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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Die aktuellen Beziehungen Brasiliens zu den USA - Paulo Roberto de Almeida (Brasilicum)

 Um artigo publicado meses atrás, cujos dados editoriais recebi recentemente. Ele foi meu segundo trabalho publicado em alemão, sendo o primeiro meu livro Nunca Antes na Diplomacia, publicado em alemão, em tradução de Ulrich Dressel, sob o título de: 

Die brasilianische Diplomatie aus historischer Sicht: Essays über die Auslandsbeziehungen und Außenpolitik Brasiliens (Saarbrücken: Akademiker Verlag, 2015, 196 p.; Übersetzung aus dem Portugiesischen ins Deutsche: Ulrich Dressel; ISBN: 978-3-639-86648-3).


 

3907. “Relações do Brasil com os Estados Unidos”, Brasília, 4 maio 2021, 5 p. artigo baseado no trabalho n. 3783, em versão reduzida, para revista Brasilicum, a convite de Ekrem Eddy Güzeldere. Publicado, em versão traduzida para o alemão, sob o título de “Die aktuellen Beziehungen Brasiliens zu den USA”, na revista Brasilicum (edição 261, junho 2021, p. 23-26; ISSN: 2199-7594). Relação de Publicados n. 1429.


Vou postar as imagens da publicação em alemão, e depois transcrever a versão completa do artigo em português: 






Transcrevo o original em Português, na versão completa: 


Relações do Brasil com os Estados Unidos

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor no Uniceub, Brasília.

(Colaboração revista Brasilicum; Ekrem Eddy Güzeldere)

Publicado, em versão traduzida para o alemão, sob o título de “Die aktuellen Beziehungen Brasiliens zu den USA”, na revista Brasilicum (edição 261, junho 2021, p. 23-26; ISSN: 2199-7594). Relação de Publicados n. 1429.

 

 

Os Estados Unidos estiveram entre os primeiros países a reconhecer, em 1824, a independência do Brasil, antes da própria Grã-Bretanha (1825). A política externa americanista do início do Império só teria continuidade na República, 20 anos depois da fundação do Partido Republicano, em 1870, que tinha como slogan: “Somos da América e queremos ser americanos”. Os Estados Unidos já eram o maior importador do principal produto brasileiro de exportação, o café, e também foram os primeiros a reconhecer a República, em 1889, que assumiria o nome de Estados Unidos do Brasil.

Foram os monarquistas Rio Branco e Joaquim Nabuco, colocados a serviço da diplomacia republicana, que administraram a transição da preeminência europeia nas relações externas do Brasil para um inevitável equilíbrio com, e logo a predominância, dos Estados Unidos nos fluxos de todos os tipos; essa fase representou uma espécie de “aliança não escrita”. Os investimentos americanos no Brasil tiveram início após a Grande Guerra e as relações comerciais cresceram antes da Segunda Guerra, face à forte competição da Alemanha nazista. 

A partir da grande aliança consolidada por Oswaldo Aranha – embaixador em Washington, 1934- 1937; chanceler de 1938 a 1944 –, o Brasil conheceu um processo de “americanização”, reforçado no auge da Guerra Fria, com a assinatura do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (1947) e com Acordo de Assistência militar de 1953, que só será denunciado pelo general Ernesto Geisel, em 1977. Ponto alto nessa aliança foi o apoio americano por ocasião do golpe militar de 1964. A partir de meados dos anos 1960 começam a emergir fricções entre os dois países, não apenas propósito de questões comerciais (sobretaxas americanas a calçados ou café solúvel), e sim em questões mais relevantes do ponto de vista da hegemonia americana em questões de segurança internacional. O Brasil recusou o Tratado de Não Proliferação Nuclear por três décadas, até que o governo Fernando Henrique Cardoso – já no quadro da proibição do desenvolvimento de armas nucleares pela Constituição de 1988 – decide pela adesão ao TNP, para diminuir o cerceamento americano às tecnologias de ponta.

A diplomacia de Lula promoveu discreto bloqueio aos interesses americanos na região, começando pela implosão, em 2005, do projeto de uma Área de Livre Comércio das Américas, continuando com instituições exclusivamente latino-americanas, como a União das Nações Sul-Americanas. A Unasul passou a dispor, graças aos petrodólares de Hugo Chávez, de uma sede em Quito; ela abrigou um Conselho Sul-Americano de Defesa, valorizada pelos militares brasileiros, e um outro, voltado para a integração física. Mas, antes mesmo da grande ruptura trazida pela diplomacia bolsonarista na política externa brasileira, o continente já se fragmentava em propostas econômicas e políticas divergentes, depois da certa primazia esquerdista.

A administração Temer, que pode ser classificada como de transição, fez com que a política externa e a diplomacia profissional do Itamaraty retomassem os padrões anteriores de trabalho, de conduta e de orientação que sempre foram os seus nas duas décadas subsequentes à democratização, ou seja, a busca de autonomia no cenário mundial, o apoio fundamental ao direito internacionais e ao multilateralismo, o reforço (pelo menos tentativo) em prol da integração regional. As relações com os Estados Unidos foram corretas, mas não mais do que isso, uma vez que, a partir da eleição de Trump, no final de 2016, apenas alguns meses depois da transição definitiva do lulopetismo para a socialdemocracia, não havia tempo para que fossem tomadas grandes iniciativas no plano bilateral ou em outras esferas.

O retorno a uma coalizão centrista, quando do impeachment da presidente Dilma Rousseff, não significou a reconstrução dos antigos laços com os EUA, mas a simples retomada da diplomacia autônoma e equilibrada que foi a do Itamaraty desde o segundo governo do regime militar. A grande surpresa, antes do início do governo Bolsonaro, não foi o fato de se ter anunciado uma preferência por uma “relação especial” com os EUA, pois tal postura poderia ser enquadrada numa nova orientação hemisférica, ou “ocidentalista”, do Brasil, dissonante em relação ao que vinha sendo registrado nas últimas décadas – quando a política externa foi enfaticamente terceiro-mundista e moderadamente antiamericana –, mas ainda assim capaz de ser acomodada numa diplomacia pretensamente voltada para novas iniciativas com o grande parceiro tradicional do Brasil durante todo o século XX. Na verdade, o fato surpreendente foi uma adesão à pessoa do presidente Trump, no quadro da transformação das bases conceituais da diplomacia, que saiu da independência assumida em relação às grandes potências, da defesa do direito internacional e do multilateralismo, por uma rejeição deste último em nome de teorias conspiratórias da nova direita americana e contra a suposta ameaça do comunismo internacional (doravante representada pela China). 

As “inovações” tiveram início no dia da posse do presidente, quando o chanceler, na presença do seu parceiro americano, disse estar de acordo com a instalação de uma base americana no Brasil, para receber o rechaço dos ministros militares, e logo em seguida pela adesão do Brasil a uma aventura de Trump contra o governo Maduro, disfarçada de “ajuda humanitária à Venezuela, a partir das fronteiras do Brasil e da Colômbia. Ocorreu ainda o apoio solitário do Brasil, na companhia de Israel, à posição do governo americano de sanções unilaterais a Cuba, à eliminação pelos EUA, no Iraque, do general iraniano chefe das Brigadas Revolucionárias, assim como a um “plano de paz” de Trump para a Palestina. 

O presidente havia prometido uma diplomacia “sem ideologia”, e o que mais houve foi uma inversão completa dos padrões do Itamaraty: em lugar da avaliação técnica e de uma consulta estrita aos interesses nacionais, sempre conduzidos, até 2018, com absoluta isenção por um corpo de diplomatas profissionais, passou-se à consideração de elementos estranhos ao trabalho diplomático habitual, de fundo religioso, de oposição a um suposto comunismo ameaçador, de negação a quaisquer direitos de minorias sexuais ou de proteção às mulheres que poderiam representar “ideologia de gênero” (sic) ou possibilidade de aborto (que já está contemplado na legislação brasileira em casos especiais). A intromissão de elementos ideológicos da diplomacia do novo governo, especificamente vindos da franja lunática da direita alternativa americana fortemente influenciada pelo negacionismo das teorias conspiratórias também esposadas pelo presidente Trump, encontrou uma das expressões mais bizarras na acusação do chanceler ideológico de que a China estaria na origem de um “comunavirus” que teria sido disseminado pela China com o objetivo de fragilizar o Ocidente (que, para ele, teria um “salvador natural” no presidente Trump). 

Mais grave ainda, do ponto de vista do interesses materiais concretos do Brasil, foi representado por uma série completa de concessões unilaterais feitas pelo governo brasileiro a Trump, para ajudá-lo em sua tentativa de reeleição em 2020: importação sem tarifas de etanol e de trigo americano (contra interesses de produtores brasileiros e eventual importação adicional de grãos da Argentina); aceitação de novas restrições unilaterais, mediante salvaguardas ilegais, de aço e alumínio brasileiro (sem que o governo introduzisse uma reclamação na OMC); acompanhamento das posturas de Trump no casos de políticas de meio ambiente (uma ameaça potencial ao agronegócio), de antiglobalismo, de restrições a imigrantes, a denúncia pelo Brasil do Pacto Global das Migrações, um instrumento inócuo do ponto de vista da soberania nacional, assinado pelo Brasil três semanas antes de se encerrar o governo Temer. 

A diplomacia bolsonarista assumiu um total servilismo a Trump pessoalmente, o que confrontou os interesses nacionais: no comércio bilateral, nas posturas defendidas em órgãos internacionais, no relacionamento do Brasil com o principal parceiro comercial, a China, assim como no âmbito regional. Nesta área, um aspecto confrontou a política externa das quatro décadas anteriores: os esforços de integração regional, em especial, a construção de uma estreita relação com a Argentina. Suscitando a quase unânime rejeição da maior parte da opinião pública, em especial do agronegócio, na questão do meio ambiente, tal política veio a cabo no final de março de 2021, quando o chanceler ideológico foi substituído por um outro diplomata profissional, sem vínculos aparentes com a ‘franja lunática’ do governo Bolsonaro. O novo chanceler, Carlos Alberto França, empossado em 6 de abril, promete reequilibrar a diplomacia profissional – e, se possível, a política externa – nos moldes tradicionais conhecidos no Itamaraty desde muitas décadas; as dúvidas remanescentes derivam da postura do próprio presidente quanto ao conteúdo mesmo dessa diplomacia alternativa.

 

Paulo Roberto de Almeida

[Brasília, 4 de maio de 2021]

 

O artigo em alemão está disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62708889/3907_Die_aktuellen_Beziehungen_Brasiliens_zu_den_USA_Brasilicum_2021_).

Meu segundo diário da pandemia: abril a novembro de 2021 - produção intelectual de Paulo Roberto de Almeida

Meu primeiro diário foi este aqui: 


3899. “Meu primeiro diário da pandemia: produção intelectual de março de 2020 a abril de 2021”, Brasília, 25 abril 2021, 30 p. Síntese e transcrição sobre a produção própria desde o início do primeiro registro da pandemia em meus registros de trabalhos. Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/47723036/3899_Meu_primeiro_diario_da_pandemia_producao_intelectual_de_março_de_2020_a_abril_de_2021). 



Acabo de dar continuidade, começando por estes aqui: 


3900. “A dominância do desenvolvimentismo no caso latino-americano”, Brasília, 27 abril 2021, 4 p. Síntese impressionista sobre a ideologia desenvolvimentista e a experiência histórica da industrialização latino-americana. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/04/a-dominancia-do-desenvolvimentismo-no.html).

 

3901. “Ascensão e queda do bolsolavismo diplomático, 2018-2021”, Brasília, 30 abril 2021, 11 p. Capítulo inaugural do livro O Itamaraty sob ataque, 2018-2021: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo


e terminando por este mesmo: 

4028. “Meu segundo diário da pandemia: produção intelectual de abril a novembro de 2021”, Brasília, 29 novembro 2021, 19 p. Meu segundo diário da pandemia: produção intelectual de abril a novembro de 2021”, Brasília, 28 novembro 2021, 19 p. Relação dos trabalhos produzidos no período, com apenas dois trabalhos relativos à pandemia (3946 e 3948). 


Está postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62665143/4028_Meu_segundo_diário_da_pandemia_produção_intelectual_de_abril_a_novembro_de_2021).



Buen provecho, como dizem los hermanos...

Paulo Roberto de Almeida



 

domingo, 28 de novembro de 2021

Wikipedia continues to rewrite history: deleting page on Communism Mass Killings - OpIndia

Wikipedia continues to rewrite history, this time prepares to delete page on mass killings under communist regimes: Here are the reasons they gave

OpIndia Staff | 28 November, 2021

https://www.opindia.com/2021/11/wikipedia-to-delete-a-page-on-mass-killings-under-communist-regimes/amp/

 

 

The online encyclopaedia Wikipedia, which was started with the noble intention of becoming the crowd-sourced resource of knowledge for all for free, had become a left-wing propaganda tool long ago. The selected leftist moderators now control information on the website, continuously pushing left-wing propaganda, blocking conservating voices, and in effect rewriting history. In the latest such instance, the website is all set to delete a Wiki page on mass murders under communist regimes in various countries in the world.

A deletion note has been added to the page titled “Mass killings under communist regimes”, which informs that the over 12,000-word page is under consideration for deletion. The Wikipedia moderators claim that the neutrality of this article is disputed, and verifiability of the claims made in this article is also disputed.

The article lists several instances of genocides by communists, including the Red Terror in Russia by the Bolsheviks at the start of the Russian Civil War, mass murders by Joseph Stalin, Mao Zedong, Pol Pot using various policies, and other similar well-known instances in communist regimes in East Germany, Yugoslavia, North Korea, Vietnam, Afghanistan, Ethiopia etc.

The extensive article also lists various terminology used with mass killings, and discusses whether deaths caused by famines under communist rules can be labelled as mass murder, apart from listing various historical events and estimates of casualties.

However, the left-leaning editors and moderators are now not happy with such a specific article on mass murders by communist regimes, and have decided to delete it. They claim that ‘Mass killings under communist regimes’ is not a legitimate subject for an encyclopaedic article, and it is a synthesis. Many of them also claim that deaths due to famine in communist regimes can’t be called mass murders, even though the famines were caused by the policies of the communist rulers. They claim that the relation between mass murders and the communist regimes where they happened is synthesised.

They claim the article violates Wikipedia policy as it is a synthesis of published material, and it is not a neutral point of view.

Those who are advocating for its deletion further claim that the incidents of mass murders mentioned in the article are separate, not linked to each other, and hence they can’t be clubbed together, while agreeing that these murders did take place under communist rules. Some of them argue it is just a compilation of other articles, and hence it does not have encyclopedic value.

It is notable that none of those who are asking to delete the article deny the incidents narrated in it. They are just saying that it does not deserve a separate article, or that some of the incidents can’t be called mass murders and can’t be linked to communism.

However, a large number of Wikipedia users and editors are fighting to keep the article. A cursory glance at the deletediscussion shows that the majority of those who have participated in the discussion want to keep the article. They argue that all the incidents mentioned in the article happened in history, which can’t be denied. They have argued that facts cannot be erased because the current ideology of someone makes it inconvenient.

Some of the supporters of the article has suggested a middle ground, saying the article can be merged with the Crimes against humanity under communist regimes page, as both deal with similar historical events.

Even though the majority of the people want the article to be kept, that may not happen, as Wikipedia does not work on a majority voting basis. The website works on the basis of whims of a few editors and moderators with authority to remove articles, almost all of whom are leftists. The deletion discussion page helpfully informs that the discussion is not a majority vote, but instead a discussion among Wikipedia contributors. It says that the decision will be taken on the basis of the merits of the arguments, not by counting votes.

It is important to note that the article has been nominated for deletion for the fourth time, which makes it clear that it is under regular attack from communists online. Many contributors have commented that this shows that heavily indoctrinated people desperately want to get rid of this specific page, and there is ideological motivation behind it. But given the leftist bias of Wikipedia, it is very much possible that the article will be deleted, despite opposition by the majority of contributors.

The leftist bias of Wikipedia has been revealed by Wikipedia co-founder Larry Sanger, who has said that Nobody should trust Wikipedia as the information in it is biased. He said that the site is no longer trustworthy as it does allow content that does not fit the agenda of leftists, and therefore people can’t get a complete view on the topics.

Larry Sanger had left Wikipedia over differences with co-founder Jimmy Wales over how to run the website, and has since become a staunch critic of it for its left-leaning bias. He had also said that Wikipedia has become a huge moral hazard, saying that it has turned into a ‘monocultural establishment organ of propaganda’. He had also talked in detail on the issue in an interview with OpIndia.

It is notable that Wikipedia has launched a crusade against OpIndia, after OpIndia started exposing the bias of the website. First, the wiki page of OpIndia was deleted, saying the portal is worthy enough to have a page on Wikipedia. After that, a Hinduphobic editor created a page on OpIndia with extremely negative language, claiming it to fake news peddler. All efforts to get the page corrected have gone in vein as the leftist-Islamist moderators revert such changes, and threaten people of block from the site for making such changes.


A diplomacia brasileira da independência: heranças e permanências (ensaio e apresentação) - Paulo Roberto de Almeida

Abaixo, início de meu ensaio sobre o tema-título, remetendo ao arquivo disponibilizado em Academia.edu, seguido da referência à apresentação preparada para a aula magna: 

4018. “A diplomacia brasileira da independência: heranças e permanências”, Brasília, 15 novembro 2021, 26 p. Ensaio preparado especialmente para Aula Magna na Universidade Federal Fluminense (dia 29/11, de 9 a 11h), a convite do Prof. Danilo Sorato. Preparada apresentação em Power Point, em 24/11/2021, sob n. 4023. Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62641768/4018_A_diplomacia_brasileira_da_independencia_heranças_e_permanencias_2021_).

4023. A diplomacia brasileira da independência: Apresentação”, Brasília, 24 novembro 2021, 30 slides. Apresentação em formato de PowerPoint, seguindo de forma flexível o trabalho n. 4018, preparada para Aula Magna na Universidade Federal Fluminense (dia 29/11, de 9 a 11h), a convite do Prof. Danilo Sorato. Divulgada na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62644789/4023_A_diplomacia_brasileira_da_independencia_Apresentacao_2021_).


 A diplomacia brasileira da independência: heranças e permanências

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

  

Sumário:

1. Introdução: a diplomacia e a política externa na independência do Brasil

2. O primeiro registro oficial da autonomia: o Arquivo Diplomático da Independência

3. Uma outra independência: uma história alternativa da construção do Estado

4. A Bacia do Prata e a Cisplatina: a primeira guerra do Brasil (herdada de Portugal)

5. A lamentável diplomacia do tráfico escravo: defendendo o indefensável

6. Conclusão: a diplomacia brasileira na construção do Estado

 

 

1. Introdução: a diplomacia e a política externa na independência do Brasil

Este ensaio, de caráter histórico e analítico, trata das questões internacionais afetando o Brasil desde quando suas relações exteriores estavam inseridas no contexto da diplomacia portuguesa do final do século XVIII e início do XIX, período caracterizado pelas guerras napoleônicas e suas consequências para os dois reinos ibéricos e suas colônias americanas. Ele se ocupa apenas dos temas mais importantes, como as relações regionais e o problema do tráfico e da escravidão, à exclusão, no entanto, das questões estritamente comerciais, bastante conhecidas e trabalhadas pela historiografia do período, com ampla bibliografia sobre a questão – desde Hipólito da Costa, passando por Oliveira Lima e chegando a Roberto Simonsen e Celso Furtado –, a partir dos tratados entre Portugal e Grã-Bretanha de 1810, cujos dispositivos foram prolongados na Independência até o início do Segundo Reinado. Essa primeira fase, está marcada pela abertura dos portos em 1808 e pelo tratado de comércio de 1810, que dá 15% de tarifas para Grã-Bretanha, alíquota inferior à do próprio Portugal. Os grandes temas da diplomacia econômica do Brasil no século XIX foram amplamente tratados pelo autor na obra Formação da Diplomacia Econômica no Brasil (2017).

A questão da historiografia brasileira sobre a independência sofre, desde muito tempo, praticamente desde o início do regime republicano, de alguns dos mesmos vieses interpretativos que Bolívar Lamounier acusou, recentemente, na segunda edição de seu livro sobre dois séculos de política brasileira, a propósito da historiografia política, no sentido de preservar certo “economicismo dogmático” que a tinha caracterizado desde os anos 1950:

A partir da Segunda Guerra Mundial, numerosos autores e praticamente todo o meio universitário puseram em relevo os efeitos da colonização portuguesa e nossas relações de dependência econômica em relação à Inglaterra e aos Estados Unidos, mas poucos deram a devida atenção à construção institucional da democracia representativa, cujo início remonta à Independência e à Constituição de 1824. (Lamounier, 2021, p. 12)

 

No caso da historiografia da independência – abstraindo-se a visão gloriosa do reino dos Braganças, criada pelo pai da historiografia brasileira, Francisco Adolfo de Varnhagen, de certa forma continuada por alguns dos seus seguidores, entre eles Hélio Vianna –, a interpretação que começa com Manoel Bonfim e que se prolonga em Caio Prado Jr., José Honório Rodrigues e em números outros pesquisadores universitários, tende justamente a enfatizar o peso da herança colonial portuguesa e da estrutura escravocrata-latifundiária e oligárquica que continuou impérvia na nação independente como uma espécie de “pé-de-chumbo” a moldar nossas instituições políticas e estruturas sociais, como se fossem algo equivalente a um “pecado original” do qual o Estado nascente não pudesse se libertar. É verdade que tanto os “efeitos da colonização portuguesa”, quanto “nossas relações de dependência econômica em relação à Inglaterra e aos Estados Unidos”, marcaram determinadas políticas ao longo do século XIX e do seguinte, mas é também verdade que as elites brasileiras, quaisquer que fossem, sempre detiveram ampla latitude de manobra para moldar o Estado e as instituições, desde o início, e nos ajustes constitucionais, golpes militares e outras crises políticas subsequentes. 

O Brasil monárquico do século XIX, assim como o republicano do século XX é o resultado de arranjos no seio das elites e não um simples derivativo de séculos de estatuto colonial ou qualquer tipo de dominação estrangeira no período subsequente. O que se pretende neste ensaio é reler a historiografia da independência com vistas a colocar o foco nos problemas iniciais com que se defrontou nossa primeira diplomacia, a de uma nação que emergia, ainda na fase regencial do príncipe D. Pedro e, logo em seguida, no primeiro gabinete do Estado independente, nos dois casos dominada pela figura de José Bonifácio de Andrada e Silva, o virtual “primeiro-ministro” por breve tempo. No que se refere à construção da instituição diplomática, ao longo de quase dois séculos de funcionamento efetivo, cabe remeter, para a devida remissão às fontes oficiais, à pesquisa documental de Flávio Mendes de Oliveira Castro sobre a organização do Itamaraty (2009).

(...) 

Ler a íntegra do ensaio na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62641768/4018_A_diplomacia_brasileira_da_independencia_heranças_e_permanencias_2021_).


Apresentação em Power Point, focando na bibliografia do período, neste link: 

https://www.academia.edu/62644789/4023_A_diplomacia_brasileira_da_independencia_Apresentacao_2021_


Sobre o estado a que chegamos no Estado esquizofrênico do capitão - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre o estado a que chegamos no Estado esquizofrênico do capitão 

Paulo Roberto de Almeida

A mediocridade subintelequitual, que é o traço fundamental da horda de novos bárbaros que tomaram o Estado de assalto, está largamente disseminada entre chefetes e aspones que servem ao desgoverno do capitão. 

Não cabe esperar nada de inteligente da malta de quadrúpedes com DAS.

Vamos ter um trabalho duríssimo de restauração de padrões condignos na administração pública a partir de 2023.

O mais duro vai ser recompor um relacionamento correto com o estamento político, que aprofundou o patrimonialismo gangsterista desde a era do PT e sobretudo  neste desgoverno dos novos bárbaros. 

Ao lado dos programas de campanha para um governo normal, temos também de designar uma equipe para identificar e propor as medidas de correção desse desgoverno anormal.

Temos terra arrasada em diversos setores — educação e cultura em primeiro lugar —, mas também descontrole orçamentário e deterioração fiscal, que são os temas mais relevantes para a retomada de um processo de crescimento sustentado (e sustentável), com transformação produtiva, abertura econômica, liberalização comercial e distribuição social dos resultados do crescimento. 

O primeiro passo para a reconstrução do país e a retomada da dignidade na nação consiste em afastar os “salvadores da pátria”, recusar o populismo demagógico dos mentirosos de sempre, e lutar pela união dos candidatos sensatos, humildes, não arrogantes, e dispostos e encontrar um consenso sobre uma plataforma mínima de medidas emergenciais na área econômica e social e de reformas estruturais nos setores macro e micro.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 28/11/2021

O modernismo brasileiro chega aos cem anos (ainda não amadureceu) - Paulo Roberto de Almeida

 Já que estamos próximos do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 (em fevereiro), permito-me reproduzir aqui o artigo que publiquei sibre o nosso “modernismo” no Estado da Arte em 2020:

O “modernismo” brasileiro chegando aos 100 anos


Eleições 2022: O que deveria pautar o debate político na próxima campanha presidencial? - Paulo Roberto de Almeida

 O que deveria pautar o debate político na próxima campanha presidencial?

Paulo Roberto de Almeida

Existem pessoas que acham que seus preferidos não podem ser atacados, só os demais. 

Pois eu acho que todos devem ser levados ao moedor analítico. 

Salvadores da pátria pela pretensão, corruptos confirmados pelo que já fizeram, mas psicopatas certificados já estão excluídos de ofício. 

Sobram os propositores: podem ser poucos, podem ser muitos, mas estes têm de passar também!

O moedor não pode ser apenas feito desses showzinhos da mídia televisiva nos quais os candidatos podem ser superficiais e mentir à vontade. 

Tem de ser um escrutínio severo por parte de especialistas em cada área: o que pretende fazer? Quanto vai custar? De onde saem os recursos? Quem vai ser beneficiado? Quais são os efeitos sobre outros setores? 

Em primeiro lugar alguém tem de dizer o que se pretende fazer para reparar o descalabro financeiro que está sendo deixado pelo desgoverno do capitão: violação do teto de gastos, desmonte da Lei de Responsabilidade Fiscal, estupro orçamentário legalizado…

Cabe identificar toda a deterioração institucional na máquina do Estado, a começar pela própria presidência, passando pelos órgãos de desinteligência, a PF, PGR, AGU e todos os demais.

Cabe reverter o terremoto ético que se abateu em todas as demais instâncias de poder, a destruição educacional pela ignorância fundamentalista dos seus responsáveis, o rebaixamento cultural dos mentecaptos do setor.

Vai ter de se reconstruir a imagem externa do país, depois de tanto descalabro perpetrado contra padrões aceitáveis de  postura diplomática no plano global.

É preciso reinserir o país no comércio internacional e voltar a ser uma economia atrativa para fluxos continuos de investimentos estrangeiros diretos.

Numa palavra: os pretendentes precisam dizer o que pretendem fazer para reconstruir o país no plano institucional e para restaurar a nação no plano moral.

Menos do que isso não passa no meu moedor analítico…

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 28/11/2021