terça-feira, 8 de novembro de 2011

Depois da assistencia publica nacional, a internacional


Primeiro a matéria, depois meus comentários:

Petistas apoiam Dilma na defesa de 'bolsa família' global 
Boletim da Liderança do PT na CD, 7/11/2011, INF 4813

A presidenta Dilma Rousseff manifestou apoio a uma antiga proposta da Organização Internacional do Trabalho (OIT), para estabelecer uma espécie de programa de renda mínima global, em moldes semelhantes ao programa brasileiro do Bolsa Família. A declaração ocorreu, na última semana, durante reunião da cúpula do G20, em Cannes, na França. “O Brasil tem uma experiência exitosa de enfrentar a crise com inclusão social e geração de empregos”, afirmou Dilma enfatizando que a inclusão de 40 milhões de brasileiros na classe média foi não somente um impositivo moral, mas também uma questão de eficiência econômica”, afirmou
O vice-líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o programa serve de exemplo para o mundo. “Os resultados do Bolsa Família, criado e desenvolvido no governo do ex-presidente Lula e, atualmente, aperfeiçoado pela presidenta Dilma, atestam que o Brasil tem a solução para resolver o problema de um bilhão de pessoas que vivem na miséria no mundo”, destacou.

Imposto Mundial - Dilma também manifestou simpatia à proposta da OIT, de criação de um imposto mundial sobre operações financeiras para bancar programas sociais. “O Brasil não se opõe a uma taxa financeira mundial se isso for consenso entre os países a favor da ampliação dos investimentos sociais”, afirmou. O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, elogiou a posição da presidenta. “Esse apoio mostra que a presidenta Dilma está preocupada não apenas com os assuntos relativos a macro economia, mas também, na resolução dos problemas sociais, que podem ser viabilizados com a adoção de um imposto para taxar operações financeiras, principalmente as de caráter especulativo”, ressaltou.

=========
Agora meus comentários (PRA):

Governo do PT e petistas querem universalizar a assistência pública

No início do seu governo, aliás, até mesmo antes da inauguração do seu governo, o presidente Lula quis universalizar um programa, criado no papel pelos assessores econômicos do PT e que sequer havia sido ainda testado na prática: era o famoso Fome Zero, que Lula queria transformar em Fome Zero Universal.
Não é preciso dizer que foi um fracasso completo, não apenas no Brasil, mas igualmente no mundo, onde ele nem chegou a decolar por falta de apoios suficientes.
No caso do Brasil, era um programa mal concebido, mal administrado e focado no que seria uma população fantástica de “desnutridos”, num momento em que o IBGE anunciava que o número de obesos, no Brasil, era muito maior do que o de supostos famélicos.
Enfim, todos sabem o que aconteceu com o Fome Zero brasileiro: ele morreu de morte morrida e de morte matada, ingloriosamente, tendo sido absorvido, mas apenas em suas facetas financeiras pelo Bolsa Família, uma assemblagem de programas existentes herdados do governo anterior – o que os petistas nunca reconheceram, diga-se de passagem – mas ele foi, obviamente vendido, aqui e no exterior, como tendo tido enorme sucesso. Enfim, todos sabem que o maior sucesso do governo petista é mesmo a propaganda, ainda que a custa de enormes recursos despejados nas agências de publicidade.
O Fome Zero Universal foi um rotundo fracasso, não tendo passado sequer das etapas preliminares, uma vez que ele duplicava diversos programas existentes no mundo, administrados seja pela FAO – Programa Mundial de Alimentos – seja pelo PNUD (em diversos programas assistenciais alimentares, emergenciais ou “normais”. Lula foi avisado disso, e seu governo foi chamado a associar-se a um dos programas já existentes, tal como administrados pela ONU: ora, se a intenção era acabar com a fome no mundo, por que não contribuir com isso.
Não: Lula e o governo brasileiro insistiram que pretendiam ter um programa exclusivo, associado ao Fome Zero brasileiro e recusaram-se a associar-se aos programas em curso.
Não é preciso dizer, tampouco, que esse Fome Zero Universal nem chegou a decolar. Pereceu nos escombros dos projetos ambiciosos e irrealizáveis.
Em seu lugar, o governo Lula teve de contentar-se com um magro programa de aquisição de medicamentos anti-Aids, para a África, a ser financiado por uma nova taxa sobre os transportes aéreos que o governo brasileiro nunca chegou a implementar, e acabou esquecendo nas gavetas do Congresso.

Agora, não contente de pregar projetos que apenas refletem os fantasmas habituais dos petistas e associados, o governo brasileiro reincide pregando mais um projeto de assistência pública universal, achando que o que ele conduz no plano nacional deve necessariamente servir para toda a humanidade.

E quanto ao apoio do Brasil a um imposto sobre transações financeiras internacionais?
Considero a ideia, ou a sugestão, completamente estapafúrdia, sem sentido, no plano econômico – já que taxação de qualquer tipo apenas encarece o custo do bem ou serviço que se pretende intercambiar – e sem qualquer utilidade do ponto de vista brasileiro, aliás totalmente prejudicial aos interesses nacionais.
Pensemos: se o Brasil é, e continuará sendo, pelo futuro previsível, um país importador de capitais, por que encarecer essa tomada de recursos no plano externo com um imposto voluntário? Para encarecer os empréstimos ou emissões de bônus?

Já escrevi algo a respeito neste post:

Reproduzo aqui o essencial:
Temos o IOF, claro, mas ele é feito para evitar o excesso de fluxos exclusivamente financeiros entrando no Brasil, que podem multiplicar o meio circulante, causar inflação e "aproveitar" nossas taxas de juros excessivamente altas (mas aqui os culpados somos nós mesmos, certo?; se oferecemos taxas generosas de juros aos emprestadores de capital, depois não podemos reclamar que eles chegam justamente para aproveitar isso).
Mas o assunto agora é adotar não mais um imposto interno (que isso podemos e sabemos fazer como ninguém), e sim uma regra multilateral, não determinada por nós, de taxação sobre capitais financeiros sabe-se lá com quais alíquotas, para quais tipos de capital, e com qual destinação, exatamente. Ou seja, IOF somos nós que aplicamos, quanto e quando assim o decidirmos. Taxa Tobin, ou qualquer outro nome, seria uma baliza comum, ao qual o Brasil aderiria. Mas por que, e com quais objetivos?
A mim, me parece completamente estapafúrdia a ideia. Se nos abrimos a capitais financeiros, é porque, supostamente, precisamos acolher capitais, de todos os tipos: IED, aplicações em bolsa, ou emissões globais, ou seja, empréstimos soberanos.
Que diabos teríamos como vantagem taxar esse capital que queremos atrair?
Confesso que não entendi.
Se os países europeus pretendem taxar esses fluxos porque os governos irresponsáveis gastaram muito dinheiro do contribuinte, já não conseguem arrecadar mais por meio de impostos sobre a população, e decidem então tirar uma casquinha do sistema bancário (que será paga pelos contribuintes e usuários do sistema, não tenham dúvida disso), que diabos teríamos nós como interesse seguir a mesma política de taxação?
Por que deveríamos dar um tiro no pé apenas por que outros o estão fazendo?
Política maluca essa...

Paulo Roberto de Almeida

Biblioteca de Alexandria: a moderna - Le Monde


Alexandrie : papyrus et octets pour la bibliothèque

Alexandrie – Sis à quelques pas des ruines de son lointain ancêtre, l'édifice de la nouvelle bibliothèque d'Alexandrie (Bibalex) vaut à lui seul le voyage. De l'extérieur on voit une sorte de demi lune couchée (conçue par l'entreprise norvégienneSnøetta). A l'intérieur, on est dans la plus grande salle de lecture du monde faite de sept étages en terrasses, dotés de 400 ordinateurs connectés.
On y trouve quelques rouleaux d'antan mais le seul manuscrit provenant de la Bibliothèque originale se trouve en Autriche et on ne peut voir sur place qu'un facsimile. Héritage d'un passé plus récent.
Dotés aujourd'hui d'1,5 millions de volumes (dont 500.000 donnés par la BNF) les rayonnages peuvent en contenir près de 8 millions. Mais on sent bien que l'essentiel est ailleurs… quelque part j'aurais même apprécié qu'elle n'ait aucun volume en papier.
"Plus qu'une bibliothèque de livres, nous voulons faire une série de plateformes de dissémination des connaissances," m'explique Mariam Nagui responsable de la communication extérieure pour la section des technologies de l'information (pas moins de 48 développeurs) en même temps qu'elle me fait visiter le centre.
Parmi les efforts de digitalisation on trouve un vieil exemplaire du Coran et un de la Bible (en arabe) mis côte à côte. On peut chercher comment et où un même mot est utilisé dans les deux textes: "paix" par exemple. Instructif.
Les livres de leurs collections digitales peuvent être annotées, surlignées. Chaque utilisateur peut avoir ses propres rayonnages virtuels et communiquer ce qu'il lit sur Twitter, Facebook. Il pourra bientôt partager des citations. Tout ceci se fait grâce notamment aux travaux de l'École internationale des sciences de l'information (en anglais ISIS, comme il se doit), qui fonctionne dans les locaux de la bibliothèque.
La Bibalex reçoit beaucoup d'aide (privée comme publique) de l'extérieur. Une des plus symboliques à mes yeux est que les archives de l'internet, constituées par Bruce Khale à San Francisco, y ont installé un miroir avec tout le contenu du web de 1996 à 2007.
Il y a aussi un super ordinateur que les chercheurs du monde arabe peuvent utiliser gratuitement pour le "data mining", la génomique, etc., et une collection de conférences en PowerPoint lancée avec l'Université de Pittsburgh bien avant SlideShare.
Outre le site web qui ne permet pas d'accéder à tout, la Bibliothèque a installé des "ambassades du savoir" dans des "lieux socialement divers et géographiquement distants de l'Égypte". On peut y lire l'intégralité d'ouvrages digitalisés à la bibliothèque.
Les ordinateurs de la salle de lecture sont un point d'attraction pour les jeunes de la ville qui peuvent les utiliser pour ce qu'ils veulent (moyennant un abonnement annuel de moins de 4 €).
Les sceptiques me disent qu'ils viennent pour se connecter à leur page Facebook… il n' y a pas de mauvais usage qui éveille par la pratique aux risques et aux vertus du web, du net et des TIC.
"Tout ce que nous faisons maintenant est digitalisé" m'a expliqué Mariam Nagui. "Nous essayons de faciliter au maximum l'accès à ce que la bibliothèque produit." Voilà un mot révélateur. A l'heure digitale une bibliothèque n'est plus seulement un dépôt de livres, un réceptacle de connaissances, elle produit, en assemblant, en mettant à la disponibilité, en se transformant en plateforme.
On souhaite à la Bibalex de durer aussi longtemps que la bibliothèque originale: 650 ans. C'est alors qu'on saura si les médias digitaux résistent aussi bien au temps que le papyrus.
J'ai vu, notamment à Stanford et à Berkeley, beaucoup d'universités mieux dotées, mieux connectées. Mais aucune n'est aussi importante symboliquement que celle ci. Son histoire mais aussi sa localisation y sont pour beaucoup. Je ne sais pas comment, mais je trouve que nous devrions tous essayer de contribuer à en faire un vrai lieu de connaissances ouvertes, distribuées, digitalisées.
Des idées ?

Afficher Pisani Winch 5 sur une carte plus grande
[Photo de Francis Pisani, et du site TourEgypt.net]

Israel vs Iran: Fla x Flu?

Qualquer imagem futebolística, como gostaria alguém muito conhecido, não traduziria o horror que seria um ataque israelense às instalações nucleares iranianas, em termos de resposta do próprio Irã e dos grupos terroristas associados. Quem alerta é o próprio ex-chefe do Mossad...
Paulo Roberto de Almeida


Halting Iran's Nuclear Program
Former Mossad Chief Seeks to Avert Israeli Attack
By Ronen Bergman and Juliane von Mittelstaedt in Tel Aviv
Der Spiegel, 11/08/2011

Reports of alleged Israeli preparations for an attack on Iran's nuclear facilities are coming from an unlikely source: Meir Dagan, a war hero and former head of Israeli's foreign intelligence agency. The man is hoping to prevent what he believes could be a true catastrophe, but his actions have deeply angered the government of Prime Minister Benjamin Netanyahu.
Smoke comes out of a mock rocket during an army exercise simulating an attack with chemical weapons in Holon, outside Tel Aviv on Nov. 3. Sirens wailed briefly in Tel Aviv and its vicinity as part of a drill in central Israel simulating missiles striking across the country. The drill comes amid intense speculation in Israel that the government may be weighing a strike against Iran.

Meir Dagan is speaking out again. He's standing on the stage of the Industrial and Commercial Club in Tel Aviv, a low-profile venue for such a high-profile issue. Should Israel attack Iran's nuclear facilities? Dagan, a 66 year old who until January served as the head of the Mossad, Israel's foreign intelligence agency, thinks not.
Once again, he is issuing a warning. He's chosen the same words to do so this time, too: "We have to think about what would happen the day after." He has repeatedly said that an attack would have horrific consequences for Israel -- that it would be a disaster of unimaginable proportions.

Former Mossad chief Meir Dagan (left) is pictured here with Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu (right). Since leaving the Mossad, Dagan has been outspoken in his criticism of the possibility of a strike against Iran. "We have to think about what would happen the day after," he has said. Dagan has repeatedly said that an attack would have horrific consequences for Israel -- that it would be a disaster of unimaginable proportions.

Last Wednesday, just a few hours before Dagan's presentation, there were reports that Israeli fighter jets had conducted exercises over the Italian island of Sardinia. Their training program included attacking distant targets, conducting midair refueling and thwarting surface-to-air missiles. A vertical vapor trail was widely visible in the sky that afternoon as the military tested a newly developed Jericho 3 ballistic missile that can presumably also carry nuclear warheads up to 4,500 kilometers (2,800 miles).

At the same time, London's Guardian newspaper reported that the government of British Prime Minister David Cameron was planning to deploy warships, armed with cruise missiles, on a course for Iran.
The next morning, sirens could be heard throughout the Tel Aviv metropolitan area. People jumped out of their cars in a panic and ran to take shelter in bunkers. They feared the war might already have started, but it was just an exercise.

An Attack on Many Fronts
Such occurrences give rise to a number of questions: Can this be a coincidence? Is Israel preparing an attack, or is this saber-rattling just psychological warfare? Or, rather, is this meant to put pressure on the world -- and on Europe and the United States, in particular -- while delivering the message that if they don't act, Israel will?
This week, the Vienna-based International Atomic Energy Agency (IAEA) is expected to issue a new report that officially confirms for the first time that Iran is experimenting with technology that serves only one purpose: building a nuclear bomb.

This would be an ideal time for Israel to push for tougher sanctions. Indeed, it can't be ruled out that a diplomatic maneuver is in the works -- and, in fact, it seems rather likely. But that doesn't mean that Israel isn't also nonetheless preparing an attack.
On the contrary, it's very possible that Israel is laying the groundwork, both politically and militarily, for a preemptive strike. Israel believes that it has a maximum of 9-12 months to militarily put a halt to Iran's nuclear program. The US estimate is 18-21 months. Either way, that isn't very much time.

Growing Speculation
The ongoing debate in Israel over whether to launch an attack is more open than it ever has been. This debate cannot be part of a bluff because it doesn't help the prime minister when the general public suddenly wants to have a say in such matters.
Of course, journalists have always speculated on an attack, but now politicians, military leaders and intelligence officials are also joining in the chorus of people issuing public warnings. Israeli Interior Minister Eli Yishai said this operation is keeping him awake at night -- though he retracted the statement the next day. The Israeli daily Yedioth Ahronoth published a story under the headline "Atomic Pressure." The first sentence suggestively asked: "Have the prime minister and the defense minister decided among themselves to attack Iran's nuclear facilities?"

A Sudden, Terrifying Warning
Indeed, that is the key question. And the answer could lie with Meir Dagan, the man who moved this debate from the backrooms of the intelligence agencies and into the public limelight.
For over eight years, Dagan was Israel's most tight-lipped man -- the top-ranking spook at the Mossad, where he was known as "the man with the knife between his teeth." His special expertise is the "separation of an Arab from his head," then-Prime Minister Ariel Sharon is reported to have said around the time he appointed Dagan to run the Mossad. But since Jan. 6, 2011, Dagan has been speaking openly.

A satellite image of the Iranian uranium-enrichment facility near Qom, around 156 kilometers (97 miles) southwest of Tehran.
On his last day in office, Dagan invited Israeli journalists for the first time ever to the Mossad's headquarters, which has no official address and is not marked on any map. Then he announced that the Iranians would develop a nuclear bomb by the middle of the decade, at the earliest, but only if nothing and no one got in their way. He said it would take an additional three years before Iran developed a nuclear warhead. That would roughly put it in 2018, a date that would seem to make any attack now senseless.
Even if Israel attacked immediately, Dagan argued, it wouldn't halt Iran's nuclear program. On the contrary, the Iranians would be more motivated than ever to arm themselves and pursue a military course, while Israel would undoubtedly "pay a terrible, unbearable price." He said that Iran and Syria, along with Hamas and Hezbollah, the terror militias they financially back, would rain missiles on the country from north to south, killing thousands. "How can we defend ourselves against such an attack?" Dagan asked, adding: "I have no answer to that."

A Public Warning
Israel's top military censor sat next to Dagan, and when the presentation was over, the official told the journalists that they weren't allowed to publish anything they'd heard. This time it wasn't the Mossad chief who had to be protected from the public. Instead, it was the public that had to be protected from the Mossad chief.

This was an entirely unprecedented occurrence in Israel. The head of an intelligence agency had approached the public with a warning because he mistrusts the government, because he fears it could risk an unnecessary war, and because he apparently believes this decision has already been or is just about to be made.
With his statements, Dagan brought to light the secret wrangling between the intelligence agencies, the military and politicians over this issue, which is so essential to Israel's survival. What's more, if what Dagan said then and has repeated during his subsequent surprising appearances is true, then the prime minister and his defense minister actually intend to attack Iran.

Traitor or Hero?
Despite censorship, Dagan's words have trickled into the newspapers and caused a stir. Dagan is now making statements on nearly all political issues. He called the release of over 1,000 prisoners in exchange for Gilad Shalit, an Israeli soldier who had been held captive by Hamas for over five years, a "grave mistake." He criticized the government for not negotiating with the Palestinians, for allowing relations with Turkey to deteriorate and for further isolating Israel. But, above all, he has repeatedly warned against launching airstrikes on Iran's nuclear facilities.
Since he started coming forward, some have viewed Dagan as a hero while others see him as an enemy of the state. The government, on the other hand, considers him a traitor and a madman, and people close to the prime minister accuse him of sabotage and maintain that he is trying to take revenge for being dismissed as the head of the Mossad. He has been forced to surrender his diplomatic passport, and a number of right-wing politicians have demanded that he stand trial. "If we could have arrested him," says one high-ranking member of the military, "then we would have done so."
According to the Israeli news website Ynet, Benny Begin, a member of the Knesset, Israel's parliament, for Prime Minister Benjamin Netanyahu's center-right Likud party, says that Dagan's actions amount to "a dangerous breach of trust verging on megalomania," adding that: "It's just despicable." Deputy Prime Minister Moshe Ya'alon has called them part of an attempted coup.
For his part, Netanyahu is struggling to dispel the impression that there is still time to prevent the bomb. The Israeli prime minister considers the notion of an Iranian bomb to be comparable to the Holocaust. Indeed, he fears nothing more than the idea that the world might learn to live with a nuclear bomb in the hands of the ayatollahs. Even when he was still the opposition leader, he called on the Americans to take action on a number of occasions -- as can be read in the WikiLeaks diplomatic cables. He said that it was an historic moment -- and that world leaders had to make historic decisions.
Now it looks as if this moment may have arrived -- and as if Dagan might be trying to prevent precisely this from happening.

Preventing Another Holocaust
Who is Dagan, the man who was Israel's shadowy spymaster for so many years? Is he a courageous whistleblower -- or someone who is fed up with politics? How does somebody like him, a notorious Mossad chief, become the government's leading critic? And, most importantly, how credible are his warnings?
Dagan was born in January 1945 on the floor of an ice-cold freight train traveling from Siberia to Poland. At age 26, he was the commander of an elite Israeli military unit and was known for taking no prisoners. He was awarded a medal for taking a grenade from a terrorist with one hand and strangling him with the other. For him, being stronger is a matter of survival.
Throughout his tenure at the Mossad, he kept a photograph on his office wall of an elderly bearded Jew wearing a prayer shawl. The man is kneeling, his arms raised in the air, and an SS officer is pointing a gun at him. "This man was my grandfather," Dagan always told visitors. "Shortly after this photo was taken, on Oct. 5, 1942, he was murdered by the Nazis," he would reportedly say. "I look at this picture and promise that I will do everything in my power to ensure that something like this never happens again."
If one inquires at the Yad Vashem Holocaust memorial in Jerusalem, one can learn that a number of families claim to be related to the man in this picture. But Dagan firmly believes in this story. It is his personal link to the Holocaust -- and he sees it as a constant reminder of what an Iranian nuclear bomb could mean for Israel. In this sense, he resembles Netanyahu, who sees Iranian President Mahmoud Ahmadinejad as the new Hitler.
..........................................................
Part 2: One End, Different Means
Both Dagan and Netanyahu have made it their mission in life to prevent Iran from acquiring nuclear weapons, but they have different strategies and timetables for accomplishing this goal. Netanyahu wants to attack before it's too late. His model is two past successful air raids -- the one in 1981 against Iraq and the other in 2007 against Syria. In both cases, the regimes did not retaliate.
Dagan says a military strike should be used only as a last resort, or "only when the sword is at our throat." He believes that an attack would trigger a regional war without end. As the head of the Mossad, he fought a shadow war aimed at postponing the moment when the bomb would be built. He achieved this with the help of the Stuxnet virus, suspicious accidents and the "elimination of important forces," as Dagan described it in a private conversation. There is a "white defection," he says, with fewer and fewer Iranian scientists willing to volunteer to work as part of the nuclear program.
The idea is to delay the bomb's construction until the ruling regime in Tehran has been overthrown -- and Dagan believes this is precisely what is about to happen. Now, though, he is afraid that Netanyahu might jump the gun and ruin his plan.
After all, waiting is not Netanyahu's forte. For over 10 years, he has been warning about Iran, and he doesn't believe that Dagan's shadow war alone can prevent Iran from acquiring the bomb.
Some high-ranking military officials and politicians have gone so far as to accuse Dagan of actually winning time for the Iranians. But Dagan defends his strategy. He says he feels it is his duty to warn the public. Anyone who orders an attack, he contends, decides on the fate of future generations. This decision cannot be made in small circles, he adds. And, by that, he also means: not by these politicians.

Silencing All Criticism
As Dagan sees it, Netanyahu is incapable of leading Israel and has failed on all fronts. Israel has never been so strong militarily, he argues, yet had such weak political leaders. While he worked together with Netanyahu, Dagan says that the prime minister never informed him of any concrete political or military objectives. It is only when it comes to Iran that Netanyahu has an opinion -- and a goal. In order to achieve this goal, Dagan accuses Netanyahu and Defense Minister Ehud Barak of trying to silence all criticism. The two politicians want to make this decision without involving the rest of the government, Dagan contends. And he views this way of doing things as legally problematic.

An Israeli fighter jet prepares to land at an air force base south of Tel Aviv. Recent Israeli military exercises in the region and in Europe have left many wondering whether a strike on Iran is moving closer.

Indeed, Dagan says, this is why he and Gen. Gabi Ashkenazi, the chief of staff of the Israeli Defense Forces (IDF) from 2007 to 2011, were removed from their positions during the first months of this year, and why Yuval Diskin, the head of Shin Bet, Israel's domestic intelligence agency, was not allowed to succeed him as head of the Mossad. Instead, they were replaced by individuals who reportedly have less critical views on attacking Iran and at least lack enough experience to take a firm stance against such a move.
Dagan calls this a plot, a clandestine putsch by the politicians against the intelligence agencies. "Diskin, Ashkenazi and I succeeded in blocking all dangerous ventures," he says, adding that now there is no one left to stand in their way.
This version is supported by many former military officers, intelligence officials and politicians who defend Dagan and strike similar tones. "Listen to them, in every field," says Tzipi Livni, the parliamentary opposition leader and head of the centrist Kadima party. Open criticism used to be rare in Israel, but that is no longer the case.
Danny Yatom and Efraim Halevy, both former Mossad chiefs, say that Dagan is right to speak up -- and that he apparently has good reasons for doing so. "The public should hear his opinion on Iran," Yatom says. Those who know Dagan -- and, particularly, generals and former colleagues -- confirm he means what he says. They say he is neither interested in launching a political career nor seeking any benefit.

Efforts to Halt an Attack
For a long time, the Americans have also been afraid that Israel would make good on its threat to attack. In the spring of 2008, then-US President George W. Bush flew to Israel for a surprise visit. He demanded to see then-Prime Minister Ehud Olmert and his defense minister, Ehud Barak, neither of whom knew the reason for the meeting. "I need you to promise that you won't use the transitional period between me and my successor to attack Iran," Bush reportedly insisted, apparently highly concerned.
A similar visit was made this October by US Defense Secretary Leon Panetta. All steps against Iran's nuclear program must be coordinated with the international community, he warned Israeli leaders -- so emphatically, in fact, that it sounded as if US intelligence agencies had gotten wind of preparations for an attack.
Has Dagan postponed an attack or perhaps even prevented one? It may be possible to answer that question someday, or we may never know the answer. What is certain, though, is that nothing undermines a secret attack more than talking about it. Menachem Begin, Israel's prime minister from 1977 to 1983, called off the first air operation against Iraq's Osirak reactor after then-opposition leader Shimon Peres found out about it. The pilots were already sitting in their fighter planes. A month later, they destroyed the reactor.
"Forgive me," says Dagan, "but I will continue to speak at every opportunity." He adds that one shouldn't try to stop him. He has a good lawyer, he says, and a good memory.

Translated from the German by Paul Cohen

Antiamericanismo primario: nao existe nada mais fora de moda

O antiamericano simplório é uma velha doença latino-americana, ainda bem presente em certos retardados mentais de algumas esquerdas anacrônicas e alienadas, assim como entre pretensos intelectuais "anti-imperialistas" (e existem muitos em nossas universidades). 
Essa doença continua a acometer certos espíritos ainda mais simplórios que pululam por aqui e acolá.
Comentário do amigo que me enviou esta matéria: "O reatamento das relações diplomáticas permitirá que o Presidente Evo Morales possa, em futuro próximo, expulsar de novo  o Embaixador dos EUA."
Durma-se (ou não) com um barulho desses...
Paulo Roberto de Almeida 


Bolivia y EEUU normalizan relaciones, intercambiarán embajadores


Reuters,  lunes 7 de noviembre de 2011 22:43 GYT
LA PAZ (Reuters) - Bolivia y Estados Unidos dijeron el lunes que pusieron fin a largas controversias diplomáticas con la firma de un "acuerdo marco" que posibilitará, después de más de tres años, un "pronto" intercambio de embajadores.
El presidente izquierdista boliviano, Evo Morales, expulsó en 2008 al embajador y a los agentes antidrogas de Estados Unidos, acusándolos de apoyar supuestas acciones conspirativas de la oposición conservadora, tras lo cual Washington echó al representante del empobrecido país sudamericano.
El acuerdo firmado el lunes en la capital estadounidense augura "el pronto retorno de embajadores a Washington y La Paz", en una señal de acercamiento entre la potencia mundial y el país considerado el tercer productor mundial de coca y cocaína, tras Colombia y Perú.
Apunta también a "una relación de colaboración más productiva para el beneficio de nuestro dos pueblos", agregó una declaración binacional divulgada por la cancillería boliviana, que no mencionó posibles fechas de un intercambio de embajadores.
El documento fue firmado por la subsecretaria de Estado para la Democracia y Asuntos Mundiales de Estados Unidos, María Otero, y el vicecanciller boliviano, Juan Carlos Alurralde.
"Los objetivos del acuerdo incluyen fortalecer y profundizar las relaciones bilaterales, con respeto por los estados soberanos y su integridad territorial; (...) apoyar acciones eficaces de cooperación contra la producción y el tráfico ilícito de estupefacientes, basadas en la responsabilidad compartida", señaló la declaración.
Ambos países acordaron también "fortalecer las relaciones comerciales", añadió la declaración, sin precisar si esto implicaría la negociación de un tratado de libre comercio, algo rechazado varias veces por el presidente Morales, un estrecho aliado de los gobiernos izquierdistas de Cuba y Venezuela.
Bolivia y Estados Unidos negociaron el acuerdo marco desde principios de 2010, con altibajos provocados por variadas acusaciones entre ambos gobiernos y un reciente roce en torno a una marcha indígena, que Morales dijo fue apoyada por funcionarios de la embajada norteamericana.

Mon Sejour en France (5) Sabendo Frances, tudo se torna mais facil

Bem, eu não tenho esse problema, pois ja sei Frances, mas não aprendi na escola, senão muito pouco. Aprendi mesmo morando na Europa, e falando...
Leiam esta deliciosa crônica de Loyola Brandão, que aprendeu um pouco de francês na escola.
Paulo Roberto de Almeida 

Sabendo francês podemos ser mais felizes

Ignácio de Loyola Brandão - O Estado de S.Paulo, 04 de novembro de 2011 | 3h 06
Não me considerem esnobe, exibido. Mascarado, como se dizia na minha infância. Não usam mais a palavra? Tão atual. O que há de gente mascarada no mundo. Vou dizer o óbvio. Para desfrutar melhor Paris, a Provence celebrada, e outros, sabendo francês, os prazeres multiplicam-se por cem, o desfrute por duzentos, a alegria por quinhentos. Mesmo que você tenha ido apenas para fazer compras, como a maioria dos brasileiros, que pedem descontos em português mesmo e em altos brados (ou em brado retumbante), vale a pena aprender francês.
O parisiense muda quando você se dirige a ele na sua língua, ainda que precariamente, como eu. Quem não gosta de uma pessoa que chega e você percebe o esforço que ela faz para se expressar em sua língua natal? Assim, vale a pena aprender francês para poder caminhar à vontade em Paris deixando-se envolver por ela, sabendo um pouco mais.
Claro, o francês não é importante apenas por isso. Mas já é um enorme handicap. Há as revistas, os milhares de livros traduzidos do mundo inteiro, o cinema, a música, até a facilidade nas compras. Só poder ler a gigantesca coleção La Pléiade (projeto de uma vida) no original é uma bênção, raras vezes igualada. Ou os fólios, delicados, sensuais? Hoje estamos aprendendo apenas o que o mercado chama de línguas úteis, como o inglês, o japonês, o mandarim. Mandarim? (Eu lá quero falar chinês?) Para vencermos na vida? Nos tornarmos empreendedores? Sermos alguém? Mas o que é ser alguém? Tudo tem de ter aplicação prática? Se é assim, acabemos com o ensino brasileiro, ele não leva a nada, do jeito que está estruturado.
Há na nossa vida algo que é preciso preencher. Uma necessidade interior de espírito, contemplação do mundo, da vida, avaliação das coisas. Encarar a existência como algo que precisa de alimento. Foram eliminando as línguas de todos os cursos, a não ser alguns muito especializados. Tive no ginásio português, inglês, francês, latim e espanhol e posso dizer que isso me ajudou. Mas vieram deletando tudo, como se diz. E o francês se foi por meio de ministros que só pensam em política. O atual quer a Prefeitura de São Paulo, imaginem. Nem administrou direito o Enem.
A primeira palavra que aprendi em francês foi: nous. Estava no primeiro ano do ginásio. Tínhamos aulas de francês desde o primeiro dia com mademoiselle Fanny, uma graça de pessoa. Perguntamos: "Por que a senhora começou com o nous, que significa nós, e não com o je, que quer dizer eu?" Ela sacudiu o dedo: "O nous somos todos, é o coletivo, a classe. O je é muito individualista." Esses eram os professores que tínhamos. Jamais dona Fanny falou em português na aula. Nos virávamos para saber o que ela queria dizer. Ela sabia conduzir a lição, de maneira que descobríamos os significados e as pronúncias às vezes sutis do francês, língua tão poética, sensível, cheia de nuances, e ao mesmo tempo incisiva. Dificuldades terríveis para diferenciar Anne (Ana) de âne (asno). A professora insistia, queria a perfeição. Nesta minha idade, penso, dia desses entrar para a Aliança Francesa a fim de aperfeiçoar minha precariedade.
Donna Fanny ainda está lá em Araraquara. Até algum tempo atrás, quando eu a encontrava na rua, ela me dizia, como sempre disse ao entrar na classe:
- Bonjour, mon enfant!
- Bonjour, madame.
- Mademoiselle, mademoiselle...
Ria, afetuosa. Aos 14 anos estávamos lendo Alexandre Dumas no original. Não era fácil, mas a gente acabava gostando, se imaginava na França. Também Victor Hugo, Lamartine, Chateaubriand, depois Balzac, Flaubert, Stendhal. Hoje chegaríamos a Le Clézio, Houellebecq, Jonathan Littell, Georges Perec. Aos 16 tivemos acesso a Jaques Prévert, que deslumbramento! A poesia entrava em nós por meio de Aragon, Paul Valéry, Verlaine, e, claro Rimbaud e Baudelaire, o maldito. Também Céline, complicado, Camus, os romances de Sartre, um pouco de Proust (eu mantinha a tradução do Quintana do lado). Toda semana, nos anos 50, havia um filme francês no cinema. Fanny insistia para que fôssemos. Não era exigir muito, sabíamos que algumas estrelas francesas como Martine Carol, Claudine Dupuis e Françoise Arnoul mostravam os peitinhos, era um avanço na nossa vida sexual. Mas havia Arlety, Edwige Feuillère, Maria Casarés, soberbas. E Gerard Philippe, jamais substituído. Hoje minhas paixões são Juliette Binoche, Irene Jacob, Marion Cotillard. Por outro lado, descobrimos os filmes de Marcel Carné, de René Clair, André Cayatte, Jean Delannoy, Robert Bresson, clássicos. Depois, digerimos toda nouvelle vague, que mudou a linguagem do cinema.
Nós, que aprendemos francês, tivemos sempre algo mais dentro de nós. De coisas pequenas e grandes. Não estou aqui para fazer lista e apenas para insistir numa coisa muito simples: sabendo francês, sempre me senti um pouco mais feliz na vida. Uma delas foi ouvir, recentemente, do garçom de um bistrô; "Monsieur, vous êtes du quartier?" (O senhor é do bairro?) Que, como Eros Grau diz em um livrinho delicioso sobre Paris, é um sinal de que você está sendo aceito. Coisa nada fácil para um estrangeiro. Que volte o francês às escolas!

A longa marcha da Russia para a OMC: dez anos de atraso

A Russia, ou o que restou dela, foi admitida, politicamente, no G7 desde meados dos anos 1990, quando se tratava de "disciplinar" esse império agressivo do passado, mas naquele momento enfrentando um declínio econômico irresistível, com armas nucleares dispersas em seu imenso território, dirigido por um político passavelmente democrata, mas irremediavelmente beberrão (Boris Ieltsin).
Depois, no G7 de Kananaskis, no Canadá, em 2001, a Rússia foi reconhecida como "economia de mercado", um gesto surpreendente, para o que era, então como agora, apenas um capitalismo mafioso, deformado pela nova preeminência do Estado centralizador.
No mesmo momento, a China, depois de 14 anos de negociações, era admitida no GATT-1994 e podia, finalmente, ingressar na OMC, a tempo de participar das negociações que recém se iniciavam da Rodada Doha (ainda não terminadas, não preciso lembrar). A China não foi, até agora, reconhecida como economia de mercado, ainda que ela seja, de fato, bem mais capitalista do que a Rússia, e bem mais livre economicamente do que o Brasil, um país quase socialista comparado com a China.
Pois bem, agora é a Rússia que vai, finalmente, ser aceita na OMC, depois de muitas idas e vindas, e exibir ainda alguns aspectos pouco transparentes em sua política econômica, industrial ou comercial.
Foi uma longa marcha, maior do que a da China, finalmente...
Paulo Roberto de Almeida 



Catherine Belton e Isabel Gorst
Valor Econômico (Financial Times), 04/11/2011

Quando o responsável pelas negociações comerciais da Rússia anunciou, na noite de quarta-feira, que Moscou tinha fechado um acordo com a Geórgia, eliminando o último obstáculo para aderir à Organização Mundial do Comércio (OMC), prevaleceu a descrença.

"Houve tantas decepções nos últimos sete anos [na tentativa de ingresso], que só se pode dizer mesmo que a Rússia entrou quando ela assinar sobre a linha pontilhada, em dezembro", afirmou Dmitry Trenin, sócio-sênior do Carnegie Moscow Center.

Agora que a Rússia alcançou uma solução de compromisso com a Geórgia, parecem permanecer somente questões técnicas, após quase duas décadas de negociações intermitentes sobre a adesão de Moscou ao principal acordo de comércio mundial, dizem os especialistas.

A Geórgia, uma ex-república soviética, foi a última barreira na entidade comercial que reúne 153 países, devido ao ódio gerado por sua guerra de 2008 com a Rússia. Moscou reúne agora todas as condições para receber um convite formal para ingressar no órgão de comércio mundial durante sua reunião ministerial marcada para dezembro, acrescentam esses especialistas.

O país ainda tem pela frente uma rodada final de negociações multilaterais, em 10 de novembro, com os parceiros comerciais, entre os quais a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, que já aprovaram acordos bilaterais, para que o pleito de ingresso seja formalizado, disse Maxim Medvedkov, o encarregado de negociar o acesso da Rússia à OMC.

"Há pressões políticas de todos os lados para tirar essa questão do caminho", disse Andrew Somers, diretor da Câmara Americana de Comércio em Moscou e um participante de longa data da negociação de adesão da Rússia.

As autoridades russas estão apostando no acesso para estimular os investimentos externos e impulsionar o crescimento, atualmente de cerca de 4% ao ano e dependente da receita do petróleo. Se o governo cumprir outras promessas de aprimorar o clima de investimentos, o acesso poderá ajudar a Rússia a incrementar o crescimento do seu PIB em pelo menos um ponto percentual ao ano, no curto prazo, e de onze pontos percentuais no mais longo prazo, dizem economistas do Banco Mundial.

Embora a adesão não deva desencadear uma escalada dos investimentos da noite para o dia, analistas preveem um aumento gradual do interesse pela Rússia, uma vez que a filiação à OMC ajuda a aliviar as preocupações relativas ao Estado de Direito no país.

"Há uma série de empresas americanas que poderiam desempenhar um papel significativo na modernização da infraestrutura da Rússia, mas que têm medo da Rússia", disse Somers. "Neste momento, para elas o país é um buraco negro. Mas, quando a Rússia ficar mais legalizada, por meio do acesso à OMC, essas empresas.... começarão a olhar para a Rússia... Começarão a vir gradualmente e a aumentar seus investimentos."

O ingresso na OMC "nunca foi uma varinha de condão que transformasse totalmente a situação. Mas os países que estão na OMC estão dizendo explicitamente que estão abertos para os negócios, que querem os investimentos externos e que querem que suas empresas tenham acesso aos mercados externos também", disse Chris Weafer, estrategista-chefe do banco de investimento estatal Troika Dialog.

"A OMC te faz entrar no jogo, e, depois disso, tudo dependerá de o governo realizar novas reformas para aprimorar o clima de investimentos", afirmou ele.

Em outros tempos, a Rússia temia que a entrada na OMC pudesse destruir a indústria doméstica, mas, desde que Vladimir Putin assumiu a Presidência, há onze anos, e reanimou o desejo de entrar na instituição, o setor industrial ficou bem mais protegido, segundo analistas.

Putin, atual primeiro-ministro do país, mas que deve voltar à Presidência em 2012, assegurou que os setores mais vulneráveis à concorrência, como o agrícola e o automotivo, estão protegidos. A Rússia conseguiu oferecer redução nas tarifas médias de importação de 14% para 8%, enquanto muitos outros ingressantes tiveram de encolhê-las muito mais, de acordo com o economista David Tarr, do Banco Mundial.

Alguns setores terão períodos de transição antes da redução das tarifas de importação. As montadoras domésticas Avtovaz e GAZ já enfrentam dificuldades diante da concorrência externa. As tarifas de importação sobre carros estrangeiros não serão reduzidas de 25% a 15% antes de sete anos, segundo Alexis Portnansky, da Escola de Economia Avançada, de Moscou.

A Rússia ainda espera manter subsídios de US$ 9 bilhões por ano para o seu setor agrícola, o que ainda precisa ser aceito nas negociações multilaterais. O país já concordou em levantar os limites de participação estrangeira nos bancos russos de 15% para 50%.

As empresas químicas e metalúrgicas deverão ser beneficiadas com a entrada à OMC porque não enfrentarão mais impostos antidumping sobre suas exportações.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...