Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
Nunca houve nada parecido com o Holocausto em toda a história mundial - Registros em francês
Trade: How Free is Too Free? History of US Trade Policy with Douglas Irwin - China Talk
250 years of US trade policy
JORDAN SCHNEIDER, TEDDY KIM, AND LILY OTTINGER
CHINA TALK, FEB 3
As Trump throws 10% tariffs on China and 25% tariffs on Canada and Mexico, it’s worth reflecting back on the long scope of America and trade.
Back in 2019, back when this humble substack was still called ChinaEconTalk, we interviewed the dean of US trade history Doug Irwinabout his magisterial Clashing over Commerce: A History of US Trade Policy.
In this interview, we discuss:
· A historical tour through 250 years of American trade policy;
· Parallels throughout US trade history to recent policy;
· The evolution of GATT and the WTO;
· Whether tariffs now are likely to have the intended effect;
· The three R’s of tariffs: revenue, restriction, and reciprocity.
Read here:
Maria da Conceição Tavares (1930-2024) Um patrimônio nacional do Brasil - Daniel Afonso da Silva
Maria da Conceição Tavares (1930-2024)
Um patrimônio nacional do Brasil
A morte de Maria da Conceição Tavares no 8 de junho de 2024 não passou despercebida no Brasil. E por uma razão simples: a sua vida inteira também não passou despercebida.
Ela foi isso que os franceses chamam de intelectual. No sentido mais profundo da expressão. Uma pessoa engajada, moral e espiritualmente, com as epopeias nacionais e internacionais de seu tempo. Uma personalidade que, pela sua inteligência e pelo seu empenho, tornou-se referência incontornável da intelligentsia brasileira. Sendo uma das primeiras mulheres a adentrar os jardins intranquilos da Economia, da Política e do political decision making process e ficar. Ficar em pé. Seguir relevante. Sem jamais se vender.
Uma hagiologia completa da mestre imporia lembrar que ela nasceu em Portugal no ano de 1930. Ficou por lá até concluir uma primeira formação, em Matemática, em 1953. E, em seguida, singrou para o Brasil em 1954.
O seu pai era marchand de importação e exportação de vinhos. Instalou-se no Rio de Janeiro, ainda a capital do país. Mas não tardou edificar uma fábrica de cervejas no Paraná, estado mais ao sul. Enquanto isso, Conceição Tavares, casada desde 1952, permaneceu no Rio de Janeiro com a família e em 1955 ingressou no Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC) como analista estatística. Em 1957, naturalizou-se brasileira e, no ano seguinte, ingressou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), na função de analista matemática, que exerceu até 1960, quando concluiu a formação em Economia e ingressou na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Na CEPAL, agência das Nações Unidas nas Américas, ela permaneceu de 1961 a 1974, quando fincou raízes na universidade brasileira.
Ela já era professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mas, de retorno do Chile, sede da CEPAL, ao Brasil, veio para São Paulo ajudar a consolidar a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e fundar o curso de Pós-Graduação em Economia. Doutorou-se, ela própria, na UFRJ em 1975 e, em 1978, tornou-se professor titular de Macroeconomia, sucedendo o importante economista Octávio Gouveia de Bulhões (1906-1990).
Vivia-se, no Brasil, o regime militar desde 1964. Um momento – para dizer o mínimo – controverso. Onde existia privações de liberdades por um lado e sucesso econômico por outro. A performance da economia brasileira do período chegou a dois dígitos, com um crescimento econômico que, portanto, ultrapassou os 10% ao ano. A euforia foi espetacular. Notadamente sob a presidência do general Médici. Tanto que se convencionou chamar o momento de “milagre brasileiro”. Mas Conceição Tavares não localizou nada de milagre. Muito pelo contrário . Por princípio, Conceição Tavares sempre se enquadrou à esquerda. E, portanto, hipertrofiava a sua percepção ao encontro das iniquidades sociais, que o dito “milagre econômico” não estava sendo capaz de aplacar. Diante disso, eram imensas e frontais as suas restrições ao encontro do mainstreameconômico do período. E, devido a isso, ela seria presa, maltratada, desrespeitada, desconsiderada, humilhada e ultrajada pelo regime militar.
Mas, a partir do início da abertura “lenta, gradual e segura” ensejada pela presidência do general Ernesto Geisel, ela passou a se situar às voltas com o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) que se opunha à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido dos militares – vale lembrar que, sob o regime militar brasileiro, suprimiam-se os partidos permitindo a atuação apenas do MDB e do ARENA.
As presidenciais de 1973 fizeram emergir uma personagem decisiva para a reabilitação política do Brasil de nome Ulysses Guimarães (1916-1992). Naquele pleito, ele apresentou uma candidatura de protesto contra o candidato militar, que era o general Geisel. Ulysses, por óbvio, perdeu. Mas abriu caminho para a ampliação da capilaridade do MDB no imaginário dos brasileiros. De maneira que as eleições para o Senado no ano seguinte, em 1974, permitiram um avanço considerável da legenda no Parlamento assim como o pleito municipal de 1976 fez avançar consideravelmente a representação democrática nas prefeituras e na vereança. Conceição Tavares vendo tudo isso, não resistiu: ingressou no partido e se transformou em um de seus expoentes a partir de 1980.
E, assim, desde dentro da engrenagem e de modo privilegiado, acompanhou os principais momentos da vida nacional brasileira. Das Diretas Já! – movimento em reivindicação do retorno de eleições diretas para o cargo máximo da nação, vez que as eleições eram todas indiretas desde a inauguração do regime militar – à eleição indireta do presidente Tancredo de Almeida Neves, primeiro civil alçado ao poder magnânimo depois de 1964. Da presidência de José Sarney – devido à morte do presidente Tancredo – à Assembleia Constituinte à Constituição Cidadã de 1988 à eleição do presidente Fernando Collor de Mello em 1989 aos planos econômicos dramaticamente fracassados ao impeachment de 1992 à afirmação do Plano Real – plano de estabilização econômica – sob a presidência de Itamar Franco.
Uma experiência, inequivocamente, rica. Que levaria Conceição Tavares a migrar do, agora, Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) para o Partido dos Trabalhadores (PT) – vale, singelamente, lembrar que o sistema partidário brasileiro foi recomposto a partir de 1980 quando se permitiu a pluralização das agremiações políticas no país com a mutação de MDB em PMDB e com o surgimento outras tendências como o PT.
No PT, em 1994, tornou-se deputada federal e exerceu o cargo na legislatura de 1995-1999. Foi, como sempre, combativa, responsiva, contundente e genial.
Saiu da política e, em certa medida, da vida pública em seguida. Viu – ajudou e cooperou para – a ascensão de Lula da Silva à presidência da República em 2003. Acompanhou – e indicou muita gente – a organização do governo. Frustrou-se, como todos, com o dito escândalo do Mensalão em 2005. Discutiu caminhos para a contenção e superação da crise financeira mundial de 2008. Observou a indicação e aceitação de sua antiga aluna, Dilma Vana Rousseff, para a presidência da República em sucessão do presidente Lula da Silva.
Ficou, como muitos, perplexa com o arranjo desenvolvimentista, sob a Nova Matriz Econômica, ensejado em 2011-2016. Chocou-se com os protestos de junho de 2013. Não foi insensível à inegável brutalização da totalidade das relações sociais no Brasil – e, especialmente, a política – no torvelinho desse período. Foi combativa em oposição movimento de impeachment de 2016. Seguiu embasbacada à deriva brasileira doravante. Conteve-se, elegantemente muito, quem sabe, pela idade, durante a presidência de Jair Messias Bolsonaro, 2019-2022. Sondou sem ilusões o retorno do presidente Lula da Silva ao poder em 2023. E preferiu se privar de comentar os movimentos dessa nova aventura política brasileira.
A sua morte em inícios de junho de 2024 deixou um vazio imenso na vida nacional brasileira. Sem Conceição Tavares, o país parece ficar menos circunspecto e, quem sabe, até menos digno. Conceição Tavares nunca saiu das trincheiras. A sua vida inteira foi de luta. Luta contra as injustiças e luta por um Brasil bonito e bom.
Durma em paz, mestre!
Muito obrigado.
Daniel Afonso da Silva
The Rise of Xi Jinping and China's Superpower Future, by Chun Han Wong - Book review by Benjamin Tze Ern Ho (H-Net Reviews)
H-Net Reviews
Wong, Chun Han. Party of One: The Rise of Xi Jinping and China's Superpower Future. : Avid Reader Press, 2023. xvi + 395 pp. $20.99 (paper), ISBN 9781982185749.$30.00 (cloth), ISBN 9781982185732.
Reviewed by Benjamin Tze Ern Ho (Nanyang Technological University)
Published on H-Diplo (February, 2025)
Commissioned by Seth Offenbach (Bronx Community College, The City University of New York)
Printable Version: https://www.h-net.org/reviews/showpdf.php?id=61176
Among contemporary China watchers, there is a view that President Xi Jinping—in more than a decade of ruling China—has refashioned and remodeled the Chinese Communist Party (CCP) and China’s political landscape into his own image. A case in point can be seen in the emphasis in recent years (particularly after the COVID-19 pandemic) on national security concerns instead of economic development, consequently affecting China’s relations with the rest of the world (particularly the West and the United States, which Beijing views as having designs on undermining its national security). Not surprising, scholars have attempted to divine what Xi’s worldview might be and how his thinking has shaped China’s foreign policy practices. Some notable works in recent years include Kerry Brown’s Xi Jinping: A Study in Power (2022), Steve Tsang and Olivia Cheung’s The Political Thought of Xi Jinping (2023), and Kevin Rudd’s On Xi Jinping: How Xi's Marxist Nationalism Is Shaping China and the World (2024).
While these widely acclaimed books have provided good clues and insights into the thought forms and political world that Xi inhabits, their analyses tend to focus on specific aspects of Xi, such as his personality (Brown and Rudd) and his political ideas (Tsang and Cheung). Chun Han Wong’s Party of One moves the needle on the study of Xi in a decisive manner, in this case, attempting to connect Xi’s ability to effect real changes in China’s sociopolitical space through his executive power vis-à-vis the CCP. Among Chinese scholars, there is an acknowledgment that the CCP is not monolithically defined and that there exists a variety of views, factions, and ideological positions within the party. That said, I argue that under Xi, these factions are rendered powerless or irrelevant unless they happen to square with his own personal views. To evidence this, Wong uses his years of experience as a Wall Street Journal reporter who honed his craft in China. He provides us with a multilayered and multi-textured portrayal of Xi and illustrates how the CCP and China have been thoroughly “Xi-nicized” as Xi has stamped his influence not only within the party but also on the broader Chinese society.
To make sense of Chinese politics these days, one way is to recognize that the CCP sits on top of Chinese society and Xi sits on top of the CCP. By marrying Marxist-Leninist principles of control with a veneer of Chinese traditional thought (taken from the repertoire of Confucian and Legalist ideas), Xi has managed to exert and extend his control of the party and society in ways unimaginable since Mao Zedong—thus making him the paramount leader of modern China today. This is where Wong’s investigation and analysis in writing this book helps his work stand out from other comparable works. By telling the stories of the ordinary Chinese and Chinese officials, Wong is able to weave a compelling narrative of how Xi’s leadership has been decisive in spreading the widespread changes we see today in Chinese society. The common Chinese saying “Heaven is high and the emperor is far away” is sometimes used to lend credence to the belief that many local officials often disregard the wishes of the central authorities in Beijing, especially if these instructions run up against their own local priorities. Reading the Party of One, one comes away with a slightly different take in that “heaven may be high, but the emperor is not far away.” In other words, Xi’s influence is total and his political tentacles and reach go very far. As Wong observes in his analysis of how the party has exacted control over its own cadres (wherever they may be), “the leadership keeps tabs on elite party families through informants within their staff—scrutiny that dissuades many princelings and retired elders from criticizing Xi” (p. 73).
The focus on the mark Xi has made on the party is the strongest and most compelling aspect of the book. All eight chapters are single-mindedly focused on one outcome of Xi’s rule: the party. As I have observed elsewhere, Xi’s derivation of power and influence is intrinsically linked to his preeminence and position in the party.[1] To use a J. K. Rowling analogy from the Harry Potter books, Xi and the party have made “horcruxes” of one another.[2] Without the party with which to execute his wishes and commands, Xi would just be another Chinese citizen (out of the 1.3 billion citizens) or political official (with political ambitions but without the political platform to implement his ideas). Likewise, without a unifying figurehead in the person of Xi, the party would inevitably be consigned to factional struggles and internal competition, and in the worst case it would suffer the same fate as the Soviet Union some three and a half decades ago.
Xi has worked to ensure that party survival is contingent on the party being obedient—even subservient—to his wishes, while his ability to stay in power depends on his mastery of the party and his use of the party apparatus to achieve his own political goals. Unlike Mao who viewed himself as above the party, Xi’s fortunes are wholly linked to his place and position within the party. Wong thus tells the story of Xi’s power and influence within the party, from invoking anti-corruption measures (as of this writing, its defense minister Dong Jun is under investigation for corruption, suffering the same fate as his two predecessors), to writing the rules of governance, rejiggling the economy, and projecting its influence globally. While most of these observations and insights will not be new to seasoned Chinese watchers, Wong does an excellent job unpacking and putting on paper what has hitherto only been discussed or speculated about. His wide contacts of sources within China (intellectuals, dissidents, ordinary citizens) allow him to connect the dots in the Chinese political space and to conclude that “Xi’s efforts [in maintaining domestic stability] have yielded a nonpareil system of social control” (p. 92). By allowing his contacts to tell their stories where possible, Wong provides us with a kaleidoscope of narratives testifying to the overarching narrative: Xi’s words are law, what he says becomes policy.
Since Deng Xiaoping’s reforms and opening up in the late 1970s, China has prided itself on wanting to be open to the outside world so as to ensure economic growth. Even during the Tiananmen period of the late 1980s, where relations between China and the West witnessed a downturn, Beijing’s purge of liberal-minded colleagues was only short-lived as Deng himself embarked on his southern tour in 1992. This was followed by Jiang Zemin’s declaration that China aimed to build a socialist market economy, enshrining Deng’s path as official orthodoxy. All these have seemed to change under Xi; the party—not the market—reigns supreme. As Wong puts it, what is happening to China today is an economic “hybrid system that combines central planning with market mechanisms, where state and private enterprises act in concert to advance the party’s economic agenda” (p. 131, emphasis added). In other words, what is ultimately important to Xi is not economic efficiency (in which market forces play their role for better or worse) but the party’s benefits as a result of economic policies. The longevity of the party, not the health of the Chinese economy, is ultimately of key importance. A more vivid example would be the extended lockdown by Chinese government during the coronavirus pandemic in which Beijing did not open up almost a full year after many countries started to open their economies and to live with the virus as being endemic. As a result of the draconian measures taken during the pandemic, the Chinese economy tanked and Beijing today is still trying to recover from the economic damage.[3]
Given the above, one may think that Xi’s godlike status within Chinese society will be eternally secure or that there are no areas of weaknesses in Xi’s political armor. This is not the case, and this is where I think Wong’s portrayal of Xi—as being essentially unchallenged from both within and without—is not quite as clear-cut as the Party of One suggests based on my reading. To be fair, Wong in the conclusion makes the correct observation that “Xi’s China is brash but brittle, intrepid yet insecure” (p. 280); however, Wong does not go so far as to quite point out the chinks within the party, unlike other public intellectuals, like Singapore’s Bilahari Kausikan who talks about Xi as being a “single point of failure within the CCP system.”[4] In other words, by arrogating power to himself, Xi is creating a system that is ripe for disaster, especially when things turn sour. The lack of decentralized decision-making power means potential paralysis in decision-making. By second-guessing what Xi likes, rather than what he needs, Chinese officials and policymakers have little agency to “speak truth to power” and instead end up parroting official Chinese-speech. As evidenced by the coronavirus pandemic, Chinese officials in Wuhan were slow to act as they could not make any meaningful decisions until permission was given from the top in the early stages of the pandemic back in January 2020. Likewise, the recent purge of senior officials at the highest echelons of China’s political office, such as its former foreign minister Qin Gang and three defense ministers, suggests a level of incongruence between decision-makers at the top (including Xi) and the information they are given to make decisions (why weren’t these problems spotted and highlighted earlier?).
Seen this way, the problems within the Chinese political system should not be viewed in isolation and as having no bearing to the broader structure that has enabled the existence and even permissiveness of these problems. As William Shakespeare puts it in Hamlet, “there are more things in heaven and earth Horatio than are dreamt of in your philosophy.” One would hope that in sitting at the apex of power in the Chinese political system, Xi’s philosophy of the world would be sufficiently enlightened to recognize that in his party of one, the buck stops with him.
Notes
[1]. Benjamin Ho, “Why Xi Jinping Cannot Back Down on Coronavirus,” National Interest, June 4, 2022.
[2]. In the Harry Potter books, a horcrux is an object in which a dark wizard or a witch had hidden a detached fragment of their soul in order to become immortal or invincible.
[3]. “China Posts Record Deficit in 2022 on Covid Zero, Property Slump,” Business Times, January 30, 2023, https://www.businesstimes.com.sg/international/china-posts-record-deficit-2022-covid-zero-property-slump; and Sun Yu and Yuan Yang, “Why China’s Economic Recovery from Coronavirus Is Widening the Wealth Gap,” Financial Times, August 18, 2020, https://www.ft.com/content/e0e2940a-17cb-40ed-8d27-3722c9349a5d.
[4]. Bilahari Kausikan, “Address by Ambassador Bilahari Kausikan at the Third Atal Bihari Vajpayee Memorial Lecture,” Ministry of External Affiars, Government of India, Media Center, January 23, 2023, https://www.mea.gov.in/Speeches-Statements.htm?dtl/36142/Address_by_Ambassador_Bilahari_Kausikan_at_the_third_Atal_Bihari_Vajpayee_Memorial_Lecture_January_23_2023.
Benjamin Tze Ern Ho is an assistant professor in the China Programme, Institute of Defense and Strategic Studies, S. Rajaratnam School of International Studies, Nanyang Technological University, Singapore. He specializes in the study of Chinese international relations and Asian comparative political order.
Citation: Benjamin Tze Ern Ho. Review of Wong, Chun Han. Party of One: The Rise of Xi Jinping and China's Superpower Future. H-Diplo, H-Net Reviews. February, 2025.
URL: https://www.h-net.org/reviews/showrev.php?id=61176
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 3.0 United States License.
Entenda como o Brasil e os outros Brics querem evitar o dólar nas transações - Camila Pati (Revista Veja)
Entenda como o Brasil e os outros Brics querem evitar o dólar nas transações
A ideia de criação de uma alternativa à moeda norte-americana enfureceu o presidente dos estados Unidos que, mais uma vez, ameaça impor barreiras tarifárias
Por Camila Pati
Veja, 2/02/2025
A ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar 100% dos produtos dos Brics caso os países membros do bloco passem a utilizar uma moeda comum alternativa ao dólar para as transações reacendeu um debate que teve início em 2023.
Tradicionalmente o dólar é a moeda utilizada nas transações comerciais entre os países membros do Brics, o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que recebeu outros países nos últimos anos: Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e a Indonésia.
No mundo, 58% dos pagamentos internacionais, excluindo aqueles dentro da área do euro, utilizam o dólar, e 54% das faturas de comércio exterior são denominadas na moeda americana, segundo os dados do Brookings Institution de 2022.
No entanto, a ideia de criação de uma alternativa à moeda que tem dominado o comércio internacional desde o século passado, ganhou força em agosto de 2023 depois que a Rússia começou a propor mudanças nos pagamentos feitos a partir de transações comerciais entre os membros do bloco.
Isso porque os bancos russos foram excluídos do sistema SWIFT, que promove a comunicação entre bancos e outras instituições financeiras, como parte das sanções internacionais após a invasão da Ucrânia. O SWIFT permite que as transações internacionais sejam realizadas de forma segura, rápida e padronizada.
Uma das propostas dos russos é utilizar tokens. A Rússia propõe o uso de tecnologia de registro distribuído (DLT) ou uma plataforma multinacional para transações com tokens, destacando a eliminação do risco de crédito associado ao sistema bancário tradicional. Os argumentos são de que o uso dessa tecnologia agiliza e reduz custos, eliminando intermediários e verificações de conformidade. o que poderia gerar uma economia de até US$ 15 bilhões anuais para os países do Brics, caso metade das transações entre os membros do bloco fosse feita via DLT.
A ideia de substituir o dólar é apoiada pela China. Mas o país busca fortalecer a própria moeda e tem promovido o uso do yuan nas transações comerciais. Já o presidente Lula tem se posicionado em defesa de um sistema financeiro menos atrelado ao dólar. Em discurso por videoconferência durante reunião na cúpula dos Brics em Kazan, na Rússia, em outubro do ano passado, Lula defendeu novamente que o bloco avance nas discussões sobre o uso de uma moeda comum nas transações entre os países do bloco.
“Agora é chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países. Não se trata de substituir nossas moedas, mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional. Donald Trump reagiu logo após vencer as eleições ameaçando tarifas de 100% contra países que apoiarem uma nova moeda do Brics e reiterou a ameaça nesta semana. Na prática,atéagoraodólarsemantémforte,apesardosesforçosdoBrics para reduzir a dependência da moeda.
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