O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Um seculo de mudancas na vida do Brasil e do mundo, nos anos 6... - Paulo Roberto de Almeida


Um século de mudanças na vida do Brasil e do mundo, nos anos 6...

Paulo Roberto de Almeida
Publicado em Mundorama (11/07/2016; ISSN: 2175-2052; link: http://www.mundorama.net/2016/07/11/um-seculo-de-mudancas-na-vida-do-brasil-e-do-mundo-nos-anos-6-por-paulo-roberto-de-almeida/). 
 
Vejamos, apenas como exercício intelectual de recapitulação improvisada, o que de importante ocorreu no Brasil e no mundo a cada década nos últimos cem anos:
1916: O Brasil de Venceslau Brás tenta superar as dificuldades criadas pelos fechamentos dos mercados para nossos produtos de exportação, em consequência da Grande Guerra que tinha tido início na Europa dois anos antes; Rui Barbosa pronuncia um importante discurso em Buenos Aires, sobre os modernos conceitos do direito internacional, no qual se refere à guerra que continuava na Europa, e que tinha se caracterizado pela violação da neutralidade belga pelo Império Alemão.
1926: Washington Luís é eleito para o governo federal, e tem como seu primeiro ministro da Fazenda Getúlio Vargas, que dá início a um novo processo de estabilização monetária baseada no padrão ouro, que vai durar até 1929. O mesmo tinha sido feito por Winston Churchill na Grã-Bretanha, no ano anterior, mas a uma taxa irrealista (a mesma de 1913, sem levar em conta a inflação do período), o que resulta numa grave recessão econômica, e numa greve geral em 1926. Keynes aproveitou o seu título de sucesso de 1919, contra as loucuras econômicas do tratado de Versalhes contra a Alemanha, para escrever, em 1925, The Economic Consequences of Mister Churchill, alertando contra a medida, que foi tomada.
1936: No Brasil começava a funcionar a Lei de Segurança Nacional, após a Intentona Comunista de novembro de 1935, e os comunistas que não foram presos, fugiram do país; vários participaram da Guerra Civil Espanhola, um ensaio geral para a grande guerra que começaria logo depois do seu término, três anos depois. Foram três anos de carnificina nos campos de batalha e de assassinatos políticos nas cidades, inclusive com a ativa de participação dos fascistas europeus (italianos e alemães) do lado de Franco, e dos comunistas pró-soviéticos do lado republicano.
1946: O mundo começa a se recuperar do mais devastador conflito militar em qualquer tempo, responsável pela morte de dezenas de milhões de pessoas, a maior parte civis inocentes e indefesos, na Europa e na Ásia; o Brasil, também ensaiou uma política econômica mais liberal, mas que é seguida rapidamente por um novo estrangulamento cambial, com introdução de novas restrições às importações desde o ano seguinte. O FMI e o Banco Mundial começam a funcionar, precariamente.
1956: Início do governo otimista de Juscelino Kubitschek no Brasil, com a pretensão de obter um rápido crescimento (“cinquenta anos em cinco”) a partir de um Plano de Metas que previa tudo, menos a construção de Brasília (que deu início à aceleração do processo inflacionário no Brasil); no mundo, ocorre a crise do Canal de Suez, a partir da nacionalização do canal pelo presidente Nasser, e uma tentativa por parte das duas principais potências europeias, França e Grã-Bretanha, de retornar ao status quo ante; EUA e URSS, surpreendentemente, apoiam o Egito, o que representa o começo do fim do mundo europeu, e de sua hegemonia mundial, que durava desde alguns séculos.
1966: Brasil se encaminha para o segundo ano do regime militar, que deveria ter encaminhado, depois do golpe contra Goulart em 1964, para as eleições presidenciais de 1965, canceladas, ao mesmo tempo em que todos os partidos foram dissolvidos, e tem início um novo período de reconstrução constitucional (a partir de 1967), com eleições indiretas para os principais cargos executivos; o mundo se aproxima do fim do regime de Bretton Woods, com a acumulação de centenas de milhões de dólares em parceiros dos EUA, que não mais estariam habilitados, a partir de 1971 (mas vários antes desse prazo), a trocar a moeda papel pelo seu equivalente em ouro, como prometido pelos EUA em 1944.
1976: O Brasil luta para estabilizar sua economia, depois do primeiro choque do petróleo, que representou não apenas uma triplicação da fatura petrolífera (o país importava perto de 80% do petróleo consumido), mas também uma nova aceleração inflacionária, inclusive porque o governo militar não interrompeu custosos programas de infraestrutura e o também custoso programa do álcool combustível. O mundo keynesiano veio abaixo, com a estagflação, o que não estava previsto na teoria, e todos os países enfrentam crises fiscais e monetárias, antecipando sobre as políticas econômicas de corte liberal que começariam a partir de 1979, com Margaret Thatcher, na Grã-Bretanha, e com Ronald Reagan nos EUA, durante os anos 1980. A esquerda começa a abusar do termo neoliberal, um fantasma que na verdade não aconteceu em nenhum lugar do mundo.
1986: o Brasil saiu do regime militar, mas não de um regime político disfuncional e perdulário, pois o governo Sarney dá início a uma sucessão de planos fracassados de “estabilização”, que todos elevam a inflação a patamares cada vez mais elevados (enquanto o processo constitucional promete maravilhas a todos, sem se perguntar quem iria pagar pela grande ilusão das bondades distribuídas pelo Estado). O socialismo real começa a ruir na sua pátria de origem e os satélites soviéticos passam das agitações aos tremores finais: seria o fim da História, se esta não se recusasse teimosamente em ser Hegeliana.
1996: O Plano Real entra no seu segundo ano de estabilização bem sucedida no Brasil, com a inflação convergindo, pela primeira vez em séculos, para patamares mais civilizados do que os conhecidos anteriormente; mas a valorização cambial e a perda de competitividade, ademais de uma insuficiente redução dos gastos públicos (ao contrário, eles continuaram aumentando continuamente, e novos impostos são criados), prenunciam novas crises pela frente, assim que os mercados financeiros entram em pânico com insolvências no México, na Ásia e na Rússia. O mundo se prepara para a “primeira crise financeira do século XXI”, como a designou o diretor-gerente do FMI, Michel Camdessus.
2006: O governo do “Nunca Antes”, iniciado três anos antes, já tinha se enrolado no esquema altamente corruptor do Parlamento, o do Mensalão, do qual se salva pela incompetência da “oposição”, que nunca existiu na verdade, e pela popularidade trazida pela bonança econômica chinesa e a esperteza do “Guia Genial dos Povos”. Com isso, ele obtém sua reeleição – graças à mudança constitucional efetuada dez anos antes pelo mais vaidoso presidente que jamais existiu na história política do Brasil – e continua com seus planos megalomaníacos. A política econômica já tinha começado a desandar com o “empoderamento” de uma chefe da Casa Civil protegida pelo chefão, mas absolutamente inepta em matéria econômica e totalmente submissa ao esquema corruptor do PT. O mundo retomou, por alguns anos, taxas de crescimento que nunca tinham sido vistas desde o primeiro choque do petróleo, criando super-bolhas nos mercados imobiliário e bancário dos EUA, a partir de 2007, que redundaram na crise internacional a partir de 2008, com efeitos mundiais nos anos seguintes. Países emergentes, a começar pela China e pela Índia, conhecem taxas dinâmicas de crescimento durante esses anos, mas o Brasil começa um processo de Grande Destruição econômica, que se manifestaria plenamente a partir de 2011.
2016: Finalmente, depois de longa agonia, ocorre a derrocada do governo lulopetista, mas não ainda o desaparecimento de seus efeitos nefastos sobre a política e a economia brasileira, e ainda mais sobre as mentalidades: o Brasil aparece como um país dividido, e com pouca capacidade política – e ainda menos estadistas – para superar a sua mais grave crise – econômica, política, moral, institucional – de toda a sua história. O mundo continua numa fase de baixo crescimento, agora agravada pela anunciada saída da Grã-Bretanha da União Europeia (uma grande trapalhada do Partido Conservador). Franceses e italianos continuam incapazes de empreender reformas substanciais, e os chineses começam a comprar seus ativos mais preciosos (como revelado pela aquisição do clube de futebol Milan). Mas a Eurocopa ainda é um sucesso mundial, aliás uma Copa do Mundo sem Brasil e Argentina...


Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 8 de julho de 2016

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Google Scholar: uma boa ferramenta de pesquisa - mais citados PRA

A primeira reação de todo e qualquer estudante brasileiro (e de quaisquer outros lugares também), do pré-primário ao pós-doc, é usar o Google para toda e qualquer pesquisa que se precisa fazer.
Mas pouca gente (inclusive este que aqui escreve) vai ao Google Scholar, que permite pesquisas mais afinadas e mais focadas no material citável em termos de artigos científicos.
Recomendo, pois.
Como eu acabo de verificar meus artigos mais citados, por pesquisadores que publicaram artigos ou outras modalidades exigindo essas referências, coloco aqui o pequeno relatório produzido pelo GS.



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PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 47 (1), 162-184
2004
PR Almeida
Grande Oriente do Brasil
1998
PR Almeida
Porto Alegre: Livraria do Advogado 82
1999
PR Almeida
Revista brasileira de política internacional 49 (1), 95-116
2006
PR Almeida
Cena Internacional 9 (1), 7-36
2007
PR Almeida
Revista de Sociologia e Política 20, 87-102
2003
AV Alves, APC Azevedo, C Perin, GZ Ramos, ABM Brandão, AA Mattos, ...
Arq. gastroenterol 40 (4), 227-232
2003
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Revista Brasileira de política internacional 53 (2), 160-177
2010
CZ ALMEIDA
A educação do olhar no ensino das artes 3
2003
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1998
PR Almeida, JFS Saraiva
Relações Internacionais: dois séculos de História: entre a ordem bipolar e o ...
2001
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Revista Brasileira de Política Internacional 36 (1), 11-36
1993
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Carta internacional 2 (1)
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MCA Lima, PRMC Lima, PR de Almeida
Encontro Internacional
2001
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Mercosul, Nafta e Alca: a dimensão social. São Paulo: LTr
1999
PR de Almeida
Contexto Internacional 12 (1), 53
1990
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Revista de Informação Legislativa, Brasília
1989
PR Almeida
Política externa 3 (1)
1994
PR De Almeida
Meridiano 47 7 (68), 10
2006
PR ALMEIDA
Boletim Mundorama [on line]
2009

Rui Barbosa em Buenos Aires, cem anos atrás: Direito Internacional


Cem anos atrás, designado representante brasileiros aos festejos do primeiro centenário da independência argentina, mais exatamente em 14 de julho de 1916, Rui Barbosa pronunciou uma conferência na Faculdade de Direito de Buenos Aires quando, ao receber o título de professor honoris causa, protesta - a propósito da Guerra Mundial em curso na Europa - contra a postura dos países neutros diante das atrocidades do conflito, relembra aos países suas obrigações em face do direito internacional. 
Na alocução, conhecida como "O dever dos neutros", Rui defende o princípio de que neutralidade não pode ser confundida com indiferença e impassibilidade. Alcançando repercussão internacional, foi traduzida em diversas línguas e comentada nos principais jornais da Europa e das Américas.
Depois de repassar os episódios mais relevantes do itinerário político argentino, iniciado em 1806, caminhando para a independência já em 1810 e consagrado definitivamente no Congresso de Tucuman, em 9 de julho de 1816, quando se proclama solenemente, em nome de todo o povo argentino, a autonomia completa em face do soberano espanhol, Rui Barbosa chega ao cerne de sua conferência: um novo exercício da força bruta, contra o direito, representado pela Grande Guerra, especialmente a invasão da Bélgica neutra pelas tropas do Império alemão, em total desrespeito aos princípios da neutralidade, discutidos poucos anos antes na Segunda Conferência da Paz da Haia, na qual Rui havia sido o chefe da delegação brasileira. Suas palavras, em defesa desse princípio, foram muito claras: “Entre os que destroem a lei e os que a observam não há neutralidade admissível. Neutralidade não quer dizer impassibilidade; quer dizer imparcialidade; e não há imparcialidade entre o direito e a injustiça. (...) O direito não se impõe somente com o peso dos exércitos. Também se impõe, e melhor, com a pressão dos povos”.   

Os interessados podem lê-la num pdf editado pela Fundação Casa de Rui Barbosa, com uma outra obra ao início, no seguinte link:

A Fundacao Alexandre de Gusmao a caminho de completar 45 anos

Como muito oportunamente lembra o Dr. Luiz Antônio Gusmão, analista de relações internacionais da Fundação Alexandre de Gusmão, entidade à qual estou filiado por dirigir atualmente seu Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, a  FUNAG, criada originalmente em 1971, está a caminho de comemorar 45 anos de sua criação, no próximo dia 26 de outubro de 2016.
Como bem relembrado por ele, a norma que criou a FUNAG estará completando 45 anos dentro de pouco tempo. 
Gusmão, em mensagem dirigida ao Diretor interino do IPRI, Ministro Alessandro Candeas, meu dileto amigo, retoma os episódios mais importantes vinculados ao aniversário de 40 anos, comemorado em 2011:
 
"Em 2011, (...) resgatamos a tese do Embaixador Gelson Fonseca Jr., Diplomacia e academia, e o Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público, do Professor Antonio Augusto Cançado Trindade. 
Também foi divulgada na página da FUNAG, uma mensagem que preparei com um colega do IPRI e que o Ministro Paulo Roberto de Alemida divulgou no seu blog, "Diplomatizzando": <http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2011/10/fundacao-alexandre-de-gusmao-mre-40.html>.
Neste ano, acredito que o IPRI poderia produzir um vídeo para a série "Relações Internacionais em Pauta", colhendo testemunhos de ex-Presidentes e ex-Diretores do IPRI e do CHDD. Um vídeo de cinco a 10 minutos, adequado às dimensões da FUNAG, com edição moderna e leve,...."


Permito-me lembrar que os dois acima, como a quase totalidade dos demais livros publicados pela Funag encontram-se disponíveis em formato pdf aos interessados na página da Funag.
Retomo aqui, da postagem que eu havia transcrito em 2011, a mensagem alusiva à data, feita pelo seu então presidente, Gilberto Vergne Saboia.
Paulo Roberto de Almeida 

FUNAG - 40 Anos

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) acaba de completar 40 anos. Criada pela Lei nº 5.717, de 26 de outubro de 1971, a Fundação tem como patrono o jurista e diplomata Alexandre de Gusmão (1695-1753), considerado o “avô da diplomacia brasileira” pela negociação do Tratado de Madri (1750), marco importante para a configuração das linhas gerais do atual território brasileiro. 
A íntegra do texto comemorativo dos 40 anos da FUNAG encontra-se disponível na página http://www.funag.gov.br.


FUNAG 40 Anos


"A FUNAG é a vanguarda da diplomacia brasileira."
Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães

Hoje, 26 de outubro de 2011, a Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG)completa 40 anos. Criada pela Lei n. 5.717 de 26/10/1971, a FUNAG atua como “braço acadêmico do Itamaraty”, no dizer de um de um de seus ex-presidentes, o Embaixador João Clemente Baena Soares. A Fundação leva o nome do jurista e diplomata Alexandre de Gusmão (1695-1753), considerado o “avô da diplomacia brasileira”,pela negociaçãodo Tratado de Madri (1750), marco importante para a solução das disputas territoriais entre Portugal e Espanha e para a configuraçãodas linhas gerais do atual território brasileiro. Inspirados nesse exemplo, ao longo dessas décadas, funcionários e servidores da FUNAG têm se esforçado para superar desafios e cumprir integralmente os objetivos de divulgar a política externa brasileira e contribuir para a formação de uma opinião pública sensível a problemas internacionais, realizando, para tanto, atividades culturais e pedagógicas no campo das relações internacionais e promovendo estudos e pesquisas sobre o tema.
O primeiro estatuto da Fundação foi aprovado por decreto em junho de 1972. Contudo, a FUNAG só iniciou efetivamente suas atividades em 1981, quando foi nomeado seu primeiro presidente, o Embaixador Wladimir do Amaral Murtinho, falecido em 2003. Imbuído de espírito público genuíno, o Embaixador Wladimir Murtinho deu início à construção desta instituição numa época em que o Brasil passava pela transição do governo autoritário para a democracia. Segundo o Embaixador Gelson Fonseca Júnior, presidente da FUNAG de 1992 a 1995, a iniciativa de abertura de um novo canal de diálogo com a sociedade civil representou uma ação política do Estado brasileiro em favor da democracia. Ao ampliar o debate com a sociedadesobre o rumo da política externa brasileira, gesto que conferiu maior legitimidadeà atuação do Itamaraty, a FUNAG contribuiu para o enraizamento das estruturas da democracia no país.
Ao longo dessas últimas décadas, por meio de convênios, seminários, publicações, prêmios e atividades de fomento a pesquisa, a FUNAG veio formando uma sólida rede de parcerias com outras instituições governamentais, universidades, faculdades, centros de pesquisa e colaboradores individuais, nacionais e estrangeiros. Ao final da primeira década do século XXI, a FUNAG pode exibir um alentado catálogo com mais de 500 publicações, dentre as quais destacam-se teses defendidas por diplomatas no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco (IRBr) e textos apresentados em palestras por renomados estudiosos dos mais diversos temas da política externa e internacional. Centenas de alunos passaram por seus cursos e milhares de estudantes puderam se beneficiar de congressos e palestras gratuitos. Eles são os cidadãos que compõem o público altamente qualificado de antigos,atuais e futuros profissionais envolvidos com a atuação internacional do Brasil.São eles que criarão o ambiente adequado para difusão livre e debate crítico das diretrizes governamentais que informam a atuação do país no cenário internacional.
Dois órgãos específicos da atual estrutura organizacional da FUNAG contribuem para a realização de sua missão: o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) e o Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD). Criado em 1985, o IPRI visa consolidar a interação do Itamaraty com a Academia por meio de: promoção e divulgação de estudos e pesquisas sobre relações internacionais; coleta e sistematização de dados; intercâmbio científico e colaboração com instituições nacionais e estrangeiras e realização de cursos, conferências e seminários. O CHDD, por sua vez, foi criado em 2001, com sede no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, onde está localizado o mais rico acervo sobre a história diplomática do Brasil. Com o objetivo de estimular estudos sobre a história das relações internacionais e diplomáticas do Brasil, o CHDD atua em várias frentes, como a criação e difusão de instrumentos de pesquisa, a edição de livros e documentos e a realização de exposições sobre esses temas. A Agência Brasileira de Cooperação (ABC), responsável por coordenar a cooperação técnica internacional do Brasil, fez parte da estrutura da FUNAG de 1987 a 1996.
Parabéns a todos funcionários da FUNAG! Que venham muitas outras décadas de trabalho sério, dedicado a contribuir da melhor forma para enriquecer e ampliar o debate junto à sociedade sobre a condução da política externa brasileira.

Presidentes da FUNAG:
  1. Wladimir do Amaral Murtinho (1981 a 1984)
  2. Marcos Castrioto de Azambuja (1985 a 1987)
  3. Paulo Tarso Flecha de Lima (1987 a 1992)
  4. Synesio Sampaio Goes Filho (1992)
  5. Gelson Fonseca Júnior (1992 a 1995)
  6. João Clemente Baena Soares (1995 a 1998)
  7. Álvaro da Costa Franco Filho (1998 a 2000)
  8. Maria Lucy Gurgel Valente de Seixas Corrêa (1999 a 2001)
  9. André Mattoso Maia Machado (2001)
  10. Thereza Maria Machado Quintella (2001 a 2005)
  11. Maria Stela Pompeu Brasil Frota (2005 a 2006)
  12. José Jeronimo Moscardo de Souza (2006 a 2010)
  13. Gilberto Vergne Saboia (2011 até 2012)
  14. José Vicente Pimentel (2012 a 2014)
  15. Sérgio Eduardo Moreira Lima (2014 até hoje)

Os brasileiros sao loucos, ou apenas maluquinhos? Livro de Virginie Jacoberger-Lavoué (em frances)

Serait-il vrai? Nous sommes les nouveaux irréductibles gaulois de l'Amérique du Sud?
A voir...




Présentation de l'éditeur

" Un Brésil de folie ! ", on vous le promet à l'approche de chaque Carnaval de Rio de Janeiro. Nul doute que ce slogan sera porteur tout l'été 2016 chez les professionnels du tourisme, alors que l'ancienne capitale déchue au profit de Brasilia sera au cœur d'actualité avec l'organisation des Jeux Olympiques. Dans ce " pays continent " qui contiendrait un peu plus de quinze France, la folie se porte bien. Mieux, elle prospère au-delà des mythiques plages de Copacabana et Ipanema. Oubliez les clichés (la plage, le foot, le Carnaval...) pour découvrir un géant, première puissance d'Amérique latine, en mutation. Après un décollage économique spectaculaire qui ne doit pas tout au " miracle Lula ", c'est surtout le clientélisme qui progresse. Le Brésil, un " pays du futur " qui le restera longtemps " ? Il n'en est pas moins déjà le seul des " BRICS " –; Brésil Russie Inde Chine et Afrique du Sud –; ces nouvelles puissances, fruit de la globalisation - dont l'émergence s'est accompagnée de celle de la classe moyenne (+30 millions de personnes). Lorsque la " Baba " –; expression qui désigne tout à la fois la bonne et la baby-sitter –;s'émancipe, c'est toute la société brésilienne urbaine qui est ébranlée. Alors que le pays, toujours fortement inégalitaire, est gagné par la récession économique, les Brésiliens gardent le sourire et ne sont jamais aussi drôles que lorsqu'ils se moquent d'eux-mêmes. Découvrez ce Brésil insolite dont le pouvoir de séduction est à la hauteur de sa démesure.

Biographie de l'auteur

Virginie Jacoberger-Lavoué a commencé sa carrière par le reportage de guerre (en Afghanistan). Chef de service (Tendances) à Valeurs Actuelles, elle couvre l'actualité politique du Brésil depuis 2011.
  • Broché: 252 pages
  • Editeur : Editions du Moment (7 juillet 2016)
  • Langue : Français
  • ISBN-10: 2354175159
  • ISBN-13: 978-2354175153
  • Dimensions du produit: 14 x 2,2 x 21 cm

Cobrar impostos na exportacao e´ idiota - Celso Ming

A força do agro

Celso Ming 

O Estado de S. Paulo, 7/07/2016


Há um punhado de setores da economia por onde pode começar a retomada do crescimento da produção e da renda. Um deles é o agropecuário. Prevalece entre as nossas esquerdas jurássicas o ponto de vista de que tudo que diz respeito ao agronegócio está a relacionado a duas coisas ruins: a uma economia primitiva incapaz de agregar valor; e a atuações políticas atrasadas, ligadas ao latifúndio e aos ruralistas, os de bancada e os do resto.
Não é errado dizer que, ao contrário do que alega essa gente, mineração e agricultura estão entre os setores que mais agregam valor. Minério no chão vale pouco; tirado de lá, alcança o preço que se sabe. Não é à toa que a Vale nunca se interessou em produzir aço. Na agricultura pode-se dizer o mesmo. Uma saca (60 kg) de semente selecionada de soja produz cerca de três toneladas.
Mede-se mais o dinamismo de um setor pela incorporação de tecnologia e pela mentalidade modernizante e ambientalmente sustentável dos seus empreendedores do que pela quantidade de etapas agregadas à produção, embora estas também possam ser desejáveis. O maior país do mundo, os Estados Unidos, não tem nenhum problema em ser o maior produtor agrícola do mundo.
O Brasil não corre nenhum risco de se tornar um fazendão, como parecem temer desenvolvimentistas equivocados. Como lembrou na última segunda-feira o chanceler José Serra, o Brasil pode ser grande exportador tanto de soja quanto de aviões. Para isso não precisa de muito. Basta que o governo colabore com o desenvolvimento da infraestrutura, especialmente no transporte, e não faça besteiras, como a da proposta feita há duas semanas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que pretende a cobrança de contribuições previdenciárias sobre a exportação de produtos agropecuários.
Essa é uma sugestão idiota, pelo menos por duas razões. Primeira, porque inventa uma taxação sobre exportação quando no mundo inteiro se faz o contrário, isentam- se os produtos de exportação de quaisquer taxações, para evitar que o comprador estrangeiro seja obrigado a pagar impostos. Em segundo lugar, na medida em que o Brasil admitisse essa taxação, estaria matando o argumento da longa luta contra os subsídios aos produtos agrícolas concedidos pelos países de economia madura.
Estaria admitindo que essa concorrência desleal não prejudica suas próprias exportações, visto que aceita até mesmo uma taxação extra sobre seu produto. A agricultura brasileira acaba de ultrapassar a marca da produção de 100 milhões de toneladas de soja por ano. Dentro de mais 15 anos, estará em condições de dobrar esse feito sem desmatamentos, apenas com agregação de terras de pastagens e com aumento da produtividade.
Além do mais, o avanço do agronegócio não se faz apenas com grandes empresas. No Brasil, a agricultura familiar e o cooperativismo mostram grande dinamismo e capacidade de absorver as novas tecnologias de ponta no preparo do solo, genética, manejo de culturas, colheita e armazenamento. É não atrapalhar e deixar acontecer.

Teste atomico sobre Bikini, 70 anos atras - National Security Archive

70th Anniversary of Operation Crossroads Atomic Tests in Bikini Atoll, July 1946
Government Films and Photographs Depict Test "Able" on 1 July 1946
Removal of 167 Bikinians from the Atoll Preceded the Atomic Tests
National Security Archive Electronic Briefing Book No.553
July 6. 2016
View the posting

Washington, D.C., July 1, 2016 - Seventy years ago this month a joint U.S Army-Navy task force staged two atomic weapons tests at Bikini atoll in the Marshall Islands, the first atomic explosions since the bombings of Japan in August 1945. Worried about its survival in an atomic war, the Navy sought the tests to measure the effects of atomic explosions on warships and other military targets.  The test series was named Operation Crossroads by the task force’s director, Rear Admiral William Blandy.  The first test, Able, took place on 1 July 1946.  Of the two tests, the second, Baker, on 25 July 1946, was the most dangerous and spectacular, producing iconic images of nuclear explosions.  A third test was scheduled, but canceled.  Photographs and videos posted today by the National Security Archive document Crossroads, focusing on the Able test whose anniversary is today.

Also documented is the U.S. Navy’s removal, in early March 1946, of 167 Pacific islanders from Bikini, their ancestral home, so that the Navy and the Army could prepare for the tests.  The Bikinians had the impression that the relocation would be temporary but the islands remain uninhabitable due to subsequent nuclear testing in the atoll.

The second test, Baker, was an underwater nuclear detonation which created intense radioactive fallout effects in the lagoon, eventually putting a halt to efforts to decontaminate the ships. A subsequent posting, to be published later in July, will document the Baker test, with more background material on OperationCrossroads, including additional photographs, government films, and declassified reports and memoranda.

Check out today's posting at the National Security Archive
THE NATIONAL SECURITY ARCHIVE is an independent non-governmental research institute and library located at The George Washington University in Washington, D.C. The Archive collects and publishes declassified documents acquired through the Freedom of Information Act (FOIA). A tax-exempt public charity, the Archive receives no U.S. government funding; its budget is supported by publication royalties and donations from foundations and individuals.