O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Petrolao mafioso do Partido Totalitario: mais registros

Apenas documentação para a história, digamos assim. 
PRA

Petrolão: novas delações podem levar Lula à cadeia e Dilma ao impeachment 

corrupcao

Reportagem da revista Veja do último fim de semana evidencia o propósito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, em sua nova fase. O objetivo da força-tarefa comandada pelo juiz federal Sergio Moro é obter elementos para a eventual prisão do ex-presidente Lula e o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com a reportagem, assinada pelos jornalistas Rodrigo Rangel, Robson Bonin e Bela Megalle, o juiz Moro corre para soltar até março as primeiras sentenças de prisão dos empreiteiros que estão reclusos preventivamente há quase três meses no Paraná.

Uma vez condenados, eles terão mais dificuldades para recorrer em liberdade e poderão passar vários anos atrás das grades – uma ameaça velada que tem sido repetida no cárcere paranaense. Nesse ambiente de terror, a aposta é que alguns empreiteiros farão delações premiadas. E o objetivo dos investigadores é chegar ao ex-presidente Lula e também a Dilma Rousseff.

Por isso mesmo, um dos focos é tentar obter uma delação premiada da empreiteira baiana OAS, tida pela força-tarefa da Lava Jato como uma das mais próximas ao ex-presidente Lula.

A reportagem relata desabafos de personagens como José Adelmário Pinheiro, o principal executivo da empreiteira, e de Agenor Medeiros, seu diretor internacional. No entanto, aponta que o personagem escolhido pela OAS para fazer sua delação premiada é Ricardo Breghirolli, que seria o "homem da mala" da OAS.

A mesma reportagem também cita o caso da prisão de José Sócrates, ex-primeiro-ministro português, evidenciando que o objetivo é constranger o ex-presidente Lula, que é também pré-candidato do PT à presidência da República em 2018.

Em outra frente, aposta-se também na delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, acionista da UTC Engenharia. Neste caso, com o propósito de atingir a presidente Dilma Rousseff. Segundo o texto, Pessoa estaria estudando vincular doações oficiais à campanha de 2014 a empréstimos oficiais. De acordo com a reportagem, o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, teria sinalizado que faria um financiamento a uma empresa do grupo, mas alertou que Pessoa seria visitado logo depois por Edinho Silva, tesoureiro do PT – Coutinho nega.

A revista também relata que o jurista Ives Gandra Martins foi contratado por um pool de empreiteiras para produzir um parecer em que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Gandra diz ter sido contratado por um advogado amigo.

A mesma reportagem também envolve o ex-ministro Antonio Palocci. O motivo é a atuação de Juscelino Dourado, um dos seus braços direitos, na empresa Estre Ambiental, controlada pelo BTG Pactual, que, segundo Paulo Roberto Costa, também teria pago propina a ele. O clima esquenta e os novos alvos da Lava Jato são Lula e Dilma. (brasil 247.com).

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Ricardo Setti, 03/02/2015

 às 16:24 \ Política & Cia

Onde estão as entidades que sempre se levantaram contra barbaridades de governos anteriores? Onde estão a OAB, a ABI, a CNBB?

(Foto: Arquivo Nacional)

Em 1968, estudantes se uniram contra a repressão; onde estão eles agora? O articulista não comentou este aspecto, mas eu comento: a UNE é um quintal do governo lulopetista, e os picaretas que a comandam não representam nada nem ninguém. Mandam na entidade sem eleição direta, à forma stalinista (Foto: Arquivo Nacional)

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR

Antigamente, a rapina ao patrimônio público era ação de indivíduos, solitária ou em pequenas quadrilhas. Hoje, é sistêmica e se dá na casa dos bilhões

Artigo de Ruy Fabiano publicado no jornal O Globo

ruy_fabiano_1A ruína do projeto político do PT – e o governo Dilma é sua mais eloquente síntese e tradução – dá-se em meio ao silêncio de entidades da sociedade civil, que, ao longo da história contemporânea, tiveram amplo protagonismo na cena pública.

Onde estão a OAB, a ABI, a UNE e a CNBB, entre outras siglas que se associaram à história da reação popular aos maus governantes? – eis a pergunta que não quer calar.

No momento em que a corrupção sistematizada, comandada de dentro do Estado, apresenta sua conta — Mensalão, quebra da Petrobras, violação da Lei de Responsabilidade Fiscal, falência da economia —, é no mínimo ensurdecedor o silêncio de quem sempre soube falar tão alto em momentos de crise e de má governança.

O final do governo militar deveu-se a uma conjunção de fatores, que se resumem na falência de seu modelo econômico e na falta de representatividade de seu modelo político.

Foram essas entidades que romperam a mordaça da repressão, articularam a sociedade e levaram às ruas o “basta” da população. Exerceram, naquela oportunidade, uma vigilância cívica decisiva para que o país se reencontrasse com a democracia.

Mas essa vigilância, que prosseguiu nos primeiros governos civis – os de Sarney, Collor, Itamar e FHC -, começou a minguar até desaparecer por completo desde a posse de Lula, festejada por elas como se o país, enfim, tivesse chegado ao Paraíso.

O que se constata é que, a exemplo do que aconteceu com o próprio Estado brasileiro, essas entidades foram mutiladas na sua essência. Transformaram-se em células partidárias, corresponsáveis pelo projeto político em curso, de índole revolucionária.

A lógica revolucionária, como se sabe, é a da ruptura, que começa por dividir a sociedade e a colocá-la em conflito. Promove o caos e depois acena com a ordem totalitária para consertar o que ela mesmo quebrou. O país está em meio a esse processo.

O projeto do PT postula uma “sociedade hegemônica”, que é o avesso de uma sociedade democrática, em que o poder se alterna entre os diversos partidos que se organizam para exercê-lo. Numa sociedade de pensamento único, não cabe a liberdade de imprensa, o que explica a obsessão petista por controlar a mídia.

Esse projeto de poder, gestado no Foro de São Paulo – entidade criada por Lula e Fidel Castro em 1990, para reunir as esquerdas do continente em torno de um projeto único de poder, a Grande Pátria -, já está em estágio mais avançado em países vizinhos, menos complexos que o Brasil.

Temos então a oportunidade de contemplar etapas pelas quais ainda não passamos, mas que, mantidas as ações em curso, fatalmente passaremos. E isso explica as dimensões estratosféricas da rapina petista ao Estado brasileiro.

Não foi o PT que inventou a corrupção, mas nada nem ninguém a elevou ao patamar em que se encontra. E o que temos corresponde apenas a um início de devassa numa única estatal. Como disse Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, o que lá se fez também se fez nas demais estatais, ainda não investigadas.

Antigamente, a rapina ao patrimônio público era ação de indivíduos, solitária ou em pequenas quadrilhas. Hoje, é sistêmica e se dá na casa dos bilhões. Para onde foi esse dinheiro, que se tem por irrecuperável? Se só um gerente, Pedro Barusco, braço direito do Renato Duque, operador do PT na estatal (e que está solto), se dispôs a devolver 100 milhões de dólares, quanto está em jogo?

Privatizar a Petralhabras: a unica solucao para salvar a Petrobras -Rubem Novaes

Clarao que não vai ocorrer e não apenas porque o governo é estúpido, mas é que os chefes da quadrilha não podem permitir, pous do contrário se revelaria toda a extensão dos seus crimes. 
Paulo Roberto de Almeida

A Petrobras é do Povo
Nada é mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou“. (Victor Hugo).
Petrobras: edifício-sede no Rio de Janeiro
Petrobras: edifício-sede no Rio
d
É sabido que não bastam a correção e a qualidade de uma proposta para que esta encontre respaldo político para sua materialização. Quem quer que, até bem pouco tempo, falasse em privatizar a Petrobras no ambiente parlamentar, por exemplo, seria recebido com desdém, senão com repulsa, pela quase totalidade dos congressistas. Agora, entretanto, diante dos descalabros havidos na administração da empresa durante os últimos governos, esta não é mais a realidade. Administração pública da Petrobras passou a ser sinônimo de incompetência gerencial e corrupção desenfreada em proveito de um projeto de poder. A população clama por fortes mudanças, embora sem saber bem o rumo a seguir.
Pois bem, em 30/01, o Fórum do “Estadão” publicou sintética proposta minha de privatização de seguinte teor: “A Petrobras transformou-se num monumental abacaxi para a União e para o BNDES, seus grandes acionistas. A União provavelmente terá de honrar parcela de suas dívidas e recursos terão de ser injetados na empresa para o cumprimento de obrigações financeiras e de investimentos. É chegada a hora, portanto, de promover a privatização da empresa, transferindo, gratuitamente, todas as ações em poder do setor público para o povo brasileiro, com base nos CPFs devidamente habilitados. O mercado se encarregaria, com o correr do tempo, de definir uma nova estrutura de controle, livre da ingerência e ganância de nossos governantes de plantão. Uma expressiva valorização das ações da empresa seria decorrência natural do processo de privatização. É óbvio que a proposta não é de fácil nem de imediata implementação, mas deve ser encampada como um objetivo a ser alcançado no médio prazo, após afastados impedimentos legais e financeiros.”
Como era de se esperar, surgiram críticas respeitáveis, muitas delas dirigidas ao aspecto da gratuidade embutida na proposta de transferência das ações ao público. É certo que a doação para todos os detentores de CPFs visa a conquista de apoios políticos e poderia ser substituída por venda em leilão. Mas é importante lembrar que não se deve tomar o Estado como algo acima dos cidadãos, possuidor de vontade e independência próprias. O Estado – União, Estados e Municípios – nada mais é que um meio para realizar objetivos colimados pela população. Seus direitos e obrigações são de segunda ordem, derivados de um poder popular que se consubstancia no voto e no pagamento de impostos financiadores das despesas públicas. Quando governantes gastam, com muita propriedade diz-se que o dinheiro sai do meu, do seu, do nosso bolso. Quando governantes roubam, o dinheiro também sai do meu, do seu, do nosso. E é isso mesmo. O Estado é apenas uma ficção jurídica que nos representa. Nós, cidadãos contribuintes, é que somos a realidade. Assim sendo, já que nós cidadãos-contribuintes não estamos satisfeitos com a administração da Petrobras através da União, que, simplesmente, nos devolvam as ações para que se encontre um rumo melhor para a empresa.
Outro questionamento está ligado à desorganização e riscos que poderiam advir da estrutura pulverizada de controle decorrente da distribuição de ações por CPFs. Alega-se que as ações poderiam acabar em mãos indesejáveis de pessoas ou instituições mais próximas às camadas menos informadas da população. Igrejas populares e Partidos políticos com boa capilaridade teriam vantagens em “raspar” as ações por preços muito baixos e, certamente, direta ou indiretamente, não seriam bons gestores da Petrobras.
Ora, não será desta forma que uma nova estrutura de controle será formada. De início, é verdade que alguns blocos de ação surgirão do trabalho de profissionais do mercado que se disporão à tarefa de mascates, correndo o país e convencendo instituições, tipo Igrejas, a colaborar na sua lida. Mas as etapas realmente importantes surgirão quando, em leilões transparentes em Bolsa de Valores, surgirem grupos capazes de bem administrar a empresa explicitando propostas de compra. Em suma, pouco importa a distribuição inicial das ações na conformação final dos novos controladores. Desde que não existam restrições à livre negociação de ações, é possível prever que, ao cabo, estejam no controle aqueles dispostos a pagar o melhor preço. E estes, normalmente, são os capazes de obter os melhores resultados para a empresa.
Contestadas, então, as críticas mais importantes, cabe dizer apenas que esta nota (e a proposta nela contida) não tem qualquer pretensão de originalidade. Brasileiros ilustres, como Eugênio Gudin e Roberto Campos, mostraram, por muitas décadas, os malefícios do monopólio estatal e a conveniência da privatização da Petrobras. Mais recentemente, Rodrigo Constantino, em seu livro “Privatize Já”, voltou ao tema, acrescentando importantes argumentos ao assunto. Que sirva então de mais um carvãozinho nesta fogueira que se transforma em incêndio, na medida em que novas revelações são feitas sobre o “petrolão”.

Politica economica companheira: incompetencia maior que o esperado - Alexandre Schwartsman

Quando a gente espera alguma coisa ruim dos companheiros (e não tem porque esperar qualquer coisa boa, pois a incompetência deles é sempre maior do que a nossa percepção), sempre vem coisa muito mais pior, como diria o chefe da quadrilha. Inacreditável como eles conseguem ser muito mais piores do que o jamais imaginado por qualquer um de nós (e nisso não excluo sequer os presidentes do BC e do BNDES, aparentemente os únicos que sabem economia nessa patota toda, mas que no caso são totalmente subservientes à incompetência abissal da chefe).
Paulo Roberto de Almeida 
Sai da frente!
O Brasil registrou em 2014 o maior déficit externo desde 1947, quando começamos a compilar estas estatísticas, US$ 90,9 bilhões, o equivalente a 4,2% do PIB. Embora o número em si não tenha sido surpreendente (dado que já conhecíamos os dados até novembro), impressionam a velocidade de deterioração das contas externas e, principalmente, as condições sob as quais esta se deu.

Até o terceiro trimestre do ano passado parecíamos nos encaminhar para um resultado ainda negativo, mas na casa de US$ 80-85 bilhões (3,5% do PIB), não muito distinto do observado em 2013; o péssimo desempenho da balança comercial no fim do ano, contudo, nos levou ao novo recorde, mais uma marca do fracasso extraordinário da “nova matriz macroeconômica”.

Não necessariamente pelo déficit externo em si. Há economias que, em momentos de crescimento elevado, marcado pela aceleração do investimento, precisam recorrer ao resto do mundo de modo a obter os recursos necessários para uma expansão mais veloz. Concretamente, para aumentar o investimento sem sacrificar demasiadamente o consumo, pode ser ótimo incorrer em déficits modestos, a serem pagos pelos frutos do aumento da produtividade que decorrem deste investimento.

Deve, porém, ficar claro que não se trata do que ocorreu no Brasil. O aumento do déficit externo não esteve associado ao investimento mais elevado. Pelo contrário, o investimento até setembro do ano passado havia caído nada menos do que 7,5% na comparação com 2013, recuando para 17,3% do PIB, o nível mais baixo desde 2007. 

Já o consumo, seja das famílias, seja do governo, cresceu 1,4% no período até setembro, reduzindo a poupança bruta de 14,0% para apenas 12,8% do PIB, o menor nível dos últimos 15 anos. Este padrão não é exclusivo de 2014; o consumo total tem crescido à frente do PIB desde 2011, reflexo tanto da política de estímulo ao consumo privado quanto da expansão persistente do consumo público.

A verdade é que o país conseguiu a proeza de registrar o maior déficit da sua história em um ano em que o crescimento do PIB e da demanda interna deve ter ficado próximo a zero. Esta combinação sugere que a maciça intervenção do BC, expressa na venda de cerca de US$ 110 bilhões no mercado de câmbio a partir de meados de 2013, tem impedido que o dólar ache um nível consistente com o equilíbrio das contas externas.

Muito embora o BC continue a afirmar que sua política de intervenção visa a moderar a volatilidade da moeda, é segredo de Polichinelo que, na verdade, esta foi usada com o objetivo de reduzir as pressões sobre a inflação. Ao invés de utilizar os instrumentos clássicos de controle inflacionário, a taxa de juros e o corte do gasto público, o governo preferiu um caminho fácil e o BC seguiu a mesma toada. 

Não há, portanto, como eximir o BC da responsabilidade pela piora das contas externas. Tivesse ele desempenhado o papel que lhe cabe e mantido a inflação próxima à meta, teríamos plenas condições de permitir que a moeda flutuasse em resposta a alterações no cenário externo com impactos modestos sobre preços domésticos.

Contudo, ao permitir que a inflação ficasse distante da meta e persistentemente ao redor de 6%, o BC caiu em sua própria armadilha. Não pôde permitir que o dólar se encarecesse como seria necessário em face da queda dos preços das commodities e, por consequências, das exportações brasileiras, na prática fechando uma válvula de escape crucial da economia.

Seria de se esperar que a experiência tivesse mostrado os perigos da administração da taxa de câmbio. Não parece ser o caso: embora o BC tenha há pouco sinalizado menores intervenções no mercado, não parece disposto a abandonar este instrumento, pelo contrário. 


Esta postura apenas torna mais difícil a recuperação da economia num ano em que a demanda doméstica deve perder ainda mais o fôlego. Já passou da hora de sair da frente do dólar.



(Publicado 28/Jan/2015)

Petrolao do Partido Totalitario: a unica explicacao para a corrupcao naPetrobras - Reinaldo Azevedo

Vamos ser absolutamente claros: pode até ter havido algum por fora para alimentar ganâncias e conscupicências individuais, mas o grosso, a quase totalidade, o esquema essencial da imensa roubalheira que ocorreu na Petralhabras -- e deve ter ocorrido e estar ocorrendo em outras -- só existiu porque temos um partido mafioso, totalitário, abjeto, no poder, e que pretende nele se manter por todos os meios.
Qualquer outra "explicação" do MPF sobre um cartel de empresas malvadas seria falho e um embuste. Acho fui claro.
Paulo Roberto de Almeida
É possível que, até agora, eu não tenha me feito entender, mas eu sou mais chatinho do que o Pequeno Príncipe, e jamais desisto de uma questão. Então vamos ver.
Todas as ações penais que correm na 13ª Vara Federal de Curitiba estão atreladas a uma tese: as empreiteiras formaram um cartel para corromper “agentes públicos” na Petrobras. Os nomes dos políticos com mandato eventualmente envolvidos nas falcatruas são enviados ao Supremo Tribunal Federal pelo Ministério Público.
Infiro, prestem atenção!, que parte considerável do PT — e o núcleo ligado à presidente Dilma em particular — está satisfeito com essa, digamos, divisão. Não se fala nome de político com mandato na presença do juiz Sérgio Moro. Isso é para outra instância. Estes chegam ao Supremo pelas mãos do MP.
Parece que o juiz e o MP se atribuíram uma missão: “Aqui, nós vamos punir os corruptores da Petrobras”. Tudo indica que o objetivo é manter os empresários presos até que admitam o crime de cartel. Se isso acontecer, então Justiça e Ministério Público dão por cumprida a sua missão.
Qual é o problema dessa tese? Ela favorece, obviamente, os políticos larápios. Sim, talvez o Supremo se encarregue deles, vamos ver, mas estará consolidada uma farsa monumental: a de que as empreiteiras cometeram crimes que não estavam necessariamente conectados com a política. E isso simplesmente não aconteceu.
A tese do “cartel”, diga-se, é um tanto cediça. Se existia, por que as empresas negociavam caso a caso com a quadrilha? Esse dito cartel, ou o que tenha existido, poderia ter operado sem os políticos na outra ponta — e sem um grupo político em particular: o PT?
Resta evidente, a esta altura, que, no meio da sem-vergonhice, houve de tudo: caixa dois de campanha, roubalheira pura e simples, ladrão roubando ladrão… Sabem como é… Ocorre que o que se dava na Petrobras era uma das pontas de um projeto de poder. E, tudo o mais constante, as coisas caminham para uma outra conclusão: um grupo de empreiteiros gananciosos resolveu usar a estatal para maximizar lucros, corrompendo agentes públicos. Com todo respeito, é história da carochinha.
Qual é o outro problema dessa leitura? Ignora-se a natureza do jogo. Já chamei aqui a atenção para este risco e o faço de novo: está começando a se perder de vista a evidência de que havia — ou há — uma inteligência política no gigantesco esquema de fraude que operava na Petrobras e, infiro a exemplo de qualquer pessoa razoável, em outras áreas também.
Dada a forma como as coisas caminham até aqui, quem ainda acaba livrando a cara no fim da história é o PT. Insisto: é pura fantasia — se não for condução da investigação — a suposição de que se pode separar a ação das empreiteiras do esquema político ao qual elas serviam — e, sim, do qual se serviam.
Se os delatores e testemunhas estivessem dando nome e sobrenome de políticos, é possível que tudo tivesse de ser enviado ao Supremo, mas a narrativa seria mais compatível com a realidade.
É preciso tomar cuidado para que, nesse caso, o dito rigor de Moro e do MP, que tanto encanta a imprensa, não acabe servindo à impunidade de… petistas. 

Corrupcao: da PT para o PT, com todo carinho - Augusto Nunes

Essa histöria já tinha circulado anteriormente. A novidade agira é que o Ministério público português está oficialmente investigando a transação. Talvez seja o primeiro com as digitais pessoais do chefe da quadrilha.
Paulo Roberto de Almeida

04/02/2015

 às 16:18 \ O País quer Saber

Marcos Valério volta a assombrar Lula com uma propina de 2,6 milhões de euros

Além do mensalão, do petrolão e da chanchada pornopolítica que transformou em celebridade a segunda-dama Rose Noronha, fora o resto, outro caso de polícia de grosso calibre ronda o prontuário de Lula ─ e ajuda a explicar o longo período de mudez que se impôs o ex-presidente. No fim de janeiro, a imprensa portuguesa noticiou que o Ministério Público daquele país investiga a denúncia feita pelo publicitário Marcos Valério: o Partido dos Trabalhadores recebeu 2,6 milhões de euros da Portugal Telecom (veja o vídeo abaixo).

Em 9 de janeiro deste ano, o executivo Miguel Horta e Costa, ex-presidente da empresa de telefonia, foi interrogado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Investigado do lado de lá do Atlântico por corrupção em transações internacionais, Costa também entrou na mira de um inquérito conduzido pela Polícia Federal brasileira. A história começou a ser apurada em 2012, depois que Marcos Valério, condenado a mais de 37 anos de cadeia por ter exercido informalmente o cargo de diretor financeiro da quadrilha do mensalão, denunciou o pagamento feito ao PT durante o governo Lula.

Em troca, a Portugal Telecom teria facilitada a compra da Telemig, operadora telefônica baseada em Minas Gerais. Segundo Valério, a propina foi negociada diretamente com o então presidente brasileiro. O dinheiro teria sido transferido por meio de uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, a publicitários brasileiros que trabalharam em campanhas eleitorais do PT. Como sempre, Lula vai jurar que não sabe de nada.

Relacoes Internacionais na academia: no Brasil e nos EUA: pesquisas sobre ensino no Brasil e sobre as melhores nos EUA

Em 2014, participei de uma pesquisa sobre o ensino de RI no Brasil. A despeito de não estar exatamente nesse terreno, ou nesse tipo de Faculdade (uma vez que sou professor de Economia Política em cursos de mestrado e doutorado em Direito), fui convidado e aceitei responder às questões. Acabo de receber agora o agradecimento dos arquitetos da pesquisa, que me enviam a informação sobre a sua publicação:

2014 TRIP International Relations Survey Results
Dear Professor(a) Paulo Roberto de Almeida,
We are writing to let you know about the release of the 2014 Teaching, Research, and International Policy (TRIP) World Faculty Survey report. Today Foreign Policy released some of the highlights of our U.S. survey in their “View from the Ivory Tower” article available here: bit.ly/FPIRSurvey. In addition, we have made topline results for all countries available here: bit.ly/IRSurveyToplines
We would like to express our deep appreciation and gratitude to our respondents for their participation in our survey.
Please do not hesitate to contact us if you have any questions or concerns by sending an email to irsurvey@wm.edu. If you would like to join the discussion on Twitter, use #IRSurvey to let us know your thoughts.
Sincerely,
Susan Peterson, Michael Tierney, Daniel Maliniak, and Ryan Powers
College of William and Mary

Os resultados para o Brasil figuram neste link:
https://trip.wm.edu/reports/2014/rp_2014/index.php

Ao mesmo tempo a Foreign Policy apresenta os resultados da mesma pesquisa sobre os melhores cursos dessa área nos EUA, feitos pelos mesmos pesquisadores e organizados de outra forma pela revista. Como esperado, a revista considera que as universidades americanas selecionadas não são apenas as melhores do país, mas que elas são as melhores do mundo. Eles só fazem algumas modestas concessões para poucas universidades de outros países: para a Scieces-Po de Paris, para o Graduate Institute de Genebra, e para Oxford, Cambridge e a London School of Economics, da Grã-Bretanha:
http://foreignpolicy.com/2015/02/03/top-twenty-five-schools-international-relations/

The Best International Relations Schools in the World

U.S. scholars rank the top 25 IR programs for undergraduates, master's, and Ph.D.s.




The road to Washington is paved with elite educations. Indeed, for young people hoping to secure jobs in Foggy Bottom, on Pennsylvania Avenue, and elsewhere in the foreign-policy establishment, a key ingredient to success is often a diploma in international relations (IR) from one of America’s top universities. There are debates to be had about this model—how the pipeline can become more affordable, for instance, to ensure greater diversity among government hires. Scholars and policymakers alike rightly agree, however, that language skills, expertise about regions of the world, and other knowledge gleaned in the classroom make for a stronger, more effective corps of foreign-policy wonks. So which schools prepare students best?
The results of the 2014 Ivory Tower survey—a collaboration between Foreign Policy and the Teaching, Research, and International Policy (TRIP) project at the College of William & Mary—provide an insider’s guide. Responses from 1,615 IR scholars drawn from 1,375 U.S. colleges and universities determined rankings for the leading Ph.D., terminal master’s, and undergraduate programs in IR. (The scholars were asked to list the top five institutions in each category.) The survey also quizzed respondents about recent historical events and future policy challenges: Just how plausible is a U.S. war with China, for example, and who was the most effective secretary of state over the past 50 years? (Hint: Neither Condoleezza Rice nor John Kerry.)
All told, the Ivory Tower survey offers a window into how America’s top IR scholars see the world today—and which institutions are effectively nurturing future generations of thinkers and policymakers.

Top U.S. Undergraduate Institutions to Study International Relations

  • 1.Harvard University46.20%
  • 2.Princeton University39.14%
  • 3.Stanford University33.02%
  • 4.Georgetown University28.06%
  • 5.Columbia University24.37%
  • 6.University of Chicago19.62%
  • 7.Yale University18.67%
  • 8.George Washington University11.39%
  • 9.American University9.92%
  • 10.University of Michigan9.49%
  • 11.University of California—Berkeley8.54%
  • 12.Dartmouth College8.23%
  • 13.University of California—San Diego7.70%
  • 14.Tufts University7.07%
  • 15.Cornell University6.43%
  • 16.Johns Hopkins University6.12%
  • 17.Massachusetts Institute of Technology5.06%
  • 18.College of William & Mary4.54%
  • 19.Swarthmore College3.48%
  • 20.Williams College2.95%
  • 21.University of California—Los Angeles2.85%
  • 22.Brown University2.74%
  • 22.University of Virginia2.74%
  • 24.Ohio State University2.64%
  • 25.Duke University2.22%

Top Master's Programs for Policy Career in International Relations

  • 1.Georgetown University58.61%
  • 2.Johns Hopkins University47.76%
  • 3.Harvard University46.31%
  • 4.Princeton University33.33%
  • 5.Columbia University31.21%
  • 6.Tufts University29.08%
  • 7.George Washington University26.06%
  • 8.American University17.11%
  • 9.London School of Economics13.42%
  • 10.Stanford University5.37%
  • 11.University of Denver5.15%
  • 12.University of Chicago5.03%
  • 13.University of California—San Diego4.70%
  • 14.University of Oxford4.47%
  • 15.Yale University3.91%
  • 16.Syracuse University3.13%
  • 17.University of California—Berkeley2.57%
  • 18.University of Cambridge2.35%
  • 19.University of Pittsburgh1.79%
  • 20.Massachusetts Institute of Technology1.68%
  • 21.Monterey Institute of Int’l Studies1.45%
  • 21.Sciences Po—Paris1.45%
  • 21.University of Michigan1.45%
  • 24.Graduate Inst. of Int’l and Dev. Studies1.12%
  • 24.New York University1.12%
  • 24.Texas A&M University1.12%

Top Ph.D. Programs for Academic Career in International Relations

  • 1.Harvard University62.51%
  • 2.Princeton University53.17%
  • 3.Stanford University48.76%
  • 4.Columbia University32.44%
  • 5.Yale University21.80%
  • 6.University of Chicago21.37%
  • 7.University of California—San Diego16.00%
  • 8.University of Michigan15.68%
  • 9.Massachusetts Institute of Technology13.43%
  • 10.University of California—Berkeley12.03%
  • 11.University of Oxford8.59%
  • 12.Cornell University7.30%
  • 13.London School of Economics6.66%
  • 14.Ohio State University5.48%
  • 15.Georgetown University5.37%
  • 16.University of Cambridge4.51%
  • 17.Johns Hopkins University4.08%
  • 18.George Washington University3.22%
  • 19.New York University2.69%
  • 19.University of Wisconsin—Madison2.69%
  • 21.University of Minnesota2.26%
  • 22.American University2.15%
  • 22.Duke University2.15%
  • 22.University of Rochester2.15%
  • 25.University of California—Los Angeles2.04%

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Petrobras: uma candida nota sobre o seu rebaixamento pela Fitch

A companhia do Petrolão, outrora conhecida como Petrobras, orgulho dos companheiros (que a espoliaram sem dó), emitiu uma cândida nota em que fala do "potencial impacto das denúncias de corrupção". Como potencial impacto?
O rebaixamento já se deve exatamente ao imenso estrago que causaram os mafiosos do partido totalitário a essa companhia, que vai demorar muitos anos para voltar a ser o que era, antes das ratazanas petistas, e ainda pretendem falar em "potencial impacto"? Salafrários!
E a plataforma que ilustra esta nota? Foi superfaturada em quantos mil por cento?
Paulo Roberto de Almeida

Petrobraswww.petrobras.com.br/ri
Petrobras
Fitch revê classificação de risco da Petrobras
Rio de Janeiro, 04 de fevereiro de 2015 – Petróleo Brasileiro S.A. – A Petrobras comunica que a agência de classificação de risco Fitch anunciou a revisão do nível de risco (rating) da Petrobras de BBB para BBB-, mantendo a classificação em observação negativa. Com esta nota a Petrobras mantém sua classificação como Grau de Investimento.
Segundo a Fitch, essa revisão reflete o aumento da incerteza em relação à capacidade da Companhia de fazer os ajustes contábeis em seus ativos imobilizados a tempo, aumentando o risco de aceleração da dívida pelos credores.
Essa revisão também está relacionada ao potencial impacto das denúncias de corrupção no crescimento da produção, uma vez que o envolvimento de fornecedores pode afetar as negociações e a disponibilidade de equipamentos, atrasando a entrega das unidades de produção.
A Fitch afirma ainda que a classificação de risco da Petrobras continua a refletir o suporte do Governo Federal, seu acionista controlador, e sua importância estratégica para o Brasil. 

 

Argentina-China: eles so quelem complar aloz e petloleo? Humor pouco englacado da plesidente algentina...

O Blog World View do Washington Post comenta as tentativas canhestras de humor da presidente Cristina Kirchner, ou feitas em seu nome....
Paulo Roberto de Almeida

Argentina’s president sent out this strange, offensive, and frankly racist, tweet

The Washington Post, February 4 at 1:46 PM
The only thing worse than mocking an accent heard in another country is doing it publicly, via Twitter, when you're the president of Argentina, while you're in that other country on a high-stakes diplomatic visit.
Argentine President Cristina Fernandez de Kirchner made a strange attempt at humor Wednesday morning when she took to Twitter during a meeting with Chinese President Xi Jinping. Rather than chronicle the discussions, which were centered around the South American economy's need for foreign investment, Kirchner instead made light of the situation by poking fun at the Chinese accent.
"Vinieron solo por el aloz y petroleo," Kirchner wrote, replacing rs with ls in both instances. The English equivalent would look something like this: "Did they only come for lice and petloleum.Here's the full tweet, which, as you can see, has been eagerly retweeted and as of 12:30 p.m. still hadn't been deleted:
Kirchner, to be fair, did follow up with a half-apology, which blamed "ridiculousness" and "absurdity" for the need for humor. "If not, it's very, very toxic," it said.
But what Kirchner seems to misunderstand is that her sense of humor is questionable at best. It was in poor taste for her to mock an Asian accent, especially while sitting with the Chinese president, negotiating with him, no less, for money.
Argentina has been working with China to secure a currency swap, which will help Argentina boost its dwindling reserves. And that's on top of the billions Argentina already receives from China each year. Why make fun of the hand that feeds you? Who knows.
Kirchner's tasteless tweet comes on the heels of a separate and much more serious public relations problem. A leading prosecutor investigating the bombing of a Jewish Center in Argentina in 1994 turned up dead shortly after accusing the Argentine government of working to cover up the inquiry. Kirchner originally called the prosecutor's death a suicide before backtracking on her suggestion and saying instead that the death was part of a plot to undermine her government.
Kirchner's approval rating has fallen by seven points since November and now stands below 40 percent, according to a poll conducting Wednesday morning by Carlos Fara and Associates. It's hard to imagine this latest gaffe will help reverse that trend.
China welcomes Argentine president(1:13)
Argentine President Cristina Fernandez de Kirchner, who is in Beijing to bolster ties, attends a welcome ceremony hosted by her Chinese counterpart, Xi Jinping. (Reuters)
Roberto A. Ferdman is a reporter for Wonkblog covering food, economics, immigration and other things. He was previously a staff writer at Quartz.