sábado, 7 de dezembro de 2013

O Estado policial-nazista dos petistas; Lula informante do regime militar - RomeuTuma Jr.

Romeu Tuma Júnior conta como funciona o estado policial petista
Romeu Tuma Júnior conta como funciona o estado policial petista
O “estado policial petista” não é uma invenção de paranoicos, de antipetistas militantes, de reacionários que babam na gravata dos privilégios e que atuam contra os interesses do povo. Não! O “estado policial petista” reúne as características de todas as máquinas de perseguição e difamação do gênero: o grupo que está no poder se apropria dos aparelhos institucionais de investigação de crimes e de repressão ao malfeito — que, nas democracias, estão submetidos aos limites da lei — e os coloca a seu próprio serviço. A estrutura estatal passa a servir, então, à perseguição dos adversários. Querem um exemplo? Vejam o que se passa com a apuração da eventual formação de cartel na compra de trens para a CPTM e o metrô em São Paulo. A questão não só pode como deve ser investigada, mas não do modo como estão agindo o Cade e a PF, sob o comando de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça. As sentenças condenatórias estão sendo expedidas por intermédio de vazamentos para a imprensa. Pior: as mesmas empresas investigadas em São Paulo se ocuparam das mesmas práticas na relação com o governo federal. Nesse caso, não há investigação nenhuma. Escrevi a respeito nesta sexta.
Quando se anuncia que o PT criou um estado policial, convenham, não se está a dizer nenhuma novidade. Nunca, no entanto, alguém que conhece por dentro a máquina do governo havia tido a coragem de vir a público para relatar em detalhes como funciona o esquema. Romeu Tuma Junior, filho de Romeu Tuma e secretário nacional de Justiça do governo Lula entre 2007 e 2010, rompe o silêncio e conta tudo no livro“Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, publicado pela Editora Topbooks (557 págs., R$ 69.90). O trabalho resulta de um depoimento prestado ao longo de dois anos ao jornalista Cláudio Tognolli. O que vai ali é de assustar. Segundo Tuma Júnior, a máquina petista:
1: produz e manda investigar dossiês apócrifos contra adversários políticos;
2: procura proteger os aliados.

O livro tem um teor explosivo sobre o presente e o passado recente do Brasil, mas também sobre uma história um pouco mais antiga. O delegado assegura que o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva — que nunca negou ter uma relação de amizade Romeu Tuma — foi informante da ditadura. A VEJA desta semana traz uma reportagem sobre o livro e uma entrevista com o ex-secretário nacional da Justiça. Ele estava lá. Ele viu. Ele tem documentos e diz que está disposto a falar a respeito no Congresso. O delegado é explícito: Tarso Genro, então ministro da Justiça, o pressionou a divulgar dados de dossiês apócrifos contra tucanos. Mais: diz que a pressão vinha de todo lado, também da Casa Civil. A titular da pasta era a agora presidente da República, Dilma Rousseff.
Segue um trecho da reportagem de Robson Bonin na VEJA desta semana. Volto depois.
(…)
Durante três anos, o delegado de polícia Romeu Tuma Junior conviveu diariamente com as pressões de comandar essa estrutura, cuja mais delicada tarefa era coordenar as equipes para rastrear e recuperar no exterior dinheiro desviado por políticos e empresários corruptos. Pela natureza de suas atividades, Tuma ouviu confidências e teve contato com alguns dos segredos mais bem guardados do país, mas também experimentou um outro lado do poder — um lado sem escrúpulos, sem lei, no qual o governo é usado para proteger os amigos e triturar aqueles que sio considerados inimigos.
(…)
Segundo o ex-secretário, a máquina de moer reputações seguia um padrão. O Ministério da Justiça recebia um documento apócrifo, um dossiê ou um informe qualquer sobre a existência de conta secreta no exterior em nome do inimigo a ser destruído. A ordem era abrir imediatamente uma investigação oficial. Depois, alguém dava urna dica sobre o caso a um jornalista. A divulgação se encarregava de cumprir o resto da missão. Instado a se explicar, o ministério confirmava que, de fato, a investigação existia, mas dizia que ela era sigilosa e ele não poderia fornecer os detalhes. O investigado”, é claro, negava tudo. Em situações assim, culpados e inocentes sempre agem da mesma forma. 0 estrago, porém, já estará feito.

No livro, o autor apresenta documentos inéditos de alguns casos emblemáticos desse modus operandi que ele reuniu para comprovar a existência de uma “fábrica de dossiês” no coração do Ministério da Justiça. Uma das primeiras vítimas dessa engrenagem foi o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Senador época dos fatos, Perillo entrou na mira do petismo quando revelou a imprensa que tinha avisado Lula da existência do mensalão. 0 autor conta que em 2010 o então ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, entregou em suas mãos um dossiê apócrifo sobre contas no exterior do tucano. As ordens eram expressas: Tuma deveria abrir urna investigação formal. 0 trabalho contra Perillo, revela o autor, havia sido encomendado por Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete do presidente Lula. Contrariado, Tuma Junior refutou a “missão” e ainda denunciou o caso ao Senado. Esse ato, diz o livro, foi o primeiro passo do autor para o cadafalso no governo, mas não impediu novas investidas.
(…)

Celso Daniel, trens, mensalão…
Vejam o que vai acima em destaque. Qualquer semelhança com os casos Altom e Siemens, em São Paulo, não é mera coincidência. O livro traz revelações perturbadoras sobre:
a: o caso do cartel de trens em São Paulo:
b: o dossiê para incriminar Perillo;
c: o dossiê para incriminar Tasso Jereissati (com pressão de Aloizio Mercadante);
d: a armação para manchar a reputação de Ruth Cardozo;
e: o assassinato do petista Celso Daniel, prefeito de Santo André;
f: o grampo no STF (todos os ministros foram grampeados, diz Tuma Júnior);
g: a conta do mensalão nas Ilhas Cayman…

Tuma - grampo Gilmar
E muito mais. Tuma Júnior está com documentos. Tuma Júnior quer falar no Congresso. Tuma Junior tem de ser ouvido. Abaixo, seguem trechos de sua entrevista à VEJA.
(…)
Por que Assassinato de Reputações?
Durante todo o tempo em que estive na Secretaria Nacional de Justiça, recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo. 0 PT do Lula age assim. Persegue seus inimigos da maneira mais sórdida. Mas sempre me recusei. (…) Havia urna fábrica de dossiês no governo. Sempre refutei essa prática e mandei apurar a origem de todos os dossiês fajutos que chegaram ate mim. Por causa disso, virei vítima dessa mesma máquina de difamação. Assassinaram minha reputação. Mas eu sempre digo: não se vira uma página em branco na vida. Meu bem mais valioso é a minha honra.

De onde vinham as ordens para atacar os adversários do PT?
Do Palácio do Planalto, da Casa Civil, do próprio Ministério da Justiça… No livro, conto tudo isso em detalhes, com nomes, datas e documentos. Recebi dossiês de parlamentares, de ministros e assessores petistas que hoje são figuras importantes no atual governo. Conto isso para revelar o motivo de terem me tirado da função, por meio de ataque cerrado a minha reputação, o que foi feito de forma sórdida. Tudo apenas porque não concordei com o modus operandi petista e mandei apurar o que de irregular e ilegal encontrei.
(…)

O Cade era um dos instrumentos da fábrica de dossiês?
Conto isso no livro em detalhes. Desde 2008, o PT queria que eu vazasse os documentos enviados pela Suíça para atingir os tucanos na eleição municipal. 0 ministro da Justiça, Tarso Genro me pressionava pessoalmente para deixar isso vazar para a imprensa. Deputados petistas também queriam ver os dados na mídia. Não dei os nomes no livro porque quero ver se eles vão ter coragem de negar.

O senhor é afirmativo quando fala do caso Celso Daniel. Diz que militantes do partido estão envolvidos no crime.
Aquilo foi um crime de encomenda. Não tenho nenhuma dúvida. Os empresários que pagavam propina ao PT em Santo André e não queriam matar, mas assumiram claramente esse risco. Era para ser um sequestro, mas virou homicídio.
(…)

O senhor também diz no livro que descobriu a conta do mensalão no exterior.
Eu descobri a conta do mensalão nas Ilhas Cayman, mas o governo e a Polícia Federal não quiseram investigar. Quando entrei no DRCI, encontrei engavetado um pedido de cooperação internacional do governo brasileiro às Ilhas Cayman para apurar a existência de uma conta do José Dirceu no Caribe. Nesse pedido, o governo solicitava informações sobre a conta não para investigar o mensalão, mas para provar que o Dirceu tinha sido vítima de calúnia, porque a VEJA tinha publicado uma lista do Daniel Dantas com contas dos petistas no exterior. 0 que o governo não esperava é que Cayman respondesse confirmando a possibilidade de existência da conta. Quer dizer: a autoridade de Cayman fala que está disposta a cooperar e aí o governo brasileiro recua? É um absurdo.
(…)

O senhor afirma no livro que o ex-presidente Lula foi informante da ditadura. É uma acusação muito grave.
Não considero uma acusação. Quero deixar isso bem claro. 0 que conto no livro é o que vivi no Dops. Eu era investigador subordinado ao meu pai e vivi tudo isso. Eu e o Lula vivemos juntos esse momento. Ninguém me contou. Eu vi o Lula dormir no sofá da sala do meu pai. Presenciei tudo. Conto esses fatos agora até para demonstrar que a confiança que o presidente tinha em mim no governo, quando me nomeou secretário nacional de Justiça. não vinha do nada. Era de muito tempo. 0 Lula era informante do meu pai no Dops (veja o quadro ao lado).

O senhor tem provas disso?
Não excluo a possibilidade de algum relatório do Dops da época registrar informações atribuídas a um certo informante de codinome Barba.
(…)

Tuma imagem mensalão
Encerro
Encerro por ora. É claro que ainda voltarei ao tema. Tuma Júnior estava lá dentro. Tuma Junior viu e ouviu. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) quer que o delegado preste depoimento à Câmara sobre o que sabe.

O estado policial petista tem de parar. E parte da imprensa precisa deixar de ser o seu braço operativo.

OMC: quem fala em acordo de comercio pode estar tergiversando sobre palavras...

Uma avaliação realista dos resultados de Bali, mostra que não houve resultados, apenas se evitou a catástrofe, mais política do que econômica, de ter de anunciar o fracasso da Rodada Doha e da própria OMC, e tudo fica como estava antes, com alguns arranjos meramente cosméticos que ainda dependem de implementação nacional. Ou seja, todos concordaram em não fazer nada e continuar o teatro de Genebra por mais alguns anos.
Não se espere essa criação de comércio ou de emprego como anunciado: não vai haver nada disso, mas simples permanência do imobilismo nas políticas comerciais dos países, ou seja. continuidade do mercantilismo habitual.
Paulo Roberto de Almeida

OMC fecha seu primeiro acordo em 20 anos
Jamil Chade
Blog Estadão, 7/12/2013

Principais questões, porém, foram adiadas para 2014

GENEBRA - Pela primeira vez em quase 20 anos, a Organização Mundial do Comércio (OMC) chega a um acordo e evita um colapso do sistema multilateral. O entendimento abre caminho para a injeção de US$ 1 trilhão na economia mundial ao desbloquear processos aduaneiros e, segundo economistas, criaria 21 milhões de postos de trabalho. Mas, acima de tudo, salva a credibilidade da OMC e evita que governos se lancem apenas em negociações regionais.
Sem superar as principais dificuldades, o acordo fechado em Bali hoje adiou em pelo menos mais um ano qualquer decisão sobre o que fazer com os subsídios agrícolas dos países ricos e a pressão de EUA e Europa para que os Brics abram seus mercados. Nos próximos doze meses, governos chegarão a um entendimento que a Rodada Doha será revista, depois de mais de uma década de impasse.
Ainda assim, o tom era de comemoração, justamente pelo significado político do tratado. Em Bali, todos sabiam que um fracasso significaria o enterro da entidade. “Pela primeira vez em nossa história, chegamos a um acordo”, declarou o diretor da entidade, o brasileiro Roberto Azevedo, que teve de conter suas lágrimas. “A OMC entrou em uma nova era. Pela primeira vez em quase 20 anos, temos um acordo. As luzes estão acesas na OMC”, disse Michael Froman, o representante da Casa Branca para o comércio. O processo quase naufragou depois que Cuba se recusou a assinar o acordo, arrastando o processo até as primeiras horas de sábado.
Em Bali, o acordo começou a ganhar forma já na sexta-feira depois que Índia e EUA superarem suas diferenças e se entenderam em postergar uma solução permanente para a questão da segurança alimentar e acertaram um pacote mínimo. Ficou também adiado em pelo menos mais um ano qualquer decisão sobre o que fazer com os subsídios agrícolas dos países ricos e a pressão de EUA e Europa para que os Brics abram seus mercados. Nos próximos doze meses, um planejamento será realizado para debater como superar o impasse nas demais áreas.
O entendimento foi fechado depois que a madrugada de quinta-feira para sexta havia terminado com um colapso. O governo da Índia se recusava a abrir mão de seus subsídios aos pequenos produtores agrícolas, insistindo que a medida teria um impacto social desastroso num país com 600 milhões de pobres. Americanos e europeus, porém, insistiam que permitir que os indianos e outros emergentes continuassem a subsidiar, o que significaria abrir o caminho para que eles financiassem suas exportações nos próximos anos.
O acordo acabou atendendo às pressões da Índia e estipulou que emergentes poderiam manter seus subsídios agrícolas, sem que fosse questionada nos tribunais da OMC até que uma solução definitiva seja encontrada. Mas, enquanto isso, um grupo de trabalho seria criado para encontrar uma solução.
Os indianos se comprometeram a não aplicar esses subsídios a novos programas e emergentes ainda aceitaram em notificar a OMC caso o teto estabelecido seja ultrapassado. Pelas regras, os países emergentes poderiam subsidiar sua agricultura em até 10% do seu valor total.
Diplomatas indianos deixaram claro que manter esse direito ia muito além da defesa dos agricultores locais. O pacote de ajuda é o pilar centro da proposta do governo de Nova Delhi para obter um terceiro mandato nas eleições gerais de 2014. “Estamos muito felizes. É um grande dia, é histórico”, declarou Anand Sharma, ministro do Comércio da Índia. “É uma vitória para a OMC e para a comunidade global chegar a uma decisão madura”, insistiu.
Um último obstáculo veio de Cuba, que insistia em cobrar uma solução ao embargo americano à ilha, uma demanda que era apoiada por Venezuela, Equador e outros latino-americanos. A rejeição obrigou a entidade a entrar por sua segunda madrugada de negociações, com governos sem saber o que fazer para convencer Havana. Pressionada, acabou também cedendo já nas primeiras horas da manhã depois que uma linguagem de texto foi apresentada que agradava tanto a Cuba quanto aos americanos.
Com o acordo, o pacote que estava sobre a mesa foi destravado. Isso permitiu que os governos aprovassem um texto em que se comprometem a desburocratizar suas aduanas, reduzir os trâmites para as importações e acelerar a liberação de produtos. Cálculos apresentados pela OMC aponta que essas medidas, se implementadas, economizariam US$ 1 trilhão em custos anuais na economia mundial.
Segundo a OMC, isso aumentaria o comércio mundial de US$ 22 trilhões a US$ 23 trilhões. A implementação dessas medidas, porém, continua sem uma definição clara e também terá de ser negociada em 2014 e especialistas contestam os números apresentados pela entidade.
Nesse caso, o acordo era visto como sendo de interesse acima de tudo de americanos e europeus, na busca por reduzir custos para exportar seus produtos a países emergentes e aos mais pobres. Por anos, o Brasil deixou claro que esse ponto não era de seu interesse e nem seria prioridade num acordo. Ontem, o governo insistiu que o Brasil tem muito a ganhar com o acordo.
Mas o Itamaraty sai de Bali com o que considera ser uma vitória que vai bem além dos números do comércio. O governo não disfarçava o medo de que, com um colapso, a OMC fosse abandonada pelas grandes potências que, por sua vez, fechariam acordos comerciais entre elas. O temor era de que essas iniciativas reformulassem as regras do comércio mundial, desta vez sem a influência ou participação do Brasil ou de outros países emergentes.
Até o papa Francisco, em um raro comentário sobre o comércio, alertou para o risco do colapso da OMC e a proliferação desses acordos regionais. A administração de Barack Obama havia alertado: não ficaria esperando pela OMC para sempre. Além de lançar um projeto de um acordo de comércio da Europa, os americanos tentam fechar um tratado também com os países do Pacifico.
Não por acaso, o Brasil abandonou uma série de demandas que vinha fazendo durante a última década, se afastou dos países emergentes considerados como mais radicais, entre eles a Argentina, e atuou nos bastidores de forma intensa para ajudar Azevedo a construir um consenso.
Futuro – Mas se o acordo foi comemorado, o motivo era muito mais a sobrevivência da OMC que um real impacto imediato do tratado. Todos os temas sensíveis que há 12 anos vem sendo discutido sequer foram levados para Bali.
Um deles é o subsídios para as exportações de produtos agrícolas do países ricos. Em 2005, a OMC fechou um entendimento de que eles seriam eliminados ao final deste ano. Mas o prazo foi prorrogado de forma indefinida. Para Pedro Camargo Neto, ex-negociador brasileiro, a ausência desse tema na agenda de Bali foi um “erro”.
“O acordo é pifio para a agricultura”, disse. “O Brasil abandonou seu posto de lider agricola dos países em desenvolvimento optando por ser o facilitador do consenso de Bali. Agora o Brasil é bom moço de Genebra”, acusou. “Se alguém venceu foi a India. Conseguiu introduzir um tema novo quando os subsidios a exportação na agenda desde 1986 ficou de lado. Os desenvolvidos também venceram com facilitação de negócios e continuarão com a agenda paralela de grandes acordos regionais e bilaterais”, denunciou.
No texto final aprovado, os governos apenas indicaram que concordam em manter o assunto em debate, quando a OMC retorna para Genebra para continuar as negociações em 2014. Outro ponto sem uma solução é o volume de dinheiro que países ricos dão a seus produtores em apoio doméstico. Nesse ponto, o debate ainda estaria longe de um acordo.
Os países ricos se queixam de que continuam sem ter um acordo para que as grandes economias emergentes – Brasil, Índia e China – abram seus mercados para produtos industrializados. Sem uma queda nas tarifas de importação desses governos, americanos e europeus já deixaram claro que se recusam a fechar qualquer compromisso no setor agrícola.

Pelo acordo, as partes mais difíceis do pacote serão estudadas pelos próximos doze meses para seja recomendado aos governos o que deve ser feito com elas.

Final comico-patetico de Policarpo Genoino Quadrilha: um mafioso dos moles...

REYNALDO ROCHA
Blog de Augusto Nunes, 6/12/2013

José Genoino se diz corajoso. Julga-se dono de uma biografia honrada e, acima de tudo, posa de injustiçado. Mas demonstra a cada dia ser o oposto do que tenta parecer ─ ou daquilo que deseja ser.
É covarde. Usa a doença para ser digno de piedade. Como se na piedade, a covardia não fosse o componente principal. Além do mais usa a doença como um habeas corpus para se eximir de cumprir a pena pelos crimes cometidos.

E qual foi o principal delito cometido por Genoino? Ser servil a quem jurou fidelidade canina. Um Delúbio covarde. Se aquele mantém o silêncio e tudo suporta ─ em nome de Lula e da quadrilha ─, este cumpriu as “missões” e não aceita ser punido por elas.
Em Nuremberg, o argumento central de defesa dos nazistas era o cumprimento de ordens superiores. É o crime que Genoino não enxerga, não aceita e se julga isento de culpabilidade.
O desvio ético é tão forte que mesmo com as provas mais intensas ─ assinaturas em contratos fictícios e fianças sem nenhum valor ─ ainda crê que, vindo do partido e para o partido, tudo é desculpável.
Brada em seus patéticos textos por clemência, ora pela doença, ora por cometer o crime em nome de valores imorais que só o PT admite ter.
Na carta de renúncia, recheada de bravatas, se diz novamente injustiçado e na luta. Então, por que renunciou?
Esconde,  no entanto, que o objetivo da renúncia foi somente financeiro. Assim, todos os mensaleiros do PT já tem renda: Dirceu com o hotel panamenho, Delúbio ensinado a CUT a roubar e agora Genoino, com pensão providenciada pela aposentadoria.
A dignidade está intimamente ligada à verdade. E a mentira é a base da imoralidade.
Vargas se suicidou. Genoino abusa da doença para não pagar pelos erros cometidos.
Vargas foi um exemplo de coragem. Genoino, de covardia.
Vargas é história. Genoino, nota de roda-pé de algum futuro compêndio sobre bandidos condenados.
Vargas era líder. Genoino, comandado.
Vargas sabia do próprio tamanho. Genoino idem.
Genoino é – sempre foi – Genoino.

Nada de novo

Irineu Evangelista de Souza, o Barao de Maua: enfim homenageado - mesa redonda na UFF

Abaixo, o cartaz com a programação da Mesa redonda "VISCONDE DE MAUÁ: INOVAÇÃO NO BRASIL DO SEGUNDO REINADO", organizada pela entidade que coordena os cursos de Administração na Universidade Federal Fluminense e que anuncia que existem mais informações neste link: http://abrasuff.blogspot.com.br/ (de fato não, há; o curso de administração ainda não conseguiu administrar o seu próprio site).

Em todo caso, se trata de uma seção em homenagem a um dos grandes empresários, o maior, do Império, o homem que teria colocado o Brasil no caminho da modernidade, se por acaso suas ideias tivessem penetrado mais fundo na consciência dos líderes políticos agraristas e escravocratas que conduziram o Império à sua modorra de estagnação durante quase um século inteiro.
Eu costumo dizer que é mais interessante examinar a trajetória de um país pelos seus fracassos do que pelo seus supostos sucessos. O sucesso tem muitos país, o fracasso não costuma ter nenhuma mãe. Ninguém quer ser responsável pelo fracasso de um país, embora muitos sejam responsáveis, em primeiro lugar, como sempre ocorre, elites incompetentes, desde o Império até hoje, quando temos uma nova elite no poder, na verdade uma nova classe, no sentido da Nomenklatura, que está conseguindo fazer o país recuar.
Podemos facilmente identificar os grandes derrotados da história do Brasil, e Mauá é certamente um deles. Mas a história começa com José Bonifácio, derrotado em seu projeto de libertar imediatamente o Brasil do tráfico e da escravidão em médio prazo, estimulando a imigração europeia e a industrialização do país, com uma consciência muito avançada do que hoje em dia se chama "desenvolvimento sustentável", ou seja, preservação dos recursos naturais e do meio ambiente.
O outro grande derrotado foi justamente Irineu Evangelista de Souza, que queria um Brasil aberto ao comércio internacional, às inovações industriais, a um mercado de capitais ativo, e dominado por interesses privados, enfim, um país capitalista, e liberal em economia, mesmo se ele mesmo se beneficiou de inúmeras concessões públicas e de monopólios oficiais. Mas, criador do segundo Banco do Brasil, ele foi derrotado pelos políticos do Segundo Império nos seus propósitos de ampliar o crédito e abrir o Brasil aos investimentos estrangeiros. Não conseguiu, e a monarquia continuou escravocrata, agrarista, atrasada em tudo.
Outro derrotado foram os primeiros tribunos republicanos, inclusive Rui Barbosa, em seus propósitos de educar a população e fazer do direito uma das bases da política nacional; foi derrotado também pelos agraristas reacionários, e pelos políticos corruptos.
Monteiro Lobato tentou modernizar o país, mas também foi um derrotado, assim como o foram os reformistas da educação brasileira nos anos 1920 e 30, que só conseguiram construir parcialmente uma educação de qualidade para o povo brasileiro, ainda assim limitada às camadas médias urbanas.
Não coloco os nacionalistas dos anos 1950 e 60 entre os derrotados, pois eles foram amplamente vitoriosos, inclusive pela ação dos militares, que foram obtusamente nacionalistas e equivocadamente estatizantes, aliás como são hoje os representantes da elite no poder, sempre atrasados mentalmente.
Espero que alguns aspectos dessas tentativas derrotadas sejam evocadas no colóquio abaixo, para esclarecimento dos presentes, e conscientização dos atuais defensores de um "modelo"  brasileiro de desenvolvimento.
Na verdade, não existem modelos, apenas trabalho, em torno de alguns princípios fundamentais, infelizmente sempre derrogados por nossas elites. Listo aqui os elementos de um país bem sucedido: 
1) Macroeconomia aberta, estável, com fundamentos sólidos nas boas políticas macroeconômicas e setoriais; 2) Micreconomia competitiva, sem oligopólios, carteis e proteção indevida; 3) Boa governança, instituições sólidas, transparentes, responsáveis, baixa ou nenhuma corrupção, sem privilégios para quaisquer categorias, mas assegurando um bom ambiente de negócios privados; 4) Alta qualidade dos recursos humanos, o que significa boas escolas, abertas a todos; 5) Abertura ao comércio e aos investimentos internacionais, o que infelizmente não é o caso ainda em nosso país.
Com essas considerações em mente, formulo meus votos para um bom colóquio na UFF.
Paulo Roberto de Almeida












































Mauá
Kenneth Maxwell
Folha de S.Paulo, 7/12/2013

Este mês marca o bicentenário do nascimento de Irineu Evangelista de Sousa, em 28 de dezembro de 1813, em Arroio Grande, na fronteira sul do território que se tornaria o Rio Grande do Sul. Ele morreu em 1889, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, como visconde de Mauá, pouco antes da queda do Império brasileiro.
Mauá foi industrial, banqueiro e empresário. Homem de origens modestas, perdeu o pai, morto por ladrões de gado, aos cinco anos de idade. O tio, capitão de navio, o levou ao Rio de Janeiro quando ele tinha nove anos de idade. Aos 15, Irineu começou a trabalhar para Richard Carruthers, um comerciante escocês radicado no Rio de Janeiro que se tornou seu mentor e seu amigo pelo resto da vida. Carruthers ensinou inglês e contabilidade a Mauá, e o iniciou na ordem maçônica. Depois que Carruthers retornou à Escócia, em 1829, Irineu assumiu o comando de seus negócios.
Ele se opunha ao comércio negreiro e à escravatura. Foi um pioneiro da metalurgia, da iluminação a gás, dos estaleiros, dos motores a vapor, dos navios a vapor para o rio Amazonas e das ferrovias.
No auge de sua carreira, em 1860, controlava 17 em- presas no Brasil, Uruguai, Argentina, Reino Unido, França e Estados Unidos. Em 1867, o valor de suas propriedades foi estimado em 155 milhões de libras. A renda do império brasileiro naquela época era de 97 milhões de libras.
O imperador dom Pedro 2º compareceu à inauguração do trecho inicial de sua ferrovia até Petrópolis, em 1854, no dia em que Mauá recebeu o título de barão de Mauá. O emblema heráldico do novo nobre exibia um motor a vapor no topo de seu brasão, com um navio a vapor abaixo. O lema que ele adotou foi "Labor Improbus Omnia Vincit": o trabalho árduo tudo vence.
O Barão de Mauá conseguia levantar capital em Londres em seu nome pessoal. Em 1860, obteve o apoio do barão Lionel de Rothschild, que adquiriu mil ações de sua "São Paulo Railway Company". Mas Carruthers aconselhou cautela. Em tempos de prosperidade, "os bancos são só sorrisos e empréstimos fáceis, mas não conte com o dinheiro deles nos momentos difíceis".

Mauá lutou contra a falência, na velhice. Mas pagou suas dívidas. Em 1889, seu corpo foi transportado de Petrópolis ao Rio pela ferrovia que ele construiu sobre a Serra do Mar. Sua vida é uma lição sobre o que um homem vindo de baixo pode realizar no Brasil. E sobre os riscos que ele corre.
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Addendum em 09/12/2013, a partir de comentário recebido neste post, já inserido, mas aqui tornado explícito, sob a forma de uma indicação de artigo publicado na Revista de Administração e Inovação (RAI):

PROCESSO DE INOVAÇÃO E O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL: O CASO MAUÁ
DOI: 10.5585/rai.v6i1.313
Moacir Bispo Santos, Camila Papa Lopes, José Alberto Carvalho dos Santos Claro

Resumo

Este artigo apresenta um exemplo de empreendedorismo que alia conhecimento e inovação, ao relacionar a vida de Irineu Evangelista de Sousa (Barão de Mauá) com o tema do empreendedorismo, passando pelas leituras de McClelland, Schumpeter, Vries, Thimmmons, Say, Dornellas, Empretec pelo Sebrae, que tratam do comportamento empreendedor, e Caldeira, que aborda especificamente a história de Mauá, utilizando-se para tal a análise comparativa entre esses autores para mostrar a contribuição do Barão de Mauá para o desenvolvimento do Brasil, por meio dos negócios por ele estabelecidos no século XIX, identificando a capacidade administrativa e o pioneirismo no processo de industrialização brasileira. Questiona-se se o processo de inovação no Brasil deve sua história ao empreendedorismo a partir de pioneiros que alavancaram nossa economia e administração. Adotou-se o exemplo de Irineu Evangelista de Sousa, o empreendedor da inovação a partir de um estudo qualitativo descritivo, de forma a contextualizar a realidade do empreendedorismo no Brasil e de que forma foi consolidada sua estrutura. A pesquisa entre o que a literatura estabelece de comportamento empreendedor e a postura do Barão de Mauá mostra quais características são consideradas no empreendedor para definir a competência para o sucesso nos negócios, como um exemplo de que a inovação é perpetuada pelas características empreendedoras.

OMC: um acordo, nao historico, mas mercantilista e limitado - Le Monde

Por trás das belas palavras de otimismo, não há muito a comemorar: em Hong-Kong, em 2007, já se prometia eliminar as subvenções agrícolas até 2013. Agora, só se vai reduzi-las...
O mercantilismo de sempre.
Paulo Roberto de Almeida 

A Bali, l'OMC conclut un accord « historique »

Le Monde, 7/12/2013



Le directeur général de l'OMC, Roberto Azevêdo, avec le ministre du commerce indonésien, Gita Wiryawan, le 7 décembre à Bali.

L'Organisation mondiale du commerce (OMC), réunie sur l'île indonésienne de Bali, a annoncé avoir approuvé samedi un accord sur la libéralisation des échanges commerciaux, le premier de son histoire.
« Approuvé », a déclaré le président de la réunion ministérielle, le ministre du commerce indonésien, Gita Wirjawan, samedi 7 décembre devant les délégués des 159 Etats membres lors de la réunion de clôture de la ministérielle. « Pour la première fois de son histoire, l'OMC a vraiment tenu ses promesses », a lancé peu après le directeur général de l'organisation, le Brésilien Roberto Azevêdo.
PREMIER ACCORD DEPUIS LA CRÉATION DE L'OMC
Le Monde, 7/12/2013
« Nous avons remis le mot “mondial” dans l'Organisation mondiale du commerce. J'en suis très fier », a-t-il ajouté, avant de devoir marquer une longue pause pour retenir ses larmes. L'OMC a évalué à 1 000 milliards de dollars la richesse que « le paquet de Bali » permettra de créer, avec à la clef des millions d'emplois.

Cet accord, le premier depuis la création de l'OMC en 1995, est un « pas important » vers la réalisation du vaste programme de libéralisation des échanges commerciaux lancé en 2001 dans la capitale du Qatar, Doha, mais resté jusqu'à présent lettre morte. « Bali marque une nouvelle aube pour l'OMC », a ajouté M. Wirjawan.

« Cet accord est déterminant. Un échec aurait signé la fin de l'OMC. Il faut désormais donner une nouvelle impulsion au multilatéralisme », a commenté Nicole Bricq, minsitre du commerce extérieur française. L'Union européenne, par la voix du commissaire européen au commerce, Karel De Gucht, s'est de son côté félicitée de voir « l'OMC sortir des ténèbres et revenir au succès de l'action multilatérale ». « Aujourd'hui nous avons sauvé l'OMC et le paquet de Bali », a-t-il soutenu.
L'accord de Bali représente toutefois moins de 10 % du vaste programme de réformes lancé à Doha mais de nombreux responsables avaient dit craindrepour l'avenir même de l'OMC, et du multilatéralisme en général, en cas d'échec à la ministérielle.
UNE VICTOIRE PERSONNELLE POUR AZEVÊDO
Ensemble de mesures minimales surnommé « Doha light », le texte concerne trois volets : l'agriculture, avec un engagement à réduire les subventions à l'export, l'aide au développement prévoyant une exemption accrue des droits de douane aux produits provenant des pays les moins avancés, et la « facilitation des échanges », qui ambitionne de réduire la bureaucratie aux frontières.
« Bali n'est qu'un début. Nous avons dorénavant douze mois pour établir une feuille de route pour conclure le programme de Doha », a déclaré Roberto Azevêdo. La conclusion heureuse de la ministérielle représente une victoire personnelle pour le nouveau directeur général de l'OMC.
Le Brésilien a pris les rênes de l'Organisation en septembre avec l'ambition deréussir là où son prédécesseur, le Français Pascal Lamy, avait échoué : faireavancer le cycle de Doha. Avant Bali, aucune des quatre réunions ministérielles qui ont suivi le lancement du programme n'avait abouti à une entente globale.
UN ACCORD À L'ARRACHÉ
L'accord de Bali a été atteint à l'arraché, après une série de retournements qui ont fait croire à plusieurs reprises que tout espoir d'entente était perdu. L'Inde a d'abord marqué son opposition, exigeant de pouvoir accroître ses subventions agricoles, avant d'accepter un compromis de dernière minute, après une première prolongation de la réunion qui devait initialement s'achever vendredi.
Puis, alors qu'un accord semblait en vue, Cuba, le Nicaragua, la Bolivie et leVenezuela ont soudainement rejeté en pleine nuit le projet d'accord duquel avait été retiré une référence à l'embargo américain contre Cuba, forçant une nouvelle prolongation de la ministérielle.
Premier accord dans l'histoire de l'OMC, ce n'est toutefois pas le premier dans la longue marche vers la libéralisation des échanges commerciaux. Le précédent cycle de négociations, dit « Uruguay Round », s'était conclu en 1994 avec l'accord de Marrakech, qui avait abouti à la création de l'OMC un an plus tard.

Crimes de Estado por quem esta' no Estado: Romeu Tuma e a republiqueta dos companheiros (Veja)

Posso apostar que não vai acontecer rigorosamente nada. O Congresso, controlado, manietado, castrado, não vai sequer se mexer...
Paulo Roberto de Almeida 

Em VEJA desta semana

Tuma Junior revela em livro segredos sórdidos do poder

Revista Veja, 7/12/2013

Entre os assuntos abordados está a conta do mensalão nas Ilhas Cayman

APARELHO CLANDESTINO - Romeu Tuma Junior: "Recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo"
APARELHO CLANDESTINO - Romeu Tuma Junior: "Recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo" (Paulo Vitale)
A Secretaria Nacional de Justiça é um posto estratégico no organograma de poder em Brasília. Os arquivos do órgão guardam informações confidenciais de outros países, listas de contas bancárias de investigados e documentos protegidos por rigorosos acordos internacionais. Cercado por poderosos interesses, esse universo de informações confere ao seu controlador acesso aos mais restritos gabinetes de ministros e a responsabilidade sobre assuntos caros ao próprio presidente da República. Durante três anos, o delegado de polícia Romeu Tuma Junior conviveu diariamente com as pressões de comandar essa estrutura, cuja mais delicada tarefa era coordenar as equipes para rastrear e recuperar no exterior dinheiro desviado por políticos e empresários corruptos. Pela natureza de suas atividades, Tuma ouviu confidências e teve contato com alguns dos segredos mais bem guardados do país, mas também experimentou um outro lado do poder — um lado sem escrúpulos, sem lei, no qual o governo é usado para proteger os amigos e triturar aqueles que são considerados inimigos. Entre 2007 e 2010, período em que comandou a secretaria, o delegado testemunhou o funcionamento desse aparelho clandestino que usava as engrenagens oficiais do Estado para fustigar os adversários.
As revelações de Tuma sobre esse lado escuro do governo estão reunidas no livro Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado (Topbooks; 557 páginas; 69,90 reais), que chega às livrarias nesta semana. Idealizado inicialmente para desconstruir a campanha de difamação de que o autor foi vítima (Tuma foi demitido do governo sob a acusação de manter relações com contrabandistas), o livro, escrito em parceria com o jornalista Claudio Tognolli, professor de duas universidades em São Paulo, pescou mais fundo das memórias do autor: “Entrevistei Tuma Junior seis dias por semana durante dois anos. Ele queria uma obra baseada na revelação de fatos, queria que a publicação do livro o levasse ao Congresso para depor nas comissões, onde ele poderia mostrar documentos que não tiveram lugar no livro na sua inteireza”. Fica a sugestão.  
O senhor diz no livro que descobriu a conta do mensalão no exterior
Eu descobri a conta do mensalão nas Ilhas Cayman, mas o governo e a Polícia Federal não quiseram investigar. Quando entrei no DRCI, encontrei engavetado um pedido de cooperação internacional do governo brasileiro às Ilhas Cayman para apurar a existência de uma conta do José Dirceu no Caribe. Nesse pedido, o governo solicitava informações sobre a conta não para investigar o mensalão, mas para provar que o Dirceu tinha sido vítima de calúnia, porque a VEJA tinha publicado uma lista do Daniel Dantas com contas dos petistas no exterior. O que o governo não esperava é que Cayman respondesse confirmando a possibilidade de existência da conta. Quer dizer: a autoridade de Cayman fala que está disposta a cooperar e aí o governo brasileiro recua? É um absurdo.
(Íntegra na revista Veja)
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Da coluna do jornalista Políbio Braga, 7/12/2013, cuja revelação mais relevante era a de que Lula era informante do DOPS, sob o codinome de Barba.


Polibio Braga e noticiário nacional 

Entre 2007 e 2010, o delegado Romeu Tuma Júnior, filho do ex-senador Romeu Tuma, chefe da Polícia Federal no finalzinho da ditadura militar, ex-carcereiro de Lula, foi secretário nacional de Justiça durante a administração do atual governador do RS, Tarso Genro, a quem ajudou a eleger em 2010, fazendo campanha para ele no RS,inclusive na elaboração do Programa de Governo (leia abaixo). 
O delegado contou para a revista Veja deste final de semana, que foi nomeado porque Lula devia favores a seu pai, Romeu Tuma, já que ele, o pai, foi quem o atraiu para a função de informante do Dops, sob o codinome “Barba”.

. No livro que resolveu escrever, “Assassinato de Reputações”, Tuma Júnior conta que Tarso Genro comandou pessoalmente a fábrica de dossiês montada pelos governos do PT para destruir adversários.

. Quando voltar da China, segunda-feira, Tarso Genro terá que se explicar sobre estas acusações diretas do delegado de São Paulo:

- Desde 2008, o PT queria que eu vazasse os documentos enviados pela Suíça para atingir os tucanos na eleição municipal. O ministro da Justiça, Tarso genro, me pressionava pessoalmente para deixar isso vazar.

- O ministro da Justiça, Tarso Genro, estava me pressionado pessoalmente, vinha à minha orelha como um grilo falante (para vazar informações sobre o cartel dos trens)

- Eu, como secretário nacional de Justiça, investiguei casos engavetados, relacionados ao Opportunity. Mas nesse esforço, recebo um retorno diverso: Daniel Dantas aparecia como denunciante e não como réu. Embora tivesse cargo executivo no governo petista, eu suspeitava da existência de tal conta. E mais: que essa conta era a lavanderia do Mensalão no exterior (.;..) Mandei cópia para o ministro Tarso Genro apurar isso, e espero a resposta até hoje...

- Quando veio a resposta de Cayman (sobre a conta do Mensalão) os caras pararam tudo. Isso foi para a gaveta da Polícia Federal e do ministro Tarso Genro. Eu publico no livro o documento para dizer isto: o governo não deixou investigar isso em 2007.



Políbio Braga: As denúncias e revelações de Romeu Tuma confirmam todas as denúncias e revelações que o editor fez em seu livro “Cabo de Guerra” A fábrica de dossiês montada pelo ministro Tarso Genro, originou perseguições implacáveis aos seus adversários do RS e o ajudaram a se eleger quase sem oposição, devastada por investigações dirigidas, prisões arbitrárias, inclusive com uso abusivo de algemas e exposição dirigida para fotógrafos e cinegrafistas de todos os prisioneiros, vazamentos sistemáticos de meias verdades e uso perverso de Partidos, ONGs e sindicatos aparelhados pelo PT e seus aliados no Estado.

O Foro de Sao Paulo e seu papel de preservacao do comunismo - RicardoVelez-Rodriguez

Recupero, no site do professor Velez-Rodriguez, uma postagem de novembro de 2009, ainda relevante sobre as fontes do totalitarismo de diversos partidos dirigentes na América Latina atualmente. Uma síntese rápida diria que esses partidos estão simplesmente a serviço dos esclerosados comunistas cubanos. Nada mais, nada menos do que isso.
Paulo Roberto de Almeida 

EL MURO, CHÁVEZ Y EL FORO DE SÃO PAULO

Ricardo Vélez-Rodriguez
Blog Rocinante, 5 de novembro de 2009

Se están conmemorando veinte años de la caída del Muro de Berlín. El Muro ha caído pero no sus sombras, que se alargan hasta los confines del mundo, llegando a nuestra América Latina con un mal agüero de violencia y tempestades. Pues si el Muro de Berlín fué derribado en 1989, insiste en ser levantado en América Latina por el denominado Foro de São Paulo, que fué ideado en 1990 por Fidel Castro y por Lula, justamente para darle una sobrevida al cadáver que estaba siendo enterrado, el del mundo comunista. El Foro fué creado justamente para eso: si el Muro había sido derribado en Europa, sería levantado nuevamente en América Latina. El comunismo, a la sombra de los Estados Patrimoniales iberoamericanos, hijos de la contrarreforma y del caudillismo, podría volver a cobrar fuerza. Y es eso, de hecho, lo que está sucediendo, a la luz de la “Revolución Bolivariana” del coronel Chávez, en Venezuela, movimiento que se extiende como mancha de aceite sobre el agua por los cuatro puntos cardinales del subcontiente suramericano.

Diríamos que hay muro en donde hay dos territorios diferentes, que no se pueden mezclar. El Muro simbolizó perfectamente la lucha del siglo veinte, entre los ideales totalitarios y los de las democracias liberales. El ideal totalitario no surgió en el siglo XX. Él fué engendrado en el siglo XVIII por Jean-Jacques Rousseau, en su clásico libro Contrato Social (1762). Para recordar los fundamentos del Muro, vale la pena traer a la memoria los puntos básicos de la doctrina rusoniana. El objetivo perseguido por Rousseau consistía en formar ciudadanos que quisieran solamente identificarse con la Voluntad General a fin de que, de esa forma, se vieran libres de la tensión entre las tendencias individuales y los ideales colectivos. Nada para el individuo; todo para la colectividad. El pensador ginebrino buscaba crear el Hombre Nuevo, el Hombre de una única pieza, sin fisuras ni contradicciones, totalmente identificado con el Interés Público, sin deseos antisociales, como nos recuerda Talmon en su clásico libro Los orígenes de la democracia totalitaria (Madrid: Aguilar, 1956).

El individuo solamente podría resolver sus contradicciones íntimas identificándose con la Voluntad General. Quien se sometiese a ella no perdería la libertad, pues ésta, para Rousseau, consistía justamente en identificarse con los anhelos de la colectividad. La libertad sería encontrada en la capacidad de los individuos para verse libres de sus intereses individuales en pro del Interés Colectivo. Sería una especie de harakiri antropológico que extirparía de una vez para siempre el libre albedrío, la conciencia individual y la responsabilidad personal.

Al paso que Kant, en sus ensayos políticos (especialmente en La paz perpetua, de 1797), trataba de encontrar una base transcendental, vinculada a la conciencia individual, para la fundamentación del obrar ético, Rousseau renunciaba a la subjetividad, en el acto de sumergirse totalmente en las profundidades de la realidad extrasubjetiva de la Voluntad General. Cómo se consolida, según el ginebrino, el ajuste del individuo a la Voluntad General? Ella debe ser el molde en el que se proyecten todos los ciudadanos, siendo necesario para ésto un agente externo con poder total para someter a todo el mundo. Esa es la importante tarea que debe desempeñar el Partido de la Vanguardia Revolucionaria. Este agente transformador obliga a los individuos a marchar en dirección a la unanimidad de sentimientos y de ideas. Se presupone, en toda esta ingeniería soteriológica, que la felicidad humana reside en la unanimidad de los individuos al rededor del Poder Único y que la infelicidad reside justamente en lo contrario: en el disenso, en la discordancia de ideas y sentimientos. El Partido, transformado en Comité Revolucionario, debe destruír todo el orden antiguo, a fin de configurar la Nación Joven que es el Pueblo, unificado absolutamente al rededor de la Voluntad General.

El Jefe de la Vanguardia Revolucionaria, una vez haya triunfado la insurrección contra el viejo orden, se convierte en el Legislador, déspota ilustrado que, con su conocimiento superior, prepara al pueblo para llegar a la Voluntad General, eliminando cualquier oposición, que deberá ser tratada como atentado contra la Humanidad (por ser contraria a la racionalidad y a la felicidad públicas).

Inspirado en el uso que el Imperio Romano hizo de la Religión como factor de unidad política, bien como en la propuesta, formulada por Hobbes (Leviatán, 1651), de un poder único e indivisible, Rousseau propuso una Religión Civil (en el capítulo 8º del Contrato Social) para que, por medio de ella, el Legislador pudiese disciplinar a todos los miembros de la sociedad. Quien no aceptase los dogmas de esta Religión debería ser excluído de la convivencia social, como enemigo de la Humanidad. A propósito, Rousseau escribía: “Existe una profesión de fe puramente civil, cuyos artículos el soberano está incumbido de fijar, no precisamente como dogmas de religión, sino como sentimientos de sociabilidad, sin los cuales sería imposible tornarse alguien buen ciudadano o sujeto fiel”. Es absoluta la soberanía ejercida por el depositario de la Voluntad General, el Legislador y su auxiliar, el Comité Revolucionario. Por lo tanto, el nuevo Mesías tiene poder sobre la vida, la libertad y los bienes de los ciudadanos.

No es necesario mucho esfuerzo de imaginación para concluir que quien acredite en el modelo de Rousseau se convierte, sin duda alguna, en un dictador, tipo Fidel Castro o Hugo Chávez. Este fué el legado del pensador ginebrino, que inspiró también a otros autócratas famosos, como es el caso de Robespierre, Danton, Saint Just, Simón Bolívar, Lenine, Che Guevara y, principalmente, Napoleón Bonaparte.

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...