









Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).










Lula decide apoiar denúncia contra Israel por genocídio em Gaza na Corte de Haia Comunidade judaica brasileira condena decisão; ação movida pela África do Sul é ‘cínica e perversa’, diz Conib
Lula não tem admiração de antes no exterior pois não defende mesmas causas do Ocidente, diz Ricupero
O diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero avaliou a política externa do governo Lula
Ex-ministro e ex-embaixador diz que país rompeu isolamento internacional graças à política de meio ambiente e que Lula deveria ser menos condescendente com Maduro
Monica Gugliano
Estadão, 10/01/2024
"O Brasil rompeu o isolamento internacional, graças à política de meio ambiente", diz o ex-ministro do Meio Ambiente do governo Itamar Franco, Rubens Ricupero. Embaixador aposentado e ex-ministro da Fazenda, ele avalia, porém, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não voltou a ter a mesma admiração que tinha do mundo em seus dois primeiros mandatos. Segundo ele, em razão de o petista não defender hoje necessariamente as mesmas causas que os ocidentais, como se dava anteriormente." A começar pela Ucrânia que ele teve desde o início uma posição muito de zigue zague, muito incerta. Ele já deu cinco ou seis declarações e o que se sustenta é que, no fundo, ele tem uma atitude benevolente em relação ao Putin, à Rússia. Esse tipo de coisa o coloca num rumo de colisão com os Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha. Ninguém simpatiza com essa posição do Brasil em relação à Ucrânia", diz ele.
Em entrevista ao Estadão, ao tratar da crise entre a Venezuela e a Guiana, o ex-ministro avalia que dificilmente a tensão acabará em um confronto armado. Mas, afirma que situação já se tornou um problema para o Brasil e que o presidente Lula deveria ser menos condescendente com seu colega venezuelano, Nicolás Maduro.
Veja a íntegra da entrevista:
Em que medida a Venezuela pode se transformar em um problemão para o Brasil?
De certa forma já virou. Lula depositou uma confiança em Nicolás Maduro quando, alguns meses atrás, ele fez uma reunião de presidentes em Brasília para refundar a Unasul. Mas não conseguiu. Lula estendeu o tapete vermelho para Maduro, embora, naquele momento, o Brasil não tivesse relações diplomáticas com a Venezuela - o ex-presidente Jair Bolsonaro havia rompido. Ele quis mostrar, com isso, que tinha confiança de que Maduro poderia aceitar aos poucos a ideia de uma eleição presidencial, por causa das pressões, das sanções americanas.
E parece que não deu certo, não é?
Lula seguramente queria mostrar que ele podia ter uma relação especial com a Venezuela e Maduro. Mas Maduro, ao criar esse problema grave com a Guiana, mostrou que Lula fez uma aposta errada, confiou numa pessoa que não merecia. Tanto assim, que agora está criando um problema para o Brasil e é complicado. Embora eu não acredite muito que o Maduro tenha intenção realmente de desencadear uma agressão militar contra a Guiana porque seria uma aventura.
O senhor acha que é uma bravata?
Toda guerra, como mostra a própria guerra da Ucrânia, costuma ser imprevisível. Todo o mundo achava que a Rússia ia resolver aquilo em pouco tempo, mas, na verdade, houve uma reviravolta e já dura quase dois anos. Eu acredito que Maduro deve ter tomado essa decisão sobretudo por razões internas. O apoio dele vem, em último caso, dos militares, ele e, no fundo, o regime venezuelano é amparado nas Forças Armadas. Ele tem uma popularidade muito baixa, a eleição vai ser complicada. Por isso, está tentando, com os meios de que dispõe, preparar a eleição para não correr perigo de perder. Tanto é assim que o Tribunal venezuelano, que ele controla, já declarou inelegível Maria Corina Machado, que é a principal adversária dele e aparece melhor nas pesquisas. Mas ele provavelmente quis, com essa decisão, aumentar o apoio que ele possa ter da parte dos militares, da própria opinião pública.Mas agora ele saiu do território venezuelano...Agora, ele tomou esta iniciativa e criou um problema grave, pois ele, depois de destruir a Venezuela - é um caso único nos tempos modernos, num país que não tem uma população tão grande (cerca de 28 milhões de habitantes), que cinco, seis milhões de pessoas tenham saído de lá e só isso mostra o desastre que é - está criando uma situação complicada para o continente. Para nós, em primeiro lugar, pois, além desse precedente de o Lula ter apostado nele, uma aposta que não deu certo, ele criou um problema numa área em que o Brasil tem limites com dois países. O Brasil é o único país da América do Sul que tem limites com a Venezuela e a Guiana e que, se acontecesse alguma coisa muito grave lá, dificilmente o Brasil poderia ficar passivo. Não creio que os militares aqui iriam aceitar alguma coisa mais grave, como uma incorporação de um território. Você vê pelas declarações do próprio ministro da Defesa, José Múcio Teixeira. Ele não quis ser agressivo, mas deixou claro que, pelo território brasileiro, os venezuelanos não poderiam passar nunca, se quisessem atacar a Guiana. É mais ou menos óbvio, mas ele não precisava falar. O fato de ele ter falado foi uma espécie de recado e, além do mais, há outros sinais, o Exército mandou pra lá mísseis, blindados. Isso não quer dizer que o Brasil queira entrar numa contenda, mas mostra que está preparado para isso. E, com tudo isso, Maduro está criando um problema enorme.Há um receio de que um hipotético conflito trouxesse os Estados Unidos ao continente...Ainda acho que Maduro dificilmente iria desencadear uma operação militar. As consequências seriam imprevisíveis, em último caso poderia levar até a queda dele. Acho que ele vai ter muito mais prudência do que muita gente poderia pensar, se seguir a retórica dele. Não há dúvida de que, se essa situação escapasse ao controle e chegasse de fato a uma operação militar, os americanos seriam a garantia da Guiana. Primeiro, porque eles não poderiam aceitar que um governo como o da Venezuela, que eles detestam, agredisse a Guiana. Segundo, porque a principal empresa que explora o petróleo lá é a Exxon, americana. Eles não vão ficar indiferentes. Isso que os militares brasileiros receiam é uma alternativa plausível. De fato, embora não haja esse descontrole, não acho impossível. Mas acho pouco provável.
O senhor acha que Lula deveria ter sido mais duro com o presidente da Venezuela?
A primeira coisa que eu acho bom dizer é que esse caso mostra claramente que, além de um problema de princípios, é um erro. Quando não se critica uma política de indiferença às violações dos direitos humanos, como essa política que o PT e Lula costumam conduzir que, por afinidades ideológicas, não querem criticar a Venezuela, a Nicarágua, Cuba, além do problema de princípios, se comete um erro. Por que há outro aspecto: o ditador, o homem que viola a democracia e os direitos humanos é sempre causa de perigo. Você vê quem é que atacou a Ucrânia? Foi o Putin (Vladimir Putin, presidente da Rússia), ditador. Quem está criando esse problema com a Guiana? É o Maduro. Então, a gente vê claramente que é preciso condenar com firmeza as ditaduras e as violações, porque quem faz isso prejudica não só os próprios cidadãos, mas, na primeira oportunidade que aparecer, se torna uma ameaça aos demais, como estamos vendo na Venezuela.
O senhor diria que o Brasil está perdendo a liderança no continente?
Para o Brasil, que sempre disse que a prioridade era a América Latina, a América do Sul, especialmente, a situação está ficando cada vez mais difícil. A América do Sul está se tornando um terreno muito complicado. Com a eleição na Argentina, Lula perdeu seu principal interlocutor, seu principal aliado, que era o governo peronista. E não é um aliado qualquer, é o mais importante na América do Sul. Aí, ele perde também dentro do Mercosul, em que nem o Uruguai nem o Paraguai têm posições ideológicas parecidas às do PT. E, além disso, no resto do continente, o Brasil está numa situação duvidosa. O Chile pela segunda vez rejeitou a proposta de mudança na constituição, e o governo está com uma popularidade muito baixa. O Peru é um país com muita instabilidade política, até agora está aquela presidente interina, depois que o impeachment derrubou o presidente, vive uma situação tão agitada que praticamente não conta na política do continente. Colômbia, que poderia ser mais simpática às posições daqui, Gustavo Petro (presidente colombiano) adotou uma postura que é oposta à do Brasil. Petro sugeriu não explorar o petróleo da Amazônia, coisa que o Lula não quis aceitar. Neste continente, agora, Lula tem um espaço muito pequeno. Tanto que a ideia que ele tinha de refazer a Unasul não deu certo.
Mas no caso da Guiana, o Brasil tem feito uma certa mediação...
No caso da Guiana é verdade que ele contribuiu para essa reunião que houve entre Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, tanto que o segundo encontro vai ser aqui. Mas é um problema que não precisava existir se não fosse Maduro ter criado essa dificuldade. Um panorama que ficou muito mais desfavorável para o Lula. Não digo que seja culpa dele, mas que ele apostou num homem e deu errado.
O senhor acha que Lula atingiu os objetivos que se propôs na política externa para este primeiro ano de governo?
Alguns dos primeiros objetivos que ele anunciou, ele conseguiu atingir. O Brasil estaria de volta, sairia da situação de pária. Delineou um programa que ele cumpriu. Voltou a se tornar um parceiro ativo e, graças à política de meio ambiente, ele conseguiu romper aquele isolamento, a condição de pária que o Bolsonaro havia criado. Grande parte do isolamento se devia à política de meio ambiente, povos indígenas. Isso mudou e é uma parte positiva do governo. E não mudou só no discurso. Mudou de verdade. Teve a nomeação de Marina Silva, a campanha contra o garimpo ilegal em Roraima, com a destruição dos equipamentos, a campanha para diminuir o desmatamento da Amazônia, que diminuiu muito. Então, esse lado, eu acho altamente positivo. Há uma situação bem melhor.Mas o mundo é muito diferente daquele dos dois primeiros mandatos dele...Ele não conseguiu voltar a ter a admiração que tinha nos dois primeiros mandatos porque, naquela ocasião, ele aparecia como um homem que defendia causas que os ocidentais também defendiam. Mas, neste momento, algumas causas que o Lula tem procurado são diferentes dos países ocidentais. A começar pela Ucrânia, que ele teve, desde o início, uma posição muito de zigue zague, muito incerta. Ele já deu cinco ou seis declarações, e o que se sustenta é que, no fundo, ele tem uma atitude benevolente em relação ao Putin, à Rússia. Esse tipo de coisa o coloca num rumo de colisão com os Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha. Ninguém simpatiza com essa posição do Brasil em relação à Ucrânia. Também no caso de Israel, ele tem exagerado um pouco nas palavras, embora haja no mundo uma grande preocupação com o que está acontecendo lá. Ele é admirado hoje pelos direitos humanos e sobretudo pelo meio ambiente em que ele realizou muita coisa.
Um livro de ensaios, muitos, desde 2001, em duas edições, 2015 e 2019
2813. Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Hartford: Edição do Autor, 2015; 380 p.; DOI: 10.13140/RG.2.1.1916.4006). Hartford, 16 abril 2015, 380 p. Livro montado a partir de uma seleção de minhas colaborações ao Meridiano 47, desde 2001. Disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/11981135/28_Paralelos_com_o_Meridiano_47_ensaios_2015_); divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/04/livro-paralelos-com-o-meridiano-47.html). Disponível na plataforma Research Gate (11/08/2015; link: https://www.researchgate.net/publication/280883791_Paralelos_com_o_Meridiano_47_Ensaios_Longitudinais_e_de_Ampla_Latitude?showFulltext=1&linkId=55ca728908aebc967dfbe466). Feita 2ª. edição para o Kindle Books em 21//12/2019. Relação de Publicados n. 1173.
3550. Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude, Brasília, 23 dezembro 2019, 398 p. Coletânea de artigos e ensaios publicados no boletim digital Meridiano 47, publicada em Kindle (ASIN: B082Z756JH). Anunciada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/12/paralelos-com-o-meridiano-47-ensaios.html) e na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/41460298/Paralelos_com_o_Meridiano_47_Ensaios_Longitudinais_e_de_Ampla_Latitude_2019_). Relação de Publicados n. 1326.
Índice
Apresentação
Freakdiplomacy, or the advantages of being an accidental diplomat
Primeira Parte
Relações internacionais e política externa do Brasil
1. Relações Internacionais e política externa do Brasil: perspectiva histórica
2. Ideologia da política externa: sete teses idealistas
3. Relações Brasil-Estados Unidos em perspectiva histórica
4. Um exercício comparativo de política externa: FHC e Lula em perspectiva
5. Sucessos e fracassos da diplomacia brasileira: uma visão histórica
Segunda Parte
Economia internacional, globalização
6. Mudanças na economia mundial: perspectiva histórica de longo prazo
7. Debate sobre a globalização no Brasil: muita transpiração, pouca inspiração
8. Interessa ao Brasil uma taxa sobre os movimentos de capitais?
9. A distribuição mundial de renda: caminhando para a convergência?
10. Contra a antiglobalização
11. Perguntas impertinentes a um amigo antiglobalizador
12. Fórum Social Mundial: nove objetivos gerais e alguns grandes equívocos
13. Fórum Surreal Mundial: Pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores
14. O Brasil e o G20 financeiro: alguns elementos analíticos
15. A longa marcha da OMC: das origens aos impasses atuais
Terceira Parte
Regionalismo, Integração
16. Mercosul e Alca na perspectiva brasileira: alternativas excludentes?
17. O Mercosul não é para principiantes: sete teses na linha do bom senso
18. Problemas da integração na América do Sul: a trajetória do Mercosul
19. Acordos regionais e sistema multilateral de comércio: a América Latina
20. Contexto geopolítico da América do Sul: visão estratégica da integração
21. Mercosul: uma revisão histórica e uma visão de futuro
22. Regional integration in Latin America: an historical essay
Quarta Parte
Política internacional, Questões estratégicas
23. Camaradas, agora é oficial: acabou o socialismo
24. A China e seus interesses nacionais: reflexões histórico-sociológicas
25. Teses sobre o novo império e o cenário político-estratégico mundial
26. O legado de Henry Kissinger
27. Pequena lição de Realpolitik
28. Estratégia Nacional de Defesa (END): comentários dissidentes
29. A Arte de NÃO Fazer a Guerra: novos comentários à END
Quinta Parte
Ideias, cultura, problemas
30. O Fim da História, de Fukuyama, vinte anos depois: o que ficou?
31. Um Tocqueville avant la lettre: Hipólito da Costa como founding father do americanismo
32. Reflexões a propósito do centenário do Barão
33. Uma frase (in)feliz? O que é bom para os EUA é bom para o Brasil?
34. O IBRI e a RBPI: contribuição intelectual, de 1954 a 2014
Apêndices
Relação cronológica dos ensaios publicados no boletim Meridiano 47
Livros publicados pelo autor
Nota sobre o autor
Why a nuclear weapons ban would threaten, not save, humanity
ZACHARY KALLENBORNOn January 22, 2021, the Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons entered into force with 69 state parties. The treaty aims to ban nuclear weapons, bringing global nuclear weapons arsenals down to zero. Treaty states, the International Campaign to Abolish Nuclear Weapons, and other global zero activists that pushed for the treaty frequently highlight the existential harms from nuclear weapons, including in the second meeting of state parties to the treaty. The concern is legitimate. A 2022 study in Nature estimated a nuclear war between the United States and Russia would blast massive amounts of soot into the atmosphere, disrupting the global climate, and causing massive food shortages that could kill over five billion people.
But nuclear weapons are not the only threat to humanity. An asteroid over 1 kilometer in diameter striking the Earth, genetically engineered biological weapons, super volcanoes, extreme climate change, nanotechnology, and artificial superintelligence all could generate existential harm, whether defined as the collapse of human civilization or literal human extinction. To address those challenges, humanity needs global cooperation to align policies, pool resources, maintain globally critical supply chains, build useful technologies, and prevent the development of harmful technologies. Nuclear deterrence—alongside robust international organizations, laws, norms, alliances, and economic dependencies—helps make that happen.
Global governments and organizations aiming to reduce existential risks should support nuclear risk-reduction measures but oppose quick, complete abolition of nuclear weapons. Nuclear abolition creates serious risk of returning to an era of great power conflict, which could drastically increase existential risk. A global war between China, Russia, the United States and their respective allies risks the survival of the global cooperative system necessary to combat other existential threats, while threatening infrastructure necessary for risk mitigation measures and accelerating other existential risk scenarios. As Iskander Rehman wrote in his recent in-depth study of great power war: “Protracted great power wars are immensely destructive, whole-of-society affairs, the effects of which typically extend well beyond their point of origin, spilling across multiple regions and siphoning huge amounts of personnel, materiel and resources… Ultimately, protracted great-power wars usually only end when an adversary faces total annihilation, or collapses under the weight of its own exhaustion.” If the great powers collapse, the global system may collapse with them. Nuclear deterrence can help prevent that.
Nuclear weapons place a cap on how bad great power conflict can become and may deter the emergence and escalation of great power war. If China, the United States, or Russia faced a genuine existential threat, the nuclear weapons would emerge, threatening nuclear retaliation. As Chinese General Fu Quanyou, head of the People Liberation’s Army General Staff until 2002, once said: “The U.S. and Soviet superpowers both had strong nuclear capabilities able to destroy one another a number of times, so they did not dare to clash with each other directly, war capabilities above a certain point change into war-limiting capabilities.” Mutually assured destruction also helps prevent serious great power conflict from breaking out in the first place. During the current war between Ukraine and Russia, Russian President Vladimir Putin has used nuclear threats to deter direct NATO involvement and keep the conflict local. The United States might wish to support Ukraine against Russia, but it’s not willing to risk a Russian nuclear strike on New York City or Washington, DC to do more than provide money and material. Removing that deterrence by banning nuclear weapons means a potential return to protracted, global great power war.
To emphasize: Opposing quick, complete abolition does not mean opposing reduction of nuclear arsenals or risk reduction measures like improved crisis management and ensuring human control over nuclear weapons. Massive nuclear war is the most likely scenario for existential harm to humanity in the near term. As the Chinese nuclear arsenal grows, and China potentially aims for nuclear parity with the United States in the coming decades, that problem is going to get worse. Current nuclear weapon strategies depend on targeting adversary nuclear weapons, which means as an adversary builds more nuclear weapons, the United States must build more too. If the United States builds more, so too will Russia and China. Unchecked, nuclear arsenal sizes could quickly spiral upwards, passing the heights of the Cold War when the United States had 23,000 nuclear weapons and the Soviet Union had 39,000.
The risks of great power war. War among great powers increases existential risk in at least four ways. First, the global cooperative system necessary to combat existential threats may be seriously damaged or destroyed. Second, combatants might target and destroy infrastructure and capacity necessary to implement existential risk mitigation measures. Third, military necessity may accelerate the development of technologies like artificial intelligence that create new existential risks. Fourth, a great power war following nuclear abolition could touch off rapid, unstable nuclear rearmament and proliferation.
After World War II, the United Nations, NATO, the International Monetary Fund, the International Atomic Energy Agency, and numerous other international organizations were built to stabilize the world and prevent such a global catastrophe from happening again. That cooperative framework allowed for the United Nations Intergovernmental Panel on Climate Change, enabled global partnerships on biosecurity through the G-7, and facilitated high-level discussions on the risks of artificial intelligence. However, a massive global war would undermine the very foundations of this order, because it would show the economic, political, and institutional ties between nations were never enough to prevent global conflict. Plus, World War III might result in the crippling or destruction of the powerful states and institutions that hold up global governance: China, France, Russia, the United States, the United Kingdom, the European Union, NATO, and others. The global community may lose the cooperative institutions necessary for climate change reduction, limiting or controlling risky biological research, prevent the creation and proliferation of artificial superintelligence, and generally defend the planet.
Great power war could accelerate a broad range of technologies that generate new and increase other existential risks. Russian President Putin noted in 2017 that, “[w]hoever becomes the leader in [artificial intelligence] will become the ruler of the world.” A great power war would almost certainly accelerate research, development, and implementation of artificial intelligence. One can easily imagine a Manhattan Project for artificial superintelligence, bringing together NATO’s leading artificial intelligence researchers and organizations to create a superintelligence (or close enough to it) to defend friendly cybernetworks and attack adversarial ones, manipulate adversary decision-making, or create and manage insurgent forces. Although quantum computing is not an existential risk, accelerating development to help break adversary encryption or other military purposes would exacerbate artificial intelligence-related risks, too. Quantum computing offers potentially millions of times more computing power than classical computers, and computing power is a critical resource necessary to train artificial intelligence models. Great power war might also spur massive investment in biotechnologies like genetic engineering to enhance soldier effectiveness. Improvements and proliferation in genetic engineering generate a range of biological warfare concerns from creating new biological warfare agents to making existing agents more harmful.
In a war for survival, infrastructure necessary to mitigate existential risks might be destroyed. Space launch capabilities constitute a prime example: On November 24, 2021, NASA launched the Double Asteroid Redirection Test from Vandenburg Space Force Base near Santa Barbara, California. If China and the United States were at war, Vandenburg Space Force Base would be a viable and desirable target for Chinese attacks. China has long recognized that the United States military depends heavily on space assets for communication, remote sensing, and position, navigation, and timing. And Vandenburg is home to the Combined Space Operations Center, the Space Force center responsible for executing “operational command and control of space forces to achieve theater and global objectives.” Damaging or destroying the base, including its space launch capabilities, could help China win the war. At the same time, damaging or destroying the base would make it harder for the United States to carry out asteroid deflection research and, depending on timing, prevent the United States from launching a planetary defense mission when an asteroid is inbound.
General loss of state capacity could also draw resources and policy attention away from existential risk mitigation. Research by, Greg Koblentz of George Mason University and King’s College London researcher Filippa Lentzos mapped 69 Biosafety Level 4 laboratories around the world. At these labs, research is conducted on the most dangerous pathogenic material, like the microorganisms that cause smallpox and Ebola. The United States and global community expends significant resources to secure those facilities: President Biden’s Fiscal Year 2023 budget provides $1.8 billion to strengthen biosecurity and biosafety. But in a World War III involving the United States and China, biosecurity may fall by the wayside. Even if the United States prevails, rebuilding Tokyo, Los Angelos, Seoul, or other major cities demolished during the fighting would command tremendous resources, and attention.
Finally, a World War III breaking out after nuclear abolition could trigger rapid, unstable nuclear rearmament and proliferation. The United States, Russia, China, and other nuclear powers would almost certainly realize that nuclear abolition was a mistake and rearm themselves. A post-abolition World War III would also likely demonstrate to many other states that nuclear weapons are necessary to defend their sovereignty. Rapid nuclear rearmament and proliferation could be highly destabilizing, with significant new risks of nuclear war, because new nuclear arsenals may not be accompanied by the necessary crisis communication, secure second-strike, and general deterrence doctrine necessary to ensure stability.
Even if nuclear abolition were achieved, the basic knowledge underlying nuclear weapons would not disappear. Even if all nuclear warheads were dismantled, weapon designs were destroyed, and enrichment facilities closed, the historical and scientific knowledge of nuclear energy and nuclear weapons would not disappear. Nuclear weapons knowledge would need to be retained even in a global zero world to support any monitoring or verification programs aimed at ensuring that a nuclear global zero stays “zero.” That knowledge could provide the seeds for rearmament. So, while nuclear abolition might reduce nuclear-related existential risks in the short-term, abolition might counterintuitively increase nuclear existential risk in the long-term.
Navigating the zone of uncertainty. Effectively managing the existential benefits and risks of nuclear weapons requires two questions to be addressed. First, how many nuclear weapons are minimally necessary to deter great power conflict? Second: At what point does a nuclear war go from just a moral horror and catastrophic loss of life to truly existential harm? Unfortunately, neither answer is clear and requires significantly more modeling and analysis than has been done.
Reducing nuclear arsenals only to the minimum amount necessary to deter great power war requires a nuclear state having sufficient, survivable nuclear weapons to reliably inflict unacceptable harm on an adversary. But how much harm is “unacceptable” will depend on the conflict context, leader personality, domestic and international politics, and other factors. Plus, nuclear forces might be destroyed in an initial nuclear strike; adversary air, missile, and submarine defenses might defeat delivery systems; and nuclear weapons might simply fail to cause expected harm. Finding that right balance will no doubt be hard and change over time, especially with nuclear-relevant emerging and evolving military technologies, but modeling and simulation, red teaming, war games, and similar exercises can all help. Global international organizations, alliances, and complex economic and social interdependence between great powers can also help to ensure nuclear weapons are not the only guarantor of great power peace.
The modeling of global cooling from nuclear war—often called nuclear winter—has been ongoing since Carl Sagan and team raised the concern in October 1983. The results of researchers vary drastically. When looking at the same regional nuclear war scenario, one group of researchers concluded the environmental harms could be globally catastrophic, while the other concluded the climate impact would be minimal. Assumptions regarding how much soot a nuclear war generates, how much soot reaches the upper atmosphere, how food consumption changes, effects on global trade, and the degree to which livestock feed is diverted to human use all affect estimated harm, sometimes drastically.
Unfortunately, political biases and agendas have often colored those assumptions. Fortunately, the National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine launched an independent study on potential environmental effects of nuclear war to assess the environmental effects and social consequences of nuclear war, including potential nuclear winter scenarios. The committee’s work continues, but the findings should merit significant attention. More generally, the global community should also invest financial, scientific, and computing resources to better assess the climate effects of nuclear detonations, connecting it with ongoing work on modeling climate change. Nuclear war would be a global problem that deserves global attention to understand and mitigate the effects.
The United States and global governments can also take action to reduce the risk of nuclear war causing existential harm by strengthening food security. Because the existential harm of a nuclear war that caused nuclear winter would come primarily through massive starvation, the global community can work together to build new and enhance existing long-term food reserves. In addition, the United States and others should think through and develop post-catastrophe plans for a broad range of extreme events, including nuclear war. For example, the United States could develop plans to use the military for emergency food supply, as in the Berlin airlift, when American and British aircraft delivered 2.3 million pounds of food, and other supplies to West Berlin. The United States and global community should also invest in research and development towards synthetic and resilient food sources like methane single cell proteins. These activities would not just be useful for life after nuclear war, but also enhance food security in the near term and be useful for a broad range of ecological and social disasters.
Of course, the best way to reduce the risks of nuclear war is to ensure it never happens in the first place.
The survival of humanity needs to be a global priority, because humanity’s survival transcends every social, economic, and political issue. What importance is war in the Ukraine, Taiwanese sovereignty, global poverty reduction, or Icelandic fishing rights, when all of mankind is in danger? For better or worse, ensuring human survival means keeping nuclear weapons for their deterrent effects, accompanied by diligent efforts to ensure that they are never used.
Keywords: TPNW, Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons, existential risk, great power war, nuclear abolition, nuclear ban treaty
Topics: Nuclear Risk, Nuclear Weapons
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...