Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Assim caminha a America Latina (caminha?)...
Venezuela: Chávez ordena la “adquisición forzosa” de tierras de filial británica
Infolatam/Efe
Caracas, 30 de octubre de 2011
Caracas, 30 de octubre de 2011
Las claves
- "Ya tenemos el control, ahora estamos nacionalizando las propiedades que eran de la llamada compañía inglesa, Agroflora", sostuvo Chávez.
- El Gobierno ha intervenido un total de 3 millones de hectáreas de tierras, lo que representa el 10 % de los terrenos con potencial productivo del país.
Chávez avaló el inicio de un procedimiento que, aseguró, “autoriza al Ejecutivo Nacional la adquisición forzosa mediante justa indemnización” de la empresaAgropecuaria Flora (Agroflora), filial de la Compañía Inglesa, C.A. y subsidiaria de Vestey Group, que ya estaba bajo control del Gobierno.
“Ya tenemos el control, ahora estamos nacionalizando las propiedades que eran de la llamada compañía inglesa, Agroflora”, sostuvo Chávez al intervenir en un acto de su partido, el Socialista Unido de Venezuela (PSUV), en la ciudad de Maracay (centro-oeste).
Indicó que con ello toman el “control total, administrativo y operacional” de la firma y se negó a la solicitud de los representantes de la filial que, aseguró, pedían el pago de sus activos “en moneda extranjera”.
“No, estamos en Venezuela”, respondió el jefe de Estado, quien aclaró que no robarán a nadie.
“Vamos a hacer el avalúo, eso sí, vamos a hacer el avalúo justo, y después le pagamos (..) A ver si les pagamos por parte, le pagamos con unos bonos”, explicó Chávez, quien detalló que Agroflora está establecida en Venezuela desde 1909.
En el país está vigente desde 2003 un control de cambio que limita y regula el acceso a las divisas, y que mantiene el precio del dólar en el equivalente a 4,30 bolívares, cotización que se duplica en el ilegal mercado paralelo.
En agosto del año pasado, Chávez reiteró que compraría “cientos de miles de hectáreas” de los nueve hatos de la Compañía Inglesa con la que llegó a un “acuerdo amistoso”, según dijo entonces.
Explicó entonces que su Gobierno realiza un avalúo de los terrenos y del “buen ganado” que albergan, unas 130.000 reses, según datos de la empresa, para determinar el precio a pagar.
El ministro de Agricultura y Tierras, Juan Carlos Loyo, precisó a Chávez que Agroflora posee 290.000 hectáreas.
En enero pasado, Loyo indicó que el Gobierno ha intervenido un total de 3 millones de hectáreas de tierras, lo que representa el 10 % de los terrenos con potencial productivo del país.
El ministro explicó que en Venezuela existen “450.000 pequeñas, medianas y grandes fincas” que suman “cerca de 30 millones de hectáreas” con vocación agrícola, pecuaria y forestal.
Loyo precisó la cifra de tierras intervenidas por el Gobierno de Chávez desde 1999, para rebatir la afirmación opositora de que el Estado venezolano es el gran latifundista del país, según difundió entonces la agencia estatal de información.
Los bancos y casas de cambio de Argentina deberán desde el próximo lunes pedir autorización al Fisco para concretar operaciones cambiarias, en medio de una seguidilla de medidas del Gobierno para evitar la fuga de capitales y frenar presiones alcistas sobre el precio del dólar.
“La Presidenta ganó las internas abiertas el 14 de agosto, pero la adquisición compulsiva de dólares no se frenó. No hay datos aún de octubre, pero las recientes medidas oficiales para atemorizar a los compradores indicarían que la voracidad social por el dólar no mermó” (La Nación. Argentina)
Livro PRA: Globalizando, disponível no site da Editora
Globalizando - Ensaios sobre a Globalização e a Antiglobalização - 2011
ISBN: 978-85-375-0875-6
Editora:Livraria e editora lumen juris
Autor:Paulo Roberto De Almeida
Disponibilidade:Entrega Imediata Prazo de Entrega
De: R$ 65,00Por: R$ 32,50Comprarlista de parcelas
Parcelamento no cartão de crédito
- 1x de R$ 32,00
A globalização não precisa de defensores: ela simplesmente existe! Ela segue seu curso independente dos globalizadores, como este que aqui escreve, mas também totalmente indiferente aos protestos ingênuos, ou irracionais, dos antiglobalizadores, que só podem ser considerados ingratos, pois tudo o que eles são, tudo o que eles fazem, eles o devem à globalização. Este livro reúne escritos que tanto explicam os mecanismos da globalização contemporânea - sim, ela já existia antes de nossa era - quanto desmontam as críticas toscas, equivocadas e irracionais dos antiglobalizadores. Se suas propostas fossem seguidas, o mundo seria um lugar pior, mais miserável e menos livre do que ele é, justamente graças à globalização. Paulo Roberto Almeida é doutor em ciências sociais, diplomata de carreira e professor de Economia Política Internacional na pós-graduação do Uniceub (Brasília).
Globalizando: Ensaios sobre a globalização e a antiglobalização
Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2010, xx+272p.; ISBN: 978-85-375-0875-6
Uma compilação de ensaios recentes e mais antigos sobre a questão central das relações econômicas internacionais contemporâneas.
Sumário:
À maneira de prefácio:
O altermundialismo, uma enfermidade infantil da globalização
Parte I
Globalização
1. O Brasil e os primeiros 500 anos de globalização capitalista
2. Contra a corrente: treze idéias fora do lugar sobre as relações internacionais
3. A globalização e as desigualdades: quais as evidências?
4. Três vivas ao processo de globalização: crescimento, pobreza e desigualdade
5. Distribuição mundial da renda: evidências desmentem concentração e divergência
6. O Brasil e os impactos econômicos e sociais da globalização
7. Globalização perversa e políticas econômicas nacionais: um contraponto
Parte IIO altermundialismo, uma enfermidade infantil da globalização
Parte I
Globalização
1. O Brasil e os primeiros 500 anos de globalização capitalista
2. Contra a corrente: treze idéias fora do lugar sobre as relações internacionais
3. A globalização e as desigualdades: quais as evidências?
4. Três vivas ao processo de globalização: crescimento, pobreza e desigualdade
5. Distribuição mundial da renda: evidências desmentem concentração e divergência
6. O Brasil e os impactos econômicos e sociais da globalização
7. Globalização perversa e políticas econômicas nacionais: um contraponto
Antiglobalização
8. Contra a anti-globalização: Contradições, insuficiências e impasses do movimento
9. A globalização e seus descontentes: um roteiro sintético dos equívocos
10. A globalização e seus benefícios: um contraponto ao pessimismo
11. Fórum Social Mundial: nove objetivos gerais e alguns grandes equívocos
12. Um outro Fórum Social Mundial é possível… (aliás, é até mesmo necessário)
13. Fórum Social Mundial 2008: menos transpiração, mais inspiração, por favor...
14. Fórum Surreal Mundial: pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores
15. Uma previsão marxista...
16. Perguntas impertinentes a um amigo anti-globalizador
17. Fórum Social Mundial 2010, uma década de embromação
À guisa de conclusão:
Se, nouvelle manière (ou as qualidades do homem na globalização)
Se, nouvelle manière (ou as qualidades do homem na globalização)
Obras de Paulo Roberto de Almeida
Um texto mais recente sobre o mesmo problema:
domingo, 30 de outubro de 2011
E o Premio Nobel de Literatura vai para...???
Para os redatores dessas dramáticas histórias de viuvas abandonadas (mas zilionárias), de funcionários diligentes (mas que por acaso estão em posse de milhões de dólares), enfim de todos esses generosos doadores da riqueza alheia, e que a querem dividir especialmente com você, que está aí parado esperando um dinheiro fácil.
Vejam a mensagem que acabo de receber de Alima Mustapha, filha do ex-ministro de ouro e diamante da Líbia, querendo dividir nada menos do que US $ 10,6 milhões, e 100 quilos de pó de ouro de aluvião e 150 quilates de diamantes.
=========
Addendum em 31/10/2011:
Na verdade, como me alertou um leitor, esses empresários nigerianos (e outros) já foram contemplados, não exatamente com o Prêmio Nobel de Literatura, mas com o Premio IgNobil, de 2005, como expresso abaixo:
Vejam a mensagem que acabo de receber de Alima Mustapha, filha do ex-ministro de ouro e diamante da Líbia, querendo dividir nada menos do que US $ 10,6 milhões, e 100 quilos de pó de ouro de aluvião e 150 quilates de diamantes.
Está bem assim, ou vai um pouco mais?
Enfim, eu proponho que o Comitê Nobel de Literatura procure alguns dos redatores dessas simpáticas mensagens e lhes atribua um prêmio coletivo apenas pela imaginação, pelo esmero na construção das histórias, na genialidade inventiva (pois tem todo tipo de situação), pois eles, afinal de contas, estão fazendo a mais pura literatura, e também precisam de algum dinheiro...
Meu apoio ao Prêmio Nobel para os redatores dessas brilhantes histórias.
Paulo Roberto de Almeida
É o meu prazer humilde para escrever esta carta importante.
Independentemente do fato de que nós não se encontram pela primeira vez ou se conheciam antes. Eu tenho o seu as informações do diretório de negócios de Ouro Preto. No entanto, estou procurando uma pessoa confiável e digna de confiança, firme, ou grupo de pessoas que podem me ajudar a investir sabiamente em seu país.
Estou Alima Mustapha da Líbia, filha do ex-ministro de ouro e diamante. Nos últimos meses o meu país tem se envolvido em uma guerra muito horrível e sangrenta em que tantas vidas e propriedades foram destruídas e muitas atrocidades foram cometidas contra a humanidade. Meu pai foi morto durante a guerra, por causa de seu apoio ao movimento rebeldes na Líbia. Ele foi acusado de desvio de fundos da cooperação e financiamento forças Mining étnicos, no entanto, a verdade e a evidência para a matéria untold que viu sua morte foi como um sacrifício para a restauração da paz em nosso país.
Antes de sua morte ele me revelar a existência de US $ 10,6 milhões, e 100 quilos de pó de ouro de aluvião e 150 quilates de diamantes nucal em caixas seladas, que ele mantinha no cofre subterrâneo de nossas terras. Eu tenho a sorte de sobreviver com o meu irmão Júnior, como meus pais e meus irmãos mais velhos e uma irmã sênior foram mortos na guerra. Mudei a caixa que contém o dinheiro e o ouro de meu país e depositá-lo com uma empresa de segurança na Tunísia. Eu não divulgar o conteúdo real no caixa para a empresa de segurança por razões de segurança. Estamos atualmente no exílio na Tunísia com o meu irmão mais novo, embora a guerra tenha terminado, mas eu considerava seguro para voltar ao nosso país desde que perdemos nossos pais irmãos e irmãs e propriedades, não estou exposta ao mundo exterior e não têm nenhum conhecimento no negócio.
Estou solicitando a sua ajuda para ajudar a organizar a nossa residência em seu país e para nos ajudar a investir esse dinheiro sabiamente. Tenho a acreditar em você e estou pronto para entrar em negociação com você. A casa de segurança concordaram em mudar o local da remessa para nós a qualquer de suas filiais no Brasil. Com garantia garanto-vos livre de risco nesta transação.
Sua cooperação neste sentido será muito apreciada e espero sua resposta urgente e depois vou-lhe dar-lhe mais informações sobre como devemos ir sobre ele.
Com os melhores cumprimentos,
Alima Mustapha. =========
Addendum em 31/10/2011:
Na verdade, como me alertou um leitor, esses empresários nigerianos (e outros) já foram contemplados, não exatamente com o Prêmio Nobel de Literatura, mas com o Premio IgNobil, de 2005, como expresso abaixo:
Literature – Presented to the Internet entrepreneurs of Nigeria, for creating and then using e-mail to distribute a bold series of short stories, thus introducing millions of readers to a cast of rich characters—General Sani Abacha, Mrs. Mariam Sanni Abacha, Barrister Jon A Mbeki Esq., and others—each of whom requires just a small amount of expense money so as to obtain access to the great wealth to which they are entitled and which they would like to share with the kind person who assists them. (See advance fee fraud.)
Brasil: um pais decididamente bizarro...
Apenas uma pergunta, aliás duas: alguém precisa pagar por isso, certo?
Adivinhem que será?
Paulo Roberto de Almeida
Adivinhem que será?
Paulo Roberto de Almeida
21/10/2011
Alunos de até 35 anos ganham direito a carteirinha de estudante
Nova proposta de lei já entrou em vigor
Com nova ampliação, está previsto um aumento de usuários no transporte coletivo (Jéssica Sumida)
Jéssica Sumida
Publicado em decreto oficial no dia 6 de outubro, direito a carteirinha de estudante passa a ser estendido agora para alunos de até 35 anos em Bauru. A redução da tarifa para estudantes é de 25% sobre o valor integral, que corresponde a R$ 2,40, passando a custar R$1,69. Em 2010 o direito a carteirinha era restrito a estudantes de primeiro e segundo grau e ensino superior, com tanto que fossem menores que 18 anos. E, logo em maio de 2011, com uma nova modificação, a lei passou a determinar o benefício para estudantes de até 25 anos.
Segunda a assessoria da Emdurb, existem várias razões justificando a mudança da lei, entre elas: a pressão estudantil, uma vez que a prefeitura reconhece que hoje há pessoas com mais idade cursando uma faculdade; contribui para a redução do número de veículos nas ruas e, também, com o benefício é possível atrair mais usuários para o sistema.
O operador de telemarketing e também estudante da Unesp, Ricardo de Oliveira, 31 anos, contudo, desconfia dos motivos pela mudança do benefício. “Acredito que se eles pensassem mesmo nos estudantes o desconto seria de 50% e não haveria limitação de faixa etária, todo mundo que se declara estudante é obrigado a apresentar comprovantes de matrícula, então me parece que a preocupação principal é dificultar o acesso ao desconto na passagem para ter mais lucro mesmo”, declara Ricardo. Por outro lado não deixa de apontar as vantagens da ampliação, “a mudança foi muito bem vinda, na cidade eu ando bastante a pé e com o vale transporte que recebo do trabalho, mas eu sei que existem pessoas com dificuldades de locomoção que dependem exclusivamente dos ônibus”.
Os estudantes que tiverem interesse em fazer uso do benefício deverão providenciar o “Cartão Estudante”, feita através da apresentação de um comprovante de matrícula e RG, junto à loja da Transurb, localizada à Rua Ezequiel Ramos, 6-77, Centro.
Do Webjornal da UNESP-Bauru: http://www.mundodigital.unesp.br/webjornal/materia.php?materia=2130
Brasil: nao existe dificuldade que nao possa piorar (se depender do governo, claro...)
O Brasil é um país curioso. Enfim, curioso é um eufemismo. Talvez se devesse dizer bizarro, mas ainda assim bizarro não expressa bem essa situação dos negócios no Brasil.
O último relatório Doing Business do Banco Mundial coloca o Brasil um pouco mais atrás: o país caiu da 120a. posição para a 126a., ou seja, estamos indo para trás.
Tudo, mas vocês podem pensar em tudo, o que depender do governo tende a piorar, sobretudo no terreno dos impostos: estamos em 150o. lugar. Acham pouco?
Esperem mais alguns anos que vamos chegar a ser campeões absolutos em matéria de impostos: 183o. lugar, ou seja, o cidadão mais taxado do mundo.
Leiam bem o que diz o relatório: "as empresas nacionais levam 2.600 horas por ano, em média, para ficar em dia com suas obrigações tributárias. Na América Latina em geral, são 382 horas, enquanto nos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) não passam de 186." Isto quer dizer que os empresários brasileiros levam 14 VEZES MAIS TEMPO apenas para pagar ou declarar impostos do que seus colegas da OCDE.
Como é que os governantes, os políticos, pretendem que as empresas brasileiras sejam competitivas desse jeito?
Quando é que eles vão se corrigir? Acho que vai demorar.
Estou esperando por uma fronda empresarial, algum dia...
Paulo Roberto de Almeida
O último relatório Doing Business do Banco Mundial coloca o Brasil um pouco mais atrás: o país caiu da 120a. posição para a 126a., ou seja, estamos indo para trás.
Tudo, mas vocês podem pensar em tudo, o que depender do governo tende a piorar, sobretudo no terreno dos impostos: estamos em 150o. lugar. Acham pouco?
Esperem mais alguns anos que vamos chegar a ser campeões absolutos em matéria de impostos: 183o. lugar, ou seja, o cidadão mais taxado do mundo.
Leiam bem o que diz o relatório: "as empresas nacionais levam 2.600 horas por ano, em média, para ficar em dia com suas obrigações tributárias. Na América Latina em geral, são 382 horas, enquanto nos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) não passam de 186." Isto quer dizer que os empresários brasileiros levam 14 VEZES MAIS TEMPO apenas para pagar ou declarar impostos do que seus colegas da OCDE.
Como é que os governantes, os políticos, pretendem que as empresas brasileiras sejam competitivas desse jeito?
Quando é que eles vão se corrigir? Acho que vai demorar.
Estou esperando por uma fronda empresarial, algum dia...
Paulo Roberto de Almeida
Fazer negócios continua difícil
29 de outubro de 2011 | 3h 06
Editorial - O Estado de S.Paulo
O curioso no
relatório Doing Business 2012 do Banco Mundial (Bird), há pouco divulgado, não
é a constatação de que a burocracia no Brasil tem aumentado. Isso não chega a
ser novidade. O que chama a atenção do Bird, como exemplo de melhora, é "o
sistema de informação sobre crédito, ao permitir que as agências privadas
coletem e divulguem dados positivos". Trata-se do cadastro positivo, já
regulamentado por lei e que, felizmente, é opcional. As empresas e os cidadãos
que se submeterem ao cadastro positivo têm de abrir mão de sua privacidade,
ficando seu histórico financeiro à disposição de toda a rede bancária, com
risco de invasão por pessoas inescrupulosas. Para os bancos, o cadastro
positivo pode concorrer para aumentar a rentabilidade, mas para os clientes,
que têm de preencher formulários e aguardar aprovação, não há benefício algum,
uma vez que, como as próprias instituições financeiras afirmam, os bons
pagadores não fazem jus a taxas mais baixas de juros ou a tarifas menores por
serviços prestados.
O que realmente
importa é que o Brasil caiu, no relatório do Bird, da 120.ª posição para 126.ª
entre 183 países. O grande empecilho para fazer negócios no mercado brasileiro
continua sendo o tempo gasto para pagar impostos, considerando o número de
tributos, o número de horas necessário para completar os procedimentos
contábeis, preparar as declarações e, finalmente, fazer o recolhimento. No
ranking mundial desse quesito, o Brasil ocupa o 150.º lugar, estimando o Bird
que as empresas nacionais levam 2.600 horas por ano, em média, para ficar em
dia com suas obrigações tributárias. Na América Latina em geral, são 382 horas,
enquanto nos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) não passam de 186.
Tem havido um
certo avanço, com o Simples Nacional, que vem facilitando a vida de muitas
micro e pequenas empresas, mas o universo contemplado pelo sistema ainda é
relativamente pequeno. Um dos grandes objetivos de uma reforma tributária, como
as entidades empresariais defendem há anos, é justamente reduzir o número de
tributos e contribuições e torná-los de fácil compreensão. Mas entra governo e
sai governo e essa reforma não progride, principalmente por falta de acordo
entre a União, os Estados e os municípios sobre o quinhão de cada um sobre as
receitas.
Em alguns
quesitos, o Brasil melhorou, ainda que pouco, como o número de dias que os
empreendedores levam para abrir uma firma, item em que o Brasil subiu 5
posições ficando agora na 120.ª. Esse prazo no Brasil agora é, em média, de 119
dias (quatro meses), muito acima do exigido por países da América Latina (54
dias) e pelos países da OCDE (13). Ao todo, são necessários 13 procedimentos
para abrir uma empresa no Brasil, uma boa parte dos quais poderia ser
dispensada, sem perda de arrecadação e sem risco à segurança. Contudo, em um
estado cartorial como ainda é o Brasil, a formalização de empresas não pode
passar sem certos carimbos. Essa burocracia é, certamente, um dos fatores que
contribuem para que muitos empreendedores prefiram trabalhar na informalidade,
sem pagar impostos. E, apesar dos controles, existem burlas até em contratos
com o governo, como mostram empresas fantasmas que frequentam o noticiário.
Os critérios
utilizados pelo Bird podem ser discutíveis sob alguns aspectos, como
"proteção aos investidores", em que o Brasil aparece em 79.ª posição,
o que, aparentemente, não reflete a percepção dos investidores internacionais.
Deve-se reconhecer, contudo, que aquela instituição internacional vem trabalhando
para aperfeiçoar sua análise. No relatório deste ano, por exemplo, foi
introduzido mais um critério para avaliação do ambiente de negócio em um país -
"obtenção de eletricidade". Nesse quesito, o País obteve a sua melhor
colocação: a 51.ª.
O
Brasil, contudo, diz a coordenadora do relatório, Sylvia Solf, está "na
direção correta" e que tudo "é uma questão de tempo". E de vontade
política, vale acrescentar.
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