capitanich anunció que la secretaría de Comercio ha impuesto 31 sanciones, en su mayoría contra comercios de electrónica y electrodomésticos”. Y advirtió que el Gobierno prevé combatir las “maniobras especulativas” mediante “multas, clausuras, importaciones y retiro de beneficios de políticas públicas”. Aseguró que los abusos de precios no saldrán gratis.
Capitanich suele utilizar un lenguaje muy comedido en sus conferencias de prensa pero el martes decidió elevar el tono: “La conducta especulativa de muchos empresarios y comerciantes en Argentina, la verdad es que da… vergüenza, por la actitud antipatriótica que tienen”. “Cuando aumenta el tipo de cambio oficial, por las dudas aumentan [el precio], si observan que hay una cotización absolutamente oficial [en alusión al dólar blue, el del mercado negro], por las dudas aumentan; cuando aumenta la tasa de salarios, por las dudas aumentan; cuando llueve, porque llueve, por las dudas aumentan. Nunca usted observará una conducta que tenga que ver con reducción de precios cuando se dan condiciones diferentes”.
Las reuniones que en los últimos días han mantenido Capitanich y el ministro de Economía, Axel Kicillof, con decenas de empresarios, finalmente dieron sus frutos. Pasadas las cinco de la tarde ambos ofrecieron una rueda de prensa en la que Kicillof anunció que varias empresas se habían comprometido a “retrotraer” los incrementos de precio previos al martes 21 de enero, es decir el día en que comenzó la devaluación, a la que Kicillof llamó “deslizamiento cambiario”. En cuanto a las empresas de electrodomésticos, que dependen casi por completo de las importaciones, el aumento máximo permitido será del 7,5%.
Tanto Capitanich como el ministro de Economía, Axel Kicillof, se han reunido con decenas de empresarios para alcanzar acuerdos de precios. Al mismo tiempo, el Banco Central vendió 160 millones de dólares esta semana para fijar el valor del dólar oficial en torno a los 8 pesos. El martes experimentó una ligera subida y se situó a 8,04 céntimos. Pero el que parece desbocarse de nuevo es el dólar blue -el que opera en el mercado negro-, a pesar de que apenas se realizan operaciones estos días en el mercado informal. A las tres de la tarde del martes el dólar blue había subido 35 céntimos respecto al día anterior y se situaba en 12,85 pesos por divisa. La subida resultaba un tanto extraña, ya que el Gobierno había abierto el lunes la venta oficial de dólares. Y en dos días se concretaron 22.000 operaciones de venta por un valor de 12,7 millones de dólares.
Jorge Capitanich insistió en que el dólar blue está asociado “al narcotráfico, al lavado de dinero y la evasión fiscal”. Y su escalada, obedece a una “presión psicológica” propiciada desde algunos medios de comunicación para alterar el comportamiento de los mercados.

Ministerio da Defesa lhe oferece 12 mil: se habilita? Precisa pensar eescrever bem...

O regulamento do VI CONCURSO DE DISSERTAÇÕES E TESES SOBRE DEFESA NACIONAL já está disponível na página da DICOOP no site do Ministério da Defesa. Promovido pelo Ministério da Defesa, por intermédio do Departamento de Ensino, o concurso visa estimular o desenvolvimento de pesquisas e estudos acadêmicos sobre Defesa e Segurança Nacional e Internacional, em especial no meio civil.
Neste ano, serão premiadas Teses de Doutorado e Dissertações de Mestrado que tenham sido aprovados no período de 2 de agosto de 2012 a 1° de agosto de 2014, em programas de pós-graduação stricto sensu no âmbito das Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e Afins, integrantes do sistema de avaliação da pós-graduação da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 
A premiação consistirá em pagamento em dinheiro, aos autores dos trabalhos vencedores em cada uma das categorias, com os valores a seguir:
- Categoria Mestrado:
1° lugar: R$ 12.000,00
2° lugar: R$ 9.000,00
3° lugar: R$ 7.000,00

- Categoria Doutorado:
1° lugar: R$ 14.000,00
2° lugar: R$ 11.000,00
3° lugar: R$ 9.000,00

As inscrições serão abertas de 1º de julho a 29 de agosto de 2014.
Informações sobre como se inscrever em http://www.defesa.gov.br/index.php/espaco-academico/concurso-de-dissertacoes-e-teses-sobre-defesa-nacional ou acesse o facebook da Divisão de Cooperação: https://www.facebook.com/divisaodecooperacao.ministeriodadefesa


Dinheiro dos Corruptos do Mensalao ajudando os Corruptos do Mensalao? - Ministro Gilmar Mendes

Os indianos acreditam no eterno retorno, ou seja, a visão circular do mundo. Tudo tem volta, e o círculo se fecha.
Pode ser que este seja o caso dos bandidos do Mensalão, sendo alimentados agora pelo dinheiro roubado no Mensalão.
Na verdade, eles estão zombando da Justiça e de todo o povo brasileiro.
A esperteza, de vez em quando, é tão grande que ela cresce e engole o dono...
Paulo Roberto de Almeida

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes cobrou nesta terça-feira (4) que o Ministério Público apure a arrecadação de dinheiro para o pagamento de multas impostas pela Corte no julgamento do processo do mensalão.
Para o ministro, há suspeita de "lavagem de dinheiro". Juntos, o ex-deputado José Genoino (PT-SP) e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares arrecadaram mais de R$ 1,7 milhão. Segundo dirigentes do PT, os valores foram fruto de doações de militantes e amigos dos condenados.
"Essa dinheirama, será que esse dinheiro que está voltando é de fato de militantes? Ou estão distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação? Será que não há um processo de lavagem de dinheiro aqui? São coisas que nós precisamos examinar", afirmou o ministro antes da sessão de turmas do tribunal desta terça.
O coordenador da área jurídica do PT, Marco Aurélio Carvalho, afirmou ao G1 que "qualquer tipo de declaração que não seja consequência da análise profunda de documentos é inoportuna e precoce". "Acho que seria o caso de ele [Gilmar Mendes] refletir com mais profundidade. Estamos tranquilos. As doações são identificadas e temos documentos que comprovam os depósitos. [...] Me causou espécie uma declaração ter sido dada sem um documento ser analisado. Cada um se colocará à disposição da Justiça se e quando forem provocados, para comprovar que o dinheiro é fruto de uma rede de solidariedade."
Para o ministro, o MP precisa apurar porque "tem elementos para uma investigação". "O Ministério Público tem que olhar isso. Isso mostra também o risco desse chamado modelo de doação individual. Imaginem os senhores, com organizações sindicais, associações, distribuindo dinheiro por CPF. [...] Esta brincadeira com a multa. Interessante isso. Arrecadar R$ 600 mil num dia. São coisas que precisam ser refletidas. A sociedade precisa discutir isso", completou Mendes.
Perguntado em qual grau do MP deveria ocorrer a apuração, ele disse: "E se for um fenômeno de lavagem? De dinheiro mesmo de corrupção? Quer dizer. As pessoas são condenadas por corrupção e estão agora festejando coleta de dinheiro. É algo estranho. [...] Que seja [na 1ª instância], mas que isso seja olhado."
Site criado para arrecadar doações para Delúbio
recolheu mais de R$ 1 milhão
(Foto: Reprodução/solidariedadeadelubio.com)
O magistrado destacou que a arrecadação não pode ser vista como "fato corriqueiro" porque "há algo de grave nisso". "Agora, vem essa massa de dinheiro. Será que vão também fazer uma arrecadação para devolver todo o dinheiro que foi desviado? Tudo estranho. Agora é intessante que todos nós estamos noticiando isso como se fosse só um fato corriqueiro. Não, não é um fato corriqueiro, há algo de grave nisso. E precisa ser investigado. E essa gente, eles não são criminosos políticos, não é gente que lutava por um ideal e está sendo condenada por isso. São políticos presos por corrupção. É disso que estamos falando. Então, há algo de estranho nisso."
O Ministério Público Federal do Distrito Federal informou que não há previsão de investigação sobre o tema. Nesta terça, o PSDB pediu que a Procuradoria Geral da República apure as doações.
Gilmar Mendes voltou a lembrar ainda o episódio de oferta de um emprego a José Dirceu em hotel de Brasília com salário de R$ 20 mil. Segundo reportagem do "Jornal Nacional", o dono do hotel é um panamenho que mora em área pobre do Panamá.

"Se formos olhar o episódio do hotel em que alguém oferece um emprego de R$ 20 mil para um suposto reeducando, com propriedade no Panamá. Ele era também dono do hotel? Era empregado e empregador? Veja quanta coisa está sendo colocada."

Divida publica" peso absoluto e carga relativa, que pode ser absoluta... - Mansueto Almeida

O Brasil tem, teoricamente, uma dívida pública "pequena": de menos de 60% do PIB, ou seja, abaixo do critério de Maastricht.
O Japão tem, comprovadamente, uma dívida pública altíssima, de mais de 250% do PIB, o que deveria, supostamente, deixar dirigentes e nacionais daquele país, de cabelo em pé.
Acontece, porém, que o Japão financia toda a sua dívida pública internamente, a juros modestíssimos, o que redunda ser, portanto, uma carga bem menor, relativamente, do que a brasileira, pesadíssima.
Com efeito, como demonstrado abaixo, o Brasil paga juros absurdos, para se abastecer internamente e externamente, em função das necessidades de financiamento do Estado.
Ou seja, o Estado é o problema, sempre.
Se ele não fosse um gastador compulsivo, não teríamos o pagamento de juros da dívida pública como o principal item, a rubrica mais importante das despesas públicas.
Quando é que vamos aprender isto?
Paulo Roberto de Almeida



by Mansueto Almeida, 4/02/2014

Meus amigos operadores no mercado financeiro me fizeram a gentileza de me atualizar sobre algo que vem ocorrendo desde o início do ano: a briga entre o Tesouro e o Mercado.
No início deste ano algo como R$ 122 bilhões de títulos do Tesouro venceram e, sob circunstâncias normais de temperatura e pressão, montante próximo seria vendido ao mercado. Mas não foi.
Até o dia 23 de janeiro, o Tesouro vendeu algo próximo a R$ 30 bilhões e,na semana passada, fez um leilão de R$ 3,25 bilhões. Resgate líquido em janeiro ficou perto de R$ 90 bilhões.
Estamos nadando em dinheiro? Não. Banco Central fez a bondade de enxugar o mercado com operações compromissadas, venda de títulos por 30 dias. Nós trocamos um financiamento de prazo longo por um de prazo muito curto. Por que?
Porque o Tesouro não está aceitando as taxas de juros que o mercado está pedindo. Os operadores estão em pânico. Acham que o governo está sem saída e, como 25% da divida pública tem que ser rolada este ano, estão apertando o governo que está com uma condição fiscal muito pior do que todos nós esperávamos.
Hoje, o Tesouro mandou o seguinte comunicado para o mercado: "O Tesouro Nacional informa que, em razão das condições de mercado,
não realizará o leilão tradicional de venda de LTN e NTN-F previsto para quinta-feira, 06/02/2014.
"
O que fazer? Se as expectativas melhorarem rapidamente, a estratégia do Tesouro pode dar resultado e o Tesouro vende seus títulos de prazo mais longo depois a um juros menor do que o atual. Mas acho difícil isso acontecer. E se não acontecer, vamos ter juros maiores e Banco Central aumentando operações compromissadas. Duas coisas ruins: juros em alta e prazo da divida encurtando.
E ainda tem gente que se gaba que a divida pública bruta do Brasil é de "apenas" 57% do PIB. A nossa realidade é triste. No ano passado, o setor publico no Brasil pagou de juros 5,2% do PIB. Isso é mais ou menos o que pagou a Grécia, em 2012, com uma divida de mais de 150% do PIB.
Para o Tesouro ganhar essa queda de braço terá que dar algum sinal concreto de melhora que ninguém hoje consegue enxergar. Por enquanto, o mercado está calmamente se preparando para a batalha e não está disposto a ser enganado novamente. Muito operadores acreditaram no discurso do governo e compraram títulos pré fixados com juros baixos no início de 2012 e hoje choram o prejuízo.
A batalha vai continuar.........

Albert Hirschman by Jeremy Adelman, CUNY, March 13th

Hirschman and Latin America

Reform, Development and Possibilism
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Jeremy Adelman
Professor of History
Princeton University
Moderator
Mauricio Font
Bildner Center for Western Hemisphere Studies


Thursday, March 13, 2014, 4PM
The Graduate Center, Room 9205/06
365 Fifth Avenue (@ 34th Street)
Born in Berlin in 1915, Albert O. Hirschman grew up during the Weimar era and fled Germany when the Nazis seized power in 1933. Amid hardship and personal tragedy, he volunteered to fight against the fascists in Spain and helped many of Europe's leading artists and intellectuals escape to America after France fell to Hitler. His intellectual career led him to Paris, London, and Trieste, and to academic appointments at Columbia, Harvard, and the Institute for Advanced Study in Princeton. He was an influential adviser to governments in the United States, Latin America, and Europe, as well as major foundations and the World Bank. He studied Latin America and addressed fundamental issues about development and social change in the region. Along the way, he wrote some of the most innovative and imoprtant books in economics, the social sciences, and the history of ideas. Throughout, he remained committed to his belief that reform is possible, even in the darkest of times. See below for list of publications.
Jeremy Adelman1
Jeremy Adelman studies the history of Latin America in comparative and world contexts. Worldly Philosopheris the first major account of Hirschman's remarkable life, and a tale of the twentieth century and Latin America as seen through the story of an astute and passionate observer. After graduating from the University of Toronto, he earned a master’s degree in economic history at the London School of Economics (1985) and completed a doctorate in modern history at Oxford University (1989). He has been teaching at Princeton since 1992. The recipient of the Guggenheim Memorial Foundation Fellowship and the ACLS Frederick Burkhardt Fellowship, he was the chair of the History Department for four years and occupies the Walter Samuel Carpenter III Professor in Spanish Civilization and Culture. At present, he is the Director of the Council for International Teaching and Research at Princeton University. See below for publications.
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Publications by Albert Hirschman: National Power and the Structure of Foreign Trade (1945), Colombia; Highlights of a Developing Economy (1955), The Strategy of Economic Development (1958), Latin American Issues; Essays and Comments (1961), Journeys Toward Progress: Studies of Economic Policy-Making in Latin America (1963), Development Projects Observed (1967), Exit, Voice, and Loyalty: Responses to Decline in Firms, Organizations, and States(1970), A Bias for Hope: Essays on Development and Latin America (1971), The Passions and the Interests: Political Arguments for Capitalism Before Its Triumph(1977), National Power and the Structure of Foreign Trade (1980), Essays in Trespassing: Economics to Politics and Beyond (1981), Shifting Involvements: Private Interest and Public Action (1982), Getting Ahead Collectively: Grassroots Experiences in Latin America (1984), Rival Views of Market Society and Other Recent Essays (1986), The Rhetoric of Reaction: Perversity, Futility, Jeopardy(1991), A Propensity to Self-Subversion (1985), Crossing Boundaries: Selected Writings (1998).
Publications by Jeremy Adelman: Worldly Philosopher: The Odyssey of Albert O. Hirschman (2013), Frontier Development: Land, Labour, and Capital on the Wheatlands of Argentina and Canada (1994), Republic of Capital: Buenos Aires and the Legal Transformation of the New World (1999), and Sovereignty and Revolution in the Iberian Atlantic (2006). Professor Adelman is the editor of The Essential Hirschman (2013) and coauthor of Worlds Together, Worlds Apart(2008), a history of the world from the beginning of humankind. He is currently working on two books. The first studies the history of Latin America since 1492, analyzing the ways in which the region was a human laboratory for global change from the moment of European-American contact to the present. The second explores how intellectuals grappled with social crises over the past century.
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TO RESERVE please send an email to bildner@gc.cuny.edu

Eleicoes 2014: Eduardo Campos lanca programa do PSB-Rede

“O Brasil saiu dos trilhos”, diz Campos ao lançar plano de governoPor Marcela Mattos, na VEJA.com, 4/02/2014


Ao lançar nessa terça-feira o plano de governo do PSB-Rede, o governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência Eduardo Campos dedicou parte dos 35 minutos de discurso para fazer duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff. Campos afirmou que o país “saiu dos trilhos” e atacou a estagnação econômica um dia após a presidente ter enviado mensagem aos Congresso Nacional pedindo socorro aos parlamentares para conter o desequilíbrio fiscal. “É possível, necessário e imperativo melhorar o país e fazer com que ele não saia dos trilhos, que é essa a percepção brasileira. Onde vamos temos a clara percepção de que o Brasil parou, de que saiu dos trilhos, que estava avançando no sentido de acumular conquistas e mais do que de repente teve a sensação de freada e de desencontro”, disse Campos em auditório na Câmara dos Deputados. Antes, o PPS recebeu as diretrizes do partido e reafirmou o apoio nas eleições deste ano.

Campos passou a subir o tom com o governo no início do ano, após texto divulgado na página do PT no Facebook tê-lo chamado de ‘playboy’ e afirmar que o governador de Pernambuco não tem programas claros de governo. Nesta manhã, o presidenciável voltou a dizer que não vai entrar no jogo de quem quer baixar o nível do debate político, mas não poupou críticas: “Não há nenhum canto nesse país onde passamos e alguém ache que mais quatro anos do que está aí vai fazer bem ao povo brasileiro. Até os que estão lá hoje contam a hora de estarem aqui conosco, essa é a verdade que vai se revelar”.
Durante o evento, a ex-senadora Marina Silva voltou a colocar Campos como o cabeça da chapa. Uma das condições para Marina aceitar entrar na disputa na vice-presidência foi o veto do PSB ao apoio ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), uma exigência feita durante a aliança PSB-Rede. “Eduardo tem vantagens em relação a mim: não tem a metade dos preconceitos que muitas vezes eu tenho de enfrentar. Eu não sou muito boa para ganhar votos para mim mesma, mas sou muito boa para pedir voto para outras pessoas”, disse, ao colocar as mãos sobre o ombro do pernambucano. “Vice é o candidato quem define, e o candidato é ele [Campos]. Vocês têm ainda alguma dúvida disso?”
Também estiveram na mira dos presidenciáveis o inchaço da máquina pública – o governo Dilma atingiu número recorde de ministérios, com 39 pastas – e as estratégias utilizadas para acomodar partidos políticos em troca de tempo de televisão. “O Estado não pode ser apropriado pela estrutura, pelos partidos políticos. Não adianta vir com o currículo de um incompetente debaixo do braço para servir ao povo porque é amigo. Esse padrão está esgotado”, afirmou Campos. Marina Silva concluiu: “É por isso que a educação figura como um dos maiores problemas do país. E mesmo com o diagnóstico de que temos graves problemas em educação, as reformas ministeriais não são feitas para resolvê-los. São feitas para acomodar aliados pensando nas eleições”. Dilma iniciou na semana passada as trocas ministeriais. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, foi alçado à Casa Civil para melhorar a articulação política do governo.
Programa

A educação está entre os principais eixos da campanha da parceria PSB-Rede. Nas diretrizes para a elaboração de programa de governo, está a proposta de ensino integral e o compromisso com o fim do analfabetismo. O programa sugere um método de atuação “radicalmente novo” e com base no diálogo permanente com a sociedade.

Após ver a criação do Rede Sustentabilidade, partido em construção de Marina Silva, barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em setembro do ano passado, o programa da parceira entre socialistas e sustentáveis traz a possibilidade de candidaturas avulsas, extinguindo a exigência de filiação partidária. Também como parte de uma reforma política, a cartilha sugere a revisão do financiamento eleitoral para baratear as campanhas e “diminuir a influência do poder econômico”.
A apresentação do programa foi intercalada por performances artísticas. Os principais pontos foram explicados no formato de poesia. Em seguida, um músico tocou no pandeiro o som do frevo pernambucano.

Maioria dos municipios gasta mais do que arrecada - UGT Press

Do boletim da União Geral dos Trabalhadores, de 4/02/2014:
UGTpress 0381: MAIORIA DOS MUNICÍPIOS GASTA MAIS DO QUE ARRECADA

MUNICÍPIOS: se você considerar o total das receitas municipais (dados de 2011), encontrará um montante de 612 bilhões de reais. Agora, se você considerar o total das despesas, encontrará 576 bilhões de reais (dados do IBGE). Aparentemente, seria motivo para comemorar, afinal os municípios brasileiros apresentam um superávit de quase 50 bilhões de reais. Nesse cálculo, segundo a metodologia do IBGE, estão todos os recursos das três esferas aplicados nos município, o que deforma um pouco a percepção e não informa a verdadeira capacidade dos municípios na administração dos recursos próprios. A preocupação salta aos olhos quando se verifica quais são os municípios que gastam mais do que arrecadam: nada menos do que mais de 90% (noventa por cento mesmo!) dos municípios estão em situação praticamente falimentar. Somente 7,8% dos municípios estão em situação regular. Esses cálculos e essas preocupações podem ser transferidos para os estados, onde a situação é semelhante e alguns sustentam a ineficiência de outros. Quando se fala em déficit público ou lei de responsabilidade fiscal, há que se olhar individual e coletivamente as instâncias de governo. No Brasil, não há fiscalização e nem punição para aqueles municípios que não cumprem a lei e o sistema político, paternalista, de todos conhecido por sua ineficácia, é um guarda-chuva a proteger as más administrações.

EUA: um modo inventivo de producao - Scientific American

In today's excerpt -- in the first half of the 1800s, the Industrial Revolution was in full swing, and America had become a nation of inventors. In 1845, a new publication -- Scientific American -- was founded to take advantage of this new fever to invent.  

"Alfred Ely Beach was born into a prestigious family on September 1, 1826, in Springfield, Massachusetts, an hour west of Boston. ... He dreamed of striking out on his own. In 1845, another young man from Massachusetts named Rufus Porter presented him with that chance. Porter had just published the very first issue of a weekly magazine he created called Scientific American. Four pages long, it sold for a subscription rate of two dollars a year. The first edition included a note from Porter explaining how useful he believed his publication could be. 'As a family newspaper,' Porter wrote, 'it will convey more useful intelligence to children and young people, than five times its cost in school instruction.'

"Scientific American was published every Thursday morning and filled with original engravings of new inventions, improvements, or ideas, along with scientific essays, poems, and even things completely unrelated to science, like moral and religious musings. But Porter ... quickly lost interest in a magazine devoted to science, and, barely ten months after, he founded Scientific American, [he] went looking for a buyer.

Click to read Scientific American Series 1, Volume 1, Issue 1
  
"Beach was twenty years old and ... [with friend] Orson Desaix Munn who moved to New York, in July 1846 the two of them paid $800 for the tiny, obscure technical magazine and its subscription list of two hundred names. ...

"Scientific American had only a few hundred subscribers under Rufus Porter. But as Alfred Beach and Orson Munn learned once they took it over, inventors of the day saw real value in the magazine. The inventors wanted help from like-minded dreamers who saw the potential in their ideas. Beach and Munn had barely settled into their offices in 1846 when they were besieged with letters from inventors, or sometimes with unannounced visits. The requests were always the same: Help me apply for a patent and secure it, and I'll pay whatever it takes. Beach and Munn realized that Scientific American was more than a magazine. It was a trusted brand. ...

"Beach and Munn were able to quickly resurrect the magazine by focusing its content less on the highly technical science stories and more on what they knew best: curious inventions and practical, interesting patents. Simply by printing a weekly list of patents given to them directly from the U.S. Patent Office, Beach and Munn increased the number of subscriptions to Scientific American, and it took off: by 1848, not even two years after they bought it, the circulation exceeded ten thousand readers." 



The Race Underground: Boston, New York, and the Incredible Rivalry That Built America's First Subway
Author: Doug Most
Publisher: St. Martin's Press

From Delanceyplace, February 4, 2014

Um livro libertario, por Murray Rothbard

No site do Instituto Mises Brasil:

Por uma nova liberdade - O Manifesto Libertário
Murray N. Rothbard

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Murray N. Rothbard (1926-1995) foi um decano da Escola Austríaca e o fundador do moderno libertarianismo. Também foi o vice-presidente acadêmico do Ludwig von Mises Institute e do Center for Libertarian Studies. 

O segredo e a (falta de) transparencia - Ricardo Noblat


A escapada de Dilma

Ricardo Noblat


No sábado 31 de março de 2012, depois de uma visita à Índia, Dilma Rousseff embarcou de volta sem a imprensa saber que o avião presidencial faria uma escala para reabastecimento no sul da Itália. Não tem autonomia para voar direto de tão longe.
Durante cinco horas, por decisão de Dilma, somente as cúpulas do governo, das Forças Armadas e dos órgãos de segurança sabiam onde ela estava, e o que fazia.
Um mês antes, o chefe do cerimonial da presidência da República telefonara para José Viegas, embaixador do Brasil em Roma, pedindo uma sugestão: de volta da Índia, onde o avião deveria abastecer?
Viegas respondeu na hora: em Palermo, capital da ilha da Sicília, parte da Itália. Ali existe um dos bens mais preciosos da humanidade – a Capela Palatina, recoberta de mosaicos do século XII.

Foto: Roberto Stuckert Filho / PR

Viegas foi avisado de que deveria recepcionar Dilma em Palermo no dia 31.
Os que cuidam da segurança da presidente haviam inspecionado os locais por onde ela passaria – o centro da cidade, a capela e o restaurante reservado para o jantar da comitiva de 18 pessoas, o quatro estrelas “Tratoria Piccolo Napoli” (telefone: +39 091 320431).
“Não quero seguranças ao meu lado”, ordenara Dilma. Que desembarcou em Palermo reclamando da companhia do fotógrafo da presidência. Ao seu lado, Helena Chagas, então ministra da Comunicação Social, nada disse. Ninguém ousaria.
Viegas consultou Dilma sobre o jantar. A “tratoria” fica em um bairro popular de Palermo. De varais com roupas estendida entre as casas. O lugar lembra o bairro do Brás, no centro de São Paulo.
Havia outra opção: um cinco estrelas à beira-mar posto de prontidão pelos agentes de segurança brasileiros.
“Vamos para o Brás”, respondeu Dilma.
O jantar custou cerca de mil dólares.
Dilma gosta de pizza. Em um domingo, há mais de ano, faltou pizza no Palácio do Alvorada. Seus assessores entraram em pânico. Foi aberta uma pizzaria para servi-la.
O que ela jantou em Palermo é “segredo de Estado”.
Fora os presidentes-generais da ditadura militar de 1964, presidente algum foi tão autoritário quanto Dilma é. Nem mesmo Fernando Collor de Melo, o primeiro a ser eleito pelo voto direto em 1989.
Ministros deixaram o governo Dilma por não suportá-lo (atenção: sem desmentidos, prefeito Fernando Haddad). Outros recusaram convites.
O cozinheiro de Palermo foi aplaudido de pé.
Certa vez, o encarregado dos bichos que vivem no Palácio da Alvorada foi chamado à presença de Dilma. Jamais esquecerá o que ela lhe disse por que um avestruz bicara um cão.
Palermo da Capela Palatina foi a primeira viagem de Dilma mantida em segredo. Salvo em ocasiões especiais, presidentes de países democráticos como o nosso nunca procederam assim.
Na semana passada, de volta da Suíça, sabia-se que Dilma iria à Cuba.
O jornal O Estado de S. Paulo descobriu o que fora omitido do público por ordem dela: o avião presidencial faria uma escala em Lisboa.
A informação parece irrelevante? De novo: em democracias não é.
O distinto público tem o direito de saber onde seu presidente está.
Omissão equivale a mentira.
O que você pensa a respeito?
Mensagens para a seção de cartas do jornal. Ou para o site Globo Online.

Guia politicamente incorreto da esquerda e do socialismo - Kevin D. Williamson

Blogs e Colunistas


03/02/2014
 às 21:51 \ HistóriaSocialismo

O livro politicamente incorreto da esquerda e do socialismo

O socialismo já apanhou tanto da história, que inventariar os seus podres pode parecer chute em cachorro morto. O problema é que o fantasma do cachorro está vivo. E morde.
O autor americano Kevin D. Williamson resolveu fazer a autópsia da utopia que mobilizou as melhores intenções no século XX – o sonho da igualdade que, para as almas boas e os corações solidários, representou praticamente o casamento da política com a poesia. Williamson mostra pacientemente com quantos pecados mortais se constrói uma utopia paradisíaca. 
O mais impressionante não é o proverbial fracasso do socialismo como experiência, mas o seu renitente sucesso como poesia para incautos e propaganda enganosa. A publicação deste livro no Brasil é mais uma chance – quantas outras haverá? – para a opinião pública despertar de longa letargia populista. E para entender de uma vez por todas os truques ideológicos da esquerda.
Se a impostura socialista continuar governando boa parte dos bem-intencionados no planeta, pelo menos este livro divertirá os que já entenderam o golpe. Margaret Thatcher dizia que o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros. O economista Ludwig von Mises, um dos expoentes do liberalismo, completou: “O socialismo não é apenas um parasita econômico da propriedade capitalista, mas também um parasita intelectual do capitalismo.”
Se a doutrina lunática da esquerda ainda serve bem a políticos medíocres, entre os intelectuais ela é uma festa – como sintetizou Dwight Lee: “A existência de um enorme governo dá aos acadêmicos a possibilidade real de colocar em prática suas fantasias.”
Os lunáticos do bem vão muito além do campus de Harvard, esgrimindo por aí a sua bondade letal, como na defesa dos genocídios do Khmer Vermelho pelo novaiorquino Noam Chomsky, o “padroeiro da esquerda”. [...] o socialismo conseguiu se tornar a maior mentira da história: promete a felicidade estatal coletiva para obter vantagens privativas, comercializa a solidariedade, industrializa a boa fé. [...] a essência do socialismo não era a igualdade, mas o controle.
Ria com moderação e divirta-se se for capaz – porque o que dá para rir, dá para chorar.
Acima, trechos do excelente prefácio escrito pelo jornalista Guilherme Fiuza para O livro politicamente incorreto da esquerda e do socialismo, que recebi hoje de presente e, naturalmente, já estou louco para devorar!
Rodrigo Constantino

Uma republica ordinaria - Tuma Jr e suas acusacoes (sem respostas) - Roda Viva

Carlos Newton

O programa Roda Viva começou morno, mas foi enquentando no decorrer do período, até começar a cozinhar o PT, Lula, Gilberto Carvalho, Dilma Rousseff e companhia limitada. No final, a panela de pressão estava realmente fervendo, e o ex-secretário nacional de Justiça e ex-delegado federal Romeu Tuma Jr. aproveitou para anunciar que está escrevendo o segundo livro da série “Assassinato de Reputações”.
Entre os entrevistadores, dois estavam a favor dele – o apresentador Augusto Nunes e o colunista Ricardo Setti, do site da Veja. Os demais estavam flagrantemente tentando demolir Tuma Jr., que pesa uns 120 quilos e é duro na queda. Os jornalistas Mário Cesar Carvalho, da Folha, Eugenio Bucci e Fernando Barros, ambos do Estadão, e a historiadora Cristine Prestes tentaram fustigar o entrevistado, mas ele absorveu bem os golpes e respondeu de forma irrefutável as perguntas, portando-se com muita firmeza.
No início, o programa foi uma chateação, porque o entrevistado só se preocupava em explicar a montagem das acusações contra ele no episódio da chamada máfia chinesa. E tanto fez que acabou demonstrando que realmente foi vítima de uma armação. No final, Tuma Jr. conseguiu fazer um estrago na reputação de muitos petistas, especialmente Gilberto Carvalho e Lula.
NINGUÉM PROCESSA…
O programa começou com o apresentador Augusto Nunes afirmando que Tuma Jr., no livro, faz pesadas acusações contra importantes autoridades brasileiras. E perguntou se o ex-delegado já está sendo processado por alguém que tenha sido alvo de suas denúncias.
Tuma Jr. respondeu que até agora ninguém o processou. “O que houve é que fizeram ameaças a mim e a minha família, mas processo mesmo ninguém abriu”, assinalou, explicando que nenhum dos acusados deve processá-lo porque isso daria margem à abertura de uma investigação judicial, na qual ele poderia apresentar provas da veracidade de suas denúncias.
Em seguida, Mário César Carvalho lembrou o caso da máfia chinesa, e Tuma Jr. passou a explicar esse episódio, que foi o grande motivo para a preparação do livro, destinado a reparar os danos à sua imagem de homem público.
O segundo entrevistador, Ricardo Setti, puxou o assunto do assassinato de Celso Daniel, mas Tuma Jr. continuou falando sobre a armação que fizeram contra ele, grampeando seus telefonemas durante dois anos e depois vazando para a imprensa seu suposto envolvimento com criminosos.
“No único grampo divulgado, eu apareço falando com o denunciante do caso, mas fizeram parecer na imprensa que eu estava me comunicando com algum integrante de uma quadrilha”, explicou, dizendo que não existia a tal máfia chinesa, nunca abriram inquérito contra ele e o depoimento que prestou à Polícia de São Paulo simplesmente sumiu.
ESTADO POLICIAL
O entrevistado seguinte, Eugenio Bucci, perguntou sobre as irregularidades na Polícia Federal denunciadas no livro. Tuma Jr. então confirmou as acusações, dizendo que o Brasil está vivendo num Estado policial, que não pode continuar. Disse que a Polícia Federal está “instrumentalizada” pelo governo e tem extrapolado suas obrigações, ao usar seus serviços de inteligência com objetivos partidários, para prejudicar adversários políticos.
Logo depois, Fernando Barros perguntou sobre o caixa 2 da prefeitura de Santo André e o envolvimento do ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República. Indagou se Tuma Jr. tem provas das acusações.
O ex-delegado confirmou rapidamente as denúncias, dizendo que Carvalho era mesmo o encarregado de recolher a propina. E voltou a se defender das acusações sobre a tal máfia chinesa.
A entrevistadora Cristine Prestes insistiu em indagar se Tuma Jr. tem provas, pois isso não ficara claro na resposta anterior dele a Fernando Barros. Para variar, o entrevistado continuou dando mais detalhes sobre a armação feita a propósito da máfia chinesa e disse que pediu para ser investigado na Comissão de Ética do Planalto, onde foi considerado inocente por unanimidade. Por fim, a respeito das provas, disse apenas que apresentará os documentos assim que alguém ousar processá-lo.
CENTRAL DE DOSSIÊS
Depois do intervalo, Augusto Nunes indagou se a “central de dossiês” denunciada no livro continua funcionando.
“Bem, não estou mais lá, mas acredito que ainda estejam fazendo isso, porque continuam realizando investigações irregulares através do Serviço de Inteligência da Polícia Federal”, comentou. Disse que, na época em que constatou essas distorções, chegou a alertar o ministro da Justiça Tarso Genro, que lhe respondeu que isso era normal.
O ex-delegado disse então que Polícia federal está instrumentalizada pelo governo e tem usado poderes de polícia judiciária, fazendo inquéritos sigilosos, sem dar acesso aos advogados das pessoas investigadas e agindo movida por interesses político-partidários.
GRAMPO NO SUPREMO
Em seguida, Mário Cesar Carvalho tentou desmentir Tuma Jr. sobre o grampo no Supremo contra Gilmar Mendes e outros ministros. Disse ter entrevistado o agente da Polícia Federal citado no livro, que lhe negou ter ido a Brasília atuar no STF. A essa altura do programa, parecia que pela primeira vez algum dos entrevistadores enfim conseguira derrubar uma das acusações do ex-secretário nacional de Justiça.
Mas Tuma Jr. se saiu bem. Confirmou que houve mesmo os grampos no Supremo e disse que o agente da Polícia Federal mentiu ao ser entrevistado por Carvalho. Para provar, exibiu um documento de requisição de passagem para Brasília em nome do tal agente. Depois, assinalou que a Polícia Federal grampeou não somente os telefones fixos do Supremo, como também os celulares dos ministros.
CASO CELSO DANIEL
Aí o programa esquentou de vez, porque Tuma Jr. então se alongou sobre assassinato de Celso Daniel em 2002, quando era prefeito de Santo André e coordenava a campanha de Lula.
O ex-delegado disse ter feito fotos do cadáver de Celso Daniel, mostrando que ele sofrera tortura, porque havia marcas nas costas. Assinalou ter conseguido desvendar o crime e até fez um acordo de delação premiada com o suposto assassino, mas no dia seguinte ele foi morto na cadeia, antes de prestar depoimento.
“Depois disso, fui afastado do caso, sob alegação de que o inquérito seria conduzido por uma delegacia especializada”, ironizou.
E confirmou que o hoje ministro Gilberto Carvalho era o encarregado de receber a propina da Caixa 2 da Prefeitura de Santo André, dizendo que isso lhe foi revelado pessoalmente por Carvalho, em 2010, e o ministro chorou ao lhe fazer tal confissão.
ACUSAÇÕES A LULA          
No final vieram as acusações ao ex-presidente Lula, que eram aguardadas desde o início do programa. Tuma Jr. disse que foi nomeado para a Secretaria Nacional de Justiça na cota pessoal de Lula, a quem conhecera como líder sindical no regime militar, quando trabalhava no DOPS e Lula era informante e muito ligado ao seu pai, o então delegado Romeu Tuma, que depois entrou na política e virou senador.
Garantiu que Lula sempre foi próximo aos militares e citou um episódio ocorrido numa reunião, quando a advogada Terezinha Zerbini, fundadora do Movimento Social pela Anistia, defendia os direitos de militantes metalúrgicas perseguidas pelos militares e Lula cassou-lhe a palavra.
Disse que as fotos de Lula sendo preso mostram bem sua ligação com os militares e com o DOPS, porque registram que o então líder sindical foi conduzido no banco de trás da viatura policial, sentando junto à janela, com o vidro aberto e fumando, uma situação inadmissível se ele fosse um preso qualquer.
Assinalou que Lula passou muitas informações aos policiais e disse que tudo está bem documentado, porque os arquivos do DOPS foram preservados. “Lula tem muitas revelações a fazer”, ironizou Tuma Jr., desafiando: “Abram os arquivos do DOPS! Abram os arquivos!”.
Depois, falou também sobre o caso Rosegate, que envolve a namorada secreta de Lula, Rosemary Noronha, e comentou que a Polícia Federal ficou mal no episódio, que teria “capítulos hollywoodianos”. E por fim, disse que está escrevendo o segundo livro, dando a entender que os documentos serão publicados nesta próxima edição.