segunda-feira, 6 de maio de 2024

Greves no setor público causam perdas bilionárias a empresas e setores inteiros - Ricardo Bergamini e Estadão

 Na defesa de interesses corporativos todas as ideologias existentes no Brasil são aliadas históricas, assim sendo, com Bolsonaro ou com Lula, com a esquerda ou com a direita, com os civis ou militares, com a dita(dura) ou a dita(mole) os problemas serão os mesmos. Vamos ajudar a resolvê-los divulgando as informações oficiais do governante de plantão  

No serviço público existe o crescimento vegetativo dos gastos com pessoal, assim sendo mesmo sem qualquer interferência do governante de plantão, os gastos com pessoal crescem com benefícios imorais existentes (promoções automáticas, quinquênios, licença prêmio, dentre centenas de outras aberrações ainda existentes no Brasil). 

 

Em 2002, os gastos com pessoal consolidado (união, estados e municípios) foi de R$ 198,7 bilhões (13,35% do PIB), representando 41,64% da carga tributária que era de 32,06%. Em 2022 migra para R$ 1.453,5 bilhões (14,66% do PIB), aumento real em relação ao PIB de 9,61%, representado 43,46% da carga tributária de 2022 que foi de 33,71%. Nesse período houve aumento real da carga tributária de 5,15% e do percentual de gastos com pessoal de 4,58% em relação a carga tributária. Uma criminosa excrescência econômica do Brasil.

 

Um grupo de trabalhadores de primeira classe (servidores públicos) composto por 13,5 milhões de brasileiros (ativos, inativos, civis e militares) que representam apenas 6,34% da população brasileira, sendo 2,2 milhões federais, 4,9 milhões estaduais e 6,4 milhões de municipais custaram R$ 1.453,5 bilhões em 2022, correspondentes a 14,66% do PIB. Esse percentual representou 43,46% da carga tributária que foi de 33,71% do PIB em 2022. 

 

Na história do Brasil a nação sempre foi refém dos seus servidores públicos (trabalhadores de primeira classe), com os seus direitos adquiridos intocáveis, estabilidade de emprego, longas greves remuneradas, acionamento judicial sem perda de emprego, regime próprio de aposentadoria (não usam o INSS), planos de saúde (não usam o SUS), dentre muitos outros privilégios impensáveis para os trabalhadores de segunda classe (empresas privadas). Com certeza nenhum desses trabalhadores de primeira classe concedem aos seus empregados os mesmos direitos imorais. 

Ricardo Bergamini

Greves no setor público causam perdas bilionárias a empresas e setores inteiros

 

ESTADÃO CONTEÚDOI

 

05/05/2024 

 

Empresas de setores variados têm contabilizado perdas por conta de paralisações de carreiras ligadas ao setor público – e que, no caso do petróleo, já ultrapassam os R$ 2,2 bilhões. Há pelo menos 15 categorias de funcionalismo atualmente com movimentos em torno de reivindicações.

 

Com negociações simultâneas com o governo há meses, algumas demandas foram atendidas, porém, continuam sem acordos funcionários ligados a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), CGU (Controladoria Geral da União), Tesouro Nacional, Susep (Superintendência de Seguros Privados), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e profissionais da educação, entre outras.

 

Matéria completa clique abaixo:

 

https://istoedinheiro.com.br/greves-no-setor-publico-causam-perdas-bilionarias-a-empresas-e-setores-inteiros/.

O antiocidentalismo - Denis Lerrer Rosenfield (O Estado de S. Paulo)

Mais do que desejo de implantar o socialismo no Brasil – pois sabem que seria um desastre – o que os petistas querem mesmo e controlar tudo por um Estado só deles. Na política externa, prevalece o antiamericanismo anacrônico, incompatível com os interesses nacionais do Brasil.


O antiocidentalismo

Denis Lerrer Rosenfield
O Estado de S. Paulo, 06/05/2024 O Ocidente voltou-se contra o Ocidente. A esquerda, e nesse caso a brasileira também, se cala diante de tão flagrantes contradições O antiocidentalismo faz parte da cultura ocidental. O Ocidente sempre esteve permeado por contradições internas, algumas das quais atentaram contra os seus próprios fundamentos. Propostas liberais e democráticas foram se desenvolvendo concomitantemente ao racismo, à escravidão, ao antissemitismo e ao colonialismo. Mais radicalmente ainda, o Ocidente gerou em seu seio regimes totalitários como o nazismo e o comunismo, que conflagraram a Europa, colocando-a a perigo. No entanto, o Ocidente soube se reinventar, fortalecendo valores de cunho universal. No núcleo dessas contradições, convém salientar o papel do marxismo e, sobretudo, de seus prolongamentos no comunismo soviético, no maoísmo e em outros ismos como os que levaram a mortandades monstruosas como no Camboja e na Ucrânia. A história desses horrores está repleta de exemplos, a única dificuldade reside na escolha de alguns deles. O destaque deve ser, assim, ressaltado, visto que tal concepção nasceu de princípios universais, como a igualdade entre os homens, que seria contraposta à liberdade, embora a realização dessa proposta tenha logo ganhado um caráter perverso. A violência foi generalizada e valores universais foram simplesmente destruídos em nome das “transformações sociais” em curso. O Ocidente voltou-se contra o Ocidente. Lenin e Trotsky ainda ostentavam valores universais, sobretudo esse último, já como profeta desarmado, para utilizar essa expressão de Isaac Deutscher. Contudo, mesmo eles, no auge da revolução, não hesitaram em eliminar todos aqueles que com eles não concordavam, instaurando uma ditadura de partido único. O massacre dos anarquistas em Kronstadt e dos mencheviques, aliados e amigos naquele então, assim como de todos os outros socialistas, é uma amostra do apreço pela violência e do desprezo para com a democracia e com ideias verdadeiramente universais. Com Stalin, nem mais a aparência dos valores universais do Ocidente foi resguardada. Instaurou um regime totalitário, controlando a vida das pessoas, criando o Gulag para onde eram enviados para os trabalhos forçados e à morte os seus dissidentes. Só intelectuais amigos e professores universitários fecharam os olhos diante do horror, procurando justificá-lo. Stalin não hesitou, inclusive, em se aliar a Hitler no famoso Pacto Molotov-Ribbentrop, de 1939 a 1941. Tudo valia contra o Ocidente, o “capitalismo”. Note-se que já estamos em plena guerra, com a França derrotada, o Reino Unido resistindo e os Estados Unidos hesitando em entrar no conflito. Contra o Ocidente, naquele momento representando claramente a democracia e as liberdades, comunismo e nazismo se irmanaram. Apenas a invasão da Rússia, na Operação Barbarossa, pela Alemanha, rompeu com esse pacto. Stalin ficou tão atônito, que chegou a não acreditar que os nazistas estavam invadindo o seu território. Acreditou no “amigo”, que compartilhava valores seus. Atualmente, estamos vivenciando uma volta dessa proposta antiocidental, isso quando os princípios da liberdade e da igualdade, por intermédio da democracia, do Estado de Direito e dos direitos humanos, tinham conseguido se sustentar e desenvolver. A especificidade, porém, consiste em que o seu aliado maior reside no terror islâmico e em regimes de cunho totalitário como o Irã. Qualquer resquício de valores universais simplesmente se evaporou. A esquerda identitária, dita anticolonial, uniu-se a uma proposta ancorada no ódio do outro e no culto da morte, como tão bem mostra o Hamas, voltado ao aniquilamento de Israel, à utilização dos palestinos como escudos humanos, tornando o “martírio” um exemplo a ser seguido. Ou os iranianos que assassinam mulheres, às centenas, se não milhares, por não se vestirem de acordo com suas regras rígidas de vestimentas. O antiocidentalismo se posicionou contra aquilo que o Ocidente de mais alto moralmente criou. Curioso que o antiocidentalismo, ao tecer essa aliança, se volte contra aquilo que diz defender. Homossexuais e LBGT+ são simplesmente presos e assassinados nesses regimes de puro domínio da polícia islâmica. E, no entanto, prezam os seus potenciais assassinos. A esquerda, e nesse caso a brasileira também via PT e PSOL, se cala diante de tão flagrantes contradições. Um país colonialista como o Irã, que já domina partes do Iraque, do Líbano, do Iêmen e da Síria, pretendendo alongar os seus tentáculos para a Jordânia e Israel, é hoje um grande aliado do atual governo. O tal posicionamento do dito Sul Global tem como “inimigo” os países ocidentais, naquilo que essa cultura produziu de melhor, em uma comunidade de países autocráticos e ditatoriais, que comungam de valores liberticidas. Nada compartilham de universal no combate comum ao Estado Democrático de Direito e à afirmação da liberdade em seus mais diferentes domínios. No discurso e na prática, essa tem sido a posição do governo petista, de sua política diplomática e de partidos como o PT e o PSOL. Já passou o momento de o País mudar de rumo.

Convicções e democracia - Fernando Schuler (Veja)

 Fernando Schüler é leitura obrigatória aos domingos. 

Convicções e democracia

Fernando Schuler

Veja, 5/05/2024

Causou certo furor a notícia de que o governador Tarcísio de Freitas teria feito elogios ao ministro Alexandre de Moraes. Não faço ideia se a notícia era verdadeira e não entro no mérito das declarações. Do meu modesto ponto de vista, podem-se preservar boas relações institucionais, em uma democracia, ainda que se possam criticar — mesmo duramente — as ações de uma autoridade. Se isto não for possível, não vivemos mais propriamente em uma democracia liberal. Seria este o nosso problema? O ponto que me parece interessante foi a discussão que se seguiu. Em especial, a ideia de que se estaria gerando uma “direita moderada” no país. E que isto seria positivo. Um artigo bastante provocativo dizia que o Brasil precisava de um “bolsonarismo moderado”. A turma da lacração aproveitou para faturar alguns likes, mas o artigo tocava em um bom ponto: o país precisa parar com essa ideia de “erradicar” o outro lado e aceitar a ideia de que esquerda e direita devem conviver com alguma civilidade. E que isto deve incluir indistintamente quem apoiou Lula ou Bolsonaro, nos últimos anos.


Desde a redemocratização, o Brasil sempre teve uma disputa entre posições mais “à direita” e mais “à esquerda”. Sempre teve duas “turmas”, em termos de visão econômica e sobre o papel do Estado. Elas são identificáveis nas grandes decisões e nas votações do Congresso nos últimos trinta e tantos anos. Nas privatizações do início dos anos 90, envolvendo a CSN, a Embraer, a Vale do Rio do Doce, o setor de telefonia, as duas turmas já estavam lá. Cada uma com seu léxico próprio. Um lado chamando de “modernização”; outro, de “desmonte” do Estado. Foi assim com a reforma do Estado. Quando se votou a Emenda 19 à Constituição, introduzindo a avaliação de desempenho dos servidores (nunca posta em prática), um lado ficou a favor, outro, contra. A mesmíssima coisa aconteceu com o Plano Real, a criação das organizações sociais, as agências reguladoras, a Lei de Responsabilidade Fiscal. Em cada uma dessas decisões, estavam lá as duas turmas.


No ciclo de reformas que se abre com o impeachment, em 2016, a história se repete. Teto de gastos, lei das estatais, reforma trabalhista. Lula associando a reforma a um “tratamento do tempo da escravidão” para os trabalhadores, e a outra turma, que seria a mesma base dos governos Temer e Bolsonaro, mais quase todo o PSDB, falando em “desburocratizar” as relações de trabalho. Com Bolsonaro, o roteiro segue intacto. Reforma da previdência, marco do saneamento, privatização da Eletrobras, lei da liberdade econômica, autonomia do Banco Central. Talvez apenas no biênio 2003-2004 tenhamos cruzado alguma fronteira, quando se aprovaram coisas como aquela minirreforma da previdência e a criação das PPPs, com o apoio da então oposição. Mas foi uma exceção. Quando Palloci caiu, o trem voltou para os trilhos.


O que explica a existência dessas duas agendas? Arrisco uma resposta rápida: convicção. É óbvio que o contexto importa, que em um momento temos uma pandemia, em outro, um impeachment, e, ainda em outro, aquelas “denúncias” contra o presidente, no governo Temer. Há muita coisa, inclusive a sorte e o azar. Mas no fim do dia a constante é a convicção. Se quem lidera o país acha realmente que ter uma regra dura como a lei das estatais, tentando proteger nossas empresas do clientelismo político, é ou não importante; se quem lidera acha que é estratégico ter um BC independente, ou que é positivo abrir o mercado de saneamento para o setor privado. Por muito tempo, e com alguma razão, fomos adquirindo uma visão cínica da política — a ideia de que tudo se moveria a partir do pequeno jogo de poder. Coisas como a distribuição de emendas, os penduricalhos para a alta burocracia, o populismo de perdoar dívidas e conceder incentivos aqui e ali — tudo isso é parte da espuma, do feijão com arroz da política. Mas é só observar a trajetória das grandes reformas, daquilo que realmente fez a diferença, em nossa história recente, para perceber que era a convicção de quem tinha o comando do jogo que fez, ao cabo, toda a diferença.


Tempos atrás, alguém me disse que uma “esquerda moderna poderia ter apoiado toda esta série de reformas”, ao longo do tempo. De fato. Se tivéssemos um Tony Blair no Brasil, ou um Roger Douglas, o líder trabalhista que revolucionou a Nova Zelândia nos anos 80, liderando nossa esquerda, isso poderia ter acontecido. Mas a verdade é que não temos. Nem mesmo um Pepe Mujica, com coragem para denunciar uma ditadura que por aqui apoiamos, conseguimos produzir. Talvez Fernando Henrique tenha sido nosso mestre reformador. Aquele que vem da tradição da esquerda e entende, em um certo momento, que o mundo mudou e que é preciso modernizar o Estado, privatizar empresas, levar a sério a responsabilidade fiscal. É interessante comparar precisamente a linha de continuidade de seu programa de reformas com o que foi feito no Brasil recente. Ou alguém acha que existe alguma contradição entre o programa de reformas dos anos 90 e o que fizemos agora sobre o saneamento ou a independência do BC?

Convicção também vale para a democracia. Pela primeira vez, desde a transição dos anos 80, temos um problema em larga escala com as “regras do jogo”. Não precisamos de nenhuma investigação do Congresso americano para saber o que está acontecendo no nosso próprio quintal. Dias atrás observei um jornalista de “direita” sendo processado pela máquina jurídica do Poder Executivo, por ter “passado do limite” em suas críticas ao presidente. Como o “limite” era decidido pelo próprio poder político, me perguntei o que aconteceria se isto se tornasse uma regra. O que aconteceria se um eventual governo de “direita” resolvesse igualmente processar todos os jornalistas de “esquerda” que passassem do limite, também definido pelo próprio governo. Rapidamente, nos consagraríamos como a pátria do lawfare. Da intimidação jurídica típica de países autoritários.

Tudo isto já foi longe demais. Uma democracia liberal, para funcionar, exige que os direitos sejam iguais para todos. Pessoas que obstruem rodovias ou invadem prédios públicos devem ser julgadas, na forma da lei, tanto quanto autoridades que abusam do poder, punindo pessoas, praticando censura prévia, atropelando o devido processo, à revelia das leis e da Constituição. Esta é a condição mais elementar para que o debate franco e aberto, e por vezes duro e “fora do tom”, possa florescer em nossa democracia. O que precisamos, no fundo, é zerar o problema com as regras do jogo. É de normalidade institucional, para que o debate econômico e social volte ao centro do jogo. Algo que demanda convicção. A convicção da democracia liberal. Se é disso que se trata quando se faz um apelo à moderação, estou de pleno acordo. Se, no entanto, isto significa a transigência com a infração sistemática de direitos, penso que ingressamos em um caminho que ninguém deveria trilhar.


domingo, 5 de maio de 2024

Trajetória de Paulo Roberto de Almeida nas relações internacionais: livros comerciais e próprios

 Trajetória de Paulo Roberto de Almeida nas relações internacionais, nas relações exteriores do Brasil e na diplomacia brasileira: um itinerário acadêmico-prático


Paulo Roberto de Almeida

Relação de meus trabalhos nos campos afetos à política internacional e do Brasil, como refletido em livros publicados desde os anos 1990.

 

Seleção dos livros publicados por editoras comerciais: 23

 

1)      55) Intelectuais na diplomacia brasileira: a cultura a serviço da nação (Brasília: 15 maio 2023, 310 p.; em publicação. Relação de trabalhos n. 4397)

2)      50) Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira (Curitiba: Appris, 2021, 291 p.; ISBN: 978-65-250-1634-4)

3)      36) Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Boa Vista: Editora da UFRR, 2019, 165 p.; ISBN livro impresso: 978-85-8288-201-6; ISBN livro eletrônico: 978-85-8288-202-3)

4)      35) Contra a corrente: Ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil (2014-2018) (Curitiba: Appris, 2019, 247 p.; ISBN: 978-85-473-2798-9)

5)      33) O homem que pensou o Brasiltrajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-8547304850)

6)      32) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (3ª edição; Brasília: Funag, 2017; 2 vols.; 964 p.; ISBN: 978-85-7631-675-6).

7)      31) Nunca Antes na Diplomacia…: a política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, e-book, 2016, 450 p.; 1366 KB; Kindle, ASIN: B0758G8BXL).

8)      21) Nunca Antes na Diplomacia...: A política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8).

9)      19) Integração Regional: uma introdução (São Paulo: Saraiva, 2013, 192 p.; ISBN: 978-85-02-19963-7).

10)   18) Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012, 328 p.; ISBN: 978-85-216-2001-3). 

11)   17) Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização. Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2010, xx+272 p.; ISBN: 978-85-375-0875-6). 

12)   14) O Estudo das Relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (Brasília: LGE Editora, 2006, 385 p.; ISBN: 85-7238-271-2).

13)   Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (2ª edição; São Paulo: Editora Senac, 2005, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9).

14)   12) Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (2ª ed.: revista, ampliada e atualizada; Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004, 440 p.; ISBN: 85-7025-738-4). 

15)   09) Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Editora Paz e Terra, 2002, 286 p.; ISBN: 85-219-0435-5).

16)   8) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (São Paulo: Editora Senac, 2001, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9).

17)   7) Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud. Paris : L’Harmattan, 2000, 160 p.; ISBN: 2-7384-9350-5). 

18)   6) O estudo das relações internacionais do Brasil (São Paulo: Editora da Universidade São Marcos, 1999, 300 p.; ISBN: 85-86022-23-3).

19)   5) O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, na coleção “Direito e Comércio Internacional”, 1999, 328 p.; ISBN: 85-7348-093-9).

20)   4) Velhos e novos manifestos: o socialismo na era da globalização (São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 1999, 96 p.; ISBN: 85-7441-022-5).

21)   3) Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: Editora LTr, 1998, 160 p.; ISBN: 85-7322-548-3).

22)   2) Relações internacionais e política externa do Brasil: dos descobrimentos à globalização (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998, 360 p.; ISBN: 85-7025-455-5).

23)   O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Edições Aduaneiras, 1993, 204 p.; ISBN: 85-7129-098-9).

 

Seleção dos livros publicados digitalmente: 19

 

1)    51) A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2022, 277 p.; 1377 KB; ISBN: 978-65-00-46587-7; ASIN: B0B3WC59F4)

2)    49) O Itamaraty sequestrado: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo, (Brasília: Diplomatizzando, 2021, 130 p. ISBN: 978-65-00-22215-9; ASIN: B094V28NGD)

3)    48) Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira(Brasília: Diplomatizzando, 2020, 169 p.; ISBN: 978-65-00-19254-4; Academia.edu)

4)    46) A ordem econômica mundial e a América Latina: ensaios sobre dois séculos de história econômica (Brasília: Diplomatizzando, 2020; 394 p.; 2286 KB; ISBN: 978-65-00-05967-0; Kindle, ASIN: B08CCFDVM2)

5)    45) O Mercosul e o regionalismo latino-americano: ensaios selecionados, 1989-2020 (Brasília: Diplomatizzando, 2020; 497 p.; 2537 KB; ISBN: 978-65-00-05970-0; Kindle, ASIN: B08BNHJRQ4)

6)    44) O Itamaraty num labirinto de sombras: ensaios de política externa e de diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020; 205 p.; 1309 KB; ISBN: 978-65-00-05968-7; Kindle, ASIN: B08B17X5C1).

7)    41) Minhas colaborações a uma biblioteca eletrônica: contribuições a periódicos do sistema SciELO (Brasília: Edição de Autor, 2019, 525 p.; 920 KB; Kindle, ASIN: B08356YQ6S).

8)    40) Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Brasília, Edição do Autor, 2019, 543 p.; 1908 KB; Kindle, ASIN: B082Z756JH).

9)    39) O panorama visto em Mundorama: ensaios irreverentes e não autorizados (Brasília: 2ª. edição do Autor, 2019, 655 p.; 5725 KB; Academia.edu; Kindle, ASIN: B082ZNHCCJ).

10) 38) Pontes para o mundo no Brasil: minhas interações com a RBPI (Brasília, Edição do Autor, 2019, 685 p.; 1693 KB; Kindle, ASIN: B08336ZRVS).

11) 36) Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Brasília: Edição do autor, 2019, 184 p., ISBN: 978-65-901103-0-5; Academia.eduAmazon.com.br)

12) 29) Die brasilianische Diplomatie aus historischer Sicht: Essays über die Auslandsbeziehungen und Außenpolitik Brasiliens (Saarbrücken: Akademiker Verlag, 2015, 204 p.; Übersetzung aus dem Portugiesischen ins Deutsche: Ulrich Dressel; ISBN: 978-3-639-86648-3; Amazon.comAmazon.com.br).

13) 28) O Panorama visto em Mundorama: Ensaios Irreverentes e Não Autorizados (Hartford: 2a. edição do autor, 2015, 294 p.; DOI: 10.13140/RG.2.1.4406.7682; nova edição, ampliada dos artigos até o final de 2015, em 4/12/2015, em 374 p.; Research Gate; edição original: Academia.edu)

14) 27) Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Hartford: Edição do Autor, 2015; 543 p.; 1908 KB; DOI: 10.13140/RG.2.1.1916.4006; Academia.edu; ASIN: B082Z756JHResearch Gate). 

15) 26) Volta ao Mundo em 25 Ensaios: Relações Internacionais e Economia Mundial (Brasília: 1ª edição: 2014; 2ª. edição: 2018; Kindle edition; 809 KB; ASIN: B00P9XAJA4).

16) Rompendo Fronteiras: a Academia pensa a Diplomacia (Kindle, 2014, 414 p.; 1324 KB; ASIN: B00P8JHT8Y).

17) Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (Kindle, 2014, 326 p.; ASIN: B00P6261X2Academia.edu; ).

18) 23) Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas (Kindle edition, 2014, 151 p., 484 KB; ASIN: B00OL05KYG).

19) 22) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (Hartford: edição para a Funag, 2013, 667 p; não publicada; disponível em Research Gate; 2ª. edição de Autor; 16/07/2014, 663 p.; Academia.eduResearch Gate).

 

Brasília, 8 abril 2024

Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/04/trajetoria-de-paulo-roberto-de-almeida.html)

 

Quels sont les fondamentaux de la puissance ? - Pierre VERLUISE (Diploweb)

 Extrait de la Masterclass : 

Quels sont les fondamentaux de la puissance ?

Pierre VERLUISE

Docteur en géopolitique de l’Université Paris IV – Sorbonne. Fondateur associé de Diploweb. Chercheur associé à la FRS. Il enseigne la Géopolitique de l’Europe en Master 2 à l’Université catholique de Lille. 

Texte de cette introduction

LE TERME DE PUISSANCE est synonyme de pouvoir. Les langues anglaise avec power ou allemande avec Macht utilisent d’ailleurs le même mot.

En géopolitique, comme dans les relations internationales, le concept de puissance fait le plus souvent référence à des États. Nous y reviendrons.

Thierry Garcin fait remarquer dans l’entretien accordé au Diploweb indiqué en bibliographie : « La notion de puissance est polysémique, il s’agit d’un mot valise qui recoupe en partie le concept de pouvoir. Si le pouvoir renvoie à une capacité, alors la puissance peut se définir comme du pouvoir en action. C’est une dynamique tendue vers un but. En ce sens, telle la flèche qui vise sa cible, elle est toujours stratégique. Elle est souvent invoquée dans la discipline géopolitique, laquelle étudie justement les politiques de puissance dans un cadre géographique déterminé. Raymond Aron parlait de la puissance comme de la capacité à « imposer sa volonté ». On n’a pas encore trouvé de définition plus courte ni plus juste.  » Pour en savoir plus, je vous recommande la lecture de l’ouvrage de Raymond Aron, Paix et guerre entre les nations, éd. Calmann-Lévy, indiqué en bibliographie.

S’inspirant de Raymond Aron, le Professeur Serge Sur développe cette définition de façon remarquablement féconde dès l’an 2000 : « On définira la puissance comme une capacité - capacité de faire ; capacité de faire faire ; capacité d’empêcher de faire ; capacité de refuser de faire. » [1] C’est une des cinq phrases les plus intelligente que je connaisse. Il s’agit maintenant pour vous d’une clé de lecture de l’histoire comme de l’actualité. Vous verrez, c’est extrêmement stimulant et fécond.

D’autres diraient que la puissance est une relation, mais l’approche géopolitique y verrait plutôt un rapport de force, avec des dominants et des dominés.

Nous l’évoquions en introduction, le concept de puissance fait le plus souvent référence à des États, et nous y reviendrons. Cependant, d’autres acteurs sont dotés d’une puissance indéniable, notamment les institutions financières, les firmes transnationales ou les organisations non gouvernementales majeures.

Vidéo et texte. Comment définir la puissance ? P. Verluise
Pierre Verluise
Docteur en géopolitique, fondateur du Diploweb.com
Verluise

Pour les institutions financières, nous pouvons penser au Fonds monétaire international. Rappelons-nous combien les propos de son président au sujet de la Grèce ont pesé en 2010, pour persuader les dirigeants de la zone euro de la possibilité que le FMI accorde un prêt de 30 milliards d’euros à la Grèce, dans une situation économique désastreuse. Et puisque nous parlons de l’Union européenne, deuxième exemple d’institution financière : la Banque centrale européenne, dite BCE, dont le siège est en Allemagne fédérale, à Frankfort. Chacun se souvient de son rôle déterminant dans les années qui ont suivi la crise financière de 2008.

Pour les firmes transnationales, chacun peut penser à Microsoft ou Amazon et plus largement aux acteurs du numérique, nous y reviendrons.

Quant aux organisations non gouvernementales majeures, rappelons-nous le rôle de Médecins sans frontières pour alerter les instances internationales et nationales lors de l’épidémie du virus Ébola, en Afrique de l’Ouest, en 2013 et 2014. Nous pourrions aussi parler de l’ONG spécialisée dans l’évaluation et la dénonciation de la corruption, Transparency international. Ses évaluations sont prises en compte dans les rapports de la Commission européenne au sujet des pays candidats à l’adhésion. Ce qui n’est pas rien.

Enfin, dernier type d’acteur susceptible d’incarner la puissance : les organisations criminelles. Le procureur anti-mafia Piero Grasso ouvre ainsi en 2012 un colloque en Italie, à Florence : « En fragilisant les entreprises et en multipliant les faillites, la crise économique qui frappe l’Europe depuis 2008 offre de multiples opportunités aux mafias. En effet, il leur devient plus facile que jamais d’acquérir à bas prix des entreprises pour blanchir l’argent du crime et s’insérer dans l’économie légale. Lorsque leur affaire bat de l’aile, les entrepreneurs sont tentés de ne pas se poser trop de questions sur l’origine de l’argent et les conditions induites par cet investissement "tombé du ciel". D’autant que les moyens financiers de la mafia sont tellement importants qu’ils permettent à l’entreprise investie par la criminalité organisée de procéder à d’importants investissements qui assèchent la concurrence. Les sociétés contrôlées par la mafia deviennent les plus compétitives pour remporter les appels d’offre. Résultat, l’entreprise dans laquelle la mafia a investi se retrouve rapidement en situation de quasi monopole ». Rien n’interdit de penser qu’il en va de même à la suite de la pandémie du Coronavirus COVID-19, dont les conséquences économiques occuperont la décennie 2020.

Pour autant, revenons-en à l’acteur État. Thierry Garcin explique dans l’entretien publié sur le Diploweb cité en bibliographie, que l’État moderne, né en Europe (Angleterre, France) et organisé autour d’un territoire, d’une population et d’un gouvernement, a été et reste un remarquable acteur de la puissance, infiniment plus que les organisations internationales à vocation universelle ou à vocation régionale, les grandes firmes économiques de dimension mondiale, les organisations non gouvernementales et ladite « société civile ». Pourquoi ? Parce que l’État incarne la souveraineté, permet le pacte social et met en œuvre, pour de bonnes ou de mauvaises raisons, des facteurs de puissance remarquables : politiques, diplomatiques, juridiques, militaires, économiques, scientifiques et techniques, culturels. Ajoutons que l’État peut incarner la durée, la profondeur de l’espace temps, y compris de manière plus ou moins mythique.

Si vous êtes de culture française, j’attire votre attention sur le fait que les français ont souvent tendance à surévaluer la place et le rang de l’État parmi les nombreux acteurs. Pourquoi ? Parce qu’au moins depuis le roi Louis XIV (1661-1715) nous baignons dans une culture politique stato-centrée, qui fait de l’État une figure centrale de l’État. Nous avons culturellement tendance à surestimer son rôle et à sous-estimer ses limites, ses contraintes et ses contradictions. Volontiers schizophrènes, les mêmes dirigeants d’entreprises prompts à dénoncer un état qui les taxes et les impose toujours trop, attendront de ce même état des aides, et des actions structurantes à la moindre crise. Sans ce demander d’où vient l’argent, d’où viennent les subventions.

Finalement, après avoir pris conscience des conséquences de leur retrait durant les années 1980, 1990 et 2000, les États ont progressivement repris la main les questions de sécurité et de régulation financière. Ce retour de la puissance étatiquerenvoie à la réaffirmation des logiques nationales de puissance au début du XXIe s.

Plus récemment, au sein de l’Union européenne, chacun se souvient que les États ont décidé souverainement et unilatéralement de relever leurs frontières durant les mois de mars, avril et mai 2020. Or la frontière renvoie par nature à la question de l’État et de la souveraineté.

Ainsi, la puissance caractérise la capacité d’un acteur du système international à agir sur les autres acteurs et sur le paramétrage du système lui-même pour défendre ses intérêts, atteindre ses objectifs, préserver voire renforcer sa suprématie.

Une nouvelle fois donnons un exemple avec un peu de profondeur historique : au lendemain de la Seconde Guerre mondiale, les Etats-Unis contribuent à modeler un système international qui repose sur le multilatéralisme, notamment via l’ONU et la Banque mondiale, le Fonds monétaire international, le GATT puis l’OMC. Ils considèrent longtemps que cet ordre leur est favorable, non sans raison. Jusqu’à ce que les grands électeurs américains portent Donald Trump à la présidence des Etats-Unis, en novembre 2016. A compter de son entrée à la Maison blanche en janvier 2017, D. Trump déconstruit avec un mélange de brutalité et de méthode un système multilatéral qui serait devenu contraire aux intérêts des Etats-Unis. Il en bloque le fonctionnement, par exemple pour l’OMC, ou le remodèle selon les cas, par exemple pour l’ALENA.

Robert Kagan résume ainsi la puissance comme la capacité à faire l’Histoire, avec un H majuscule. Et l’exemple de Trump l’illustre, quoi qu’on en pense, chacun convient qu’il a fait l’histoire, ne serait-ce que parce qu’il y aura un avant et un après. Et je doute que l’on revienne à la situation antérieure.

La puissance a toujours pour objectif affiché la sécurité nationale, mais elle peut devenir autodestructrice, selon Paul Kennedy. Notamment lorsqu’elle atteint le seuil de la « surextension impériale ». Un exemple, l’implosion de l’Union des républiques socialistes soviétiques, l’URSS, en 1991. Vous noterez que les trois acteurs de cette implosion sont l’Ukraine, la Biélorussie… et la Russie elle-même. B. Eltsine semble alors considérer que la surextension de l’URSS joue contre la Russie. Et il tente via la Communauté des États indépendants (CEI) de réorganiser ses relations avec la périphérie ex-soviétique, avec des résultats inégaux.

La puissance est donc une pratique de l’équilibre instable au sens où elle n’est pas forcément continue, elle peut être interrompue et ne pas aboutir à ses fins.

La puissance peut aussi peut devenir autodestructrice lorsque sa mise en œuvre est maladroite. La plupart des dirigeants politiques prétendent par leurs politiques développer la puissance de leur État, mais force est de constater qu’ils n’y arrivent pas tous aussi bien et qu’ils obtiennent même parfois le résultat inverse à celui annoncé. Il arrive que des stratégies vendues aux opinions comme gagnantes se terminent par des défaites cinglantes qu’on pense à la capitulation du Japon en 1945, ou des non victoires qu’on pense à la France au Sahel depuis 2013. Par non victoire, j’entends une situation militaire ou politique éloignée des objectifs avancés, où le temps voire la distance rendent l’opération de plus en plus coûteuse, ce qui conduit à des retraites désordonnées susceptibles de dégénérer quelques années plus tard en une énième crise. Qu’on pense à l’intervention de la France en Lybie en 2011, qui débouche ensuite sur une intervention au Sahel, dont l’impasse reste un déni, selon Gérard Chaliand.

La puissance est donc bien une affaire complexe, parce que la promesse de la puissance n’est pas l’assurance d’un succès.

La problématique de cette Masterclass  :  Quels sont les fondamentaux de la puissance ?

Une section présentera une réflexion sur le concept de puissance. Une autre section identifiera trois fondamentaux de la puissance. 

Retrouvons-nous tout de suite pour la section sur le concept de puissance ! 

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