domingo, 10 de agosto de 2025

A grande Ilusão do BRICS e o universo paralelo da diplomacia brasileira (2022) - Paulo Roberto de Almeida


A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira
Paulo Roberto de Almeida
Diplomatizzando – 2022

Índice

Prefácio: Brics: uma ideia em busca de algum conteúdo
1. O papel dos Brics na economia mundial
O Bric e os Brics
A Rússia, um “animal menos igual que os outros”
A China e a Índia
E o Brasil nesse processo?

2. A fascinação exercida pelo Brics nos meios acadêmicos
Esse obscuro objeto de curiosidade
O Brasil, como fica no retrato?
Russia e China: do comunismo a um capitalismo especial
O fascínio é justificado?
O que os Brics podem oferecer ao mundo?

3. Radiografia do Bric: indagações a partir do Brasil
Introdução: a caminho da Briclândia
Radiografia dos Brics
Ficha corrida dos personagens
De onde vieram, para onde vão?
New kids in the block
Políticas domésticas
Políticas econômicas externas
Impacto dos Brics na economia mundial
Impacto da economia mundial sobre os Brics
Consequências geoestratégicas
O Brasil e os Brics
Alguma conclusão preventiva?

4. A democracia nos Brics
A democracia é um critério universal?
Como se situam os Brics do ponto de vista do critério democrático?
Alguma chance de o critério democrático ser adotado no âmbito dos Brics?

5. Sobre a morte do G8 e a ascensão do Brics
Sobre um funeral anunciado
Qualificando o debate
O que define o G7, e deveria definir também o Brics e o G20
Quais as funções do G7, que deveriam, também, ser cumpridas pelo G20?

6. O Bric e a substituição de hegemonias
Introdução: por que o Bric e apenas o Bric?
Bric: uma nova categoria conceitual ou apenas um acrônimo apelativo?
O Bric na ordem global: um papel relevante, ou apenas uma instância formal?
O Bric e a economia política da nova ordem mundial: contrastes e confrontos
Grandezas e misérias da substituição hegemônica: lições da História
Conclusão: um acrônimo talvez invertido

7. Os Brics na crise econômica mundial de 2008-2009
Existe um papel para os Brics na crise econômica?
Os Brics podem sustentar uma recuperação financeira europeia?
A ascensão dos Brics tornaria o mundo mais multipolar e democrático?

8. O futuro econômico do Brics e dos Brics
Das distinções necessárias
O Brics representa uma proposta alternativa à ordem mundial do G7?
O que teriam os Brics a oferecer de melhor para uma nova ordem mundial?
O futuro econômico do Brics (se existe um...)
Existe algum legado a ser deixado pelo Brics?

9. O Brasil no Brics: a dialética de uma ambição
O Brasil e os principais componentes de sua geoeconomia elementar
Potencial e limitações da economia brasileira no contexto internacional
A emergência econômica e a presença política internacional do Brasil
A política externa brasileira e sua atuação no âmbito do Brics
O que busca o Brasil nos Brics? O que deveria, talvez, buscar?

10. O lugar dos Brics na agenda externa do Brasil
Uma sigla inventada por um economista de finanças
Um novo animal no cenário diplomático mundial
Existe um papel para o Brics na atual configuração de poder?
Vínculos e efeitos futuros: um exercício especulativo

11. Contra as parcerias estratégicas: um relatório de minoria
Introdução: o que é um relatório de minoria?
O que é estratégico numa parceria?
Quando o estratégico vira simplesmente tático
Parcerias são sempre assimétricas, estrategicamente desiguais
A experiência brasileira de parcerias: formuladas ex-ante
A proliferação e o abuso de uma relação não assumida

Posfácio: O Brics depois da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia

Indicações bibliográficas
Nota sobre o autor


Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil (2025) - Paulo Roberto de Almeida

Já em pré-venda, no Ateliê de Humanidades  


Prefácio
Fernando Paulo de Mello Barreto Filho

A título de apresentação:
Uma nota pessoal sobre minhas afinidades eletivas

1. Uma história intelectual: paralelas que se cruzam
1.1. Por que uma história intelectual paralela?
1.2. Por que vidas paralelas numa história intelectual?
1.3. Quão “paralelos” são Rubens Ricupero e Celso Lafer?
1.4. A importância de Ricupero e de Lafer nas relações internacionais do Brasil
1.5. O sentido ético de uma vida dedicada à construção do Brasil

2. Rubens Ricupero: um projeto para o Brasil no mundo
2.1. Do Brás italiano para o Rio de Janeiro cosmopolita
2.2. Um começo desconcertante na vida diplomática
2.3. Uma carreira progressivamente ascendente, pela via amazônica
2.4. Afinidades eletivas com base no estudo do Brasil e no conhecimento do mundo
2.5. Professor de diplomatas e de universitários, no Instituto Rio Branco e na UnB
2.6. O assessor internacional e o Diário de Bordo da viagem de Tancredo Neves
2.7. O Brasil no sistema multilateral de comércio
2.8. O mais importante plano de estabilização da história econômica brasileira
2.9. Unctad: a batalha pela redução das desigualdades globais
2.10. Um pensador internacionalista, o George Kennan brasileiro
2. 11. A figura incontornável de Rio Branco, o paradigma da ação diplomática
2.12. Brasil: um futuro pior que o passado?
2.13. O Brasil foi construído pela sua diplomacia? De certo modo, sim
2.14. Quais as grandes leituras de Rubens Ricupero?

3. Celso Lafer: um dos pais fundadores das relações internacionais no Brasil
3.1. A abertura de asas de um intelectual promissor
3.2. A tese de Cornell sobre o Plano de Metas de JK
3.3. Irredutível liberal: ensaios e desafios
3.4. As relações econômicas internacionais: reciprocidade de interesses
3.5. A trajetória de Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil
3.6. Direitos humanos: a dimensão moral do trabalho intelectual
3.7. Um diálogo permanente com Hannah Arendt
3.8. Norberto Bobbio: afinidades eletivas com o sábio italiano
3.9. A aventura da revista Política Externa e seu papel no cenário editorial
3.10. A diplomacia na prática: a primeira experiência na chancelaria, 1992
3.11. A diplomacia na prática: a segunda experiência na chancelaria, 2001-2002
3.12. No templo dos imortais: “intelectual militante” e “observador participante”
3.13. O judaísmo laico de Lafer e a unidade espiritual do mundo de Zweig
3.14. Uma coletânea dos mais importantes artigos num amplo espectro intelectual
4. Paralelas convergentes: considerações finais
4.1. Bildung pessoal nas relações internacionais do Brasil
4.2. A dupla dimensão das vidas paralelas
4.3. Dois “professores” e não só de política externa
4.4. A République des Lettres do Itamaraty e dois dos seus representantes

Bibliografia

Em venda na Amazon.com.br (link).

Mangabeira por Muniz Sodré (FSP)

Um diagnóstico com brilho de pirita

 Muniz Sodré

FOLHA DE S PAULO , 09.ago.2025 às 14h35


Nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que brilha em Harvard deve ser levado, acriticamente, a sério. 

É o que vem à mente após a leitura de um texto do renomado professor de filosofia e teoria social daquela universidade, Roberto Mangabeira Unger, brasileiro-americano. 

Ele compartilha o bom senso já generalizado de que o Brasil precisa deslocar-se do fornecimento de commodities físicas para o de serviços de conhecimento. Nisso é fundamental universidade de alto nível.

Até aí, reluz o argumento. 

Em seguida, porém, sustenta que entrave para o nível desejado é a dificuldade brasileira na contratação de professores estrangeiros. 

Ninguém duvida da importância da diversidade de cérebros, nem minimiza os desestímulos paralisantes de verbas e burocracia. 

Mas, para quem chefiou por duas vezes uma Secretaria de Assuntos Estratégicos, é surpreendente desconhecer a excelência das instituições nacionais que combinam ensino, pesquisa e extensão. Cabe especular se, no exercício daquelas funções, alguma vez se cogitou definir universidade como recurso estratégico.

Ninguém é titular em Harvard à toa. Ainda mais quando referendado por pensadores como Jürgen Habermas e Richard Rorty, luminares da elite acadêmica internacional. Entre nós, Unger pertence à linhagem baiana dos Mangabeira, berço de políticos e juristas importantes. A seu avô, Otávio Mangabeira, então governador da Bahia, atribui-se a boutade jurídico-política "o povo é uma massa falida".

Autor complexo, Unger presta-se mais à compreensão nos escritos programáticos, fonte provável de suas intervenções e relacionamentos ao longo de décadas com políticos brasileiros. Centraliza a discussão de alternativas às formas institucionais que regem a sociedade, sempre guiado pelo pressuposto filosófico de um "infinito corporificado no finito humano". 

Ou seja, o homem como algo mais do que o fechamento societário lhe permite ser.

Presume-se que esse tipo de discurso, atrativo a iniciados em filosofia, possa render discussões sedutoras na távola redonda dos scholars e, mesmo, de artistas. 

Deriva de uma linha dos "studia humanitatis" oitocentistas, em que se valorizavam a civilidade iluminista e o homem de letras, entendido como sujeito de uma autoridade ideológica análoga a do sábio ou a do herói cívico. Era a perspectiva do escocês Thomas Carlyle, expoente da reacionária historiografia romântica na Inglaterra.

O pensamento programático de Unger persegue a busca política de um herói, um homem de qualidades. Seria o caminho para elevar o nível universitário, rumo à competitividade em serviços. 

Mas ele é taxativo: Lula não é líder sério, ideal seria alguém parecido a Prudente de Morais: histórico ponto de ascensão das oligarquias agrárias, o exterminador de Canudos. 

Diagnóstico estranho, coincidente com a agressão americana, para quem aceitou posições nos governos de Lula e Dilma, numa espécie de ministério de ideias fora do lugar.

O diagnóstico mais se ofusca ao esquecer que a política de chantagem/humilhação de Trump, incubadora de antiuniversidades, não poupa a instituição do professor Unger. 

Filosoficamente preocupado com a abstrata libertação do homem, ele não enxerga o momento de resistência ao milicianismo imperial. 

Diz, porém, José Sócrates, ex-premiê português: "A Europa aceitou a humilhação, o Brasil enfrentou-a". E o New York Times: "Talvez não exista um líder mundial desafiando o presidente Trump com tanta veemência quanto Lula".


O BRICS É UMA MIRAGEM - Editorial do Estadão e meus comentários, Paulo Roberto de Almeida

Um editorial do Estadão e meus comentários prévios sobre a grande fraude do BRIC-BRICS-BRICS+

Paulo Roberto de Almeida

        Tudo o que já escrevi sobre o BRIC, todas as reflexões sobre o BRICS no seguimento e, mais recentemente, as críticas dirigidas ao BRICS+ estão sintetizadas neste editorial do Estadão, que subscrevo em sua integridade.

        Amorim, aliás, tinha ódio de mim por apontar, desde 2006, a inconsistência desse agrupamento contra a própria natureza de nossa política externa e contra todos os padrões tradicionais de trabalho de nossa diplomacia profissional. 

        Sempre considerei estranho e muito indesejável o Itamaraty se submeter tão passivamente a uma ideia vinda do alto — da diplomacia personalista e atiçada pela personalidade megalomaníaca de seu assessor, antes chanceler — sem qualquer estudo técnico que embasasse essa ideia maluca — a do Brasil aliado a duas grandes autocracias e a uma democracia de baixa qualidade — apenas para satisfazer os baixos instintos antiamericanos dos petistas, sem qualquer resistência intelectual e sem demonstrar conceitualmente e na prática a insustentabilidade desse projeto contrário aos interesses nacionais. 

        Não estou dizendo isto agora: formulei minhas observações desde 2006, e numa série de artigos e entrevistas, depois enfeixados no livro A Grande Ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira (2022), disponível em Kindle; mantenho todas as críticas que fiz, ainda que de forma moderada (por ainda estar na ativa) e pelas quais paguei o duro preço do ostracismo ilegal imposto pelo ideólogo que se acredita diplomata.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 10/08/2025


O BRICS É UMA MIRAGEM

A reação nula à ofensiva tarifária de Trump rasga a fantasia de Lula a respeito do Brics, que em seu primeiro grande teste como bloco econômico mostrou que, na prática, é cada um por si

Editorial – Estadão, 09/08/25

A mais recente investida tarifária de Donald Trump contra Brasil e Índia – ambos atingidos com sobretaxas de 50% – foi o primeiro teste real da capacidade do Brics de agir como bloco. O resultado foi desolador: silêncio, hesitação e, por fim, declarações vagas que não ousaram sequer mencionar o agressor. Se o Brics já parecia um clube retórico, sob a presidência brasileira provou-se irrelevante.

O contraste entre o tamanho da retórica e a inércia prática revela muito sobre a política externa do governo Lula. Desde o início do terceiro mandato, o presidente apostou no Brics como vitrine de liderança global e contraponto à “hegemonia” americana. Essa aposta, como se vê agora, foi um grosseiro erro de cálculo: a China, real centro de gravidade do grupo, move-se segundo seus próprios interesses; a Índia busca equilibrar-se entre Moscou e Washington; e os autocratas agregados à mesa pouco ou nada podem oferecer além do ressentimento diante da política de força dos Estados Unidos.

O episódio também expôs o isolamento estratégico do Brasil. Em vez de preparar terreno para negociações diretas com Washington – algo que um estadista faria mesmo diante de antagonismos pessoais –, Lula preferiu acionar um foro incapaz de oferecer respostas concretas. Essa escolha tem menos a ver com pragmatismo e mais com a esclerosada “doutrina Amorim”, inspirada pelo chanceler de facto Celso Amorim: antiamericanismo como princípio, aproximação automática com China e Rússia como meio, e, como fim, a crença de que um tal “Sul Global” coeso existe e aguarda ansiosamente a liderança de Lula.

A realidade é bem menos romântica. O Brics, criado como plataforma para grandes economias emergentes ampliarem sua voz em instituições multilaterais, degenerou em arena de disputa sino-indiana e instrumento de projeção geopolítica de Pequim. A ampliação recente, patrocinada por China e Rússia com a complacência de Lula, diluiu a influência brasileira e reforçou o caráter autoritário do clube. Na prática, servimos como figurantes para causas alheias – e, agora, como alvo fácil para um governo americano disposto a punir quem flerta com rivais estratégicos.

Trump, ao substituir as regras de Bretton Woods por negociações transacionais e confrontos bilaterais, reposicionou o tabuleiro global. Nesse jogo, países como o Brasil não são protagonistas: são peças a serem descartadas ou usadas como exemplo. A reação brasileira – consultar parceiros para “avaliar impactos” – não impressiona nem adversários nem aliados. Ao contrário: sinaliza fraqueza e confirma a percepção de que Brasília não dispõe de estratégia para ir além de declarações protocolares.

O custo dessa imprudência já é visível – e salgado. Exportadores perdem acesso ao maior mercado do mundo; setores inteiros, do agronegócio à indústria, enfrentam incertezas; e a margem de manobra diplomática encolhe a olhos vistos. Enquanto isso, o Planalto insiste em discursos sobre a substituição do dólar, acenos públicos a regimes autoritários e gestos de alinhamento a Pequim – provocações gratuitas que apenas agravam o quadro.

Não há nada de inevitável nesse enredo. A tradição diplomática brasileira sempre foi de não alinhamento pragmático: cultivar relações com todos, preservar autonomia e evitar ser arrastado para disputas alheias. Essa tradição, que historicamente permitiu ao Brasil atuar como interlocutor confiável, está sendo corroída por escolhas ideológicas e pelas ambições pessoais de Lula, que sacrificam o capital diplomático do País em nome de uma narrativa terceiro-mundista.

O episódio deveria servir de lição. A independência não se constrói com bravatas contra Washington nem com subserviência a Pequim, mas com credibilidade, diversificação de parcerias e defesa consistente dos próprios interesses. Enquanto Lula insistir em transformar a política externa em palanque ideológico, o Brasil continuará pagando a conta – e, no teatro geopolítico, seguirá confinado ao papel de coadjuvante descartável, assistindo de fora às decisões que moldam a ordem internacional.”

A História não se repete, mas por vezes ela rima - Paulo Roberto de Almeida

 A História não se repete, mas por vezes ela rima

Putin e Trump se preparam para oferecer ao mundo um Munique 2, uma repetição da vergonhosa entrega de parte da Tchecoslováquia a Hitler em 1939. 

Depois, eles pretendem consolidar uma aliança espúria para dividir entre eles um país soberano da Europa central, o que seria uma repetição do pacto Stalin-Hitler, formalizado por seus respectivos chanceleres, Molotov e Ribbentrop.

A única coisa que pode impedi-los de repetir os crimes de 1938-39 seria uma declaração prévia, conjunta da Ucrânia e da UE, rejeitando in limine e preliminarmente, qualquer acordo feito sem a participação dos principais interessados na paz e segurança da Europa e do mundo.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 10/08/2025

Why Ukraine Matters to Me, 3 VIKTOR KRAVCHUK

 Why Ukraine Matters to Me, 3

VIKTOR KRAVCHUK
AUG 9, 2025
This is part 3 of our three-part series called Why Ukraine Matters.

Why Ukraine Matters to Humanity, 1
VIKTOR KRAVCHUK·
AUG 4
Read full story: https://substack.com/redirect/e6108b20-0699-4bc1-b63f-3cd6a9794888?j=eyJ1IjoiOG1hOTIifQ.cIj3zdxxgLAE0Kc2Pv6DJk4AEqMTg7YdnfnuGKbdL0Y

Why Ukraine Matters to You, 2
VIKTOR KRAVCHUK
AUG 7
Read full story: https://substack.com/redirect/8850ffb1-df73-45f5-8b13-57fe0f562efe?j=eyJ1IjoiOG1hOTIifQ.cIj3zdxxgLAE0Kc2Pv6DJk4AEqMTg7YdnfnuGKbdL0Y

This one today is the easiest and the hardest at the same time, but let’s say it before I overthink and let it slip away…

PART III- WHY UKRAINE MATTERS TO ME

I have said so many times I am here because of freedom and democracy.

Said those words so many times that I’ve worn them out, and every time I write them again I feel something weird.

Something like I should not be repeating things that so obvious and so tangible.

And I am tired.

So tired that I saw myself wondering if there’s a way to just give Russia some of our land and stop this hell.

But then I think of Volodymyr Zelenskyy, a man who carries a strength I don’t have.

How he holds the weight when so many of us can barely stand.

And then I remember that this is not for me.

Not even for my family or my child I haven’t seen in years.

It’s for the ones whose names I’ll never know.

The ones who carried my blood before Ukraine even had a name on a map.

Before our language was written, but already spoken in fields and kitchens.

It’s for the Cossack warriors who carried the dream of a free Ukraine across the centuries.

It’s for the poets and philosophers who wrote our soul into existence and died for it.

For Vasyl Stus, who died in a prison colony because he dared to believe in Ukraine.

For Taras Shevchenko, who carried our heart in his poems when it was illegal to even speak it.

It’s for those who defied the language bans and the book burnings.

Also for all those prison cells that held our best and brightest just for loving their own land.

It’s important to remember every single day that I grew up in the ashes of those fights.

The ashes from all of them, who were already fighting the same enemy, already defending the simple right of existence.

They died for this land.

The land our invaders say is not real.

But it’s here. I see it, breathe it.

I live it.

Even when so many can’t, because they are far from home, or because they will never open their eyes again.

This land is not just under my feet.

It’s inside me.

It’s not an idea.

It’s me.

I am them, all those ancestors.

I am the dream they carried.

That’s why I’m still here.

I carry inside me generations of people who paid with their lives for the right to belong to this land.

For the dream that Ukraine would matter.

And it does.

That’s why Ukraine matters to me too.

—Viktor

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sábado, 9 de agosto de 2025

Assim “caminha” a Humanidade? - Paulo Roberto de Almeida

Assim “caminha” a Humanidade?

        A humanidade vive um momento extraordinário desde a unificação do mundo nos Descobrimentos, suas ondas de globalização e de desglobalização ao longo dos cinco séculos de dominação colonial e imperial europeia, até o início do século XX, quando os EUA emergem como o grande Hegemon, mas não como império universal (os fascismos expansionistas dos anos 1930 e depois a URSS obstaram ao domínio universal dos EUA).

        O fim da primeira Guerra Fria poderia ter trazido a emergência de um mundo multipolar relativamente pacífico e integrado, não fossem por dois fatores, um estrutural (o renascimento da China como grande potência econômica, o que já tinha sido antecipado no passado recente, em menor escala), o outro puramente contingente e acidental: a irrupção de um ditador eleito pelo voto direto nos EUA e o seu uso errático do enorme poder econômico acumulado pelos EUA para chantagear o mundo de forma disruptiva e sem um projeto definido de retomada racional de seu antigo poderio institucional, ao criar o multilateralismo político e econômico dos últimos 80 anos (agora ameaçado por esse candidato a imperador do mundo. 

        O momento atual não é de construção de uma nova ordem, mas sim de desconstrução da ordem estabelecida sem colocar nada no lugar.

        A humanidade passou por muitas guerras entre impérios regionais, mas nunca um desafio à imperfeita e limitada ordem mundial ocidental criada pelo Hegemon 80 anos atrás.

        A humanidade não mais caminha, mas soluça e tropeça, primeiro com Putin, agora com Trump. Os efeitos negativos dos dois ditadores vão persistir por anos, talvez décadas, mas a China vai retirar benefícios da atual ambiente incerto e disruptivo.

        O caos vai prevalecer por enquanto, mas Trump tem data certa para sair, Putin só com a morte ou derrocada.

        Tempos interessantes diriam os chineses, mas eles podem dizer isso com ironia intelectualoide, ou com real angústia, dado o novo MAD e dois doutores Strangeloves).

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 9/08/2025


Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...