quinta-feira, 17 de julho de 2025

Tarifa de 50% contra o Brasil. Risco e oportunidade - Sergio Florencio (interesse Nacional)

Artigo primoroso do amigo e colega diplomata Sergio Florencio, não apenas sobre a violência do tarifaço político do sociopata Trump, mas também sobre a burrice renitente do protecionismo brasileiro, que prejudica a própria economia e todo o povo. PRA


Tarifa de 50% contra o Brasil. Risco e oportunidade

Sergio Florencio

Portal Interesse Nacional, 15/07/2025

 

Os efeitos previsíveis da tarifa norte-americana de 50% sobre a importação de produtos brasileiros combinam risco econômico e oportunidade política.  O risco tende a ser forte contração de nossas exportações para um mercado que absorve cerca de 12% do total, com forte valor agregado. A oportunidade, para o atual governo, tende a ser o visível desgaste do bolsonarismo, resultante do vínculo entre a campanha destinada a obter apoio de Trump para a anistia do ex-presidente e a imposição da sobretaxa. Essa vantagem política foi magnificada por declarações de partidários do ex-presidente de apoio à decisão de Trump. A política externa passa agora a ditar uma agenda doméstica muito polarizada e já mobilizada pelo pleito de 2026, com um presidente em declínio de popularidade, mas beneficiado por inflexão a seu favor. Quais desdobramentos para o país poderá ter aquela combinação de risco e oportunidade?

Algumas considerações de ordem geral podem ajudar a esclarecer consequências específicas. A política tarifária de Trump tem três digitais – irracionalidade econômica, auto destrutividade geopolítica e imprevisibilidade. A economia é conhecida como a ciência da escassez. Mas hoje ocorre um fenômeno raro de abundância – a esmagadora maioria dos economistas, em diversos países e de diversas colorações, condenam ao fracasso a atual política de Trump. O principal argumento é o anacronismo de utilizar, no século XXI, o instrumento tarifário protecionista responsável pela recessão dos anos 1930.

A geopolítica de Trump consiste no afastamento deliberado de aliados tradicionais – Canadá, México, União Europeia - e aproximação com um dos principais adversários - a Rússia, aliada da China. A outra digital – imprevisibilidade - fica estampada na relação de Trump com Putin – há seis meses considerado um gênio e hoje, um imbecil.

Esse padrão errático se reflete em outras contundentes mudanças. A OTAN, criticada e marginalizada, há poucos dias se transformou em aliada; a abandonada Ucrânia, com o presidente ridicularizado por Trump, conta hoje com apoio político e recebe equipamentos de defesa antiaérea e inteligência de última geração. Essa frequente mudança de rumos teve uma exceção – a aliança incondicional com Israel e Netanyahu. De fato, as três guerras por ele criadas, para sua sobrevivência política – Hamas, Hezbollah e Irã –  contaram com o beneplácito e até coordenação de Trump. Esse, para evitar protagonismo ainda maior de Netanyahu, se antecipou e lançou inédito e poderoso ataque direto contra a instalação nuclear de Fordow.

O caráter imprevisível da tarifa de 50% para produtos brasileiros está ligado às sucessivas indefinições de Trump nessa área. Entretanto, algumas mudanças - mais previsíveis- poderão resultar das eleições, em 2026, de meio de mandato, para renovar um terço do Senado e a Câmara inteira. Outro fator de alteração poderá ter sua origem em decisões judiciais, oriundas da Corte Suprema, contrárias a medidas do Executivo.

​A tarifa de 50% contra o Brasil – caso mantida – deverá reprimir o mercado de maior valor agregado para nossas exportações – aço, aeronaves. As contrapropostas a serem apresentadas pelo Brasil para reduzir aquela tarifa deverão consistir em maior abertura de setores de nossa economia. Assim, o efeito negativo na balança comercial poderá ter contrapartida positiva, em termos de política econômica, ao promover alguma abertura -sem dúvida limitada -  para a 11a maior economia, mas também uma das mais fechadas do mundo. Isso é visível em nossa relação comércio exterior/PIB, em torno de 24%, equivalente à metade da vigente nos vizinhos, e inferior à maioria das economias emergentes. Num prematuro clima eleitoral, o governo certamente será refratário a qualquer abertura e buscará preservar a política de compadrio - benefícios aos setores econômicos privilegiados por proteção tarifária, subsídios e isenções fiscais. Nesse ambiente, reforma só poderá mesmo vir de fora. E virá, por imposição econômica externa, e não por opção política.

​A política econômica do segundo mandato de Trump poderá ter outra influência importante para a economia brasileira, ligada ao fluxo de investimento estrangeiro, à valorização do Real, à taxa de inflação e à taxa de juros.  Sua reeleição gerou expectativas de continuidade do excepcionalismo americano - desregulamentação, crescimento econômico, elevada atração de investimentos estrangeiros. Isso resultou em aumento de 20% nas Bolsas de Valores nos dois últimos anos, que atingiram o recorde de US$ 52 trilhões. Mas a política tarifária de Trump frustrou essas expectativas e os investimentos migraram para as economias emergentes, o que resultou em valorização das bolsas de valores em diversas partes do mundo, inclusive na América Latina – Chile, Colômbia, México e Brasil. A forte entrada de investimento estrangeiro em nosso país elevou a taxa de crescimento, valorizou o Real, e contribuiu para baixa inflação.

​Assim, os bons resultados da economia brasileira no último ano – 3,4% de crescimento, 5% de desemprego e inflação no teto da meta - foram muito mais obra da chamada rotação de carteira (mudança de destino de investimentos, derivada da obsessão tarifária de Trump), do que da política econômica brasileira. Mas esse fenômeno não é sustentável e o bônus terminará este ano, o que vai resultar em queda no investimento, com impacto negativo sobre os demais indicadores.

Para compensar esse ciclo descendente, o governo precisará fazer o que até agora se negou – controle do déficit público. Sem agenda fiscal de maior contenção de gastos, a relação dívida/PIB continuará a preocupante trajetória de acelerado crescimento, o que resultou na altíssima taxa de juros real de 10%. Vale lembrar que, de 1999 a 2003, o país produziu superavit primário anual de 3% a 4% do PIB, mas de 2013 a 2024, a relação dívida/PIB saltou de 50% para 82%. Esse cenário macroeconômico leva muitos analistas a estimar que a economia não aguenta mais dois anos de taxa de juros real situada entre 8% e 10%. Empresas de maior porte, com acesso ao mercado de capitais poderão sobreviver, mas muitas das médias e pequenas deverão desaparecer, e provocar forte crise econômica. Nesse sentido, o próximo governo eleito em 2026, independente da coloração política, será forçado a fazer o que até agora adiou - reforma fiscal com clara contenção de gastos.  

Em síntese, uma avaliação dos efeitos da irracionalidade econômica de Trump sobre o Brasil revela dois momentos bem distintos. Um primeiro, em que a frustração de expectativas nos EUA gerou migração de investimentos para as economias emergentes, o que produziu bons indicadores em 2025. Um segundo momento, em que a tarifa norte-americana de 50% sobre produtos brasileiros – caso mantida- deverá deprimir nossas exportações, com efeitos imediatos negativos. Entretanto, na negociação para reduzir a tarifa, o Brasil será forçado a efetuar alguma abertura de mercado, o que poderá trazer resultados positivos para uma das economias mais fechadas do mundo, com elevada proteção tarifária, não tarifária, subsídios e isenções fiscais.  No atual cenário eleitoral prematuro, é evidente que o governo não caminharia, por vontade própria, na direção de reduzir privilégios para setores econômicos. Mas deverá ser obrigado a fazê-lo no processo de negociação destinado a reduzir a absurda tarifa de 50% imposta pelo governo Trump. A absoluta irracionalidade lá poderá produzir alguma racionalidade cá.

Brasília, 15 de julho de 2025

Sergio Florencio

A guerra tarifária dos EUA contra o Brasil e seus prolongamentos políticos: abrem-se os primeiros tiros... - Paulo Roberto de Almeida

 A guerra tarifária dos EUA contra o Brasil e seus prolongamentos políticos: abrem-se os primeiros tiros...

Um drama bilateral Brasil-EUA que pode virar uma longa novela de retaliações recíprocas durante algum tempo, com prejuízos econômicos reais para cada um dos países, por dois dramalhões incendiados por personalidades autocentradas, Trump e Lula.
O presidente Lula acaba de fazer, em cadeia nacional de rádio e TV, um pronunciamento bastante contundente sobre a crise com os EUA, envolvendo a família Bolsonaro (sem o dizer) e atuando de modo bastante agressivo em relação ao presidente Trump, ele mesmo um presidente contundente e ultra agressivo, e que iniciou uma guerra verbal contra o Brasil que ainda vai render várias semanas de tiroteio dos dois lados.
O discurso foi basicamente dirigido ao público interno brasileiro, assim como Trump sempre atua direcionando suas palavras ao seu público interno, e nisso ambos presidentes são relativamente simétricos.
Ou seja, uma grave questão diplomática, para o Brasil – dada a desproporção de "armas" de cada um dos lados – vem sendo usada com subterfúgios cruzados dos dois lados: a busca de uma punição ao Brics, do lado americano, a defesa da soberania brasileira com respeito ao processo judicial em curso contra os golpistas do 8 de janeiro de 2023 (e Lula ainda reverberou o caso do 6 de janeiro de 2020, no caso americano, que possui certa simetria com o nosso caso: dois presidentes perdedores que tentam se manter no poder).
O assunto vai render matéria nos principais jornais durante as próximas semanas, disputando espaço com a guerra em Gaza, na Ucrânia e outras tragédias ao redor do mundo...
Paulo Roberto de Almeida

Um debate sobre o BRICS, antes do BRICS+ (2022) - Paulo Roberto de Almeida

Um debate sobre o BRICS, antes do BRICS+ (2022)

Paulo Roberto de Almeida

4189. “O futuro do grupo BRICS”, Brasília, 30 junho 2022, 9 p. Texto conceitual sobre os caminhos enviesados do BRICS pós-guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, e reflexivo sobre as ordens alternativas no campo econômico e político. Elaborado a propósito de webinar promovido pelo IRICE (embaixador Rubens Barbosa) sobre “O futuro do grupo Brics” (30/06/2022), na companhia do presidente do NDB, Marcos Troyjo, e da representante da Secretaria de Comércio Exterior do Itamaraty, Ana Maria Bierrenbach. Postado no Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/o-futuro-do-grupo-brics-ensaio-por.html). Vídeo do evento disponível no canal do IRICE no YouTube (link: https://www.youtube.com/watch?v=9Q9l8i4gyX4 ).

Relação de Publicados n. 1464.


Pouco antes eu havia publicado este meu livro: A Grande Ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira (2022).

Paulo Roberto de Almeida

Índice
Prefácio: Brics: uma ideia em busca de algum conteúdo
1. O papel dos Brics na economia mundial
2. A fascinação exercida pelo Brics nos meios acadêmicos
3. Radiografia do Bric: indagações a partir do Brasil
4. A democracia nos Brics
5. Sobre a morte do G8 e a ascensão do Brics
6. O Bric e a substituição de hegemonias
7. Os Brics na crise econômica mundial de 2008-2009
8. O futuro econômico do Brics e dos Brics
9. O Brasil no Brics: a dialética de uma ambição
10. O lugar dos Brics na agenda externa do Brasil
11. Contra as parcerias estratégicas: um relatório de minoria
Posfácio: O Brics depois da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia
Indicações bibliográficas



Está na hora de o Brasil sair do BRICS?; Is it time for Brazil to leave the BRICS? - Frlipe Krause

Is it time for Brazil to leave the BRICS?

Felipe Krause (Oxford University)

https://lnkd.in/enrBjK8G

That’s the question I explore in my op-ed published today in O Globo. While my answer is essentially yes — the costs of remaining in the bloc increasingly outweigh the benefits — I believe this is a debate worth having, and one that goes to the heart of Brazil’s foreign policy priorities today.

BRICS was once a symbol of a new multipolar world, but it has become an incoherent and increasingly dysfunctional group, dominated by China’s geopolitical agenda and exploited by Russia to project its narrative on Ukraine and escape isolation. Brazil, in turn, has little to show for its continued participation, other than diplomatic friction with key Western partners.

This is not about ideology, but about pragmatism. Brazil can sustain strong economic ties with China and constructive relations with the Global South without being tethered to a bloc that has lost strategic coherence and meaning.

I would be very interested to hear different perspectives on this topic. The article (in Portuguese) is available here:

https://lnkd.in/enrBjK8

Está na hora de o Brasil sair do BRICS?

Frlipe Krause, Oxford University

Essa é a pergunta que exploro em artigo publicado hoje n’O Globo. Embora minha resposta seja, em essência, afirmativa — os custos de permanecer no bloco passaram a superar os benefícios — acredito que esse é um debate necessário e que toca no centro das prioridades da política externa brasileira hoje.

O BRICS foi, no início, um símbolo de um mundo multipolar emergente, mas se tornou um grupo incoerente e cada vez mais disfuncional, dominado pela agenda geopolítica da China e instrumentalizado pela Rússia para projetar sua narrativa sobre a guerra na Ucrânia e escapar do isolamento. O Brasil, por sua vez, pouco tem a ganhar com essa participação, além de gerar atrito diplomático com parceiros ocidentais centrais.

Não se trata de ideologia, mas de pragmatismo. O Brasil pode manter laços econômicos sólidos com a China e um diálogo produtivo com o Sul Global sem estar vinculado a um bloco que perdeu coerência e sentido estratégico.

Gostaria muito de ouvir diferentes pontos de vista sobre esse tema. O artigo está disponível aqui:

https://lnkd.in/enrBjK8G  

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Comments:

This discussion is not only timely, but necessary. Brazilian society is, perhaps belatedly, being directly confronted with the costs of a choice - whether unfairly, or not. And regardless of how we evaluate the results of those decisions, it is crucial to discuss if the method in this decision-making is still adequate, having passed a quarter of this century. We do need this academic engagement for an increasingly more evidence-based agenda.

Congrats for the article!

Essa discussão não é só oportuna, como necessária. A sociedade brasileira está, talvez com certo atraso, sendo diretamente confrontada com os custos (injustos ou não) de uma escolha. E independente de nossas avaliações sobre os resultados dessas decisões, é crucial discutirmos se o método que utilizamos para tomar essas decisões ainda é adequado, já passado 1/4 desse século. Precisamos desse engajamento acadêmico para uma agenda cada vez mais baseada em evidências.

Parabéns pelo artigo! (Rafa Paulino)

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Ulf Thoene:

Many thanks for sharing, Felipe. Now, with a bit of distance from the Rio summit, a clearer picture is starting to emerge of where individual BRICS member states stand. The Brazilian perspective is relevant and insightful for other states in Latin America as well. I did a quick write-up on the most recent BRICS Summit in Rio for The Conversation en español, published on July 7th. 

https://theconversation.com/cumbre-2025-los-brics-abrazan-el-multilateralismo-y-piden-reformas-en-las-organizaciones-globales-260573

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Sergio Silva:

"Gostemos ou não, a diferença do Brasil para todos os demais países do Brics é que somos a única nação Brics sob a área de influência geopolítica direta dos Estados Unidos. No mesmo continente....

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/opiniao/os-eua-sempre-se-meteram-no-brasil-e-o-crucial-nunca-foi-a-soberania/)

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Paulo R Almeida:

 O atual assessor internacional da PR, quando chanceler, nunca perdoou-me por ter colocado em dúvida a criação do então BRIC tão cedo quanto 2006, e sabotou consistentemente minha carreira diplomática durante todo o reinado lulopetista: não tive nenhum cargo na Secretaria de Estado entre 2003 e 2016, permanecendo a maior parte do tempo na Biblioteca do Itamaraty. Nunca me dobrei à fantasia do Bric-Brics, agora Brcs+, como provam meus artigos reunidos no livro “A Grande Ilusão do Brics e o Universo Paralelo da Diplomacia Brasileira” (2022). Paulo Roberto de Almeida, diplomata aposentado.

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quarta-feira, 16 de julho de 2025

O lado “bom” do tarifaço de Trump - José Fucs

 *O lado bom do tarifaço e das investigações de Trump contra o Brasil*

José Fucs, jornalista

16/07/2025

Pensei, pensei e cheguei à conclusão de que, apesar dos efeitos nocivos no curto prazo para o Brasil e os brasileiros, que serão pesados, o tarifaço e as investigações de Trump contra as práticas comerciais do País, têm um lado positivo. Entenda por quê:

- Trazem para o debate as tarifas escandalosas e as barreiras não tarifárias impostas sobre os produtos americanos (e de outros países);

- Podem levar a uma maior abertura econômica do País, um dos mais fechados do mundo, com a redução de tarifas alfandegárias e outras barreiras que encarecem a importação de bens e serviços e limitam a concorrência, em prejuízo do consumidor;

-  Escancaram a política antiamericana praticada por Lula e Amorim e defendida pelo PT e por seus aliados;

- Reforçam a discussão sobre o alinhamento geopolítico do Brasil com a China e o Eixo do Mal pelo atual governo e sua tentativa de impulsionar o famigerado bloco do Sul Global, em detrimento da ligação histórica do País com o Ocidente, em especial com os Estados Unidos;

- Revelam a estupidez da proposta de "desdolarização" feita por Lula no âmbito do Brics;

-  Jogam os holofotes sobre as práticas autoritárias e a censura promovidas pelo STF, que colocam em risco a democracia no País, com apoio nada discreto de Lula, do PT e de seus parceiros; 

- Dão dimensão global aos questionamentos sobre o tal "inquérito do fim do mundo" e a perseguição aos desafetos políticos do consórcio Lula/STF/PGR;

- Colocam em xeque a legitimidade dos processos contra Bolsonaro e os atos de 8/1, bem como a narrativa imposta pelo consórcio Lula/STF/PGR a respeito dos acontecimentos.

Podem me chamar de "bolsonarista", "traidor da pátria", "judeu apátrida" e "sionista". Podem colocar os influencers do PT no meu cangote e me ameaçar de degredo e de perda de cidadania. Mas, na minha visão, não dá para negar que tudo isso representa uma contribuição e tanto para o debate sobre os rumos do País e o Brasil que queremos construir. Não é pouca coisa.

terça-feira, 15 de julho de 2025

USTR Announces Initiation of Section 301 Investigation of Brazil’s Unfair Trading Practices

 Os EUA iniciam uma investigação contra práticas desleais de comércio por parte do Brasil ao abrigo da temida seção 301 da Lei de Comércio de 1974, fazendo uma assemblagem de reclamações de diferente natureza (tarifas, concorrência desleal, infrações à propriedade intelectual de empresas americanas, acesso do etanol americano ao mercado brasileiro e várias outras), o que pode resuktar em novas medidas punitivas, com grande potencial de prejuizos comerciais e politicos ao Brasil. A investigação será unilateral, com base na legislação e medidas retorcivas americanas, sem a participação da OMC.


USTR Announces Initiation of Section 301 Investigation of Brazil’s Unfair Trading Practices

July 15, 2025


WASHINGTON — Today, the Office of the United States Trade Representative initiated an investigation of Brazil under Section 301 of the Trade Act of 1974. The investigation will seek to determine whether acts, policies, and practices of the Government of Brazil related to digital trade and electronic payment services; unfair, preferential tariffs; anti-corruption interference; intellectual property protection; ethanol market access; and illegal deforestation are unreasonable or discriminatory and burden or restrict U.S. commerce.


“At President Trump’s direction, I am launching a Section 301 investigation into Brazil’s attacks on American social media companies as well as other unfair trading practices that harm American companies, workers, farmers, and technology innovators,” said Ambassador Greer. “USTR has detailed Brazil’s unfair trade practices that restrict the ability of U.S. exporters to access its market for decades in the annual National Trade Estimate (NTE) Report. After consulting with other government agencies, cleared advisers, and Congress, I have determined that Brazil’s tariff and non-tariff barriers merit a thorough investigation, and potentially, responsive action."


Background


Section 301 of the Trade Act of 1974, as amended, (Trade Act) is designed to address unfair foreign practices affecting U.S. commerce. Section 301 may be used to respond to unjustifiable, unreasonable, or discriminatory foreign government practices that burden or restrict U.S. commerce. Under Section 302(b) of the Trade Act, the Trade Representative may self-initiate an investigation under Section 301.


A Section 301(b) investigation examines whether the acts, policies, or practices are unreasonable or discriminatory and burden or restrict U.S. commerce. Considering the specific direction of the President, and the advice of the inter-agency Section 301 Committee, the United States Trade Representative has initiated an investigation. The U.S. Trade Representative must seek consultations with the foreign government whose acts, policies, or practices are under investigation.  USTR has requested consultations with Brazil in connection with the investigation. USTR will hold a hearing in connection with this investigation on September 3, 2025. To be assured of consideration, interested persons should submit written comments, requests to appear at the hearing, along with a summary of the testimony, by August 18, 2025. USTR will hold a hearing in connection with this investigation on September 3, 2025.


As set out in the Federal Register notice, the investigation relates to a number of trading practices, including:


Digital trade and electronic payment services: Brazil may undermine the competitiveness of U.S. companies engaged in these sectors, for example, by retaliating against them for failing to censor political speech or restricting their ability to provide services in the country;

Unfair, preferential tariffs: Brazil accords lower, preferential tariff rates to the exports of certain globally competitive trade partners, thereby disadvantaging U.S. exports;

Anti-corruption enforcement: Brazil’s failure to enforce anti-corruption and transparency measures raises concerns in relation to norms relating to fighting bribery and corruption;

Intellectual property protection: Brazil apparently denies adequate and effective protection and enforcement of intellectual property rights, harming American workers whose livelihoods are tied to America’s innovation- and creativity-driven sectors;

Ethanol: Brazil has walked away from its willingness to provide virtually duty-free treatment for U.S. ethanol and instead now applies a substantially higher tariff on U.S. ethanol exports; and

Illegal deforestation: Brazil appears to be failing to effectively enforce laws and regulations designed to stop illegal deforestation, thereby undermining the competitiveness of U.S. producers of timber and agricultural products.

A copy of the Federal Register Notice is available here.


A docket for comments regarding the investigation will be available here.


A docket for requests to appear at the public hearing to be held in connection with this investigation will be available here.

Notas sobre a Ucrânia no âmbito do Itamaraty (2006-2025) - Levantamente na Base de Dados do Itamaraty

 Notas sobre a Ucrânia no âmbito do Itamaraty (2006-2025)

Levantamento efetuado em 15/07/2025 por Paulo Roberto de Almeida
Base de Dados de Notas de Informação à Imprensa no Itamaraty

Ucrânia (de 2006 a 2025)
1208 Resultados em todo o GOV.BR Ministério das Relações Exteriores
Notícias (499) Todos (1208) Filtrar


1) Escalada do conflito na Ucrânia15/07/2025
2) Declaração à imprensa do presidente Lula por ocasião da visita do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto09/07/2025 - Declaração à imprensa lida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ocasião da visita do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, a Brasília, em 9 de julho de 2025
3) Declaração conjunta por ocasião da visita de Estado do Primeiro-Ministro da Índia ao Brasil08/07/2025
4) Entrevista coletiva do presidente Lula no encerramento da cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro07/07/2025 - Transcrição da entrevista coletiva com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encerramento da cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, em 7 de julho de 2025
5) Declaração de Líderes do BRICS — Rio de Janeiro, 06 de julho de 202506/07/2025
6) Discurso do presidente Lula na sessão Paz e Segurança, Reforma da Governança Global do BRICS06/07/2025 - Discurso lido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a sessão Paz e Segurança, Reforma da Governança Global, no Rio de Janeiro, em 6 de julho de 2025
7) Discurso do presidente Lula na Sessão Ampliada da Cúpula do G7, no Canadá - 17/6/202517/06/2025 - Discurso lido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a primeira intervenção na Sessão Ampliada da Cúpula do G7, sobre segurança energética e minerais críticos, em Kananaskis, no Canadá, em 17 de junho de 2025.

(...)

495) Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por ocasião de encontro com a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko – Kiev, 2 de dezembro de 200902/12/2009
496) Declaração seguida de entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em conjunto com o Presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko - Kiev, 02/12/200902/12/2009
497) Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por ocasião de Fórum Empresarial com a participação dos Presidentes do Brasil e da Ucrânia – Kiev, 2 de dezembro de 200902/12/2009
498) Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após encontro com o Presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko - Kiev, 02/12/200902/12/2009
499) Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na saída do Hotel Villa Itália, em Cascais, antes do embarque para a Ucrânia - Cascais, 01/12/200901/12/2009
500) Transcrição da Audiência Pública com o Ministro Celso Amorim na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal sobre as relações Brasil - Bolívia – Brasília, 9 de maio de 200609/05/2006

Íntegra da relação disponível na plataforma Academia.edu
Link: https://www.academia.edu/142908159/Notas_sobre_a_Ucr%C3%A2nia_no_ambito_do_Itamaraty_2006_2025_

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...