O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Os textos mais acessados em Academia.edu em 2019, aliás os mais acessados na própria plataforma - Paulo Roberto de Almeida

 Não sei porque o Blogspot tem feito essas consultas de verificação de eventual “confidencialidade” em postagens já recuadas no tempo. Introduziram algum comitê de censura? Estão perseguindo pedófilos, iconoclastas, anarquistas?

Em todo caso aqui vai a postagem “embargada”, de 2019:


sexta-feira, 15 de março de 2019

Textos mais consultados na plataforma Academia.edu - Paulo Roberto de Almeida


Textos mais consultados na plataforma Academia.edu

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: levantamento simplista; finalidade: listagem das escolhas individuais]


Tenho, como é sabido, um site (pralmeida.org), um blog (Diplomatizzando), e utilizo igualmente algumas das ferramentas sociais mais comuns para todos nós, mas estas são destinadas basicamente a informação, comunicação e divertimento. Textos mais sérios, ou seja, scholarly works, deveriam estar sendo postados no meu site, mas por razões de facilidade, e maior disseminação passei a utilizar, desde alguns anos, duas plataformas bastante conhecidas nos meios acadêmicos: Academia.edu e Research Gate. Elas são diferentes na sua estrutura e funcionamento, mas servem a propósitos muito similares: recolher arquivos e disseminar essa informação à comunidade interessada.
Confesso minha preferência por Academia.edu, que me permite organizar a minha produção em categorias que posso moldar da melhor forma possível, segundo meus próprios critérios, e que distribui (e permite interagir) com os interessados naquela categoria de trabalho à qual eu dou acesso nessa plataforma. Ela me permite, também, saber quais textos estão sendo mais acessados, sob diferentes critérios, bastando acessar a ferramenta do Analytics para ter muitas informações úteis. Mas a possibilidade de que mais gosto é a do Readers, que informa em tempo real quem, de onde, eventualmente sua universidade, está acessando um texto particular, ou vários deles ao mesmo tempo.
No cômputo global, este é o volume de acessos a trabalhos meus nessa plataforma, em 15 de março de 2019: 
All: 10,347 (às 22:13hs)
Highly Engaged: 4,052
In Your Network: 1,010
In Your Field: 4,774

Como existem muitas repetições e muitas visitas apenas para visualização, sem descarregamento do arquivo, vou repercutir aqui apenas os downloads e as leituras de arquivos, tentando eliminar recorrências, embora elas expressem obviamente o interesse dos visitantes por aqueles textos expressamente buscados. Um dos trabalhos acessados pode ter motivado minha “demissão” como colunista da revista Espaço Acadêmico, um periódico mensal notoriamente “esquerdista”, na qual eu costumava divertir-me, como faço de hábito, provocando os true believers, os verdadeiros crentes no marxismo e em crenças correlatas. Este foi o trabalho que acelerou presumivelmente meu desligamento da revista: 
Downloaded02/24/19academia.edu

Vejamos, então, alguns dos arquivos mais acessados e descarregados: 
Downloaded03/15/19academia.edu
Read03/15/19Google Brazil
Read03/15/19Google
Read03/15/19academia.edu
Downloaded03/15/19academia.edu
Downloaded03/15/19academia.edu
Read03/15/19android.gm 4 Pages Read
Downloaded03/12/19academia.edu
Downloaded03/07/19academia.edu
Downloaded07/18/18academia.edu
Downloaded03/15/19academia.edu
Downloaded01/23/19academia.edu
Downloaded09/24/18academia.edu
Read07/12/18
Read03/11/18
Downloaded03/15/19academia.edu
Downloaded03/09/19academia.edu
Read01/20/19
Read11/28/18
Downloaded03/15/19academia.edu
Downloaded03/15/19academia.edu
Read03/04/19
Read03/01/19academia.edu
Read01/30/19academia.edu
Downloaded12/30/18academia.edu
Read01/31/1818 Pages Read
Read01/26/18academia.edu
Downloaded03/15/19academia.edu
Downloaded03/15/19academia.edu
Downloaded01/19/18academia.edu
Read08/18/17live.com
Read04/13/16academia.edu
Downloaded09/02/15academia.edu
Read03/12/19
Downloaded03/11/19academia.edu
Downloaded12/07/18academia.edu
Downloaded11/21/18
Downloaded11/20/18academia.edu
Downloaded11/20/18academia.edu
Downloaded08/08/18academia.edu
Read03/15/19academia.edu3 Pages Read
Downloaded03/15/19academia.edu
Read02/24/19academia.edu
Downloaded02/24/19academia.edu
Downloaded02/23/19academia.edu
Read03/14/19Google6 Pages Read
Read03/14/19Google
Read02/13/19Google
Read02/06/19Google
Read01/27/19Google
Downloaded03/14/19academia.edu
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Bookmarked03/14/19academia.edu
Read03/14/19qwant.com
Read03/08/19
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Downloaded03/23/18academia.edu
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Read03/14/19academia.edu
Read12/24/18android.gm
Downloaded11/23/18academia.edu
Downloaded03/14/19academia.edu
Downloaded06/05/17academia.edu
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Downloaded08/17/16academia.edu
Read03/14/19academia.edu
Downloaded12/03/18academia.edu
Downloaded03/29/18academia.edu
Downloaded10/26/16academia.edu
Downloaded04/28/15
Downloaded03/13/19academia.edu
Read02/05/1817 Pages Read
Read11/08/18academia.edu
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Downloaded03/13/19academia.edu
Read03/05/19diplomatizzando.blogspot.com
Downloaded02/17/19academia.edu
Downloaded02/17/19academia.edu
Downloaded02/17/19academia.edu
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Downloaded03/08/19academia.edu
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Read03/08/19academia.edu3 Pages Read
Read03/08/19academia.edu
Downloaded03/07/19academia.edu
Read11/05/18Google Brazil
Read03/09/18live.com
Read02/21/18live.com4 Pages Read
Read03/10/19pralmeida.org
Read03/10/19academia.edu27 Pages Read
Read03/05/194 Pages Read
Read03/21/1710 Pages Read
Read05/13/16
Downloaded03/05/19academia.edu
Read03/12/19pralmeida.org18 Pages Read
Bookmarked03/12/19academia.edu
Read03/12/19Google2 Pages Read
Read05/06/18
Downloaded05/05/18academia.edu
Downloaded06/17/18academia.edu
Read02/01/18
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Read03/12/19pralmeida.org
Downloaded03/11/19academia.edu
Downloaded10/25/18academia.edu
Downloaded06/18/17academia.edu
Downloaded07/02/16academia.edu
Read06/08/16academia.edu
Downloaded10/18/14
Downloaded03/07/19academia.edu
Downloaded02/12/19academia.edu
Downloaded02/05/19academia.edu
Downloaded01/17/19academia.edu
Downloaded01/28/19academia.edu
Read04/13/18Google
Read12/17/183 Pages Read
Downloaded11/08/18academia.edu
Downloaded11/08/18academia.edu
Read04/26/15
Downloaded04/26/15
Read03/11/19academia.edu
Downloaded11/20/18academia.edu
Downloaded03/11/19
Downloaded03/11/19academia.edu
Downloaded03/05/19academia.edu
Downloaded03/05/19academia.edu
Downloaded03/05/19academia.edu
Downloaded03/05/19academia.edu
Downloaded03/05/19academia.edu
Downloaded03/05/19academia.edu
Downloaded12/05/18academia.edu
Downloaded10/05/18academia.edu
Downloaded07/10/18
Read03/10/19Google
Read02/14/198 Pages Read
(...)

A lista continua por dezenas e dezenas de trabalhos mais, e a relação acima é apenas uma seleção dos “diferentes”, ou supostamente mais relevantes.



Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de março de 2019

Em face de uma nova bifurcação da estrada, à nossa frente - Paulo Roberto de Almeida

Em face de uma nova bifurcação da estrada, à nossa frente

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Nota sobre mais um momento decisivo na vida da nação: a opção entre sustentar um crime ou optar pela Justiça. 

  

 

Tudo indica que já chegamos ao limiar de uma ruptura fundamental entre as democracias de mercado realmente existentes e duas autocracias ambiciosas, apostando na decadência ocidental.

Nos anos 1930, o cenário apontava para a reconstrução mussolinista do Império romano, para o Lebensraumhitlerista e o extermínio da praga judaica, e para a Grande Esfera de Co-prosperidade dos militaristas fascistas do Japão na Ásia Pacífico e na China.

Naquela conjuntura crucial para os destinos do Brasil no mundo, Oswaldo Aranha, educado por Rui Barbosa, soube manter o Brasil no lado certo, ou seja, com as potências democráticas, ao contrário dos autoritários do Estado Novo e, ao lado, da Argentina, que se manteve “neutra”, mas totalmente simpática às potências fascistas até 1945.

E agora? Qual será o caminho adotado pelo Brasil?

Vai virar para o outro lado?

Temo que sim.

Se mestre Antonio Paim ainda estivesse vivo, certamente ele acrescentaria mais um capítulo ao seu livro “Momentos Decisivos da História do Brasil”.

Como ele já morreu, talvez eu mesmo escreva esse complemento. 

Mas será uma tristeza se tivermos mais uma, a quarta, chance de enveredarmos pelo caminho correto, e se a perdermos, uma vez mais, por incapacidade política ou por cegueira diplomática das elites, ou ainda, por uma visão curto-prazista de vantagens imediatas numa aliança com a potência ascendente, como parecia ser a Alemanha dos anos 1930.

Estamos no centenário da morte de Rui Barbosa, em 1923; por isso recomendo a leitura do seu “Conceitos Modernos do Direito Internacional” de 1916, também conhecido pelo título de “Os Deveres dos Neutros” (reeditado pela Casa Rui Barbosa em 1983).

Resumo o essencial: “NAO SE PODE SER NEUTRO ENTRE A JUSTIÇA E O CRIME!”

É isso!

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4351: 6 abril 2023, 1 p.

Um curso preparado, mas não oferecido: o Brasil no mundo - Paulo Roberto de Almeida

 O Blogger me coloca esta postagem como sendo problemática, sem que eu saiba exatamente porque…

O fato é que eu estive na Sorbonne dando um outro curso em 2012. Mas agora vou retomar este também.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 6/04/2023

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Um segundo curso que tampouco foi dado : IHEAL-Sorbonne 2010 - Paulo Roberto de Almeida

Esta foi a segunda proposta de curso apresentada ao IHEAL em 2010. Tampouco foi retido, mas muito do que está no programa foi tratado em trabalhos anteriores ou subsequentes, inclusive em livros publicados desde então.

Paulo Roberto de Almeida

Institut de Hautes Études de l’Amérique Latine

IHEAL – Université de Paris 3 – Paris

Deuxième Semestre, Année académique 2011-2012

 

 

Candidat: Paulo Roberto de Almeida, Brésil

(www.pralmeida.org; xxx@xxx.com)

Deuxième semestre, débutant Février 2012

  

Proposition de Cours 2:

L’ordre international et le progrès de la nation:

Relations économiques internationales du Brésil pendant la période républicaine

 

1. Le Sujet 

Ce cours se propose de décrire et de discuter l’intégration du Brésil dans l’économie mondiale pendant la première phase de la vie républicaine, c’est-à-dire, entre 1889 (la fin de la monarchie et le début de la République) et 1945, qui correspond à la réorganisation du système économique mondial à partir des conférences de Bretton Woods. Les domaines couverts par cette investigation comprennent : (a) commerce : accords bilatéraux, négociations « multilatérales » sous la Société des Nations, les politiques commerciales, etc. ; (b) les flux de capitaux : emprunts et financements, investissements directs étrangers ; (c) déplacements de main-d’œuvre : immigration, colonisation, politiques de ressources humaines ; (d) transactions technologiques : surtout brevets ; (e) le cadre institutionnel de la diplomatie économique au Brésil : l’organisation diplomatique et les autres agences d’État, la présence internationale, et la promotion des intérêts nationaux et de l’État.

Les grands domaines d’analyse sont ceux déjà travaillés dans un ouvrage précédent de l’auteur : Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (2. ed.; São Paulo/Brasília: Senac/Funag, 2005. 676 p. [1. ed.: 2001]). Certains matériaux touchant au XXème siècle avaient été incorporés dans le livre : O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999).

 

2. Objectifs

L’intention serait celle de discuter comment le Brésil a réagit aux intenses transformations de l’économie mondiale au cours de la première moitié du XXème siècle, caractérisé par des dislocations importantes de pouvoir politique, économique et militaire, notamment suite à la Première Guerre Mondiale et dans les années 1930. 

Il n’existe pas, dans la littérature spécialisée, traitement unifié des sujets choisis, à part des livres d’histoire économique, mais qui couvrent des aspects généraux et rarement l’action diplomatique, ou alors des questions bien précises : le café, l’immigration, les capitaux étrangers. L’historiographie brésilienne ou étrangère sur la diplomatie économique est bien rare. Du côté des Brésiliens, il y a, bien sur, Caio Prado Jr., Celso Furtado et quelques autres – mais pas un traitement systématique de l’interface économique extérieure de la République  pendant cette période. En plus, il n’y a pas d’étude sur la participation du Brésil dans des importantes rencontres de la période d’entre-guerres – comme la conférence de Gênes en 1922 sur des questions monétaires, la conférence frustrée de 1927 sur des questions commerciales, promue par la SDN, ou la conférence monétaire de Londres de 1934 – ou sur des accords bilatéraux de commerce, à part les travaux très poussés de Stanley Hilton.

 

3. Questions à discuter:

 

1) Le Brésil dans la division internationale du travail

     (transformations économiques et contexte économique mondial)

2) La diplomatie commerciale: du protectionnisme à la fermeture des marchés

     (les accords de réciprocité ; évolution de la politique commerciale)

3) Diplomatie financière : de l’hégémonie britannique à l’américaine 

     (le financement extérieur du Brésil : emprunts et investissements directs)

4) La diplomatie des investissements : diversification et nationalisme

     (ouverture et traitement national ; les nationalisations et l’étatisation) 

5) La diplomatie de la force-de-travail : montée et déclin de l’immigration

     (ouverture sélective ; le débat au Congrès ; fermeture sélective) 

6) La nationalisation de la diplomatie économique : la construction de l’outil 

     (des changements républicains : industrialisation nationale en tant qu’idéologie) 

7) Crise des relations internationales et introversion diplomatique

     (fin de la coopération, chacun pour soi ; le Brésil dans un monde hostile)

8) Entre impérialismes rivaux: l’ère des affrontements décisifs

     (l’ambivalence de la diplomatie brésilienne ; des avantages à droite et au centre)

9) Construction d’une diplomatie d’État : la conscience des intérêts nationaux  

     (la présence internationale du Brésil et la modernisation de l’État)

 

 

4. Bibliographie (indicative ; à compléter)

ALMEIDA, Paulo Roberto de. Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (2. ed.; São Paulo/Brasília: Senac/Funag, 2005; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/80FDESenac2005.html).

———. O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999; link:http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/30Multilateralismo1999.html).

———. Oliveira Lima e a Diplomacia Brasileira no Início da República, Historia Actual Online (n. 19, Spring 2009, p. 97-108; ISSN: 1696-2060; link: http://www.historia-actual.com/HAO/pbhaopdf.asp?idi=ENG&pgt=2&pid=4&pbl=HAO&vol=1&iss=19&cont=8).

———. A herança portuguesa e a obra brasileira: um balanço e uma avaliação de dois séculos. Espaço da Sophia (v.1, 12, p.01-23, 2008; link: http://www.espacodasophia.com.br/colunistas/paulo_roberto_de_almeida_a_heranca_portuguesa_e_a_obra_brasileira_um_balanco_e_uma_avaliacao_de_dois.pdf;Digesto Econômico (v.62, 446, p.18-31, 2008; link: http://www.dcomercio.com.br/especiais/outros/digesto/digesto_07/02.htm).

———. O desenvolvimento econômico do Brasil no contexto mundial, de 1820 a 2006: uma análise histórica com base em indicadores de desempenho. Revista de Economia & Relações Internacionais (v.5, 10, p.5 - 29, 2007; link: http://www.faapmba.com/revista_faap/rel_internacionais/pdf/revista_economia_10.pdf

———. O Brasil e a construção da ordem econômica internacional contemporânea. Contexto Internacional (v.26, 1, p.7 - 63, 2004; link: http://publique.rdc.puc-rio.br/contextointernacional/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=77&sid=21).

———. A economia internacional no século XX; um ensaio de síntese. Revista Brasileira de Política Internacional (v.44, 1, p.112 - 136, 2001; link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0034-732920010001&lng=pt&nrm=iso).

 

 

Guerra comercial custará caro - Martin Wolf (Valor)

Guerra com o comércio custará caro 

Mundo mais protecionista estará mais propenso a choques inflacionários

Martin Wolf

Valor Econômico, 5/04/2023


Estamos vivendo em um mundo dividido. Essas divisões possuem muitas ramificações. Mas a mais importante delas é o comércio global. A desaceleração do comércio mundial, a mudança em direção ao nacionalismo econômico e as crescentes demandas do Ocidente, especialmente nos Estados Unidos por uma dissociação da China, estão remodelando a economia mundial. Ainda não está claro até onde essa dissociação irá. Também não está claro até onde irá o intervencionismo introspectivo. Mas não há dúvida de que este é um ponto de inflexão significativo, com resultados imprevisíveis e, muito provavelmente, danosos.

Como revela um importante artigo recente do Peterson Institute for International Economics (PIIE), assinado por Alan Wolff, Robert Lawrence e Gary Hufbauer, a hostilidade ao comércio que vem se apoderando cada vez mais dos EUA corre o risco de reverter nove décadas de uma política extremamente bem-sucedida. Desde o desastre protecionista do começo da década de 30, o propósito da política dos Estados Unidos tem sido criar um sistema comercial aberto e governado pelas regras.

Essas políticas criaram uma economia mundial mais próspera, que se tornou a base do sucesso econômico (e, portanto, político) ocidental na Guerra Fria. Elas facilitaram uma redução impressionante da pobreza global. Elas são a credencial mais importante para a afirmação dos EUA de serem uma hegemonia benigna.

Hoje, no entanto, Donald Trump e Joe Biden, que discordam em quase tudo, concordam que isso foi um erro - uma fraude contra os trabalhadores americanos. Além disso, não são apenas as políticas na fronteira que estão mudando. Os EUA também estão adotando uma política industrial agressiva, apoiada por subsídios generosos. Atrás dela, e a fortalecendo, está a grande disputa por poder com a China. Estamos realmente entrando em um novo mundo.

Duas explicações amplas podem ser dadas para essa mudança fundamental na política dos EUA. Uma é a rejeição do "neoliberalismo"- um rótulo pejorativo para as políticas voltadas para o mercado. Mas, ao contrário da visão disseminada, não é verdade que o comércio liberal seja uma causa dominante ou mesmo significativa dos problemas das classes trabalhadores das sociedades ocidentais. O principal condutor do declínio do emprego no setor industrial tem sido o aumento da produtividade.

Entre 2000 e 2020, 6 milhões de empregos foram perdidos no setor manufatureiro nos EUA. Mas apenas cerca de 1 milhão dessa perda (agora no passado distante) se deveu às importações da China. A falha foi não fornecer nenhuma proteção para aqueles que perderam os empregos e para os lugares onde eles viviam, assim como ignorar o aumento da desigualdade econômica.

A outra explicação é a ascensão de um concorrente que opera com tanto sucesso na economia mundial aberta. Isso está relacionado com a crescente suspeita do livre mercado para justificar a dissociação da China, o "reshoring" ou "friendshoring" das cadeias de suprimentos, e políticas comerciais e industriais intervencionistas e protecionistas. Além disso, essas novas políticas não são dirigidas apenas à China. As políticas "buy America" estão visando tanto amigos como inimigos.

Essa mudança de política na potência hegemônica mundial levanta três grandes questões. Primeiro, essas políticas funcionarão em seus próprios termos? Há um bom motivo para duvidar disso. Adam Posen, do PIIE, recentemente afirmou que o "self-dealing" [situação em que alguém usa sua posição para obter vantagens] da atual postura dos EUA se mostrará contraproducente, que a autossuficiência é uma meta tola, que o subsídio competitivo é um jogo de soma zero e que a politização do comércio certamente levará a resultados destrutivos. Além disso, ele diz que o foco na produção é equivocado; o que importa é a adoção de novas tecnologias. Não menos importante, ao decidir suas políticas, os EUA precisam entender que estão dando um exemplo que outros seguirão. Os intervencionistas no exterior se sentirão legitimizados, tornando a economia mundial menos aberta.

Em segundo lugar, qual será o impacto dessa mudança sobre a economia mundial? Eswar Prasad, da Universidade Cornell, alerta que "todos os países, ricos e pobres, um dia lamentarão sua virada para dentro". Apoiando isso, um novo livro do Banco Mundial observa que as perspectivas de longo prazo para o crescimento econômico mundial estão se deteriorando. Um dos motivos para isso é a desaceleração do crescimento do comércio global desde a crise financeira de 2007-2009, que foi agravada pelos choques pós-covid e o aumento do protecionismo. Entre outras coisas, conforme observa o livro, o comércio "é um dos principais canais de difusão de novas tecnologias". Além do mais, deve-se notar, um mundo mais protecionista será um mundo com menores elasticidades de oferta e, portanto, estará mais propenso a choques inflacionários.

Por último, mas não menos importante, como essa mudança será inserida em um mundo em que grandes potências se confrontam? A resposta óbvia e racional é definir as exceções às regras gerais do comércio liberal com precisão e clareza. Assim, nas cadeias de suprimentos e tecnologia, os EUA e outras potências deverão definir onde exatamente eles acham que o mercado falhará em fornecer a eles a segurança de que precisam, e ajustar suas políticas de acordo. Será necessário um monitoramento contínuo dos riscos econômicos e de segurança relevantes e o ajuste das políticas associadas. Ao mesmo tempo, o intervencionismo orientado para a segurança deverá ser o mais preciso e não protecionista possível, de forma a continuar ganhando com as economias de escala proporcionadas pelo comércio internacional.

Agora suponha que isso seja impossível e que China e EUA se voltem cada vez mais para dentro. O que os outros países deveriam tentar fazer? Uma resposta é criar um acordo de livre comércio baseado nos princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas indo além deles. O cerne de tal acordo existe: o Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífico (CPTPP). Ele nasceu da Parceria Transpacífico, criada por Barack Obama e que foi repudiada por Trump. Então eles poderiam acrescentar os oceanos Atlântico e Índico. E também deixar as superpotências de fora. O resto do mundo ainda pode cooperar. 

Ao contrário da visão disseminada, é falso que o comércio liberal seja causa dominante dos problemas das classes trabalhadores das sociedades ocidentais. O principal condutor do declínio do emprego industrial tem sido o aumento da produtividade (Tradução de Mario Zamarian).

quarta-feira, 5 de abril de 2023

O Brasil precisa de abertura comercial já: Curso do Livres: inscrições gratuitas

 

Visualizar como página web

Olá, !

Sou Deborah Bizarria, coordenadora de Políticas Públicas do Livres, e tenho um convite especial para você.

Abertura Comercial é uma das pautas mais importantes para o Livres e para o Brasil em 2023. 

Desde o ano passado, nosso Conselho Acadêmico atua com os nossos Associados e a Bancada da Liberdade para por a campanha por um país mais livre em prática. 

INSCREVA-SE 

Neste link

No dia 18/04, na Casa Livres, às 14h30, vamos lançar oficialmente a campanha com a presença de convidados especiais e a apresentação do documento Inclusão Global para o público. 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO

14h30 | Recepção e coffee break

15h | Apresentação institucional, com Magno Karl, diretor executivo do Livres

15h10 | Lançamento do documento 'Inclusão Global: Derrubando barreiras, aumentando escolhas', com Deborah Bizarria, coordenadora de Políticas Públicas do Livres

15h30 | Painel: Desafios do Brasil no comércio e integração global, com

Sandra Rios, presidente do Conselho Acadêmico do Livres; 
Pedro Passos, fundador e conselheiro da Natura;
Eduardo Cury, relator da lei que institui o escritório da OCDE no Brasil;

O evento é GRATUITO, mas as vagas são limitadas. 

GARANTA A SUA VAGA 

Inclusão Global é um documento técnico inédito, elaborado sobre o tema com:

- dados

- pareceres técnicos

- sugestões de políticas públicas

Tudo elaborado com o apoio e coordenação de especialistas para embasar nossa defesa da abertura comercial por um Brasil mais livre e inclusivo. Claro, o documento Inclusão Global é apenas uma das vertentes da nossa campanha, que você pode apoiar também como associado Livres.

Não deixe de participar do lançamento, acompanhando também pelas nossas redes sociais

PARTICIPE 

Enviado por Associação Livres

Casa Livres, Rua Herculano de Freitas, 273, Bela Vista, São Paulo, SP

Se deseja não receber mais mensagens como esta, clique aqui.

Lista de trabalhos sobre o Mercosul e a integração regional: 1989-2023 - Paulo Roberto de Almeida

Lista de trabalhos sobre o Mercosul e a integração regional: 1989-2023

 

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.compralmeida@me.com)

Lista de trabalhos temáticos a partir da lista geral; elaborada em 4 de abril de 2023.

 

 

Livros:

 

1) O Mercosul e o regionalismo latino-americano: ensaios selecionados, 1989-2020, Edição Kindle, 453 p.; 1567 KB; ASIN: B08BNHJRQ4; ISBN: 978-65-00-05970-0; disponível neste link da Amazon: https://www.amazon.com/Mercosul-regionalismo-latino-americano-selecionados-Portuguese-ebook/dp/B08BNHJRQ4/ref=sr_1_1?dchild=1&keywords=Mercosul&qid=1593305045&s=digital-text&sr=1-1); Sumário e Prefácio e índice detalhado divulgados no blog Diplomatizzando (23/06/2020; links: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/06/o-mercosul-e-o-regionalismo-latino.html) e https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/06/o-mercosul-e-o-regionalismo-latino_23.html)Relação de Originais n. 3702.

 

2) A ordem econômica mundial e a América Latina: ensaios sobre dois séculos de história econômica, Brasília, 1 julho 2020, 308 p. Livro com textos de história econômica. Sumário no blog Diplomatizzando (link: https://www.academia.edu/43494964/A_ordem_economica_mundial_e_a_America_Latina_ensaios_sobre_dois_seculos_de_historia_economica_2020_). Publicado em Edição Kindle, 363 p.; 2029 KB; ASIN: B08CCFDVM2; ISBN: 978-65-00-05967-0; disponível neste link da Amazon: https://www.amazon.com.br/ordem-econ%C3%B4mica-mundial-Am%C3%A9rica-Latina-ebook/dp/B08CCFDVM2/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=I6QXH0T8I6L4&dchild=1&keywords=paulo+roberto+de+almeida&qid=1593992634&s=digital-text&sprefix=Paulo+Rob%2Caps%2C288&sr=1-1). Relação de Originais n. 3706.

 

3) Integração Regional: uma introdução (São Paulo: Saraiva, 2013, 174 p.; ISBN: 978-85-02-19963-7; Academia.edu: https://www.academia.edu/5550117/19_Integra%C3%A7%C3%A3o_Regional_uma_introdu%C3%A7%C3%A3o_2013_).

 

4) Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud, Paris: L’Harmattan, 2000, 160 p.; ISBN: 2-7384-9350-5; Academia.edu: https://www.academia.edu/5546907/07_Le_Mercosud_un_march%C3%A9_commun_pour_l_Am%C3%A9rique_du_Sud_2000_). 

 

5) Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: Editora LTr, 1998, 160 p.; ISBN: 85-7322-548-3; Academia.edu: https://www.academia.edu/42290608/Mercosul_fundamentos_e_perspectivas_1998_ )

 

6) O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Edições Aduaneiras, 1993, 204 p.; ISBN: 85-7129-098-9; Brasília, 23 março 2020, 143 p. Reformatação completa do livro para fins de livre acesso nas redes de intercâmbio acadêmico. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/03/mercosul-fundamentos-e-perspectivas.html); Academia.edu: https://www.academia.edu/42007009/O_Mercosul_no_Contexto_Regional_e_Internacional_1993_).

 

 

Artigos, papers, entrevistas, questionários:

 

4343. “Questões sobre Brics e Mercosul”, Brasília, 25 março 2023, 3 p. Respostas a questões colocadas por alunos do CACD. Enviada via WA.

 

4322. “Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação”, Brasília, 15 fevereiro 2023, 20 p. Revisão e atualização do trabalho 4247 (2 outubro 2022), para atualização de conteúdo (acordo Mercosul-UE ainda não aprovado, e em fase de novas negociações). 

 

4309. “Sobre o “projeto mágico” da moeda comum do Mercosul”, Brasília, 22 janeiro 2023, 2 p. Comentário à inutilidade de se discutir agora uma moeda comum antes de se fazer o dever de casa e o do Mercosul. Postado no blogDiplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/sobre-o-projeto-magico-da-moeda-comum.html).


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191. “O Brasil e a Integração da América Latina”, Montevidéu, 31 julho 1990, 11 p. Texto de discurso para participação da Ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello no seminário comemorativo dos 10 anos da ALADI. Pronunciado em seu nome, no dia 10/08/90, pelo Emb. José Arthur Denot Medeiros, Chefe do DECEX do Ministério da Economia. Publicado, parcialmente, no boletim Sintesis ALADI (Montevideo, n. 8, 1990, p. 5-10.

 

195. “A América Latina e o Comércio Mundial: a Integração Regional e a ALADI”, Montevidéu, 31 agosto 1990, 25 p. Texto de conferência para apresentação no “Council of the Americas” (New York, 17 setembro 1990) pelo Emb. Rubens Antonio Barbosa.

 

186. “Europa e América Latina no rumo da Integração: Desafios do Presente, Promessas do Futuro”, Montevidéu, 29 junho 1990, 16 p. Texto de conferência sobre problemas da Europa e América Latina em perspectiva, preparado para o ex-Presidente José Sarney. Apresentado, em versão modificada, em seminário do IRELA, em Buenos Aires, em 6/07/1990. 

 

176. “América Latina: Entre a Estagnação e a Integração”, Genebra, 26 novembro 1989, 7 p. Ensaio crítico sobre a crise do desenvolvimento na América Latina e possíveis vias alternativas, elaborado com base em agenda de reunião do SELA. 

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4 abril de 2023




Consulte a íntegra na plataforma Academia.edu

link: https://www.academia.edu/99720779/Lista_de_trabalhos_sobre_o_Mercosul_e_a_integracao_regional_1989_2023