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Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
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Por Augusto Taglioni
Politica online, 11/07/2024
La causa Malvinas se ha vuelto un problema para la gestión de Diana Mondino. El evidente abandono de la intensidad del reclamo por parte del gobierno y algunas las decisiones y alineamientos de política exterior amenaza con hacer perder apoyos históricos.
Como reveló LPO en exclusivo, la última cumbre del Comité Especial de Descolonización de las Naciones Unidas (C-24) estuvo a punto de someter a votación el tema pero a última hora se logró alcanzar un documento consensuado.
Sin embargo, hay países que hicieron saber su postura, pidieron la palabra y marcaron distancias. Las razones serían tres: el cambio de la política exterior argentina, la postura anti Agenda 2030 que enoja a los países caribeños que sufren el cambio climático y el alineamiento con Israel, especialmente el traslado de la embajada a Jerusalén, que aleja a los países árabes.
Bronca en Cancillería porque Mondino no incluyó el tema Malvinas en el documento del Mercosur
En este marco, Mondino dice que Lagorio fracasó en lograr los apoyos en el C24 y asegura que no cumplió con lo que había prometido durante la campaña para hacerse nombrar Embajador en Nueva York.
Por su parte, el embajador responde que la culpa es la cancillería porque que no "le dan figuritas para cambiar en Naciones Unidas" y la pelea de Milei contra todos hace imposible su trabajo multilateral.
"Se pelea con los árabes y varios países de Medio Oriente nos sacan el apoyo, se pelea con los países vecinos y éstos excluyen la cuestión Malvinas de la declaración del Mercosur, se pelean en la OEA por el cambio climáticos y -como reacción- los caribeños juegan para Reino Unido. Así es imposible, hacer mi trabajo bien. Tu DT hace los goles para los contrarios", afirman a LPO fuentes cercanas al embajador.
En este marco, Lagorio escribió en un cable secreto dirigido a Mondino en donde sostiene que "varios países disminuyeron su nivel de apoyo debido a decisiones de política exterior argentina en otros asuntos que los afectan directamente".
Se pelea con los árabes y varios países de Medio Oriente nos sacan el apoyo, se pelea con los países vecinos y éstos excluyen la cuestión Malvinas de la declaración del Mercosur, se pelean en la OEA por el cambio climáticos y -como reacción- los caribeños juegan para Reino Unido. Así es imposible, hacer mi trabajo bien. Tu DT hace los goles para los contrarios
En paralelo al pase de facturas entre Buenos Aires y su representante en la ONU, viene acompañado de una gestión eficiente de Reino Unido que mandó a los legisladores Kelpers a hablar en el C24 como peticionarios y representantes de Malvinas. Lagorio culpa por esto a Mondino por hablar en la campaña a favor de los isleños al plantear que "hay que escucharlos".
Entre los países árabes que cambiaron su posición está Siria (país que históricamente apoya el reclamo argentino) que se negó a apoyar an Argentina en Malvinas porque el gobierno de Milei ataca a Palestina "peor que los propios invasores israelíes".
Una fuente diplomática que trabaja en el tema detalló a LPO que "en África, Sierra Leona rompió el histórico consenso en la Unión Africana y defendió el derecho a la libre determinación de los isleños. Antigua y Barbuda rompió el consenso de la Caricom al pedir por la autodeterminación de los isleños. Por primera vez desde su creación, la Celac no apoyó como grupo regional a la Argentina. Lo mismo sucedió con el Mercosur".
Entre los países árabes que cambiaron su posición está Siria, que se negó a apoyar an Argentina en Malvinas porque el gobierno de Milei ataca a Palestina "peor que los propios invasores israelíes
Esta fuente continúa: "Timor Oriental amenazó con agregar en la declaración la palabra "deseos" de los kelpers y expresó que ninguna solución podía ser alcanzada contra la voluntad de los isleños. Fiji sostuvo que en las "Falkland Islands" el "pueblo" ya había decidido su destino pero que lamentablemente la Argentina ignora sus deseos".
Bronca en Cancillería por el silencio de Mondino ante el hallazgo de petróleo en la Antártida
"Todos estos hechos muestran que a la política exterior para Malvinas hace agua por todos lados", completa.
Según pudo saber LPO, Mondino quiere que Lagorio sea el chivo expiatorio del fracaso de estas negociaciones y le recuerda a los suyos que Lagorio era sciolista.
Sin embargo, el embajador ya no oculta su bronca y le dice a las personas de confianza: "Si yo fuera el canciller, estas cosas no pasarían. La diplomacia es un arte que debe estar en manos de los diplomáticos. En el mundo multilateral las improvisaciones se pagan caro".
O primeiro golpe do Brasil:
D. Pedro I contra a Constituinte de 1823
Livro de Ricardo Lessa (IAB)
Lançamento no IAB
Reunião presidencial foi marcada pela ausência da Argentina e teve poucos avanços substanciais
Rubens Barbosa *
Editorial do portal Interesse Nacional
12/07/2024
https://interessenacional.com.br/portal/mercosul-sem-rumo/
No domingo e na segunda-feira desta semana, o Mercosul realizou mais uma reunião presidencial, desta vez no Paraguai. O grupo regional, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, está tão desprestigiado que, no domingo, enquanto realizava seu principal encontro semestral, os dois principais programas internacionais da TV brasileira, o Globo News Internacional e o WW Especial, trataram das eleições na França, no Reino Unido e no Irã (Globo) e nos EUA (CNN), ignorando solenemente o encontro regional.
A expectativa de resultados do encontro era baixa e a repercussão da reunião do Conselho do Mercosul ficou por conta da ausência do presidente argentino, Javier Milei, que preferiu apresentar-se em evento de partidos da direita sul-americana em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Sintomaticamente, somente dois presidentes deixam de comparecer a reuniões do Conselho no Mercosul: Milei e Bolsonaro.
Desde 2019, começaram os problemas políticos do Mercosul e as dificuldades para avançar em função dos enfrentamentos crescentes entre o Brasil e a Argentina. Primeiro, entre Bolsonaro e Fernández e agora, com sinais trocados, entre Lula e Milei.
No tocante à substância, foram poucos os avanços técnicos e internos no processo de fortalecimento do Mercosul. Não se chegou a acordo sobre o fortalecimento da secretaria executiva e sobre os meios para melhor equipar os diferentes grupos dentro da estrutura do Mercosul.
Alguns avanços mais importantes não puderam ser aprovados em virtude da oposição argentina, por uma decisão política contra as propostas nas áreas social e política, coerente com as manifestações de Milei, que prefere manter o Mercosul com foco nos temas econômicos e comerciais. Dessa forma, as propostas de gênero e Agenda 2030, com o plano de sustentabilidade global, apresentada pelo Brasil, e a do Paraguai de criar subgrupo de Comércio e Gênero foram bloqueadas.
O Brasil insistiu na necessidade de incorporar o setor automotivo e o açúcar no contexto negociador do Mercosul. Depois de 33 anos, esses dois importantes setores não foram ainda incluídos no contexto do grupo.
A Argentina, fazendo eco à proposta do Uruguai, defendeu que o Mercosul deveria poder negociar acordos de comércio de forma bilateral, contrariando a letra e o espírito do Tratado de Assunção. Não está claro o objetivo argentino com a proposta, que na prática inviabilizaria o Mercosul, levando em conta a importância que o grupo regional tem para a economia argentina. A exemplo do que ocorreu com a ideia do Uruguai, a proposta argentina não deverá prosperar.
De positivo, registrou-se o revigoramento do Fundo de Convergência Estrutural para financiamento de projetos do âmbito do grupo, sobretudo no Paraguai e no Uruguai (FOCEN) com o Brasil fazendo pagamento da sua contribuição, inclusive a atrasada.
Foram mencionados avanços na conclusão de negociações de acordos comerciais de menor importância com Cingapura, a entrada em vigências do acordo com a Palestina e o início das negociações, sob a coordenação do Brasil, com a República Dominicana. O Panamá manifestou interesse em abrir negociações igualmente com o Mercosul. Com a União Europeia, fez-se referência sobre a expectativa de concluir as negociações que se arrastam a mais de 20 anos.
Foi anunciada a incorporação plena da Bolívia no Mercosul e o pedido do Panamá para negociar acordo de livre comércio com o grupo. A Bolívia terá um prazo de quatro anos para incorporar na sua legislação interna as regras do Mercosul, o que dificilmente ocorrerá, mas a partir de agora deverá participar dos encontros de todos os grupos e conselhos do Mercosul com direito a se manifestar.
Por evidentes diferenças políticas entre os membros do subgrupo regional, não houve acordo para incluir qualquer referência sobre a Venezuela, membro suspenso do Mercosul, às vésperas das eleições presidenciais tendo como pano de fundo a ameaça de ataque à Guiana.
Como tem acontecido nos últimos anos nas reuniões presidenciais do Mercosul, as diferenças ideológicas e as dificuldades econômicas na Argentina têm impedido que o grupo regional se fortaleça institucionalmente e se projete como um parceiro sério no cenário comercial global. O bloco esta, na prática, paralisado e sem perspectivas a médio e longo prazo.
Do ponto de vista do Brasil, a ausência de uma clara estratégia comercial é compensada por iniciativas na área social e política, sem maior relevância do ponto de vista dos objetivos econômicos do bloco.
A entrada da Bolívia como membro permanente do Mercosul vai introduzir um complicador adicional. Se com quatro membros já é difícil formar consenso, com cinco ou seis será praticamente impossível. O silêncio sobre a situação na Venezuela e o risco de uma eleição mais uma vez manipulada no fim do mês mostra a paralisia institucional e as fragilidades do grupo para chegar a consensos no campo político.
* Presidente e fundador do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE). É presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), presidente do Centro de Defesa e Segurança Nacional (Cedesen) e fundador da Revista Interesse Nacional. Foi embaixador do Brasil em Londres (1994–99) e em Washington (1999–04). É autor de Dissenso de Washington (Agir), Panorama Visto de Londres (Aduaneiras), América Latina em Perspectiva (Aduaneiras) e O Brasil voltou? (Pioneira), entre outros.
Patético: o ex-chanceler acidental do ex-presidente falastrão, ao ter sido afastado de qualquer chance de retornar à diplomacia ativa desde sua estrepitosa saída do Itamaraty em marco de 2021 — talvez conte com uma vitória da direita de volta ao poder em 2026, para retomar a carreira — está reduzido a vender cursinhos improvisados de política internacional, na falta de algo melhor para fazer.
Poderia escrever suas memórias: “Como eu destruí o Itamaraty a serviço de amadores em política externa”.se quiser subsídios sobre o desmantelamento da diplomacia brasileira, pode buscar nos cinco livros que eu produzi sobre sua estarrecedora gestão a serviço do bolsolavismo diplomático, desde “Miséria da Diplomacia: a destruitda inteligência no Itamaraty” (2019), até “Apogeu e Demolição da Politica Externa” (2021), passando por três outros livros disponíveis no Kindle-Amazon.
Paulo Roberto de Almeida
11/07/2024
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“Afinal, o que realmente está acontecendo na França? Qual é a estratégia de Macron?
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Operadora de telefonia envia a Moraes localização de aliado de Bolsonaro que tenta comprovar que não fugiu para os EUA
A operadora de telefonia Tim encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a geolocalização de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mostrando que ele esteve no Paraná e em Brasília, no final de 2022. Martins tenta provar ao magistrado que não viajou a bordo do avião do governo brasileiro, burlando o sistema migratório dos Estados Unidos, nesse mesmo período.
O documento foi juntado na tarde desta quarta-feira ao inquérito em que Martins é investigado. O ex-assessor de Assuntos Internacionais foi preso preventivamente pela Polícia Federal, em 8 de fevereiro deste ano, durante a deflagração da Operação Tempus Veritatis, que apurava uma suposta organização criminosa que teria atuado para manter Bolsonaro no poder por meio de uma tentativa de golpe Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
A trama, segundo o inquérito, teria envolvido a entrega da minuta e a preparação para realizar um golpe de Estado “com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em ambiente politicamente sensível".
De acordo com o relato da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Martins elaborou uma suposta minuta golpista após o resultado das eleições em 2022 que previa a prisão de Moraes e uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com informações levantadas pela PF, o ex-assessor esteve no Alvorada nos dias 18 de novembro e 16, 20 e 21 de dezembro de 2022.
Putin propõe um ‘Parlamento’ para o Brics+
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Nota sobre uma proposta de Putin e seu aspecto manipulativo.
Hoje no Mundo Militar, 11/07/2024:
“Vladimir Putin disse hoje que pretende criar um "parlamento para o BRICS". O objetivo é acelerar o processo de transformação do BRICS em um bloco antiocidental de países, liderado pela Rússia e pela China, para enfrentar o bloco liderado pelos EUA e Europa, com o Brasil inserido no bloco russo-chinês.”
Link: https://x.com/hoje_no/status/1811410042165338238?s=08
Comentário de Paulo Roberto de Almeida:
A realidade é que o BRIC original NUNCA correspondeu a uma coordenação política pensada estrategicamente pelas quatro diplomacias originais como perseguindo objetivos legítimos, convergentes, propositivos, visando desenvolvimento econômico e social, dento do espírito e da letra da Carta das Nações Unidas, de quatro grandes economias não ocidentais. Entre 2006 e 2009, funcionou em nível ministerial, entre os quatro membros iniciais (Brasil, Rússia, China e Índia), a partir de 2009 em nível de cúpula. A África foi introduzida em 2011 pelas mãos da China, para atender a seus objetivos africanos.
Ele tinha sido concebido, na origem, por um economista de banco de investimentos, com base num mero estudo de caráter não diplomático, mas como plataforma para investimentos, visando metas puramente financeiras.
Sua ideia foi usada pelos chanceleres de quatro governos que possuíam suas próprias metas nacionais, mas é evidente que as duas grandes autocracias, já exibindo desacordos com uma suposta “hegemonia ocidental”, buscaram transformá-lo num grupo diplomático, de maneira oportunista, para atender a objetivos nacionais, segundo seus próprios critérios geopolíticos, diplomáticos, talvez militares.
Não existe um ÚNICO acordo econômico-comercial entre os cinco membros da era BRICS, mas criaram, em 2014, um banco de fomento a investimentos em infraestrutura (o que os demais bancos multilaterais podem fazer, ou fundos institucionais ou o mercado de capitais, talvez com critérios de eligibilidade próprios às grandes empresas chinesas, pois o banco tem sede em Xangai), e um fundo de socorro emergencial que não foi ainda testado.
Sua ampliação em 2023 para cinco novos membros (o BRICS+, agora com países alinhados a uma visão mais propriamente russo-chinesa do mundo) adota uma outra visão diplomático-estratégica, que talvez não seja mais aquela que prevalecia nos anos 2000.
A proposta atual de Putin de se instituir um Parlamento do Mercosul representa um passo a mais no sentido de formalizar o grupo de dez (ou mais países) como um instrumento a mais na panóplia de ativos suscetíveis de serem mobilizados para declarações convergentes com os objetivos diplomáticos das duas grandes autocracias.
Cabe agora verificar se países dotados de objetivos próprios no cenário internacional, e ciosos de sua autonomia própria no domínio das políticas externas nacionais (como Brasil e Índia), vão alinhar-se aos interesses de um império expansionista, que conduz atualmente uma guerra de agressão, e a outro país decisivo no terreno comercial e tecnológico, que pode dar início a uma nova guerra de agressão.”
Paulo Roberto de Almeida, diplomata e professor.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4701, 11 julho 2024, 2 p.
A irrelevância do Mercosul
Opinião:
Uma política externa para o mundo atual
A visão de que estava havendo a restauração de uma política externa ativa e altiva minimizou ou ignorou as mudanças pelas quais o Brasil, a América do Sul e o mundo estão atravessando
Por Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 09/07/2024 | 03h00
O Brasil voltou. O presidente Lula da Silva, no início de seu governo, repetiu essa afirmação como o recomeço da política externa depois de um período, no governo anterior, em que as atitudes e posições brasileiras isolaram o País e o então Brasil foi visto como um pária no cenário internacional. A visão de que estava havendo a restauração de uma política externa ativa e altiva, como caracterizada nos dois primeiros mandatos, minimizou ou ignorou as mudanças e transformações pelas quais o Brasil, a região sul-americana e o mundo estão atravessando. Sem falar nos desafios e nos riscos para perseguir as novas oportunidades que estão se abrindo ao País.
No Brasil de 20 anos depois da primeira eleição de Lula, o País está dividido e polarizado, sem lideranças em todos os setores da sociedade, sem partidos políticos com programas definidos, com o Congresso e o Judiciário com poderes e com voz amplificadas e o Banco Central independente. As prioridades políticas, econômicas, sociais e de defesa mudaram.
No âmbito regional, a América do Sul, com crescente criminalidade, pesada burocracia e grave déficit educacional está mais desintegrada, mais empobrecida e mais marginalizada. As crises na Argentina e na Venezuela têm impacto sobre o Brasil. Tornaram-se flagrantes a ausência de liderança do Brasil e o aumento da presença de potências extrarregionais, como a China.
No contexto global, além da crescente rivalidade entre a China e os EUA, as guerras na Europa, entre a Rússia e a Ucrânia, e no Oriente Médio, entre Israel e o Hamas, com o risco de escalada, colocam riscos para o Brasil. Potências regionais, como Índia, Turquia, Indonésia e os países do Golfo, defendem seus próprios interesses e escolhem suas parcerias dependendo do que está em jogo. Mesmo em questões de grande visibilidade e envolvimento dos EUA, como o apoio à Ucrânia em sua luta contra a Rússia, a percepção é de que se trata de problema ocidental, sem interesse para o não Ocidente. Na medida em que uma nova ordem começa a se configurar, surge a competição sobre o que vai substituí-la.
Finalmente, a ordem internacional baseada em regras negociadas em instituições internacionais criadas depois de 1945, como as Nações Unidas, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt) e agora a Organização Mundial de Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, perderam força. As regras baseadas nessa ordem internacional continuam a existir, mas as instituições estão paralisadas por ações individuais ou por desacordos entre seus membros. Discute-se uma nova governança global. Em comércio e política industrial, até os EUA estão implementando políticas antiglobalização, condenadas no passado e que penalizaram países, como o Brasil.
Depois de um ano e meio de governo, apesar da correta definição das principais prioridades na área externa (presença do Brasil no cenário internacional, meio ambiente e mudança de clima e América Latina), poucos avanços concretos – que estariam beneficiando o Brasil – podem ser identificados.
Nesse cenário, os principais elementos de uma política externa, adequada para o mundo de hoje, deveriam incluir, entre outras, as seguintes linhas de atuação:
- Voltar a ser uma política de Estado, com visão de médio e longo prazo, sem influências ideológicas ou partidárias.
- Manter equidistância e independência na defesa do interesse nacional, sem tomar partido ou lado nos conflitos e confrontações que ocorrem hoje no cenário global.
- A voz do Brasil, como potência média global, deve ser ouvida nos vários tabuleiros e fóruns internacionais, sem alinhamento automáticos, reconhecendo, porém, suas limitações, pela ausência de excedente de poder, para influir em temas cujos resultados dependem de outros interesses.
- As prioridades definidas pelo atual governo na área externa deveriam ser implementadas com políticas que efetivamente representem interesses do País: na América do Sul, assumir a liderança com propostas concretas (melhorar infraestrutura como estratégia de abertura para a Ásia; criação de cadeias produtivas globais para atração de investimentos, defesa da democracia e as relações com a Argentina e Venezuela); no comércio exterior, visando à redução das vulnerabilidades, com a diversificação de mercados e de produtos e a negociação de novos acordo de livre comércio, a finalização dos acordos com a União Europeia e a área de livre comércio na Europa e a abertura de conversação dos diferentes grupos econômicos e comerciais com a Ásia.
- O Itamaraty deveria recuperar sua competência de coordenação interna em relação às ações externas em áreas como meio ambiente, mudança de clima, negociações comerciais e temas globais (em especial, democracia, direitos humanos, mudança de clima, defesa e segurança).
Do ponto de vista do Brasil (não de um partido político), a política externa deve visar a maior e mais consistente presença do Brasil no mundo e a benefícios concretos para o comércio exterior e aos investimentos que ajudem o crescimento da economia, com o fortalecimento da indústria, a diversificação do mercado externo para produtos agrícolas, o aumento da renda interna, a redução das desigualdades regionais e individuais, a segurança e a defesa.
PRESIDENTE DO IRICE, FOI EMBAIXADOR EM WASHINGTON E LONDRES https://www.estadao.com.br/opiniao/rubens-barbosa/uma-politica-externa-para-o-mundo-atual/
Putin e Mdvedev transformaram os russos em criminosos nucleares potenciais, voltados para a eliminação radical da resistência ucraniana contra a sua guerra de agressão. A deformação coletiva é algo inédito na história da humanidade.
Paulo Roberto de Almeida
⚡️Poll: More and more Russians think a nuclear strike on Ukraine is justified.
One in three Russians believe a nuclear strike against Ukraine would be justified, according to research from the Levada Center, a Russian independent polling organization.
https://kyivindependent.com/more-and-more-russians-think-a-nuclear-strike-on-ukraine-is-justified/
Ranked: The Countries Sending the Most Remittances Abroad Want more content like this with daily insights from the world’s top creators? See it first on the
. https://posts.voronoiapp.com/money/-The-US-Sent-82B-Abroad-in-Personal-Remittances-in-2022-1615CAN CHINA WIN A WAR AGAINST THE US!
Paul Dibb, The Strategist
World At War, July 3, 2024
Everyone thought that Russia would take Kyiv within a few days. Now voices are being raised that China would win a war against the US..........
China’s military strength is entirely unproven in practical terms and, like its ally Russia, China has serious military weaknesses.
Western intelligence analysts and policymakers have consistently overrated Russia’s and the Soviet Union’s military strengths. And precisely the same mistakes are now being made about China’s PLA.
When the adversary is a totalitarian state it is easier to make judgements based on quantitative assessments of counting weapons—tanks, jet fighters, and missiles—and raw manpower, rather than on the qualitative and psychological characteristics that often determine the military’s performance on the battlefield.
It is easy to concentrate on the material strengths of both China and Russia that can be counted by overhead means of intelligence, while neglecting crucial intangibles such as the quality and experience of their troops.
One of the most serious intangible defects of China’s and Russia’s military forces is that they lack a critical mass of professionally trained NCOs. The dearth of professional non-commissioned officers means that totalitarian armies are unable to fight effectively because NCOs provide the vital link between officers and soldiers about battlefield decision-making.
Russia and Chinas military have rigid and fragmented command and control structures because the political leadership does not trust the military leadership, and the military does not trust the rank-and-file. Such systems fail to successfully share information, discourage initiative, and prevent battlefield lessons from informing strategy or being incorporated into future military doctrine.
China has no practical combat experience worth talking about. Its last serious use of force overseas was in 1979 when it sought to teach Vietnam a lessonand failed miserably.
I am very doubtful that China will be able to win a war against the US. The US also has allies in the region and if Japan, Australia, South Korea and the Philippines side with the US, China will have a very tough time.
Source: The Strategist, Paul Dibb, Professor Zoltan Barany of the University of Texas.
aspistrategist.org
A volta do Ministério do Vai Dar M...
Episódios nebulosos têm provocado ‘déjà- vu’ em quem acompanhou de perto escândalos das últimas gestões petistas
Paulo Celso Pereira
O Globo, 03/07/2024
A ideia foi imortalizada no primeiro governo Lula, por sua pertinência e autoria: deveria ser criado um Ministério do “Vai dar Merda”. A proposta vinha de Chico Buarque, entusiasta da chegada do PT ao poder, temeroso do desgaste que os tropeços poderiam causar ao projeto de esquerda. Passados 18 meses de seu terceiro mandato, Lula deveria pensar seriamente na sugestão.
Nos últimos meses, uma série de episódios nebulosos tem provocado déjà-vu em quem acompanhou de perto os escândalos das últimas gestões petistas. Primeiro, foram as acusações contra o ministro Juscelino Filho, indiciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Trata-se de um clássico do patrimonialismo nacional: quando era deputado, ele destinou emendas para construir estradas no Maranhão que beneficiaram propriedades suas e de sua família.
No celular do empreiteiro responsável pela obra, a Polícia Federal identificou uma troca de mensagens em que Juscelino pede ao empresário que realize depósitos para terceiros, e este responde com os comprovantes dos repasses. Numa conversa paralela, o empreiteiro diz que o valor seria descontado da obra de pavimentação. Apesar dos indícios, Lula optou por não demitir o aliado.
Para auxiliares, Lula espera que Juscelino tome a iniciativa de deixar o governo
O caso de Juscelino é apenas o mais avançado. Em meio à tragédia do Rio Grande do Sul, o governo decidiu importar 263 mil toneladas de arroz. O leilão foi vencido por empresas que faziam de tudo, menos trabalhar com o cereal — eram de locação de veículos, produção de queijos e polpas de fruta. As vendas seriam parcialmente intermediadas por companhias de um ex-assessor do secretário de Política Agrícola do governo federal. Foi preciso o escândalo dominar as redes sociais para o Planalto cancelar a compra.
Não foi a única movimentação nebulosa envolvendo a tragédia gaúcha. No último domingo, o colunista do GLOBO Lauro Jardim revelou que um grão-petista, o ex-presidente da Câmara Marco Maia, tem visitado prefeituras sugerindo a contratação de certas empresas para tocar obras emergenciais. Ele integra a equipe de Paulo Pimenta na Secretaria de Reconstrução do RS. Maia foi alvo de delações na Operação Lava-Jato, e seu processo foi arquivado por falta de provas.
O grupo dos reabilitados da Lava-Jato que voltaram a flanar em Brasília é grande. Os irmãos Joesley e Wesley Batista, que de investigados se converteram em bombásticos delatores, estão com tudo. Semanas atrás, chamaram a atenção por um lance intrigante. Arremataram, por R$ 4,7 bilhões, 12 usinas térmicas da Eletrobras na região amazônica. Elas estavam à venda havia um ano, mas não despertavam interesse de nenhum grupo. O motivo: a principal cliente delas é a distribuidora Amazonas Energia, que está inadimplente, com dívida acumulada de R$ 9 bilhões. O mercado só compreendeu a decisão dois dias depois, quando o governo editou uma Medida Provisória para socorrer a Amazonas Energia, cobrindo os pagamentos que ela deveria fazer às usinas recém-compradas pelos Batistas. Os custos da operação serão pagos por todos os consumidores.
Até mesmo a Secretaria de Comunicação da Presidência, que deveria trabalhar para melhorar a imagem do governo, passou a desgastá-la. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União identificou indícios de “graves irregularidades” na licitação que contratou quatro empresas de assessoria e gestão de redes sociais. O resultado do pregão, com gastos de até R$ 197,7 milhões, era conhecido antes da abertura dos envelopes.
Os seguidos escândalos que atingiram os governos Lula e Dilma foram o principal motor do antipetismo que viceja no país. Ainda que Lula evite o tema, passar a impressão de que há preocupação com o combate à corrupção é importante para um pedaço do eleitorado que o apoiou em 2022 e foi determinante para derrotar Bolsonaro. A onda recente de casos heterodoxos mostra que, se nada for feito, o governo terá apostado mais na sorte que na sensatez para não ser atingido por um grave escândalo. Depois, não adianta culpar o juiz.
Por que as pessoas acredtam em FakeNews?
Steven Pinker
RIO DE JANEIRO* - O psicólogo e linguista canadense Steven Pinker decidiu que queria ensinar e escrever sobre racionalidade humana. A ideia era falar sobre ferramentas como lógica, probabilidade, estatística, teoria da escolha racional, teoria dos jogos, correlação e causalidade. No entanto, as pessoas estavam interessadas em outra coisa. “Elas queriam saber por que o mundo estava enlouquecendo”, conta ele, que é professor da Universidade Harvard, autor do best-seller Enlightenment Now: The Case for Reason, Science, Humanism, and Progress (O novo Iluminismo: Em defesa da razão, da ciência e do humanismo, no título em português) e já foi considerado, mais de uma vez, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.
“Por que as pessoas acreditam em teorias da conspiração? Notícias falsas? Em tratamentos médicos malucos, como a homeopatia, mas ao mesmo tempo negam as vacinas? Por que as pessoas acreditam em percepção extra-sensorial? Clarividência? Ver o futuro e vidas passadas? É nisso que as pessoas estão realmente interessadas, não tanto em por que somos ruins em probabilidade e estatísticas”, disse ele neste sábado, 29, durante participação no Congresso Brain 2024: Cérebro, Comportamento e Emoções, realizado no Rio de Janeiro entre os dias 26 e 29 de junho.
Ele segue aconselhando que as pessoas se dediquem às ferramentas básicas, no entanto, lançou-se ao desafio das questões com as quais foi confrontado. “São vários motivos, não apenas um”, fala.
Entre eles, algumas crenças ou “intuições” humanas, como dualismo (“acreditamos que cada humano tem um corpo e uma mente”), essencialismo (“pensamos que os seres vivos têm algum tipo de substância invisível ou química neles que os torna vivos, que lhes dá forma e poderes”) e teleologia (tudo o que fazemos tem uma razão/propósito), mas, para Pinker, o mais importante é o que ele chama de tribalismo político.
Poucas pessoas mudam de opinião por causa das notícias falsas. As notícias falsas reforçam os preconceitos políticos delas”, afirma. “As pessoas se dividem em setores, tribos ou coalizões, e as ideias que acreditam não são as ideias que são verdadeiras, mas as ideias que fazem a coalizão delas parecer mais inteligente, mais competente, mais moral e nobre do que as outras tribos.”
E é por isso que ele lança o seguinte desafio, que pode parecer óbvio, mas, segundo ele, contra intuitivo para a natureza humana: “você deve acreditar apenas em coisas para as quais há evidências, para as quais há uma boa razão para acreditar que são verdadeiras”.
“Cheguei à conclusão de que essa é a ideia mais radical na história humana”, afirma. “É uma boa lição moral para os jovens: a ideia de que você pode estar errado. Você deve deixar os fatos dizerem o que é certo e errado. Esta é uma ideia muito estranha, exótica, não natural, mas é uma ideia importante, e acho que temos que apoiar a ideia de que somos ignorantes sobre a maioria das coisas.”
(…)
Erdogan talvez tenha recebido a mais desprezível rejeição de sua breve carreira como candidato a bons oficios. Putin não está interessado em qualquer proposta de paz; ele só quer impor a sua vontade. PRA
“ ⚡️Erdogan offers to mediate peace talks, Kremlin rules out the idea.
At the Shanghai Cooperation Organization summit in Kazakhstan, Turkish President Tayyip Erdogan proposed to Russian President Vladimir Putin that Turkey could help mediate an end to the war.
Putin's spokesperson, Dmitry Peskov, rejected the idea, stating that Erdogan could not serve as an intermediary, without giving specific reasons.”
From: Kyivindependent _official
July 3, 2024
Preparativos da Foreign Policy para um grande encontro de aniversário. Macron, três anos atrás, disse que a OTAN já estava morta, de morte cerebral. Putin conseguiu revivê-la. Deveriam fazer um bolinho nesse encontro de Washington e mandar para o Putin, com os cumprimentos de Zelensky.
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Obituary: Democracy
Teresa Joyce (Threads)
Democracy, aged 2,500 years, passed away on July 1, 2024, following a prolonged period of ill health. Born in ancient Greece, Democracy was heralded as a pioneering system of governance that promised power to the people, by the people, and for the people. It inspired countless revolutions, declarations, and movements worldwide, advocating for the ideals of freedom, equality, and justice.
Throughout its life, Democracy experienced various transformations and challenges. It flourished in numerous forms, from the direct democracy of Athens to the representative democracies of modern nation-states. Despite its noble intentions, Democracy often found itself battling corruption, inequality, populism, and apathy.
The latter part of Democracy’s life was marked by increasing polarization, misinformation, and the erosion of trust in institutions. The rise of authoritarianism, coupled with the spread of digital disinformation and weakened civic engagement, accelerated its decline. On July 1, 2024, Democracy succumbed to these mounting pressures, leaving behind a complex legacy of achievements and shortcomings.
Democracy is survived by its ideals, which will continue to inspire future generations seeking a just and equitable society. Memorials will be held in city squares and public forums around the world, where mourners will reflect on its contributions and the lessons learned from its demise.
In lieu of flowers, the family requests that citizens remain vigilant, engaged, and committed to upholding the principles that Democracy once championed.
Teresa Joyce
July 2, 2024