Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 18 de julho de 2015
Contexto Internacional, journal: special issue on foreign policy and social demands in Latin America
CALL FOR PAPERS
SPECIAL ISSUE 2016
Connecting foreign policy and social demands in Latin America
Latin America has witnessed a double movement of political and economic liberalization which, in association with the increment of international flows in the aftermath of Cold War, raised plenty of questions about the historical impermeability of foreign policy formulation to social inputs. To the extent that decisions on international affairs have triggered redistributive effects over income as well as political power, and so a variety of stakeholders’ interests were confronted at the national level, foreign policy grew more and more ‘politicized’. Claims have spread wide for foreign policy to be treated as if it actually were a public policy, that is to say, one subject to public scrutiny, bringing into practice political accountability and social responsiveness to an entirely new and diverse set of interests and demands. Within the regional ambit, the emergence of the so-called Latin American ‘Pink Tide,’ not to mention the promulgation of several new democratic constitutions, the rise of left-wing nationalisms and the consolidation of a participatory stance all over the continent, are factors that wield pressure on decision makers, in the sense that they would better leave behind a somewhat anachronistic and bureaucratically insulated model of foreign policy making to embrace new perspectives and procedures that are more akin to contemporary democracy. US contested hegemony and the resulting reconfiguration of the world order is – one would claim – the very basis on which the Global South is now articulating its political bids and concerns, a fact that will demand from diplomatic corps in the region not only greater activism and professionalism (which do vary strongly from country to country), but also more legitimacy from the domestic and international viewpoints. Those are issues which can be seen, after all, as leading the region into more democratic and socially representative foreign policies.
Contexto Internacional: journal of global connections will publish in 2016 a special issue organized by Dawisson Belém Lopes (Professor of International and Comparative Politics at the Federal University of Minas Gerais, Brazil) and Carlos Aurélio Pimenta de Faria (Professor of Social Sciences and International Relations at the Pontifical Catholic University of Minas Gerais, Brazil) on the phenomenon of ‘foreign policy politicization’ in Latin America. The editors are looking for manuscripts – be it case studies, comparative or conceptual-theoretical research articles – that examine the transformations/changes in the processes and institutional frameworks of foreign policy making settings recently observed in the region in order to meet the political demands of their countries’ populations.
Contributions on topics relating to intra and intergovernmental coordination, inter-sectorial articulation, market and civil society agents, and the efforts for narrowing the gaps between societal and governmental views and positions in foreign policy making, may be of great interest and heuristic value, as we still know very little about how those processes work in South America, Central America, the Caribbean, and Mexico. Editors are interested in papers that address one or several of the following questions
What and whose interests are currently being represented by foreign policy makers in Latin America?
What are the main cleavages that take place inside domestic constituencies concerning foreign policy agendas and how do they impact foreign policy making?
What are the new roles being played by presidents and their pundits in foreign policy making which clearly contradict long-established diplomatic traditions?
How does Latin American Foreign Policy Analysis (FPA) diverge from conventional FPA and other mainstream approaches?
How can we address conceptually and normatively the politicization of foreign policy making in the region in response to state-centric perspectives in FPA?
Evaluation process will proceed in three stages. Abstracts of up to 300 words can be submitted by August 15th. 2015 to contextointernacional@puc-rio.br. Full papers of pre-selected proposals are due on October 30th 2015. Approved papers will be submitted to scientific arbitration, in a double-blind process. Publication of all manuscripts is conditional to reviewers’ and editorial’s approval. Manuscripts should be original and unpublished, and should follow the general instructions available at: http://www.scielo.br/revistas/cint/iinstruc.htm.
Questions should be sent by email to contextointernacional@puc-rio.br (subject: Special Issue on Foreign Policy and Social Demands).
Important dates:
Abstract Submission: August 15th. 2015
First round acceptance by August 31st.2015
Paper submission: October 30th.2015
Second round acceptance (evaluation by editorial committee) by November 30th. 2015
Peer review process: up to 120 days
O Direito do Mar, um livro de Wagner Menezes (Funag)
Paulo Roberto de Almeida
FUNAG publica, na Coleção Em Poucas Palavras, o estudo
O Direito do Mar
Wagner Menezes
Brasília: Funag, 2015, 238 p.
A FUNAG publicou, na coleção Em Poucas Palavras, a obra “O Direito do Mar”. Trata-se de um estudo sistematizado e objetivo sobre Direito do Mar, na expressão do autor marco jurídico normativo global, estabelecido a partir da Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar. O livro é assinado pelo professor Wagner Menezes, da Universidade de São Paulo (USP).
O estudo está disponível para download gratuito no site da FUNAG e também pode ser adquirido na loja virtual ou no estande promocional da Fundação, situado no Anexo II do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.
Crimes econômicos e politicos companheiros: uma análise das pedaladas fiscais - Marcos Henrique Campos
O Império de Mentiras Companheiras, um imenso e feio edifício de fraudes organizadas e sistemáticas, construído no mesmo estilo stalinista que já infelicitou muitos povos, finalmente parece estar ruindo de podre. Isso já é evidente pelo imenso caos econômico provocado pela incompetência dos ditos companheiros, e pelo desmantelamento completo de quase todas as instituições de Estado -- o que inclui também o STF --, mas ainda não sabemos se os culpados pela catástrofe serão ou não devidamente punidos, como merecem. O artigo abaixo de Marcos Henrique Campos esclarece e analisa a extensão do desastre e a natureza dos crimes perpetrados pelos totalitários ineptos (ainda bem, do contrário eu não estaria aqui escrevendo isto).
Pedaladas fiscais e pedaladas jurídicas da Dilma
As TVs, jornais e sites têm noticiado massivamente nos últimos dias o caso das, assim chamadas, “pedaladas fiscais” do governo Dilma Rousseff. Mas você sabe realmente do que se trata? Você entende o caso? Você entende o motivo de tão acalorado debate em torno do assunto? Este é um caso sério, que expõe as entranhas mais profundas das administrações petistas, e que pode fazer ruir de vez o “Império Lulo-Petista Brasileiro”.
Em resumo, a “pedalada” do governo consiste no seguinte: os governos Lula e Dilma criaram (ou ampliaram) uma vasta e complexa gama de benefícios sociais – Bolsa Família, FIES, PROUNI, Minha Casa Minha Vida, Minha Casa Melhor, Auxílio Reclusão, financiamentos imobiliários subsidiados, financiamentos empresariais subsidiados, financiamentos agrícolas subsidiados, etc – benefícios estes que não são nada além de distribuição facilitada de recursos do Tesouro Nacional, ou, para bom entendedor, distribuição descontrolada de dinheiro do povo (adquirido por meio do recolhimento de impostos), motivados por evidentes ideais populistas/socialistas e ignóbeis pretensões eleitoreiras. Para efetuar esta distribuição, o Tesouro necessita de um intermediário entre si próprio, e o povo, e o governo astutamente utiliza os bancos públicos para tal tarefa – Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES. Funciona da seguinte forma: os bancos realizam os pagamentos das bolsas e financiamentos subsidiados aos beneficiados, e o Tesouro lhes ressarce (ou ao menos deveria ressarcir) logo em seguida. Acontece que o Tesouro Nacional possui metas fiscais a cumprir, e, sufocado diante da falta de dinheiro que passa a assolar o país após os anos da bonança artificialmente fabricada (regada a grandes doses de crédito barato e indiscriminado), e para “maquiar” os seus calamitosos resultados, o Tesouro adotou a prática de atrasar sistematicamente o repasse dos pagamentos para os bancos, criando uma bola de neve de débitos a pagar, o que, segundo o artigo 36 da lei de responsabilidade fiscal (Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000), constitui crime de responsabilidade fiscal. O problema do governo foi que o Ministério Público descobriu todo o esquema, além de outras manobras: ocultação de dívidas do governo, descumprimento do orçamento, chantagens com parlamentares, envolvendo recursos referentes a emendas parlamentares, uso do FGTS para pagamento de despesas do Minha Casa Minha Vida, e outros. Todo o esquema foi denunciado ao Tribunal de Contas da União.
À época em que o caso foi denunciado, a turba de ministros do governo foi convocada a sair em defesa da presidente. O Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, um dos mais fiéis “cães de guarda” da presidente, afirmou que a prática de atrasar os repasses do Tesouro para os bancos estatais é antiga – supostamente ocorre desde 2001 –, e que por este motivo tal prática não constitui crime algum. Ao fazer tal afirmação, Cardoso escancara despudoradamente sua total inépcia para ocupar o cargo que ocupa, quando assume desconhecer completamente a lei de responsabilidade fiscal, ou, mais grave ainda, revela desavergonhadamente sua completa falta de caráter, ao desprezar a existência da lei, e mentir descaradamente para o povo, em nome do governo.
Assim, com o aval do Ministro da Justiça, o governo decretou oficialmente o “libera geral” da Dilma: todo e qualquer crime cometido em dias atuais, que possua similaridades com crimes cometidos antes de 2002 (de preferência durante o governo FHC), está automaticamente justificado, perdoado e transformado em ato normal e legal (quando não obrigatório)! Para o governo do PT, um erro passado justifica eternamente outros erros similares. Segundo a lógica do governo, tudo de errado ocorrido nas administrações passadas está devidamente autorizado nas gestões do PT. O PT adaptou a antiga lei do “olho por olho, dente por dente” às circunstâncias brasileiras atuais: crime por crime, bilhão por bilhão.
Acontece que, aparentemente, a retórica falaciosa do governo não foi suficiente para convencer os ministros do Tribunal de Contas da União acerca da regularidade das contas, e agora o governo está sendo cobrado a explicar, na justiça, todas as “pedaladas” e demais manobras fiscais. Ao governo, foi dado prazo de 30 dias, a partir do dia 17/06, para esclarecer 13 pontos que foram identificados pelo TCU como contundentes indícios de irregularidades. Se a defesa apresentada não convencer satisfatoriamente ao tribunal, o governo corre o risco de ter suas contas do ano de 2014 rejeitadas, e de o caso todo ser classificado como crime de responsabilidade fiscal. Este crime, para quem não sabe, pode ser a “gota d’água” que falta para criar as condições favoráveis de que o congresso precisa, para dar entrada em um processo de improbidade administrativa, e até um processo de impeachment.
É chegada a hora da verdade, neste país de mentiras! Com o julgamento das contas do governo no centro das atenções midiática e popular, o Ministério Público e o TCU serão obrigados a mostrar a quem realmente servem: ao Brasil, e ao povo brasileiro, ou à quadrilha instalada no governo federal. O TCU aceitará “pedaladas jurídicas”, para encobrir as “pedaladas” fiscais, ou os juízes honrarão as togas que vestem, e farão o governo sentir a força da mão pesada da justiça? Terá sido todo o processo, da denúncia ao julgamento, um mero circo mambembe ridiculamente patético, armado apenas com o intuito de, no fim, aprovar as contas da presidente, e legitimar as falcatruas governistas com um carimbo de legalidade, aplicado por instituições alegadamente independentes? Daqui a poucos dias o povo saberá se pode, ou não, confiar no Poder Judiciário!
A situação real, e que o nosso falido governo insiste em tentar “tapar com a peneira” é a seguinte: o governo irresponsavelmente exauriu os recursos do tesouro, e, como não poderia ser diferente, sendo o governo petista essencialmente populista/socialista, quebrou a economia. Deixou-a em frangalhos. Com a economia em marcha lenta, o país deixou de gerar riquezas, a arrecadação despencou vertiginosamente, e o tesouro passou a carecer dos recursos, antes abundantes, para distribuir; o governo se viu obrigado a aumentar os impostos, para refazer o caixa, e a dificultar o acesso aos benefícios, como forma de estancar a “sangria” indiscriminada de recursos públicos. A presidente Dilma, oportuna e covardemente escondida por detrás da figura do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quer agora nos empurrar goela abaixo medidas de austeridade, ou seja, quer que nós, o povo, paguemos a conta da sua própria irresponsabilidade e incompetência. E o pior é que é possível encontrar descerebrados militantes petistas na internet chamando os ajustes fiscais de “pacote de maldades do direitista Joaquim Levy”, como se este agisse deliberadamente, por conta própria, quase que sem o conhecimento da Dilma, e alcunhando-o de direitista, como se suas medidas representassem o supra-sumo do liberalismo econômico clássico.
Como sabiamente dizia a “Dama de Ferro” Margareth Tatcher (primeira ministra da Grã-Bretanha nos anos 1980), “o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”. Então, você estudante que não conseguiu renovar seu FIES, você empresário que não consegue mais uma “mamata” no BNDES, e você cidadão que não consegue mais aquele financiamento imobiliário “camarada” junto à Caixa Econômica, fique sabendo: você caiu no “conto da distribuição de renda”.
*Marcos Henrique Martins Campos é estudioso e defensor incansável do liberalismo econômico e do conservadorismo cultural, Acadêmico de engenharia, técnico químico e gerente de produção em uma grande indústria nacional.”
Falacias academicas: o mito dos modelos de desenvolvimento - Paulo Roberto de Almeida
A falácia dos modelos de desenvolvimento: enterrando um mito sociológico
Paulo Roberto de Almeida

Mercosul: livro sobre o bloco, do Grupo de Estudos do Mercosul do Uniceub
Parte I - Fundamentos da integração regional
Parte II - Estrutura institucional
Parte III – Funcionamento
Parte IV – Cooperação
Parte VI - Temas Especiais
Conclusão
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Postado por Blogger no Grupo de Estudos do MERCOSUL em 7/17/2015 06:20:00 PM
Mercosul: teses e dissertações em levantamento do IPRI-Funag
Mapeamento da produção acadêmica na área de relações internacionais. Lista de teses, dissertações e grupos de pesquisa sobre o MERCOSUL
Com o avanço dos estudos sobre relações internacionais no Brasil, inclusive no nível de pós-graduação, tem-se verificado um crescimento significativo da produção de conhecimento em áreas de interesse para a política externa. De uma produção que era incipiente nos anos 80 do século XX, observou-se já a partir dos anos 90, mas sobretudo na primeira década do século XXI, um aumento muito expressivo no número de dissertações de mestrado e teses de doutorado elaboradas em Universidades brasileiras sobre temas relevantes para nossa diplomacia.
Apresenta-se com isso, para os que trabalham com a política externa, e para o Itamaraty em particular, um novo desafio: o de acompanhar e mapear essa produção de conhecimento, de modo a tornar possível sua absorção. O universo acadêmico brasileiro já conta com instrumentos utilizados corriqueiramente pela comunidade de pesquisadores e estudantes para acompanhar a produção de trabalhos de investigação. São os portais e plataformas mantidos por instituições como a CAPES, o CNPq ou o IBICT, além dos repositórios institucionais das Universidades, onde se podem obter os textos integrais de muitas das teses e dissertações defendidas.
Com vistas a trazer uma contribuição para os que trabalham com a política externa, o IPRI deu início a um trabalho de mapeamento da produção acadêmica brasileira na área de relações internacionais. Mediante o uso dos instrumentos já disponíveis para a comunidade acadêmica, a equipe do IPRI passou a elaborar listas que permitem apresentar de forma simples e de fácil consulta as informações sobre teses e dissertações defendidas por área temática, bem como sobre os grupos de pesquisa estabelecidos em Universidades brasileiras. Trata-se de um trabalho de fôlego, que requer paciência e dedicação, mas que é justificado pelo resultado. Torna-se possível, assim, encontrar em um único local, com listas já prontas, um panorama da produção acadêmica em determinada área temática.
Por sua importância como tema prioritário na agenda de política externa do Brasil, o MERCOSUL foi escolhido como primeira área temática para esse mapeamento. Identificaram-se as teses e dissertações elaboradas sobre esse tema desde 1994 (ano da assinatura do Protocolo de Ouro Preto) até os dias de hoje, apontando-se o nome do autor, o título do trabalho, a instituição que o acolheu, e apresentando um link para um resumo. Da mesma forma, elaborou-se uma lista dos grupos de pesquisa atualmente cadastrados junto ao CNPq dedicados a temas relacionados ao MERCOSUL.
Clique aqui para acessar o texto introdutório e a lista de teses e dissertações sobre MERCOSUL.
Clique aqui para acessar o texto introdutório e a lista de grupos de pesquisa sobre MERCOSUL.
Cúpula do Mercosul: registrando os melhores momentos do evento
Se alguém tivesse de cumprir a desagradável missão de escolher o discurso mais infeliz de Dilma Rousseff, estaria certamente diante de uma difícil tarefa. A competição da presidente consigo mesma, nesse quesito, é feroz. A fala desta sexta-feira, ao receber presidentes do Mercosul, no Palácio do Itamaraty, chega a ser nauseante. E por vários fatores que se combinam.
Para uma audiência que reunia truculentos notáveis como Nicolás Maduro (Venezuela), Cristina Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia), a presidente brasileira teve a coragem de afirmar:
“Somos uma região que sofreu muito com as ditaduras. Somos uma região onde a democracia floresce e amadurece. No ano passado, houve eleições gerais no Uruguai e no Brasil. Este ano, é a vez da Argentina e da Venezuela. A realização periódica e regular desses pleitos dá capacidade de lidar com as diferenças políticas. Temos de persistir nesse caminho, evitando que as disputas incitem a violência. Não há espaço para aventuras antidemocráticas na América do Sul.”
É bem provável que Dilma estivesse querendo dizer que uma eventual ação em favor do seu impeachment ou que a cassação do seu mandato pelo TSE se encaixariam na classificação de “aventuras antidemocráticas”. É claro que ela sabe ser uma mentira escandalosa.
Dilma pode não ser o melhor exemplo a que pode chegar a inteligência política brasileira, mas ela sabe que a simples realização de eleições não garante um regime democrático. Fazer tal afirmação diante de um ditador asqueroso como Nicolás Maduro e de um protoditador como Evo Morales chega a ser uma provocação grotesca ao bom senso. No ano passado, 40 pessoas foram assassinadas nas ruas da Venezuela por milícias a serviço do regime. Há presos políticos no país, e a imprensa está sob severa censura.
E coube justamente a Maduro descer ao esgoto moral. Afirmou:
“Temos um presidente indígena (Morales), há um movimento bolivariano, que somos nós, de pé. E ninguém vai nos apagar do mapa. Nenhuma pressão política vai nos apagar. Há 40 anos, houve o Plano Condor, e não desaparecemos. Somos um projeto democrático, inclusivo”.
O “Plano Condor” é o nome pelo qual é conhecida a colaboração entre as várias ditaduras militares havidas na América do Sul nas décadas de 60 e 70. Hoje, regimes violentos e populistas também se amparam mutuamente, todos eles endossados pelos governos do PT, partido que sonhou emplacar por aqui algo semelhante. Trata-se de um “Plano Condor de esquerda”. Aliás, quando Dilma insiste em associar o cumprimento da lei à quebra da ordem democrática, ela o faz sob a inspiração desse pensamento delinquente.
E, claro, a pantomima não estaria completa sem a homenagem de Dilma a Cristina Kirchner, que voltou a levar a Argentina à beira do abismo:
“Nesses oito anos em que lhe coube presidir a nação Argentina, você imprimiu posição firme e democrática a seu país. Do ponto de vista pessoal e político, quero dizer que você terá no Brasil uma amiga sempre pronta para compartilhar sistematicamente sonhos e esperanças”.
A brasileira, acreditem, tinha lágrimas nos olhos. No poder, Cristina Kirchner estimulou, ela também, a formação de verdadeiras milícias e tentou censurar a imprensa livre. O cadáver do promotor Alberto Nisman se revirou no túmulo. Dilma, no entanto, chorou de emoção. E aí falou a louca de Buenos Aíres:
“Qualquer Estado integrante do Mercosul, ou da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), em que o governo seja removido por outro que não seja produto de eleições livres, populares e democraticamente eleito perde o caráter de Estado membro.”
Também é de revirar o estômago. Cristina e Dilma, juntas, suspenderam o democrático Paraguai do Mercosul — por ter deposto legal e legitimamente um presidente — e aproveitaram o momento para abrigar a Venezuela do ainda vivo Hugo Chávez. Até então, o Senado paraguaio se negava a aprovar o ingresso do novo membro justamente porque reconhecia o país por aquilo que é: uma ditadura.
Ah, sim: a cerimônia marcou o ingresso da… Bolívia no Mercosul! O bloco já é hoje um atraso de vida para o Brasil. Entre outras razões, porque as decisões têm de ser tomadas por consenso. O bloco impede o Brasil de celebrar acordos bilaterais substantivos porque tem de se vergar às restrições de seus parceiros. Agora, teremos de nos submeter também às exigências bolivianas.
Enquanto isso, livres para voar, Chile, Peru, Colômbia e México celebram a Aliança do Pacífico, de costas, literalmente, para os bocós do Mercosul. O mal que o PT faz ao Brasil vai deixar mascar por muitas décadas. Já estamos começando a viver a herança maldita. E ela está apenas no começo.
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