quinta-feira, 7 de julho de 2011

Aflicoes cambiais? Chamem o Doutor Mantega! Ou nao???

O nosso dólar é mais barato
Carlos Alberto Sardenberg
O Globo, 707/2011

Não é de hoje que o ministro Guido Mantega está de bronca com o dólar fraco. Não é de hoje que ele declara ter um arsenal de medidas para impedir uma valorização excessiva do real. Olhando os números, porém, verifica-se que o ministro tem fracassado.

Quando ele assumiu, em 28 de março de 2006, o dólar valia R$2,24. Seguiu daí uma clara tendência de baixa, até ficar abaixo de R$1,60 nos dias que antecederam a grande crise financeira de 2008.

Com o quase colapso da economia global, a paralisia dos mercados de crédito e a queda brutal da atividade mundial, a moeda brasileira sofreu rápida e forte desvalorização. Em dezembro de 2008, bateu no teto desse período, com o valor de R$2,51.

Daí em diante, o dólar rodou algum tempo numa cotação elevada, mas retomou a tendência de queda quando o mundo se acalmou e, sobretudo, quando os emergentes voltaram a crescer forte. Nos últimos dias, a moeda americana chegou a um valor nominal igual ao verificado no momento pré-crise 2008.

Ou seja, as medidas tomadas pelo governo brasileiro — aumento do imposto e limitação de entrada de aplicações financeiras, além da compra de moeda pelo BC — tiveram efeito acessório e limitado. O que mudou a cotação, para cima e para baixo, foi o fator internacional.

Bem resumindo: o fato é que o governo não tomou qualquer medida estrutural — ortodoxa, heterodoxa ou desenvolvimentista — para agir sobre o câmbio. Persiste uma indecisão que vem desde a gestão Lula.

Não que seja fácil resolver. O problema é a excessiva entrada de dólares no país. Mas há muitos bons motivos para receber essa dinheirama.

Como somos um país que consome muito e poupa pouco, precisamos de capital externo para financiar investimentos. E lá se vão as autoridades mostrar aos estrangeiros que há aqui muitas oportunidades de negócio. Eles estão acreditando nisso e atendendo aos convites. É bom.

Além disso, como o risco Brasil está baixo e como sobra dinheiro no mundo, a juros no chão, companhias aqui instaladas tomam dólares emprestados lá fora para financiar operações locais. Bom de novo, financiamento abundante e barato. Com os juros aqui pela hora da morte, essa tomada de empréstimos no exterior barateia os negócios no país e, assim, beneficia os consumidores.

Por outro lado, os preços de alguns dos principais produtos brasileiros de exportação estão em níveis historicamente elevados e parece que permanecerão assim por uns bons anos. Garantia de receita. Bom de novo.

O dólar barato também faz a alegria das classes médias, as antigas e as emergentes, que podem viajar para fora e comprar produtos mais baratos... e votar com o governo.

Mas há um enorme problema: o produto industrial fabricado aqui fica mais caro, perde competitividade aqui e no exterior. Ora, a indústria dá emprego bom e abundante, faz a força de uma economia, de modo que não se pode brincar com isso.

O que fazer? Essa valorização da moeda local não é exclusividade brasileira. Para ficar apenas na América Latina, todas as principais moedas ganharam sobre o dólar. Conforme contas elaboradas pela consultoria Economática, o dólar perdeu quase 40% em relação ao peso colombiano, em termos nominais, de 31 de dezembro de 2002 a 5 de julho último.

Mas a Colômbia foi apenas a vice-campeã. Perde do Brasil. No mesmo período, que coincide com o governo Lula e seis meses de Dilma, o dólar perdeu 55% em relação ao real.

Logo, há dois conjuntos de causas de apreciação da nossa moeda. O primeiro é o mesmo para toda AL: exportação de commodities em preços recordes e muita entrada de dólares de investimentos e empréstimos para negócios locais, em economias em crescimento. A Colômbia é tão parecida com o Brasil que tem até uma forte descoberta recente de petróleo.

Este é um problema global, aliás, citado por Christine Lagarde em seu primeiro pronunciamento como diretora do FMI.

Mas por que a valorização do real é campeã global? Só pode ser por causas nossas. E aqui a resposta já não é pacífica, mesmo porque não envolve apenas a taxa de câmbio. É preciso tratar da dobradinha dólar barato/juro caro.

Os analistas têm divergências doutrinárias, que, aliás, tratamos aqui na coluna de 9 de junho ("Ortodoxos, desenvolvimentistas, nem tanto“). De todo modo, se sabemos o que há de comum entre o Brasil e os demais latino-americanos, devemos perguntar: o que há de diferente?

Se procurarem no excesso de gasto público, carga tributária e dívida, vão encontrar alguma coisa. Para os desenvolvimentistas, o caminho é outro, começando por controle de entrada de capitais e derrubada imediata dos juros. Mas, assim como o governo Lula, Dilma ainda não decidiu.

CARLOS ALBERTO SARDENBERG é jornalista. E-mail: sardenberg@cbn.com.br; carlos.sardenberg@tvglobo.com.br

Falacias Academicas: o retorno!: desta vez, sobre o marxismo vulgar... (ou marquissismo)

Fazia tempo que não escrevia algum novo artigo da série "falácias acadêmicas" (e elas são muitas, inesgotáveis).
No mês passado, um desses "marquissistas de opereta", que vivem repetindo como papagaios alguns slogans surrados do marxismo oficial, e com isso deteriorando ainda mais o marxismo vulgar que já percorre e contamina nossas faculdades de humanidades sem nenhum pudor dialético, protestou contra o fato de eu ter postado neste blog um "projeto" (o conceito não se aplica) de pesquisa, financiado generosamente pela agência paulista de fomento, para provar algo que eu mesmo posso provar sem projeto e sem cobrar nada: que o governo Lula praticava (e sua sucessora ainda pratica) uma política econômica neoliberal.
Furibundo pelo fato de eu ter simplesmente tecido comentários irônicos sobre o seu "projeto", o tal de "marquissista de fancaria" pretendeu liderar uma caça às bruxas (no caso apenas uma, eu mesmo), contra o que ele considerava ser um ataque reacionário ao seu justo direito de gastar dinheiro público descobrindo o óbvio. Teve um outro colega delirante chegou a afirmar que eu estava levando -- vejam vocês, com um simples e obscuro post -- uma "campanha macartista". Ele provavelmente não deve saber o que isto significa e fala coisas sem saber.
O fato é que os nossos "marquissistas" estão deteriorando o edifício mais que secular do marxismo, com seu "modo repetitivo de produção", que consiste simplesmente em juntar alguns slogans mais conhecidos e ir colando, aqui e ali, em textos absolutamente incompreensíveis, como um recente, sobre "o moinho satânico" do capitalismo", uma assemblagem insossa e sem sentido de chavões e clichês que pretende ser marxista, quando é somente ridículo.
Em todo caso, aqui segue o meu artigo:

Falácias acadêmicas, 15: o modo repetitivo de produção do marxismo vulgar no Brasil
Brasília, 26 junho 2011, 15 p. Discussão das mistificações cometidas contra o marxismo pelos repetidores de slogans superficiais.
Espaço Acadêmico (ano 11, n. 122, julho 2011, p. 111-122)
Relação de Originais n. 2283; Publicados n. 1040.
link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/13823/7221

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Pautar ou ser pautado, eis a questao (sem Hamlet, por favor...)

Existem governos que pautam a imprensa, ou seja: produzem fatos, mudanças, políticas, matérias concretas para a imprensa, de um ponto de vista puramente objetivo. Esses governos figuram nas páginas dos jornais porque apresentam algo de substantivo a demonstrar.

Existem outros governos que são pautados pela imprensa, que só adota atitudes reativas porque a imprensa atuou, produziu fatos, versões, descobertas, enfim fez o governo se mexer, mesmo quando este não queria, não pretendia e não tinha a intenção de fazer nada, absolutamente nada.

Sob qual governo você prefere viver?
Num ativo, ou num passivo?

Paulo Roberto de Almeida

Relacoes Brasil-Estados Unidos no goveno FHC - capitulo Paulo Roberto de Almeida em livro coletivo

Depois de algum tempo esperando editora, fui informado, finalmente, da publicação deste trabalho meu em livro coletivo, como abaixo:

As relações Brasil-Estados Unidos durante os governos FHC
In: Sidnei J. Munhoz e Francisco Carlos Teixeira da Silva (orgs.):
Relações Brasil-Estados Unidos: séculos XX e XXI
(Maringá: Editora da UEM, 2011; ISBN: 978-85-7628-372-0; p. 273-307)
Relação de Originais n. 1413; Relação de Publicados n. 1039.

Para o sumário completo ver este link.

Chapa Integra, para a ABRI: propostas

Caro(a) Colega,

Tomamos a liberdade de apresentar a chapa IntegraRI, inscrita para a eleição da ABRI a ser realizada no próximo mês de julho.

Consideramos que esta eleição apresenta uma oportunidade para renovar o diálogo, expandir perspectivas e integrar mais a área de RI. Nossa principal preocupação é a de promover a pluralidade em um espaço institucional integrado e dinâmico. Por certo sairemos deste Encontro, e desta primeira eleição com debate de ideias em torno duas chapas, mais fortalecidos, mais maduros e mais democráticos.

A ABRI é uma associação jovem que só tardiamente conferiu sentido associativo a uma área que cresceu em ritmo vigoroso e sustentável. Área, aliás, que já desempenha um papel crucial não apenas no campo acadêmico das ciências humanas e sociais, mas também na formulação e condução de políticas públicas fundamentais para o País. Seguiu-se ao crescimento da área o processo de internacionalização, especialmente por meio de seminários e conferências, para os quais as gestões anteriores deram contribuição significativa, o que se deve reconhecer e prestigiar.
Mas entendemos que é tempo de renovação, é o momento de incluir, na construção da Associação, a contribuição dos novos programas que já desempenham papel fundamental na nossa área. É tempo de construir uma interlocução mais estreita com os programas de pós-graduação, garantindo um diálogo interdisciplinar, sem que isso, de modo algum, abale a nossa identidade já consolidada.

É tempo de estarmos mais presentes e sermos mais propositivos nos fóruns e instituições que regem a ciência e a tecnologia do país. A área de Relações Internacionais é, sob qualquer perspectiva analisada, sub-representada e, como consequência, não detém recursos e assentos institucionais a refletir o seu crescimento e peso específico.

Já é tempo de enfatizar o aprimoramento dos modelos de gestão. Modelos que permitam um leque mais amplo de serviços aos associados, tal como uma revista científica editada pela Associação, bem como a constituição de estruturas mais ágeis de comunicação e intercâmbio com os associados, estudantes e pesquisadores.

Queremos estabelecer novos caminhos com uma participação ampla e ativa da comunidade a quem a Associação representa. Por estas razões vamos constituir e tornar disponível, em breve, um espaço virtual para recepção de propostas e ideias que ajudem a promover o diálogo e a construir propostas de ação.

Fortalecer o debate, expandir perspectivas e integrar. Eis as motivações da IntegraRI.

Contamos com seu apoio e colaboração.

Quem somos
Chapa IntegraRI:

Janina Onuki (IRI-USP), presidente
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, mestrado (1996) e doutorado (2002) em Ciência Política pela USP. Foi pesquisadora visitante no Center for Latin American Studies da Georgetown University (EUA, Washington, DC) e na City University of New York (de 1999 a 2000). Atualmente é professora do Instituto de Relações Internacionais da USP e coordenadora acadêmica do laboratório de pesquisa em negociações internacionais do DCP-USP (CAENI). Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Análise de Política Externa, atuando principalmente com os seguintes temas: política externa, regimes internacionais, integração regional. É bolsista Produtividade em Pesquisa (PQ-2) do CNPq.

Marcelo de Almeida Medeiros (UFPE), secretário executivo
Possui Graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (1989), Mestrado em Ciência Política pelo Institut d'Etudes Politiques de Grenoble (1993), Doutorado em Ciência Politica também pelo Institut d'Etudes Politiques de Grenoble (1997) e Livre-docência em Ciência Política pelo Institut d'Etudes Politiques de Paris (2010). É Professor Associado 1 de Ciência Política do Departamento de Ciência Política - DCP/UFPE, Bolsista de Produtividade em Pesquisa (Nível 2) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, Líder do Núcleo de Estudos de Política Comparada e Relações Internacionais - NEPI/UFPE/CNPq e, atualmente, Coordenador do Curso de Graduação em Ciência Política/Relações Internacionais - DCP/UFPE. É, também, Diretor de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Ciência Política - ABCP e membro do Conselho da International Political Science Association - IPSA (2008-2012).

Monica Salomón (UFSC), secretária adjunta
É doutora em Ciência Politica e da Administração pela Universidade Autónoma de Barcelona (1998), onde foi professora titular de Relações Internacionais até 2005. Atualmente pertence ao Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidad Federal de Santa Catarina e coordena o Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais. Suas principais áreas de interesse são a análise de política externa, a atuação internacional dos governos subnacionais, a política externa européia e a teoria das Relações Intenracionais, areas nas quais tem publicado diversos artigos e capítulos de livro.

Miriam Gomes Saraiva (UERJ), diretora
Possui graduação em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1981), mestrado em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1990) e doutorado em Ciência Política pela Universidad Complutense de Madrid (1995). Esteve como Visiting Fellow no Instituto Universitário Europeu (Florença/Itália) entre 2002 e 2003 para um pós-doutorado. É professora/pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, nas Linhas de Estudos de Política Externa e Integração regional. Tem Bolsa de Produtividade do CNPq nível II. Desenvolve seu trabalho na área de Relações Internacionais, com ênfase nos seguintes temas de política externa e integração regional: politica externa brasileira, Mercosul e relações Brasil-Argentina, política externa européia, integração sul-americana.

Héctor Luis Saint-Pierre (UNESP/Franca), diretor
Licenciado em Filosofia pela Universidad Nacional de La Plata, Argentina. Mestrado em “Lógica, Epistemologia e Filosofia da Ciência” pela Universidade Estadual de Campina (UNICAMP) onde também concluiu o doutorado em Filosofia Política em 1996. Fez pós-doutorado FAPESP/Universidade Autónoma de México em 1999. Defendeu sua Livre-docência na Universidade Estadual Paulista, em 2002, com tese sobre "Formas contemporâneas da violência Política". Realizou Concurso de Professor Titular em “Segurança Internacional e Resolução de Conflitos” em 2011. É pesquisador do CNPq (Pq2). Coordena a área de "Paz, Defesa e Segurança Internacional" da Pós-graduação em Relações Internacionais "San Tiago Dantas". Publicou 26 artigos em periódicos especializados, 44 capítulos de livros, 4 livros publicados e muitos artigos de opinião e entrevistas em veículos de comunicação. Participou em mais de 80 eventos científicos no exterior e de 70 no Brasil. Supervisou 1 pós-doutorado e orientou 3 doutorados, 17 dissertações de mestrado, além de muitos trabalhos de conclusão de curso nas áreas de História, Ciência Política e Relações Internacionais. Recebeu 4 prêmios e/ou homenagens. Atua na área de Ciência Política e Relações Internacionais, com ênfase em Integração Internacional, Conflito, Guerra e Paz. Lidera o Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (GEDES) da UNESP e é membro do Diretório da Red de Seguridad y Defensa de América Latina (RESDAL) e da Junta Académica ad hoc do Colégio Interamericano de Defesa (CID-OEA).

Ingrid Sarti (UFRJ), diretora
Professora e pesquisadora de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Programa de Pós-graduação em Economia Política Internacional. Áreas de pesquisa: economia política internacional; integração regional da América do Sul; teoria política clássica; partidos políticos e movimentos sociais. Doutora (Iuperj) e Mestre em Ciência Política (Stanford University e Universidade de São Paulo), bacharel em Ciências Sociais (Universidade de São Paulo). Atualmente, é também professora visitante na Universidade da Integração da América Latina – Unila, de cuja Comissão de Implantação fez parte (2008-2009). É membro do Colégio Editorial de “Crítica y Emancipación”, Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales. Coordenou o Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFRJ (2000-2007) e integrou a Diretoria da SBPC (2005/2007). É membro do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, do Comitê Diretivo do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais – Clacso e do Conselho Deliberativo do Forum Universitário Mercosul – FoMerco.

Maria Susana Arrosa Soares (UFRGS), diretora
Doutorado em Estudos Latino-Americanos (UNAM) e Pós-Doutorado na École des Hautes Études em Sciences Sociales (Paris).Docente e ex-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da UFRGS. Diretora do Centro Brasileiro de Documentação e Estudos da Bacia do Prata (CEDEP) da Ufrgs e Coordenadora da elaboração do Thesaurus de Relações Internacionais, publicado, em 2008, pela Editora da UFRGS. Desenvolve pesquisas na área de Relações Internacionais em temas relativos à cultura, à diplomacia cultural e à cooperação cultural no âmbito sul-americano.

Rodrigo Duarte Passos (UFPI), tesoureiro
Possui graduação em Ciências Sociais (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade de São Paulo (1995), Mestrado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (1998) , Doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (2006), atuando principalmente nos seguintes temas: Teoria Política e Relações Internacionais. É professor do Departamento de Ciências Sociais e do Corpo Permanente do Programa de Mestrado em Ciência Política do Centro de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Piauí. É pesquisador do Grupo "Marxismo e Pensamento Político" do Centro de Estudos Marxistas da Universidade Estadual de Campinas, no qual desenvolve pesquisa sobre a relação entre guerra, política e hegemonia no pensamento de Antonio Gramsci. É Pesquisador Visitante e Bolsista do Programa de Pesquisa para o Desenvolvimento Nacional - PNPD - do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Nesta instituição, atua no Projeto "O Papel da Defesa na Inserção Internacional do Trabalho", no tema "Divisão Internacional do Trabalho na Área de Segurança".

Cristina Pacheco (UEPB), conselho fiscal
Formada em Direito pela UFSC em 1997, é Mestre em Ciência Política e Doutora em Ciências Sociais pela UNICAMP. Atualmente trabalha nos cursos de Graduação e Mestrado em Relações Internacionais da UEPB, onde é Professora Adjunta. Pesquisadora do INCT-INEU, desenvolve pesquisas na área de Política Internacional, com ênfase no papel do Judiciário nas estruturas de governança global.

Israel Roberto Barnabé (UFS), conselho fiscal
Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp com tese na área de Relações Internacionais. Graduação em Ciências Sociais e Mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp. Tem experiência nas áreas de Relações Internacionais, Ciência Política e Sociologia, atuando principalmente nas seguintes linhas: Globalização, Estado e Processos de Integração / Teoria das Relações Internacionais / Sociologia das Relações Internacionais. Atualmente é Professor Adjunto e Vice Coordenador do Núcleo de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe. Líder do Grupo de Pesquisa no CNPq: Política Internacional e Processos de Integração.

Nossas Propostas
A chapa IntegraRI torna pública as suas propostas centrais para a próxima gestão. As propostas estão divididas em três níveis, conforme apresentadas a seguir:

1. Acadêmica
Criação de revista acadêmica da associação, com vistas a promover a maior internacionalização da área.
Organização de seminários intermediários, de caráter temático.
Criação de coordenadorias de áreas temáticas permanentes.

2. Administrativa
Ampliação da profissionalização da gestão da secretaria executiva.
Edição de boletim com escopo informativo e analítico sobre temas centrais para a área.
Criação de um canal de comunicação direto com os pesquisadores, com a estruturação de um site mais dinâmico e informativo para os associados.
Constituição de coordenadorias regionais da ABRI, de forma ampliar a interlocução com os distintos programas e instituições de ensino de relações internacionais.

3. Político e político-científico
Criação de um comitê consultivo composto por estudantes de pós-graduação a fim de fornecer subsídios de políticas e aprimorar intercâmbio da ABRI com estudantes de pós-graduação.
Criação de um comitê de acompanhamento de políticas científicas, responsável pela elaboração de relatórios regulares a serem enviados para os associados.
Designação de diretoria para acompanhamento de políticas científicas e de interlocução com outras entidades e junto a entidades científicas nacionais. Definição funcional de quatro diretorias: (1) Diretoria de Assuntos Institucionais (para relações com a ANPOCS/SBPC/ABCP, etc); (2) Diretoria de Assuntos Internacionais (para relações com a IPSA/ISA/WISC, etc.); (3) Diretoria de Assuntos de Graduação e Pós-Graduação (para relações com os coordenadores de graduação e pós-graduação); (4) Diretoria de Políticas Científicas.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Curso PRAlmeida: A Ordem Global e a Inserção Internacional do Brasil, ESPM-SP, 18 a 22/07/2011

Evento – Curso “A ordem global e a Inserção Internacional do Brasil”

Os principais problemas e temas relevantes da agenda diplomática internacional, bem como o posicionamento do Brasil em relação a cada um deles serão enfocados no curso que o diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida dará na ESPM em São Paulo, no período de 18 a 22 de julho de 2011.
Trata-se de um curso de férias, com 15 horas-aula (mais apostila e outros materiais complementares de estudo), cujas informações podem ser acessadas neste link:

http://www.espm.br/ConhecaAESPM/Cursos/Pages/DetalheCurso.aspx?codCurso=1062&Ferias=1&CodUnidade=1&NivelEnsino=6

Maiores informações pelo telefone (11) 5085-4600, ou pelo e-mail: centralinfo@espm.br

As inscrições podem ser feitas neste link:
http://securityserver2.espm.br/eventos/servlet/hweevn?1,1

A programação do curso está em: http://www.espm.br/Upload/Cursos/1062.pdf
e sua estrutura resumida é a seguinte:

A Ordem Global e a inserção internacional do Brasil
1. A ordem política mundial do início do século XXI e o Brasil
2. A ordem econômica mundial e a inserção internacional do Brasil
3. Economias emergentes no contexto mundial: desafios e perspectivas
4. O Brasil no contexto dos Brics: anatomia de um novo grupo
5. O regionalismo sul-americano e o papel político-econômico do Brasil

Paulo Roberto de Almeida é Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984), Mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia (1977) e diplomata de carreira. Professor de Economia Política Internacional no Mestrado em Direito do Centro Universitário de Brasília – Uniceub – e autor de diversos livros na área (www.pralmeida.org)

Um Marcel Proust das baratas: vocacoes perdidas na burocracia

O memo do qual transcrevo apenas parte, abaixo, para não constranger as baratas, foi efetivamente preparado, protocolado e enviado por seu autor, um aspone, ou seja um importante assessor de um importante ministro de um importante ministério da importante Esplanada da importante capital brasileira.
Brasília fica, como todo mundo sabe, no cerrado central, um ambiente propício às vocações literárias, com seu céu sempre azul, nuvens resplandecentes (enfim, tem também seis meses de chuva), vegetação rasteira e políticos ainda mais rasteiros. Mas os aspones pertencem a outras categorias: pessoas que, sem ter muito o que fazer, se dedicam a suas lides literárias, como se lê abaixo, neste Memo 6714/2011, enviado em 1. de Julho, em caráter urgente, ao chefe do que se supõe seja um serviço de limpeza, ou de exterminação de seres indesejados (tem muita sigla obscura).
A prosa é saborosa, como vocês podem constatar...
Paulo Roberto de Almeida
" Assunto: Dedetização

Reitero pedido de providências urgentes para dar fim às baratas que infestam este Gabinete, em especial a copa e a máquina de café expresso, fazendo ninho, inclusive no interior das estações de trabalho, nos armários e nos aparelhos de telefone, e passeando de maneira tranquila e impune pelas coisas e pessoas, trabalhadores e visitantes.

2. Faz-se necessário esclarecer que, não obstante serem as baratas insetos de hábitos noturnos, mais ativas à noite, quando saem do abrigo para comer, copular e botar ovos, as que por aqui transitam não têm o menor constrangimento em desenvolver suas atividades também durante o dia, o que tem chamado a atenção até mesmo do próprio Ministro, que vem dividindo com elas, diuturna, democrática e insalubremente, o ambiente de trabalho.


Atenciosamente"

(Assinado)
[Nome]
Assessor Especial do Ministro

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Eu particularmente considero o autor uma grande vocação para a literatura, capaz de ingressar na Academia Brasiliense de Letras e, quem sabe até, galgar posições mais elevadas na nossa República das Letras.
Creio que as baratas continuarão conosco até o fim dos tempos, mas depois desse dramático memorandum, elas não conseguirão sobreviver no gabinete do ministro...
Paulo Roberto de Almeida

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...