O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O projeto totalitario do PT - Olavo de Carvalho

Antes de rejeitar o artigo e o autor como sendo de "direita", caberia ler e refletir sobre o que eles dizem.
Não concordo, por exemplo, com a afirmação de que o PT pretende instalar o comunismo no Brasil, pois sendo assim, ademais do rótulo de totalitários, o que os companheiros são inequivocamente, estaríamos atribuindo a eles a qualidade de estúpidos, o que eles não são. Podem ser ignorantes, ingênuos, de má-fé, mentirosos, fraudadores, ladrões, enganadores, mistificadores, demagogos, populistas, autoritários e várias outras coisas mais, mas estúpidos eles não são.
Como disse acima, eles são totalitários, e pretendem se consolidar no poder, congelar seu controle sobre a máquina pública e simplesmente extorquir os capitalistas, pois já perceberam que quem cria riquezas na sociedade são os capitalistas, e os trabalhadores, não essas baboseiras de coletivos e empresas socialistas, como estão fazendo os estúpidos dos bolivarianos, e os comunistas de Cuba, que agora são apenas totalitários, e querem arrumar fórmulas para não perder o poder, passando para uma espécie de capitalismo administrado pelo PCC, um pouco ao estilo chinês.
Portanto, os companheiros no poder no Brasil não querem construir o socialismo, eles apenas querem se eternizar no poder. Para isso vão fazer de tudo, inclusive mentir, enganar, e sobretudo tentar conquistar apoio suficiente na população para o seu projeto totalitário.
Com isso, eles distribuem migalhas ao seu curral eleitoral do Bolsa Família, ao mesmo tempo em que tentam moldar corações e mentes de imensas massas, para "provar" que o seu modelo é melhor do que qualquer outro, dos partidos tradicionais.
Até agora, auxiliados pela propaganda de tipo gramscista-freireana, do distributivismo via Estado, eles tem conseguido se manter no poder. Os brasileiros têm dificuldade em se convencer de que, se quiserem ficar ricos mais rapidamente, precisariam aderir a um sistema capitalista mais livre, inclusive porque não dispõem de educação suficiente para compreender o que é uma economia de mercado.
Portanto, o Brasil vai continuar nessa mediocridade de crescimento -- com um Estado que rouba da sociedade dois quintos da riqueza que ela produz -- e com uma extensão dos poderes públicos sobre a vida privada poucas vezes vista fora dos fascismos clássicos e do comunismo europeu.
Estamos indo a caminho da mediocridade socialista dos companheiros, com um fascismo corporativo rapidamente se disseminando.
Este é o perigo.
Paulo Roberto de Almeida

Sonho Mau
Olavo de Carvalho
(recebido em 3/07/2014) 

Muitas previsões, dizia Thomas Mann, são enunciadas não porque vão se realizar, mas na esperança de que não se realizem. Todas as que fiz, especialmente as mais alarmantes, foram assim. Com uma diferença: as previsões sempre se realizaram, a esperança nunca.

Nos assuntos humanos, a certeza absoluta é geralmente uma utopia. O máximo que se alcança é uma probabilidade razoável. E o culto devoto que o homem contemporâneo consagra aos números não o levará mais longe: uma probabilidade, calculada até os centésimos de milionésimos, continuará sempre sendo o que é -- uma probabilidade, não uma certeza.

No entanto, continua válido o preceito de que a exatidão de uma ciência se mede pela sua capacidade de fazer previsões corretas. Nas ciência humanas, e especialmente na ciência política, a previsão deve sempre assinalar as variáveis que podem modificá-la no curso do processo. Muitas dessas variáveis dependem da criatividade, da iniciativa e da coragem dos personagens envolvidos. Se as previsões mais deprimentes se realizam com exatidão quase matemática, isto se deve mais à ausência desses três fatores do que aos méritos científicos de quem as enuncia.
Numa apostila já velha, que nunca tive a ocasião de corrigir para publicação, expliquei que a liberdade é uma propriedade vital da psique humana, mas que esta não a possui como um dom perfeito e acabado, e sim apenas como uma possibilidade que de certo modo se cria e se amplia a si mesma na medida em que se assume e se exerce. Por isso é que a famosa controvérsia de determinismo e livre arbítrio não tem solução geral teórica: esses dois fatores não pesam uniformemente em todas as vidas, mas se distribuem de maneira desigual conforme um jogo dialético muito sutil que varia de indivíduo para indivíduo, de situação para situação, de caso para caso. Não há como provar a liberdade senão exercendo-a, mas colocá-la em dúvida é já abster-se de exercê-la, provando portanto sua inexistência mediante uma profecia auto-realizável.

Inversa e complementarmente, a própria psique se torna rala e evanescente quando, por abdicação voluntária ou sob a pressão de condições adversas, a liberdade cede o passo à intervenção de fatores “externos”: a pura fisiologia, os hábitos inconscientes, o jogo das influências ambientais, o acaso, etc. Numa situação extrema, já não há mais atividade psíquica livre: a psique torna-se o reflexo passivo e mecânico de tudo quanto lhe é estranho.

Essa distinção aplica-se aos indivíduos como às sociedades. Em qualquer grupo social pode-se avaliar sem muita dificuldade se ali predominam a percepção alerta, a presteza e criatividade das reações, ou o apego indolente a chavões e frases feitas que se repetem como mantras enquanto a realidade vai correndo, mudando e passando como um trator sobre a multidão de sonsos.

Depreciando instintivamente as mudanças e diferenças, a mente letárgica apega-se à “heurística disponível”, que o manual de psicologia forense de Curtis R. Bartol, muito usado nos EUA, define como um atalho mental construído com os fatos mais vulgares e acessíveis – em geral os fatos repetidos pela mídia --, simulando uma explicação.

É assim que os riscos e ameaças mais graves e iminentes passam despercebidos sob uma afetação de segurança tranqüilizante. E foi assim que os planos do PT para a implantação do comunismo no Brasil, registrados nas atas de assembléias do partido, repetidos nas do Foro de São Paulo e insistentemente explicados nos meus artigos e conferências, foram solenemente ignorados como se fossem meras tiradas verbais sem a menor conseqüência, até que agora podem ser postos em prática diante dos olhos de todos, com a certeza de que a o povo e as elites, degradados e estiolados por décadas de indolência mental e repetitividade mecânica, nem saberão como reagir.
Não é preciso dizer que, deteriorada num grupo humano a capacidade de percepção rápida e reação criativa, o curso das coisas vai se tornando cada vez mais previsível graças ao império geral da passividade mecânica. O que era apenas uma probabilidade, manejável pela livre vontade humana, torna-se o cálculo matemático de uma fatalidade. 

Pela milésima vez: Quando um homem normal diz “sociedade civil”, ele designa com isso a totalidade das pessoas dotadas de direitos civis e políticos. Quando um comunista usa o mesmo termo, ele sabe que os profanos o ouvirão exatamente assim, mas que os iniciados saberão perfeitamente que se trata apenas de um reduzido círculo de organizações e movimentos criados pelo Partido para fazer a parte suja do serviço sem comprometê-lo diretamente.

Na estratégia comunista, trocar a representação eleitoral pelo governo direto dessas organizações e movimentos é, desde há mais de um século, a virada decisiva, o “salto qualitativo” que, após uma longa acumulação de subversões e corrosões, marca a passagem de qualquer regime para uma ditadura socialista.

Para quem quer que conheça a história do comunismo, isso é uma obviedade patente, mas quem está acostumado a pensar segundo a “heurística disponível” da mídia usual, quem se recusou por mais de vinte anos a enxergar o que se preparava, talvez não venha a enxergá-lo nem mesmo depois de realizado.  Muitos irão para o Gulag ou para o “paredón” jurando que é apenas um sonho mau.

Do site Mídia Sem Máscara

Po, mas logo o companheiro que quis ajudar os companheiros; vai ter de pagar sozinho?

Os companheiros pensam estar fazendo um grande favor a todos os outros companheiros e, de repente, ZAZ, alguma coisa não dá certo e a Polícia Federal, o Ministério Público, o TCU, todo mundo cai em cima deles, como se tivessem sido eles, exclusivamente que tiveram responsabilidade na montagem da grande operação de "independência financeira", como diria um outro companheiro que agora está atrás das grades mas que logo deve sair, porque filho modelo não deve nada temer, sempre tem um desses adevogados caríssimos que logo arranjam um habeas corpus e depois estivam o processo até perder de vista...
Essas coisas causam surpresa no início, todo mundo pensa (inclusive este idiota que vos escreve) que desta vez, sim, o escândalo é tão grande que não tem como os companheiros escaparam da Justiça e da rejeição popular, e quando vamos ver, não tem mais nada, necas de pitibiriba, tudo limpinho, e os companheiros saem cantando La Cumparsita por aí, alegres e felizaes como pinto no lixo...
Paulo Roberto de Almeida

Esse é o nosso TCU!

3/07/2014

O primeiro relatório do Tribunal de Contas da União sobre a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, responsabiliza o ex-diretor Nestor Cerveró por um prejuízo adicional à estatal brasileira.
O parecer reserva um capítulo exclusivo sobre a Carta de Intenções entre a estatal brasileira e o grupo belga Astra, pela qual a Petrobras assumiu o compromisso de pagar US$ 785 milhões pelos 50% restantes da refinaria.

Segundo o relatório, a carta de intenções gerou um prejuízo adicional de mais de US$ 300 milhões, já que no contrato o valor acertado para a compra da metade da refinaria era muito inferior.

Esse texto do TCU responsabiliza Cerveró pela Carta de Intenções, e ressalta que o então diretor da Petrobras não recebeu autorização da estatal para conduzir esta negociação.

O primeiro relatório sobre a compra da refinaria de Pasadena, assinado pelo auditor Alberto Henriques de Araújo Pereira, foi iniciado ainda no ano passado. O documento pede que os diretores da Petrobras devolvam aos cofres públicos valores que somam US$ 873 milhões.

Nas 121 páginas, o relatório também responsabiliza nominalmente os conselheiros da Petrobras na época, inclusive o ex-ministro Antonio Palocci e a presidente Dilma Rousseff, que presidia o conselho. Eles são acusados de omissão e exercício inadequado do dever de diligência e por ato de gestão ilegítimo e antieconômico. Um segundo relatório, isenta os conselheiros de responsabilidade pela operação.

Procurado pelo Blog, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, disse que acha tecnicamente inviável uma responsabilização do seu cliente. "Eu não conheço esse documento. Pelo que saiba ele não é oficial. Não quero me manifestar por um documento não oficial. Mas, acho tecnicamente inviável uma responsabilização de Nestor no caso Pasadena."

Liberdade economica, liberdade politica: um realidade inseparavel - Cato Institute

Do economista uruguaio Hernán Bonilla, no Cato.org.:


¿Por qué la libertad económica es necesaria para la existencia de la libertad política? Porque para que las personas puedan asociarse libremente en organizaciones, partidos, gremios o de la forma que deseen, deben poder disponer de sus recursos. Si en vez de ser así es el gobierno quien los dispone, por la vía del hecho o del derecho, las personas no podrán manifestar su opinión, no podrán abrir un diario, no podrán formar un partido político, etc.

Y el anverso, ¿por qué la libertad política es necesaria para la existencia de la libertad económica? Porque si entendemos la libertad política en su doble condición de participar en el proceso de formación de la voluntad general (vertiente francesa o rousseauniana del liberalismo) y la existencia de derechos inherentes a la persona, como a la vida, la propiedad, la honra, etc., (vertiente inglesa del liberalismo) no es posible que una persona disponga de derechos, si estos son una concesión graciosa del gobernante.(Continua).

Eleicoes 2014: a Mafia petista movimenta a sua maquina de difamacao

Os companheiros sao especialistas na difamacao. Pense num golpe sujo, tem um petista atrás...
Paulo Roberto de Almeida 
Na campanha de José Serra à presidência, levantaram calúnias contra sua filha. Como a estupidez é marca do petismo, agora repetem o mesmo tipo de calúnia contra Aécio Neves. e sua filha. É a elite petista em ação, sempre no nível do esgoto:


O coordenador jurídico da campanha presidencial do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), irá apresentar nesta sexta-feira, 4, ação judicial em São Paulo para identificar a origem de textos publicados nas redes sociais que trazem relatos de um suposto bate-boca entre o senador Aécio Neves e a ex-mulher Andrea Falcão.

O motivo do desentendimento entre o casal, segundo textos distribuídos na internet, teria sido um suposto transporte ilegal de malas de dinheiro e diamantes realizado pela filha do senador para o exterior.

"A indignação manifestada pelo senador Aécio Neves com o uso indevido do nome de sua família, filha e ex-mulher na tentativa de denegrirem sua imagem é a expressão clara de que nossos adversários ultrapassaram todo e qualquer limite. Amanhã mesmo estaremos entrando com uma ação judicial objetivando a identificação dos IPs para sabermos quem são os responsáveis por essa prática criminosa", afirmou Carlos Sampaio nesta quinta-feira, 3.

Segundo ele, também será solicitada uma audiência com o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais na próxima semana. "Na oportunidade solicitaremos a abertura de investigação também por aquele órgão, já que existem vários indícios de que esses crimes apresentam características muito semelhantes àqueles que estão sendo objeto de investigação pelo Ministério Público de São Paulo e do Rio de Janeiro", ressaltou o coordenador ao se referir ao episódio da prefeitura de Guarulhos e da Eletrobras em que alguns servidores teriam utilizado a estrutura das instituições para atacarem a candidatura de Aécio Neves na internet.

A iniciativa do coordenador jurídico da campanha do PSDB, ocorre um dia depois Andrea Falcão ter usado o perfil pessoal no Facebook para rebater os boatos. "Andam espalhando um texto totalmente mentiroso para atingir o meu ex-marido, Aécio, usando a mim e à nossa filha de forma irresponsável. É um material criminoso, que chega a dizer que eu o teria acusado de usar nossa filha para fazer contrabando de diamantes para o exterior!", diz o texto publicado pela ex de Aécio. "O texto é tão absurdo que beira o ridículo e subestima a inteligência do leitor. Eu me admiro que pessoas supostamente 'esclarecidas' estejam divulgando uma baixaria dessas, só explicável em função de muita má-fé", acrescenta.

A ex-mulher do tucano se refere às matérias que foram publicadas na internet nos últimos meses com títulos como "Conheça a mulher que tira o sono de Aécio Neves" e "Ex de Aécio joga 'caca' no ventilador". "Ele levava mala de dinheiros e diamantes para Aspen". Uma parte do texto traz uma suposta discussão entre Aécio e a ex-mulher: "A área de inteligência da Receita Federal descobriu que uma integrante da inteligência da PMMG, conhecida como PM2, havia relatado uma discussão entre Aécio e Andréa Falcão, onde ela, de maneira enérgica, reclama: 'deixe minha filha fora dos seus rolos, não quero que fique utilizando ela para servir de justificativa para você fazer o que faz'". Aécio pergunta: "Que rolo?". Andréa Falcão responde: "Levar estas malas de dinheiro e diamante para Aspen". (Agência Estado).

O Stalin sem Gulag, finalmente, faz uma coisa que ele nunca fez na vida...

... que é trabalhar. Supondo-se que ele vá trabalhar, o que eu não acredito. Ele vai fazer política, como parece inevitável. Nunca fez outra coisa na vida. Nunca contribuiu com um centavo para o PIB nacional, só roubou, o tempo todo, e continua roubando. 
Parece que a mídia progressista faria reportagens totalmente diferentes: diria, por exemplo, que ele está catalogando livros. Eles pensam que somos idiotas. Alguns são, os companheiros...
Paulo Roberto de Almeida 

Dirceu cumpre expediente fora do presídio sob os holofotes da mídia conservadora

Correio do Brasil, 3/7/2014 14:00
Por Redação - de Brasília


Dirceu é cercado por fotógrafos ao deixar o Centro de Progressão Penintenciária do Distrito Federal

Dirceu é cercado por fotógrafos ao deixar o Centro de Progressão Penintenciária do Distrito Federal

Em seu primeiro dia de trabalho no regime semiaberto, ao qual foi condenado no julgamento da Ação Penal (AP) 470, do Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro José Dirceu deixou o Centro de Progressão Penintenciária do Distrito Federal nesta quinta-feira, cercado por fotógrafos e repórteres, principalmente dos veículos ligados à mídia conservadora.Dirceu foi alvo de um cerco por parte destes jornais e revistas desde o início do julgamento, conhecido como ‘mensalão’. O ex-ministro deixou o prédio às 7h25m, vestindo paletó cinza escuro, calça jeans e camisa azul.

José Dirceu trabalhou durante todo o dia no escritório do advogado José Gerardo Grossi, das 9 às 18 horas, com direito a duas horas de almoço. Sua principal tarefa é organizar a biblioteca do escritório que, segundo Grossi, está “uma bagunça”, pela qual receberá o salário de R$ 2,1 mil por mês.

– Se ele quiser trabalhar, terá muito trabalho. Se não quiser, será mandado embora como qualquer outro funcionário – avaliou o advogado, em conversa com jornalistas.

Ao chegar, Dirceu dirigiu-se à portaria, fez seu cadastro no prédio e subiu ao 9º andar, acompanhado de dois colegas de trabalho. Grossi, aos jornalistas, disse que está ciente de que a presença de Dirceu atrairá a atenção da imprensa, principalmente nestes primeiros dias. Ele entende, no entanto, que se trata de um fato previsível, afinal, Dirceu é um dos mais importantes líderes políticos do país e tratado com admiração por grande parte do PT, legenda a qual participa desde a sua fundação.

– É natural que isso (o assédio da imprensa) aconteça. O Zé virou a Geni, do Chicio Buarque – disse Grossi, em referência à perseguição e aos rompantes do ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa.

Com o direito ao regime semiaberto, após cumprir oito meses fechado no presídio, Dirceu foi transferido da Papuda para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), onde estão os presos autorizados a trabalhar fora da cadeia. Dirceu reconquistou seu direito depois que Plenário do STF derrubou a decisão de Barbosa, que o mantinha trancado desde 15 de novembro do ano passado, quando teve a prisão decretada.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Venezuela: alguem ai falou em soberania?

Se o conselheiro econômico cubano fizer na Venezuela o que ele e seus amigos do PCC fizeram com a economia cubana, então podemos prever o mesmo desastre no país caribenho. Em vez de uma ilha miserável, teremos um membro do Mercosul caminhando para o desastre...
Paulo Roberto de Almeida

Maduro nombra a un asesor cubano para salir de la crisis
Clarín (Argentina), 3/07/2014
        
Nicolas Maduro nombró a un asesor cubano, compañero del Che Guevara, para frenar la crisis económica en Venezuela.

Se trata de Orlando Borrego, un economista cubano de 78 años que fue cercano colaborador del Che y ocupó altos cargos en el gobierno de la isla, anunció anoche el mismo Nicolás Maduro.

"Orlando Borrego (...) mejor conocido como Vinagreta (...) está incorporado a un equipo especial junto al ministro de planificación, Ricardo Menéndez, junto a Jesús Martínez (Ministro para el Trabajo) y otros compañeros preparando un conjunto de planes, uno de ellos (...) para hacer una revolución total y profunda en la administración pública, en la administración del estado, revolución dentro de la revolución, cambiarlo todo para servir al pueblo es la consigna", dijo el mandatario, en su programa "En Contacto con Maduro", citado hoy por el diario El Universal.

Borrego con estudios de economía en universidades de La Habana y Moscú, "fue compañero de Ernesto Che Guevara por allá en las batallas de la revolución", anunció Maduro al presentar al cubano. Y detalló que encargó al vice Jorge Arreaza, la reestructuración del Gobierno, en momentos en que el chavismo parece sufrir varias fracturas internas.

"Ellos dos (Arreaza y Meléndez) están encargados de esta tarea crucial (...) del 1 al 15 de julio lo vamos a revisar todo, vamos a tener sesiones con los vicepresidentes y sus ministros, ministro por ministro, rindiendo cuentas, como va cada proyecto, nivel de cumplimiento y ejecución del presupuesto, cómo va cada misión", anunció Maduro.

Según una ficha biográfica de Borrego aparecida en uno de los tres libros que ha escrito sobre Guevara, formó parte de una de las columnas rebeldes comandada por el 'Che' durante la lucha por la revolución cubana y llegó a ser primer teniente.


Tras el triunfo de la revolución, se desempeñó como fiscal de la Junta Económica Militar y ha sido viceministro de Industrias y de Azúcar, entre otros cargos dentro del gobierno cubano. En los últimos años se ha dedicado a escribir y a la academia.

Petrobras: o escandalo dos conselheiros que nao aconselham em relatorio do TCU

Ou que aconselham bem mal, fazendo exatamente aquilo que era para fazer, que não tinha nada a ver com refinaria...
Paulo Roberto de Almeida 

Por Vinicius Sassine e Eduardo Bresciani

O Globo, 2/07/2014

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, também estão relacionados em parecer técnico do Tribunal de Contas da União (TCU) como responsáveis por supostas irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras. A área técnica do tribunal tem pareceres divergentes sobre o tema e a menção não consta do parecer mais recente, assinado pelo supervisor da fiscalização, no qual a responsabilização de conselheiros da estatal é afastada. A presidente Dilma Rousseff é outra ex-conselheira responsabilizada no primeiro relatório e excluída do segundo. Ela presidia o Conselho de Administração na ocasião da compra da refinaria, em 2006. Hoje, Mantega é o presidente do colegiado e Coutinho, um dos conselheiros na ativa.

A inclusão de Mantega e Coutinho entre os responsáveis foi feita pelo auditor Alberto Henriques de Araújo em 4 de junho. Ele afirma que a decisão tomada pelo conselho em 2009, referendando a posição da diretoria de recorrer de decisão arbitral que obrigava a Petrobras a comprar a parte em poder da sócia Astra Oil, ampliou o prejuízo do negócio. Para o auditor, a presidente Dilma, o ministro da Fazenda, o presidente do BNDES e outros cinco conselheiros que participaram dessa decisão devem dar explicações sobre a suposta prática de “ato de gestão ilegítimo e antieconômico”. Segundo os cálculos apresentados, o prejuízo somente de juros decorrentes do recurso até o acordo firmado em 2012 totalizaram US$ 93 milhões.

Os nomes da presidente e dos ministros, porém, foram retirados da lista de responsáveis pelas supostas irregularidades, em parecer posterior, de 18 de junho, assinado pelo diretor da Secretaria de Controle Externo (Secex) de Estatais do TCU Bruno Lima Caldeira. A retirada, porém, não é conclusiva, uma vez que o ministro relator, José Jorge, poderá se basear nos pareceres anteriores para elaborar seu voto sobre o caso. As divergências entre os técnicos estendem-se ao montante a ser ressarcido aos cofres da Petrobras pelo prejuízo total na compra. O valor caiu de US$ 873,1 milhões para US$ 620,1 milhões, caso as alegações dos diretores não sejam convincentes.

Dilma também tinha a responsabilidade apontada em outro ponto no parecer inicial. Alberto Henriques sustenta que a presidente e os conselheiros que participaram da compra da primeira metade em 2006 deveriam ser ouvidos em audiência para explicar suposto “exercício inadequado do dever de diligência” por não terem solicitados mais documentos para subsidiar a decisão.

O diretor responsável pelo processo mudou o entendimento, em parecer de 18 de junho. Ele não viu culpa de Dilma e dos conselheiros e retirou o grupo do rol de responsáveis. Dos 23 dirigentes e conselheiros da Petrobras constantes na lista anterior, restaram apenas nove. No mesmo dia, o secretário de Controle Externo de Estatais do TCU, Osvaldo Vicente Perrout, referendou a proposta do diretor. O processo foi aberto pelo tribunal em fevereiro de 2013 para apurar as circunstâncias da compra, que teve custo de aquisição superior a US$ 1,25 bilhão.

Os autos estavam na fase técnica, tramitando na Secex Estatais, que fica no Rio. Agora, caberá ao ministro José Jorge decidir quais responsáveis convocará para audiências e quais serão citados, para então elaborar o voto e submetê-lo ao plenário. É o colegiado que decidirá quem será responsabilizado pelas supostas irregularidades na compra de Pasadena. Não há previsão de quando isso ocorrerá. José Jorge tem mantido silêncio sobre o processo.

O parecer de Bruno Caldeira tem 28 páginas e aponta a necessidade de ressarcimento de US$ 620,1 milhões aos cofres da Petrobras por conta do negócio malsucedido, caso os diretores responsáveis não apresentem alegações plausíveis para as irregularidades apontadas. Devem ser citados para explicar os prejuízos, na sua visão, o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli, o ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, os outros integrantes da Diretoria Executiva na ocasião da compra, Almir Guilherme Barbassa, Renato de Souza Duque, Guilherme de Oliveira Estrella e Ildo Luis Sauer, e dois ex-funcionários, Luís Carlos Moreira da Silva, ex-gerente executivo da Área Internacional Desenvolvimento de Negócios, e Gustavo Tardin Barbosa, ex-chefe do escritório financeiro da Petrobras America.

O grupo deve se explicar ou ressarcir a estatal em US$ 580,4 milhões em razão do “prejuízo causado ao patrimônio da Petrobras em decorrência da celebração de contratos junto à Astra”, a companhia belga que vendeu a refinaria à empresa brasileira. Os auditores concluíram que a diretoria desconsiderou o laudo da consultoria especializada Muse & Stancil, que apontava um valor de US$ 186 milhões. A diretoria se comprometeu a comprar a segunda metade de Pasadena por US$ 766,4 milhões, “resultando injustificado dano aos cofres da companhia, em desacordo com o princípio da economicidade e da prudência”, concluiu o diretor da Secex do TCU.

Outro prejuízo apontado foi no valor de US$ 39,7 milhões. A área técnica do tribunal pede a citação do então chefe do escritório financeiro da Petrobras America, subsidiária da Petrobras responsável pelo negócio no Texas. Ele deve ressarcir o valor ou apresentar explicações por não ter cobrado da Astra uma quantia prevista em contrato.

Em relação ao conselho, o diretor entendeu que a responsabilização não é correta devido à omissão no resumo que subsidiou a decisão das cláusulas que obrigavam a compra da outra metade da refinaria e que garantiam rentabilidade mínima à sócia. “Em que pese o Conselho ter deliberado definitivamente sobre a aquisição em fevereiro de 2006, como pontuado pelo auditor, a decisão foi tomada com base em resumo executivo incompleto, elaborado pelo diretor da Área Internacional. De fato, o texto do resumo executivo citado realmente omitiu expressa ou indiretamente menção às cláusulas marlim e de put option”, cita o parecer.

Sem nomes
No parecer que antecedeu o de Bruno Caldeira, Dilma, Mantega, Coutinho e outros conselheiros aparecem no rol de responsáveis investigados pelo TCU, além dos diretores executivos na ocasião da compra. A proposta do auditor federal Alberto Henriques é converter o processo numa tomada de contas especial, para posteriores citações – quando há intenção de ressarcimento aos cofres públicos – e audiências – instrumento usado para apurar uma eventual irregularidade ou má gestão.

Argentina: protecionismo condenado na OMC - Mercopress

Argentina loses trade restrictions case at WTO, says Brazilian financial media


Mercopress (Uruguai), 3/07/2014


The World Trade Organization has ruled that a swath of import regulations imposed by Argentina violate international trade rules, according to the Buenos Aires media quoting diplomatic sources and Brazil's financial press. The ruling favors 43 countries those two years ago claimed Argentina had imposed trade barriers.
The communication apparently has already been passed on to Argentina, although there won't be any formal report until a few weeks time.
In March 2012, the 43 countries among which the EU. US, Australia, Israel, Japan, South Korea, New Zealand, Norway, Panama, Thailand Switzerland and Turkey presented the claim against Argentina's non automatic licenses system plus the pre-registry and anticipated authorization for all imports.
According to the claim Argentina did not adopt these restrictions specifically but for all of its foreign trade with the purpose of enacting the regulations to try to bolster its industrial base and substitute imports with domestically made goods.
Since 2011, Argentina has required importers to obtain licenses from the government that aren't automatically renewed for products ranging from cars to electronics. This is a complicated process that the claimant contends discourages companies from buying foreign-made products. Importers have also been forced to preregister with the Argentine government since 2012.
Argentina has always argued that these measures were not in violation of international trade, and now can appeal the ruling before the WTO Application Organism, which can take several months or years before it decides.
If finally the ruling favoring the 43 countries stands, the claimants will be able to retaliate with “mirror measures” similar to those suffered.
However in this case the WTO must detail how these measures are to be implemented that is if they could also apply the non automatic licenses, special tariffs or other mechanisms.

Brasil-China: frustracoes de uma relacao desigual - Christopher Dembik

Brésil: l'encombrant ami chinois


Christopher Dembik

La Tribune, 3/07/2014



La Chine s'est engouffrée dans la brèche laissée par les Etats-Unis au Brésil, à base d'investissements massifs et d'accords commerciaux. Mais la volonté d'indépendance brésilienne pourrait être plus forte que leur partenariat...
La réduction depuis le milieu des années 80 de l'influence américaine en Amérique latine a ouvert de nouvelles perspectives à de nombreux pays, y compris la Chine. En l'espace de deux décennies, elle s'est imposée comme le partenaire incontournable duBrésil, du Venezuela ou encore de l'Equateur. Avec, à chaque fois, des déconvenues  notables des deux côtés.
Datant de plus de 50 ans, les liens entre la Chine et le Brésil n'ont débouché sur une intensification des échanges commerciaux qu'au début des années 90 lorsque les idéologies des deux pays ont commencé à  converger.
Un ami incontournable
L'ouverture progressive de la Chine à l'économie de marché s'est notamment traduite par une hausse du  commerce avec le Brésil et même un boom à partir de 2004 suite à la visite du président Hu Jintao. Une seule donnée suffit à comprendre l'ampleur du phénomène : de 2003 à 2009, les échanges ont été multipliés par six. La Chine est devenue ainsi le premier partenaire commercial du Brésil, devant les partenaires historiques que sont les Etats-Unis et l'Argentine.
Délaissé par Washington, l'ancien pré-carré qu'était l'Amérique latine est devenu la nouvelle terre de mission de Pékin. Sans surprise, en raison de ses significatives réserves pétrolières et de ses millions d'hectares de terres fertiles à haute productivité, le Brésil a été une cible de choix pour l'ogre chinois qui cherche à réduire sa dépendance au maximum en diversifiant ses sources d'approvisionnement.
Ainsi, ce sont près de 13 milliards de dollars d'IDE chinois par an* qui sont déversés au Brésil, à 92% par des entreprises contrôlées par l'Etat chinois, et en direction massivement du secteur des matières premières.
L'amorce d'une intensification des relations commerciales à partir des années 90 a été saluée des deux côtés. La Chine espérait ainsi s'implanter durablement au Brésil et se projeter dans les pays limitrophes afin de trouver les ressources nécessaires pour alimenter une croissance proche des deux chiffres tandis que le Brésil escomptait que les investissements chinois servent à réduire la pauvreté et à améliorer les infrastructures, l'un des principaux points noirs du pays qui limite toujours ses perspectives de développement.
Un pays difficile à appréhender
Bien mal leur en a pris. La relation entre la Chine et le Brésil repose sur de nombreux malentendus qui ont, inévitablement, alimenté les frustrations. La Chine n'a jamais vraiment réussi à comprendre la manière de faire brésilienne, le fameux jeitinho brasileiro (voir épisode n°2 : "Investir au Brésil, oui. Mais sous conditions" ), et a été rapidement échaudée par le ralentissement de la croissance brésilienne. Le BRIC certainement le plus prometteur il y a encore quelques années s'est révélé être un pays qu'on peine à appréhender complètement.
Du côté brésilien, la désillusion est encore plus grande. Le pari chinois n'a pas fondamentalement changé la structure des flux commerciaux et n'a pas permis de générer les milliards nécessaires pour de nouvelles infrastructures. Aucun cercle vertueux économique n'a résulté des investissements chinois qui sont concentrés dans l'exploitation des matières premières, avec de faibles retours pour le pays. Au contraire, des effets pervers sont apparus.
Le Brésil contraint au protectionnisme
Le plus sensible est certainement la «désindustrialisation précoce» du pays, c'est-à-dire l'essor, en grande partie à cause de la Chine, de la demande en matières premières ce qui a conduit les investisseurs, dans leur ensemble, à se détourner des produits manufacturés.
Résultat: la participation du secteur industriel dans le PIB est tombée proche de ses niveaux du milieu des années 50, avant le processus de modernisation entamé par le président Juscelino Kubitschek. Afin de mettre un arrêt à l'hémorragie, le gouvernement brésilien a été contraint de prendre des mesures protectionnistes, notamment pour limiter l'acquisition de terres par les compagnies étrangères.
Mais, l'intérêt économique chinois pour le pays s'est aussi traduit par l'accentuation des flux migratoires en provenance de l'Empire du Milieu puisque, comme à leur habitude, les entreprises chinoises implantées au Brésil ont préféré faire venir leur main d'oeuvre de Chine plutôt que de recourir à la main d'oeuvre locale, hors cas des quotas obligatoires prévus par la législation brésilienne. Ce qui, dans des zones comme Sao Paulo qui concentre plus de la moitié des immigrants chinois du pays, conduit à de fortes tensions sociales. De fait, à maints égards, les liens tissés entre la Chine et le Brésil reflètent peu d'aspects positifs et ressemblent plus à une relation Nord - Sud qu'à une coopération Sud-Sud.
Une relation à reconstruire
Toutefois, au regard des volumes importants des échanges, la Chine et le Brésil ne peuvent pas faire l'un sans l'autre. S'il fallait désigner le partenaire le plus dépendant, ce serait sans l'ombre d'un doute le Brésil. Mais on aurait tort de croire que la Chine va pouvoir se passer dans les années à venir du grenier agricole brésilien ou sera en mesure de tirer un trait sur le minerai de fer et les gisements de pétrole en profondeur du géant sud-américain. Le pays est bien trop important dans la stratégie économique chinoise. La relation est donc à repenser.
Ce ne sera pas facile. Historiquement, le Brésil a toujours entretenu des échanges déséquilibrés avec ses principaux partenaires. Sa volonté de s'émanciper de l'influence des Etats-Unis a conduit à une nouvelle dépendance avec la Chine, ce qui relève surtout un problème de modèle économique qui n'a jamais été complètement résolu, y compris pendant le miracle économique des années 60 -70. Il est fort peu probable, qu'en dépit de l'urgence, Dilma Rousseff s'attaque à cet épineux défi.
Quel géant prendra le relais ?
De son côté, la Chine tente péniblement de ne plus voir uniquement dans le Brésil un pays où s'approvisionner mais aussi essaie de prendre en considération les opportunités que peut offrir le marché intérieur brésilien et sa classe moyenne représentant plus de 50% de la population.
Le chemin sera toutefois long avant un rééquilibrage réel et il y a fort à parier qu'après les Etats-Unis et la Chine, un autre géant viendra prendre le relais tant l'hypothèse d'une refonte durable du modèle de croissance brésilien à moyen terme semble improbable.

Debate sobre a politica externa e seu grau de bolivarianismo - Site 247

Um instrumento auxiliar do Palácio do Planalto, mais exatamente dos companheiros, se apressa em alimentar o debate com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, e publica opiniões contrárias.
Todas as opiniões podem ajudar ao debate, desde que sejam esclarecedoras...
Paulo Roberto de Almeida

GARCIA REBATE FERRAÇO: "DESINFORMAÇÃO E INSULTOS"

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Assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia publica dura resposta às críticas, feitas à Veja, do senador Ricardo Ferraço (PMDB) sobre a política externa brasileira e ao governo Dilma Rousseff; "Tal qual uma Mãe Dinah das relações internacionais, Ferraço prognostica que Argentina e Venezuela caminham para uma ditadura", diz Garcia, que define o discurso como de "muito barulho, pouca consistência"; para ele, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara ostenta desinformação e lugares comuns; desconhece ação conjunta de Brasil e Bolívia e "prefere insultar o presidente Evo Morales", assim como anunciar um novo "espantalho", o bolivarianismo, "que não explica o que é".
2 DE JULHO DE 2014 ÀS 17:20
247 – As críticas do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) à política externa brasileira e à gestão da presidente Dilma Rousseff, desferidas em entrevista às páginas amarelas da revista Veja do último fim de semana, foram duramente rebatidas nesta quarta-feira 2 pelo assessor da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. Em artigo, ele define o discurso do parlamentar como de "muito barulho, pouca consistência" e acusa o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara de ostentar desinformação e lugares comuns em seus ataques.
Leia aqui a entrevista do senador à revista Veja e, abaixo, o artigo de Garcia:
Política Externa: entre luzes e apagões.
Marco Aurélio Garcia
"O meio é a mensagem" disse McLuhan.
O senador Ricardo Ferraço, Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa de nossa Câmara Alta, escolheu as páginas amarelas da revista VEJA para destilar sua ojeriza à política externa brasileira e ao governo da Presidenta Dilma Rousseff. Maior adequação entre continente e conteúdo seria impossível.
Mas, se a pretensão era a de uma artilharia pesada, o resultado não passou de fogos de artifício. Muito barulho, pouca consistência.
VEJA anuncia que a Comissão presidida por Ferraço é "um contraponto ao Itamaraty", instituição que o senador vê "apequenada" e submetida a um duplo comando – o do "chanceler de direito" (o Ministro Luiz Alberto Figueiredo) e o do "chanceler de fato" (quem assina esta nota).
Café requentado nos últimos 12 anos, a suposta duplicidade na condução da política externa não é capaz de encontrar um só grão de verdade. Esconde muitas mentiras.
Ferraço percorre distraído a América Latina, ostentando sua desinformação, reproduzindo todos os lugares comuns possíveis e arrogando-se a função de politólogo, sem ter recursos suficientes para sê-lo. Ao final desvela seu propósito: o de atacar o Governo Dilma Rousseff e a falta de um projeto de nação, que ele atribui à Presidenta. Fica-se à espera de qual projeto seria esse. Silêncio ensurdecedor.
Tal qual uma Mãe Dinah das relações internacionais, Ferraço prognostica que Argentina e Venezuela, apesar de seus Governos terem sido eleitos pelo voto popular, caminham para uma ditadura. Menciona o cerco à imprensa nos dois países, ocultando, por exemplo, que em Caracas e Buenos Aires os principais órgãos de imprensa – El Nacional, El Universal, Clarín e La Nación, respectivamente – são há anos duros opositores dos governos de Nicolás Maduro e de Cristina Kirchner. O senador menciona o testemunho crítico da deputada venezuelana María Corina sobre a situação de seu país. Tivesse convidado, como fez a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, aos Professores Gilberto Maringoni, Igor Fuser e ao economista do IPEA Pedro Barros, poderia ter uma opinião mais aprofundada e plural. Seria de perguntar-se porque o vigilante senador não ouviu, como lhe foi proposto, o deputado venezuelano Rodrigo Cabezas. Pergunto-me, igualmente, por que não teve ainda curso o convite que me foi feito para ir à Comissão do Senado, assim como o Embaixador do Brasil em Caracas, Rui Pereira.
Ricardo Ferraço utiliza informações a seu gosto. Desconhece a ação conjunta que os Governos do Brasil e da Bolívia têm desenvolvido nos últimos anos no combate ao narcotráfico. Prefere insultar o Presidente Evo Morales que deve seu mandato ao voto popular.
Sobram desinformação e insultos em suas declarações: à Presidenta, ao Ministro Figueiredo (chanceler de direito e não de fato, segundo ele) e ao Itamaraty, quando acusa a instituição de coagir diplomatas para seguir ao "bolivarianismo", sob pena de perder cargos e salários. Acusação grave, que só pode fazer impunemente quem se esconde sob o manto da imunidade parlamentar.
Já que o "comunismo" deixou de ser fantasma, como nos tempos da Guerra Fria, Ferraço levanta como novo espantalho o "bolivarianismo", que não explica o que é.
O que venha a ser o bolivarianismo, é evidente que se trata de um fenômeno com sabida particularidade histórica que não tem nenhuma influência, nem mesmo presença, no ambiente político-ideológico brasileiro.
É curioso que o Senador mencione os importantes debates organizados pelo Itamaraty para a preparação de um Livro Branco sobre a política externa brasileira – onde fez longa exposição na sessão de abertura – para tentar diminuir a figura respeitável do Ministro Figueiredo, que está realizando importante processo de reorganização do Ministério e de requalificação de nossa presença no mundo.
A prova do respeito que tivemos vis-à-vis a intervenção de Ferraço e a de tantos outros, está no fato de que a discutimos serenamente e, mesmo discrepando de alguns de seus conceitos, a levamos em conta como importante contribuição ao debate.
Entre os nostálgicos dos fracassados projetos de constituição de uma Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), virou moda a celebração da Aliança do Pacífico como contraponto ao MERCOSUL e a nossas concepções de integração continental.
Não há um "Tordesilhas do Século XXI", separando MERCOSUL da Aliança do Pacífico. Ao contrário, os dois blocos estão em processo de aproximação e, sem perder suas respectivas identidades, propõe-se fortalecer, num diálogo respeitoso, os grandes eixos de integração da região – a UNASUL e a Comunidade de Nações Latino-Americanas e do Caribe (CELAC).
Finalmente, já está passando a hora de desmistificar supostos exercícios teórico- políticos, em nome dos quais se pretende desqualificar a atual política externa como "de Governo" e não "de Estado". Essa diferenciação tem sido utilizada nos últimos tempos por aqueles que buscam aprisionar políticas públicas – na economia, na defesa e também nas relações exteriores – a cânones conservadores, forjados no passado, no contexto de uma outra realidade nacional e mundial e de uma distinta correlação de forças sociais e políticas.
O interesse nacional que alguns gostam tanto de citar para justificar posições político-partidárias não é fruto de mentes supostamente iluminadas. É, antes, expressão da vontade geral e esta, em uma democracia, resulta da expressão popular que as urnas periodicamente recolhem.
O resto é apagão.
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Nota PRA: 
Alguns comentários são reveladores do estado do "debate" no Brasil atual. Eram 72 até o momento da leitura desta postagem. Provavelmente vão aumentar. Quem desejar pode percorrer todos neste link: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/145484/Garcia-rebate-Ferra%C3%A7o-desinforma%C3%A7%C3%A3o-e-insultos.htm
Transcrevo apenas os mais recentes: 

COMENTÁRIOS

72 comentários em "Garcia rebate Ferraço: "desinformação e insultos""
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dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

  1. Ramalho 3.07.2014 às 10:18
    Canalhice, ignorância histórica e desconhecimento dos fatos explicam a demonização do bolivarianismo. Bolívar é herói das independências de vários países sul-americanos por ter ajudado a retirá-los do jugo espanhol, a Espanha era o colonizador de outrora. Bolívar, porém, teve sorte, viveu em um período em que não havia testas de ferro de colonizadores, os maus não se camuflavam. Hoje, a canalhice não tem limites e os quintas-colunas, testas de ferro dos colonizadores modernos, dissimulam seus interesses e intenções, e Ferraço é um destes. O Bolivarianismo (passo agora a iniciá-lo por maiúscula em razão de sua importância) inspira-se em Bolívar. Tem por propósito livrar a América do Sul do jugo dos impérios modernos, a exemplo do que Bolívar fez no passado. O que há de errado nisso? Nada, ao contrário, isso é bom para a América do Sul e para o Brasil, em particular. Então, qual mal o Bolivarinismo fez ao Brasil? Nenhum. Pois é, qual a razão do ódio e ofensas de Ferraço por causa da política externa brasileira? É uma boa questão. Será que Ferraço é contra a independência da América do Sul e do Brasil? Será que deseja que sejamos maus vizinhos, voltando as costas à Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador? Se não for, parece, e muito. Tudo leva a crer que Ferraço é um quinta-coluna infiltrado no Senado que opera contra o Brasil e contra a América do Sul, o que, convenhamos, é uma vergonha.
  2. Samuel dos santos rocha 3.07.2014 às 09:09
    esse e do es nunca trabalhou na vida filho da direita e neto da ditadura e ex dem estou aguardando ele na proxima eleiçao
  3. Buca Dantas 3.07.2014 às 07:18
    aos poucos vamos desmoralizando essa canalha direitosa subserviente e ignorante (apesar do letramento). À falta de votos só lhes resta a verborragia. Mas só por umas 2 gerações a mais, porque seus argumentos de ódio encontram cada vez menos gente que lhes dê a menor atenção.
  4. ronaldo 3.07.2014 às 05:21
    Garcia nada sabe de Constituição, e acredito mesmo que não esteja interessado nisto, pois é ativista comunista que vivia no lado oriental do muro de Berlim e aposta no bolivarianismo. Não aprendeu democracia. Se quiser aprender, é só ver este vídeo do eminente Ives Gandra Martins sobre o processo em andamento.. https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/146e06450e43d1d8?projector=1
  5. sergio 3.07.2014 às 02:07
    Só faltou o turbante na foto do Ferraço, quem é este elemento? Será o novo informante da Veja.
  6. sergio 3.07.2014 às 02:04
    Quem é este elemento, Ferraço, metido a cartomante. Será que ele ao menos sabe onde fica a Argentina e e a Venezuela. Bom se saiu na Veja ..... é pura perca de tempo.
  7. TOC TOC TOC 3.07.2014 às 00:56
    Ta explicado o mau-halito do toc toc. E' a merda evaporando pela boca.
  8. Marcela Cadela 2.07.2014 às 23:31
    Marcela é um direitista estúpida, uma das piores comentaristas do 247, está aqui só para falar besteiras e denegrir qualquer um da esquerda democrática eleita pelo voto popular. É uma viúva do golpe de 64. Deveria recolher-se a sua insignificância de subnitrato de pó de peido.
  9. Ferraço? Quem? 2.07.2014 às 23:26
    Quem é Ferraço? Quais são seus projetos? O Que ele já fez pelo Brasil? Absolutamente nada. Um zero absoluto. Tá querendo levar um Ferraço? Vote nele.
  10. marcela 2.07.2014 às 23:26
    Marco Aurélio Garcia seguramente é um dos petistas mais retrógrados e sectários ! Parou no tempo, venera Fidel e acredita que Cuba é um paraíso socialista. Venezuela e Argentina só não são ditaduras plenas, porque suas populações resistem bravamente ... só mesmo a esquerda brasileira mofada, bolorenta defende os tiranetes que governam esses países.


O Stalin sem Gulag volta ao Comite Central: da Papuda para o mundo...

Esses 2.000 reais mensais que o advogado amigão vai pagar ao chefe da quadrilha não são bem uma despesa, eles são mais um investimento com retorno garantido, algo assim como uma debênture da firma semi-clandestina e de menu variado, mais conhecida como Patifarias Ilimitadas, mas se trata, obviamente de uma modalidade de negócios sob a forma de Companhia Limitada (embora o escopo seja realmente ilimitado).
Paulo Roberto de Almeida 

Mensalão

O novo escritório de Dirceu fora da cadeia

Ex-chefe do mensalão deixará a prisão pela primeira vez desde novembro do ano passado para trabalhar em um escritório de advocacia em Brasília

Laryssa Borges, de Brasília
Veja.com, 2/07/2014
O ex-ministro José Dirceu no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) em Brasília, nesta quarta-feira (02)
NOVA ROTINA – O ex-ministro José Dirceu é transferido para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) em Brasília, nesta quarta-feira (2) (Ed Ferreira/Estadão Conteúdo)
Nesta quinta-feira, às 8 horas, o detento 95.413 deverá deixar o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Distrito Federal, pela primeira vez para trabalhar do lado de fora do presídio desde que se entregou no dia 15 de novembro de 2013. O ex-ministro José Dirceucomeçará a prestar serviço no escritório do advogado e amigo José Gerardo Grossi, em Brasília. No local, ficará em uma sala isolada dos demais advogados e visitantes, sem acesso à internet nem telefonemas. Foram essas as garantias que Grossi deu à Justiça para empregar o chefe do mensalão como auxiliar administrativo e salário de 2.100 reais mensais.

"Não é possível ele ter acesso à internet porque ele não pode. Telefonemas livres também não estão autorizados. Nada disso pode", disse Grossi ao site de VEJA. "Se um deputado, um senador ou um ministro quiser visitar, peça à juíza da Vara de Execução para fazer essa visita, e a juíza dá ou não dá. Se alguém aparecer sem autorização, não vai ser recebida."
Na véspera da chegada de Dirceu, Grossi diz que já está tudo pronto para recebê-lo e afasta a tese do ex-relator do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, segundo quem o emprego ao petista é uma mera "action de complaisance entre copains" – uma camaradagem entre velhos companheiros.
Com vista para o prédio do Banco Central, Dirceu terá uma sala própria, com piso de madeira e janela ampla no escritório, localizado no nono andar de um edifício no Setor Bancário Sul, na região central de Brasília. Segundo Grossi, sua tarefa será colocar em ordem o fichário – ainda não digitalizado – do criminalista e fará uma espécie de inventário do acervo de cerca de 2.000 livros. As tarefas ainda não estão completamente definidas. “Vou conversar com ele e ver o que é mais prático para fazer”, disse Grossi.
“Temos livros espalhados em várias salas. Não há uma biblioteca, mas várias prateleiras de livros em vários lugares. Ele vai ter que conferir. Quando chegar um livro, ele vai pegar um fichário que eu tenho, que ainda é manual, e fazer uma conferência sobre se o que está catalogado no fichário corresponde à realidade de todos os livros do escritório. Depois deve colocar no sistema de computação”, afirmou Grossi. 
Autointitulado “amigo há mais de 20 anos” do petista, Grossi visitou Dirceu na prisão no começo do ano para lhe oferecer emprego. Antes, o ex-ministro havia apresentado uma proposta de trabalho para ganhar 20.000 reais mensais como gerente de um hotel em Brasília – desistiu, depois da revelação que o hotel estava em nome de um laranja. Dirceu aceitou a proposta de Grossi. Além de passar pelo menos oito horas longe da cela de segunda a sexta-feira, poderá abater um dia de pena a cada três de trabalho, conforme determina a Lei de Execução Penal. Mas esbarrava, até a semana passada, na resistência do então relator do mensalão e presidente do Supremo,. Joaquim Barbosa, que deixou o caso neste mês. Com a saída de Barbosa da relatoria, o caso foi analisado pelo plenário da corte, que decidiu autorizar os condenados em regime semiaberto, como Dirceu, a trabalhar antes de cumprir um sexto da pena.
Advogado há cerca de 60 anos, o novo patrão de Dirceu afirma que a atuação do mensaleiro como auxiliar no escritório deverá ser “discreta, discretíssima”. “Não é a minha ideia deixar livre acesso a todos no escritório. Pretendo que seja uma coisa muito discreta”, afirmou. “Pelo menos agora eu prefiro que ele não se intrometa em nada que diga respeito diretamente ao exercício da advocacia. Somos cinco advogados aqui e isso basta. Ele vai atuar na área administrativa."
Grossi participou de palestras na Vara de Execuções Penais (VEP) sobre como empregar um condenado e já avisou que Dirceu terá de se revezar com os demais integrantes do escritório nas duas horas disponíveis para almoço. O mensaleiro deixará o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), para onde foi transferido nesta quarta-feira, pouco antes das 8 horas da manhã e retornará para dormir na cadeia após o fim do expediente, às 18 horas.
No início do ano, o analista judiciário e psicólogo Vicente Moragas e o assistente social Alexandre Pereira fizeram uma vistoria, a pedido da Vara de Execuções Penais, no escritório de Grossi. Observaram as salas no nono andar do prédio, mas não houve questionamentos sobre a segurança do edifício. Em sua cela na prisão, Dirceu recebeu diversas visitas de políticos e petistas. A romaria foi classificada como privilégio pelo Ministério Público. Nesta quarta-feira, Grossi foi assertivo sobre o tema: "Se uma pessoa for ao escritório falar com o Dirceu, qualquer pessoa do escritório está orientada a dizer ‘não, peça autorização para a juíza da Vara para vir aqui e ter essa conversa’". É o que a Justiça espera.