O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

The End Is Near: Arrependei-vos terraqueos consumistas...

Profetas do apocalipse sempre existiram. Os malthusianos foram a espécie que vigorou no século 19. No século 20 foram substituídos pelos ecologistas. Agora são os catastrofistas do aquecimento global.
Vamos ter de aguentar esse barulho por alguns anos mais, até novos dados científicos, de um lado, e a evolução natural das sociedades de mercado -- algo em que esses novos malthusianos não acreditam -- de outro consigam desfazer o alarido apocalíptico dos novos profetas do fim do mundo...
Enfim, já temos tantas seitas, uma a mais não faz muita diferença.
As seitas da teologia da prosperidade arrancam dinheiro dos incautos prometendo algum tipo de conforto espiritual. As seitas malthusianas arrancam os recursos públicos ameaçando desconforto físico.
Não sei quais são as mais nocivas...
Paulo Roberto de Almeida

  • Meio Ambiente

  • Convergência de processos críticos fecha horizonte do planeta, alerta professor Ladislau Dowbor
    Texto atualizado em 28 de Setembro de 2011 - 18h02
    Vera Gasparetto, de Florianópolis/SC


    O professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e consultor de Agências das Nações Unidas, Ladislau Dowbor, apresenta um conjunto de dados que, em termos estatísticos, fecham o horizonte do planeta. “Após 250 anos de revolução industrial os estudos superaram a disciplinaridade, hoje juntamos tudo para entender o tamanho do desafio planetário que enfrentamos e concluímos que há uma convergência de processos críticos”, analisa Dowbor, destacando a explosão do aquecimento global como o mais eminente, com a produção de dióxido de carbono, gás e o efeito estufa.
    “A produção de dióxido de carbono está se acelerando e a partir de 450 o aquecimento global entra num ponto de não-retorno”. Citou o relatório Sturm, que afirma que os efeitos são crescentes, catastróficos, e que hoje seria necessário 0,6% do PIB mundial para começar a enfrentar essa situação.
    Para ele, a indústria de opinião pública é a grande responsável, junto com o crescimento demográfico, pelo aumento do consumo infinito do planeta. São 7 bilhões de habitantes, 80 milhões de pessoas a mais por ano no mundo, o que equivale a 220 mil pratos a mais por dia no planeta. “Hoje um bilhão de pessoas passam fome, destas, 80 milhões são crianças e entre elas 11 milhões por ano são deixadas morrer. Esse é o nível de desajuste que o mundo enfrenta”.
    Para ele, o modelo de desenvolvimento mundial, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), é um conta errada. “O PIB mundial explode, mas como medir o estouro da bomba de petróleo no Golfo do México? O PIB não mede resultados, mas a intensidade do uso dos recursos. Para nós é uma conta que pesa, porque diminuir o desemprego não é suficiente, mas sim pensar o que produzimos com isso”.
    “O governo Lula reduziu o desmatamento da Amazônia, mas os interesses internacionais (empresas como Cargill, Bunge, Monsanto e Yara) no Brasil estão pressionando para mudar o Código Florestal”. Na sua opinião, todo o sistema de vida é interconectado, como florestas, mares, dióxido de carbono. Citou também a venda de terras brasileiras a investidores estrangeiros: “compram a terra, a qualidade do solo, energia e água e no futuro a pressão será sobre esses bens de sobrevivência sobre o planeta”, alerta Dowbor.

    Governo patrocina o racismo, estimula o Apartheid institucionalizado...

    Todo mundo sabe que existe uma Secretaria racista no governo brasileiro, toda ela dedicada a promover a "causa negra", as causas "afrobrasileiras", e outras casas racistas desse tipo.
    Eu já sabia disso. Estou apenas postando isto aqui para que todos saibam onde está sendo gasto o meu, o seu, o nosso dinheiro.
    O governo, aliás, não esconde que pratica racismo oficializado.
    E ainda nos chama de idiotas, ao anunciar que está fazendo isso mesmo: gastando o nosso dinheiro construindo o Apartheid e praticando racismo oficial.
    Paulo Roberto de Almeida

    Prêmio de Expressões Culturais Afro-brasileiras

    Informativo Em Questão
    Editado pela Secretaria de Comunicação Social
    da Presidência da República
    Sexta-feira - 30 de setembro de 2011 Edição 1381

    A 2ª edição do Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, que tem como objetivo estimular e incentivar as expressões artísticas de estética negra, foi lançada na última quarta-feira (28). A premiação é dividida em três categorias: artes visuais, dança e teatro. Esta edição é dedicada às comemorações do Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, como forma de reconhecimento às expressões artísticas e culturais. O prêmio é coordenado pelo Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira (DEP) da Fundação Cultural Palmares. Podem se inscrever pessoas jurídicas de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, que trabalhem com a temática cultural negra. Serão contemplados 20 projetos, quatro por região do País, totalizando um investimento de R$ 1,1 milhão em prêmios. As inscrições poderão ser feitas, gratuitamente, de 10 de outubro a 24 de novembro de 2011, em www.premioafro.org.

    iPad owners (like myself): beware of the competition


    Amazon’s Tablet Leads to Its Store The New York Times, September 28, 2011
     
    Emmanuel Dunand/Agence France-Presse — Getty Images
    The Kindle Fire has access to Amazon’s library of 18 million e-books, songs and movies and television shows, and can run Android applications that have been approved by Amazon. 


    With a glossy 7-inch color touch screen and a dual-core processor, the Kindle Fire, a new mobile device introduced by Amazon on Wednesday, sure looks like a tablet, and one not so different from the Apple iPad.
    But Jeffrey P. Bezos, Amazon’s founder and chief executive, has another word for it.
    “I think of it as a service,” he said in an interview on Wednesday. “Part of the Kindle Fire is of course the hardware, but really, it’s the software, the content, it’s the seamless integration of those things.”
    Amazon is counting on its vast online warehouse of more than 18 million e-books, songs, movies and television shows, as well as access to a selection of Android applications, to help it beat competitors like the iPad and the Nook from Barnes & Noble. Previous Kindles were only e-book readers with black-and-white screens.
    The access to content is important as Amazon transforms its business into a digital retailer and responds to consumer demands for mobile devices, lest it wind up in a retail graveyard like Borders, a former peer.
    “It will appeal to a different set of customers who are magazine readers and cinema fans,” Mr. Bezos said.
    The other advantage Mr. Bezos is counting on is price: the Fire will sell for $199 while the cheapest iPad sells for $499. Amazon began taking orders for the Fire on its Web site on Wednesday; it will start shipping them Nov. 15.
    Mr. Bezos took the stage on Wednesday at a news conference held in Manhattan to show off the Kindle Fire. The tablet, which weighs less than a pound and can fit comfortably in the palm of a hand, builds on the company’s popular line of e-readers.
    Amazon is hoping it appeals to a broader audience that also wants to browse the Web and stream music, movies and video from a mobile device. The Kindle Fire also has access to a virtual newsstand that includes content from magazines like Wired, Vanity Fair and Cosmopolitan.
    Amazon custom-built the Fire’s mobile Web browser, called Amazon Silk, so that it loads media-rich Web pages faster by shifting some of the work onto Amazon’s cloud computing engine, called EC2. “It’s truly a technical achievement,” Mr. Bezos said.
    The Kindle Fire’s 8-gigabytes of memory is capable of storing 80 apps and either 10 movies, 800 songs or 6,000 books. The tablet also includes a free cloud-based storage system, meaning that no syncing with cables is necessary.
    The Kindle Fire is missing some things the iPad 2 has — most notably, a camera and a microphone for video calls. The Fire can send and receive data only over Wi-Fi, not cellular networks.
    The device’s $199 price tag is less than half that of many tablet computers on the market, including the HTC Flyer, which also features a 7-inch screen but sells for $499 at Best Buy. The Kindle Fire will also compete with the Color Nook e-reader, developed by Barnes & Noble, which has enjoyed healthy sales at $249.
    Amazon can afford to charge less because it hopes to make up the difference by selling books, movies and popular television shows. Customers may also be more inclined to pay $79 a year for Amazon Prime, which gives them access to Amazon’s movie streaming service and free shipping, which in turn, encourages more shopping at Amazon.com.
    Because Amazon sells its family of Kindle devices through its own Web site, it does not need to share revenue with another retailer. And in most states, customers do not have to pay sales tax on those devices.
    “If you price your products in such a way that no one can compete with you, that has to be a good thing in the end,” said Scott Devitt, an analyst at Morgan Stanley.
    On Wednesday, Mr. Bezos also introduced two new touch-screen Kindles, and a slimmer monochrome-screen Kindle, that range in price from $79 to $149.
    Apple has secured a strong lead in tablets, selling more than 29 million iPads in the product’s first 15 months on the market. Mr. Bezos says that he expects shoppers will put both Kindles and iPads in their carts.
    By entering the magazine-selling business, Amazon has also planted a flag in a digital marketplace that has so far been dominated by Apple.
    With another player — particularly one that is as large and influential with consumers as Amazon — magazine companies could suddenly find that they have a useful bargaining chip when it comes to negotiating with Apple.
    The price of magazine subscriptions on the Fire are higher than what readers would pay in print. Condé Nast, publisher of magazines like GQ, Vanity Fair and Glamour, is selling most of its publications for $20 a year, nearly twice what it charges in print.
    Several magazines will be priced even higher, like The New Yorker, which will be $60 a year on the Fire. “It helps us establish that higher price point at our new benchmark,” said Bob Sauerberg, president of Condé Nast.
    Mr. Bezos is confident in the company’s strategy. “Some of the tablets that have come on the market, the reason they haven’t been successful is because they weren’t services,” he said. “They were just tablets.”
    Analysts say that the new family of devices will corral users into a tightly walled garden around Amazon’s content and devices and may secure a new dominance for Amazon as an online retailer and technology company. Music is streamed using Amazon’s Cloud Player, while movies and television shows are viewed through Amazon Instant Player. E-books rely on the Kindle app.
    Owners will have access only to Android apps approved by Amazon and distributed through its Amazon Android Store. Even the Fire’s software, based on a Google Android framework, is disguised under a custom layer built by Amazon.
    “From a customer point of view, its unrecognizable as Android,” said Mr. Bezos, who said the company chose not to work closely with Google to develop the Fire, unlike most hardware markers that build products on Android.
    “The Kindle feels more locked down than the iPad,” said Ross Rubin, an analyst at the NPD Group, the market research firm.
    More than most companies, Amazon thinks in terms of years and decades rather than quarters.
    The original Kindle was meant to remove the retailer’s reliance on the physical book at a moment when a successful e-reader appeared inevitable. Amazon decided it was better to cannibalize its own future than let a competitor do it.
    With the Fire, every dollar Amazon loses on the device could be more than made up for by the data gained. The Silk browser, by virtue of being situated in the cloud, will record every Web page that users visit. That has implications for privacy and commerce.
    “Amazon now has what every storefront lusts for: the knowledge of what other stores your customers are shopping in and what prices they’re being offered there,” Chris Espinosa, an Apple engineer, wrote on his personal blog.
    Jeremy W. Peters contributed reporting.

    Politica automotiva confusa: muda conforme as reclamacoes...

    Parece que não será a última, nem a mais importante mudança numa política que não é bem política, muito menos automotiva, apenas uma colcha de retalhos feita de medidas improvisadas, segunda uma visão confusa do que seja o interesse nacional. Parece que vamos viver de improvisações e de ajustes durante certo tempo.
    Paulo Roberto de Almeida

    Uruguai comemora acordo com Brasil que eliminará barreiras não-tarifárias

    Uruguai – AFP – 28/09/2011

    O ministro da Indústria uruguaio, Roberto Kreimerman, classificou de “muito bom” o acordo através do qual o Brasil se comprometeu a isentar o Uruguai do aumento de 30% nas tarifas de importação de veículos fixada há 15 dias e eliminar gradualmente outras barreiras não-tarifárias.
    “Foi alcançado um acordo que é muito bom”, disse Kreimerman à AFP, destacando que é “o reconhecimento do Brasil ao isentar o Uruguai deste imposto, que coloca o país em igualdade de condições para poder continuar exportando” ao país.
    O aumento do imposto será eliminado para o Uruguai “em 15 dias, aproximadamente”, acrescentou.
    Segundo um acordo binacional anterior, as montadoras uruguaias podem exportar anualmente ao Brasil uma quota de 20 mil veículos, sempre que os produtos tenham 35% de componentes locais (peças produzidas no Uruguai ou no Mercosul).
    Mas no dia 15 de setembro, o Brasil decidiu aumentar em 30% o imposto sobre os carros importados para proteger sua indústria dos veículos asiáticos, isentando aqueles que cumprem com requisitos como inovação tecnológica, 65% de conteúdo regional ou empresas importadoras com produção no Brasil.
    As montadoras instaladas no Uruguai que vendem automóveis ao Brasil são Chery-Socma – que exporta os modelos Tiggo e Face-, Chongqing-Effa Motors – com os modelos Lifan-, e Nordex, associada a Kia Motors, Dongfeng Motor e Renault Trucks.
    A maior parte da produção destas companhias está dirigida ao mercado brasileiro, que, com 25% das exportações totais uruguaias, é o principal sócio comercial do Uruguai.
    Para Kreimerman, o ponto positivo do acordo é que “também foram aprofundadas as bases para um maior desenvolvimento produtivo e uma maior industrialização de ambos os países, (e) foi decidido incentivar mecanismos para que sejam realizados mais investimentos em autopeças a fim de alcançar um conteúdo regional maior”.
    As partes também decidiram nos casos em que existem barreiras não-tarifárias, “trabalhar em uma diminuição progressiva das mesmas”, destacou.

    Mercosul assimetrico: enxugando gelo (e torrando nosso dinheiro...)

    Primeiro a notícia, para não acharem que estou exagerando, enganando, ou deformando:

    Representante do Mercosul defende revisão em fundo
    DCI,29/09/2011

    Para diminuir desigualdades regionais e incentivar uma política industrial comum, o alto-representante-geral do Mercosul, o embaixador Samuel Pinheiro, voltou a defender ontem uma revisão do valor depositado anualmente no Fundo Estrutural de Convergência do Mercosul (Focem). O montante é destinado a melhorar a infraestrutura das economias menores do bloco. - A ideia é que as contribuições do Brasil - responsável por 70% do depósito -, da Argentina (27%), do Uruguai (2%) e do Paraguai (1%) somem US$ 200 milhões. O dinheiro deve ser investido em transporte e energia, por exemplo, reduzindo "assimetrias". "Um país que não tem construída sua infraestrutura tem dificuldade de crescimento", constata Pinheiro.

    O embaixador disse que não há energia suficiente na Região Norte do Paraguai, apesar de o país ser sócio da Usina Hidrelétrica de Itaipu e que, para reverter problemas como esse, US$ 100 milhões anuais são insuficientes.

    Para integrar os países, Pinheiro também defendeu a coesão política no bloco, por meio de uma "harmonização" das legislações, além de "discursos afinados" em negociações internacionais, principalmente com a China. Segundo ele, essas são questões prioritárias, assim como a revisão da contribuição para o Focem, e o estímulo para a entrada da Bolívia e do Equador no Mercosul, como membros plenos no bloco. Pinheiro explicou que as primeiras negociações dependem de uma visita à Bolívia, que está para ser agendada pelas autoridades daquele país.

    Agora meus comentários (PRA):

     Parece inacreditável, mas tem gente, no Brasil, no Mercosul (e até fora dele), que acredita que "assimetrias estruturais" serão corrigidas colocando um pouco de dinheiro público aqui, outro tanto ali, e fazendo aquilo que os mercados poderiam fazer melhor, e praticamente sem custos, ou sem despesas para os governos.
    Incentivar uma "política industrial comum" significa um pouco mais de dirigismo nas políticas setoriais nacionais, sem a garantia de que elas serão, de fatos compatíveis ente si, concordantes e, mais ainda, integradas além dos ganhos rentistas que elas permitem para os industrias assim beneficiados.
    Basta ver o que stá acontecendo com as políticas e regimes automotivos do Mercosul, ou melhor, de cada um dos países membros, para constatar que lobbies empresarias se organizam para barrar a competição e garantir ganhos rentistas em cada mercado e se possível no dos outros. O grau de improvisação, a renúncia à competição, a adesão ao protecionismo mais deslavado são explícitos, implíticos e politicamente estimulados em todos esses países.
    Almas cândidas, como a do Alto-Representante (ou seria auto-representante, estricto et lato sensi?) acreditam que dobrando os recursos do Focem, estaríamos caminhando para resolver os problemas dos países membros, das "assimetrias" no Mercosul, e assim teríamos um mundo melhor e uma integração mais perfeito. Basta o Brasil dobrar sua contribuição, para fazer obras essenciais, como essa de prover o norte do Paraguai de energia (que o próprio país tem em abundância), que o panorama seria ainda mais róseo do que nunca foi. Inacreditável: o Paraguai tem muito mais energia do que pode consumir e somos nós, brasileiros, que temos de construir, financiar, doar, linhas de transmissão para que os paraguaios possam ter energia. Certamente se trata de um programa "Luz Para Todos os Paraguaios" que o dito funcionário está convidando os brasileiros a doar de graça aos paraguaios.
    Isso para diminuir as desigualdades regionais, quando as desigualdades internas ao Brasil são ainda maiores do que aquelas que existem entre os países do Mercosul.
    E o que dizer de "afinar" o nosso discurso com a China nas negociações internacionais? !!!???
    Os chineses agradecem e aceitam, sim, que brasileiros e mercosulinos os apoiem nas suas negociações internacionais que eles dirão quais são...
    E que tal estimular Bolívia e Equador a ingressarem no Mercosul?
    Sem TEC, como para a Venezuela, e cumprindo apenas o que eles desejarem, gostarem, selecionarem?
    Que maravilha de Mercosul! Assim todo mundo quer...
    Inacreditável ingenuidade de certos "altos" (ou autos?) funcionários...
    Paulo Roberto de Almeida

    Política fiscal e política monetaria no Brasil: incongruencias?


    Política fiscal não substitui a política monetária do BC
    O Estado de S.Paulo, 27 de Setembro de 2011

    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao explicar em Washington a política econômica do Brasil, declarou que o governo havia decidido substituir a política monetária pela fiscal. Isso não é novidade para quem acompanha a evolução da economia brasileira. Na recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), sob a influência do governo, as autoridades monetárias tomaram uma decisão que as levou perto da renúncia à política de metas de inflação. Mas nunca o ministro havia sido tão explícito em relação à mudança da política econômica.
    Existe, no entanto, uma grande dúvida quanto às possibilidades dessa substituição, dado o contexto da economia brasileira.
    A política monetária não se limita ao aumento ou queda da taxa de juros básica. Também atua sobre o volume do crédito, seja por meio do recolhimento compulsório sobre os depósitos à vista ou a prazo, seja por meio de exigências quanto ao capital das instituições financeiras em relação a seus empréstimos, com o objetivo principal de evitar o excesso de liquidez.
    No seu arsenal de instrumentos de controle, pode escolher o que tem o efeito mais rápido sobre a atitude dos bancos em relação à expansão de crédito. Mas o grande inimigo dos instrumentos da política monetária é o governo, que pode injetar na economia uma grande liquidez por meio de seus gastos, sejam eles financiados por emissões monetárias ou pela captação de recursos com a emissão de títulos da dívida pública colocados especialmente no exterior. E esse excesso de liquidez, se favorece a atividade econômica, sem dúvida propicia uma elevação das pressões inflacionárias.
    Em princípio, a política fiscal poderia contribuir para a contenção da alta dos preços, aliviando a carga tributária das empresas. Essa, porém, não é a orientação do Ministério da Fazenda, que deixou claro que não pretende reduzir as despesas do governo e continuará alimentando a liquidez da economia. O esforço de poupança se limitará a não gastar todo o excesso de arrecadação. Ou seja, não se reduz a carga tributária; ao contrário, ela é ampliada com o novo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
    Deste modo, os gastos do governo - cada vez maiores e menos produtivos, uma vez que o que menos se privilegia são os investimentos em infraestrutura - criam uma pressão de demanda que a produção nacional não pode atender, recorrendo as empresas à importação de componentes para ter preços mais condizentes com os dos produtos estrangeiros.
    ===========

    O BC e a subversão dos fatos - a mais longa marcha

    Lourdes Sola*
    O Estado de S.Paulo, 29 de setembro de 2011

    Os 'Fatos são Subversivos' é o título de um livro de Garton Ash, um dos mais lúcidos "historiadores do presente". É um chamado à responsabilidade histórica dos formuladores de políticas públicas que se valem de conjunturas de grande incerteza para fazer valer suas prioridades. "Os fatos são subversivos (...) porque subvertem os argumentos dos líderes democráticos eleitos tanto quanto dos ditadores (...), porque subvertem as mentiras, as meias-verdades e os mitos de todos aqueles de fala fácil". O argumento reporta-se a um contexto de incerteza ainda mais extremo do que o atual cenário econômico. Mira as mentiras e meias-verdades oficiais que levaram o povo e o Congresso americanos a legitimar a invasão do Iraque e à guerra no Afeganistão em resposta ao 11 de Setembro. Sem esses recursos, retóricos, mas nada inofensivos, a História mundial teria sido outra.
    O que dá um sentido trágico a essa constatação é a impossibilidade de reverter o que foi consumado com apoio em meias-verdades e mitos. Restam dois recursos corretivos: as lições de História que os fatos propiciam e a oportunidade para uma correção de rumos. Mesmo assim, há uma boa dose de otimismo na constatação de Garton Ash, porque ancorada num suposto forte: a vigência de instituições democráticas e de uma mídia investigativa, graças às quais cedo ou tarde os fatos virão à luz. No essencial, tem razão, pois toda tentativa de impedir que os fatos venham à tona traz à luz também um déficit democrático. Que as decisões da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ilustram. Ao subtrair da agenda pública a disparidade entre a taxa oficial e a taxa efetiva da inflação, com medidas legais restritivas à autonomia de consultores e jornalistas, lança luz sobre a subordinação do Judiciário ao Executivo - e sobre indícios anteriores de regressão autoritária.
    No novo contexto de incerteza global voltam a entrar em pauta entre emergentes temas correlatos, como inflação, disciplina fiscal e monetária, papel do mercado interno e crescimento. No Brasil volta à cena um velho espectro - a questão da autonomia do Banco Central (BC) - que os mercados e os analistas julgavam exorcizado desde 1999, graças ao mandato (informal) para exercer sua autoridade no marco de um conjunto de regras e normas, caracterizado como regime de metas de inflação. O debate que se seguiu à redução abrupta da taxa de juros interbancária dá o que pensar. Há convergência entre analistas quanto aos rumos da política econômica: substituição do regime de metas de inflação por metas ad hoc para a taxa de juros, adoção de uma banda oculta para as variações na taxa de câmbio. Dá o que pensar, também, sobre o modo de fazer política do governo. Por um lado, há elementos que reforçam o contraste entre a nossa trajetória e a da Argentina. O presidente do BC, o ministro da Fazenda e assessores informais do governo vieram a público legitimar tecnicamente as medidas mencionadas - sob o escrutínio dos seus pares. Com isso atestam a vigência (tênue) de um requisito democrático: a prestação de contas pelos decisores e a chance de responsabilização futura por suas apostas. Isso compõe o quadro de credibilidade econômica acumulada ao longo dos últimos anos, graças à qual foi afastada a possibilidade de reproduzirmos o padrão errático da Argentina - o "efeito vodca".
    Há duas questões intrigantes a respeito. Em que momento definidor se consolidou a divergência de rumos entre os dois países? Além disso, o argumento sobre a função subversiva dos fatos pressupõe que, uma vez revelados, a capacidade para elaborá-los está dada e bem distribuída. Seria assim sempre? A resposta à primeira questão é simples: os momentos definidores foram as decisões políticas tomadas em duas encruzilhadas, em resposta aos choques externos de 1999 e 2002-2003. Respectivamente, a adoção do tripé regime de metas de inflação-flutuação cambial-superávit primário e a opção pela continuidade em 2002-2003 e nos anos seguintes. Esse rumo é posto em causa pelo governo, de forma concertada e pouco transparente. Baseia-se na aposta numa crise sistêmica internacional deflacionária, que estaria a exigir políticas fiscal e monetária expansivas aqui e agora. É uma questão em aberto, mas não se esgota nisso. Vale a pena refletir também nos termos de Garton Ash. Na hipótese de que o horizonte de crescimento dos emergentes seja menos negro do que o suposto, quais as chances de que uma nova onda inflacionária em 2012-2013 tenha um efeito subversivo sobre os mitos, as ideologias e meias-verdades de curso oficial?
    Há razões para ceticismo, estruturais e históricas. As democracias de massa, num mundo globalizado, caracterizam-se pela existência de um hiato entre a democratização das informações, por um lado, e a capacidade de elaborá-las adequadamente, por outro. A experiência da inflação e das flutuações no poder de compra internacional da moeda é imediata, brindada por indicadores diários nos jornais televisivos. Dependemos da intermediação de vários atores sociais para elaborar o que significam - incluídos os que detêm o saber especializado, os ideólogos, os legisladores.
    A experiência histórica também justifica o ceticismo. Uma das características da trajetória econômica brasileira é a opção pelo que caracterizo como "fuga para a frente". Diante da falsa disjuntiva estabilidade ou crescimento, reapresentada em encruzilhadas históricas como 1956-1957, ou quando dos choques do petróleo no governo Geisel, ou no Plano Cruzado, recria-se um impulso inexorável: por políticas expansionistas, ponto. Hoje enfrentamos um teste de estresse. Mas se explica a resistência à institucionalização da autonomia do Banco Central. É histórica, mas contou com a cumplicidade dos mercados para os quais essa é uma questão residual - até evidência em contrário.
    * Ph.D em Ciência Política pela Universidade de Oxford, professora aposentada da USP, é membro da Academia Brasileira de Ciências.

    Reflexos da Guerra Fria: coloquio na Alemanha


    20, Liste de diffusion en Histoire Politique du XXème siècle

    COLLOQUE
    Les dimensions transnationales de l’anticommunisme de guerre froide: actions, réseaux, transferts
    Fribourg, 26-29 octobre 2011
    Université de Fribourg, Allemagne

    Alors que la lutte contre le communisme pendant la guerre froide est souvent associée à une « croisade », sur laquelle plane par ailleurs l’ombre – la « main invisible » – des Etats-Unis et de leurs services secrets (CIA), et que l’historiographie de ces dernières années a beaucoup étudié des aspects tels que la guerre psychologique et la diplomatie culturelle, tout en développant le concept d’histoire transnationale, le moment semble venu de faire le point sur la part de « transnationalité » de l’anticommunisme. Dans quelle mesure celui-ci a-t-il été réellement concerté, coordonné et ramifié de manière transnationale ? Quelles interactions et interdépendances observe-t-on entre les différents types d’anticommunisme à l’échelle européenne et transatlantique ? Quelles ont été les dynamiques de transfert à l’œuvre tant au niveau des pratiques que des idées ? Quels réseaux et quelles configurations enjambant les frontières le combat contre le « péril rouge » a-t-il engendrés ? Comment se sont articulées activités clandestines et publiques, privées et étatiques ? Telles sont les principales questions auxquelles des spécialistes européens et américains tenteront d’apporter des réponses, en se penchant sur tout l’éventail des connexions hétérogènes qui se sont manifestées dans le cadre de la lutte anticommuniste. Ainsi le colloque vise-t-il à rendre compte des accomplissements aussi bien que des limites de la « solidarité anticommuniste occidentale » durant la guerre froide.

    Organisation
    Département des Sciences Historiques – Histoire contemporaine - Université de Fribourg :
    • Prof.  Claude Hauser
    • Prof.  Damir Skenderovic
    • Dr Luc van Dongen (FNS Ambizione)
    • Dr Stéphanie Roulin
    • Assistant de colloque : Dr Grzegorz Sienkiewicz
    Institute for History, Université de Leiden (Pays-Bas) :
    • Prof.  Giles Scott-Smith

    Partenaires
    Les organisateurs remercient les institutions suivantes pour leur généreux soutien financier :
    Faculté des Lettres de l’Université de Fribourg - Fondation Pierre du Bois pour l’histoire du temps présent (Lausanne) - Fonds national suisse de la recherche scientifiques - Gebert Rüf Stiftung (Zurich/Bâle) et Institut interfacultaire d’Europe orientale et centrale (Université de Fribourg) -Institute for History de l’Université de Leiden (Pays-Bas) - Rectorat de l’Université de Fribourg -Secrétariat d’Etat à l’éducation et à la recherche.

    Programme
    MERCREDI 26 OCTOBRE 2011 (BÂTIMENT MISÉRICORDE, AUDITOIRE C)
    17.15    Ouverture du colloque

    KEY­NOTE
    17.30  Giles SCOTT-SMITH (Université de Leiden et Roosevelt Study Center à Middleburg)
    Tracking the Bear ? Anticommunism and the Transnational Imperative
    18.30    Discussion
    19.00    Vin d’honneur de la Chancellerie de l’Etat de Fribourg (Hall Mosaïque)

    JEUDI 27 OCTOBRE 2011 (BÂTIMENT VKHS)

    9.00    Accueil par les organisateurs

    9.25­11.45 PANEL I : FIGURES

    9.25    Modération : Brigitte Studer (Université de Berne)
    9.30     Bernard LUDWIG (Université de Paris I) « Dr. Anti » : Eberhard Taubert, de l’Antikomintern au Volksbund für Frieden und Freiheit (VFF)
    9.50    Olivier DARD (Université de Metz) Suzanne Labin, cinquante ans d’« expertise » anticommuniste
    10.10     Discussion
    10.30     Pause
    10.45     Pierre ABRAMOVICI (journaliste et IHEAL Paris 3 Sorbonne) Stefano Delle Chiaie, combattant de l’anticommunisme ou terroriste d’extrême­droite ? Mythe et réalité
    11.05     Luc VAN DONGEN (Université de Fribourg) « Brother Tronchet », un leader syndical suisse dans l’orbite des Etats­Unis
    11.25     Discussion
    11.45    Repas

    14.00­15.15 PANEL II : RENSEIGNEMENT ET SECURITE / INTELLIGENCE AND SECURITY

    14.00    Modération : Damir Skenderovic (Université de Fribourg)
    14.05     Daniele GANSER (Université de Bâle) Der internationale Kontext der NATO Geheimarmeen und der Terroranschlag in München 1980
    14.35     Peer Henrik HANSEN (Cold War Museum Langelandsfort de Rudkøbing) « How to Dismantle a Communist Party From the Inside » : Anti­Communism and Danish­US Intelligence Operations 1947­1963
    14.55    Discussion
    15.15    Pause

    15.30­17.35 PANEL III : LE CONGRES POUR LA LIBERTE DE LA CULTURE / THE CONGRESS FOR CULTURAL FREEDOM

    15.30    Modération : Claude Hauser (Université de Fribourg)
    15.35     Mikael NILSSON (Chercheur indépendant) Herbert Tingsten and the Congress for Cultural Freedom : the Intellectual History
    of the « Death of Ideology » Thesis in Sweden
    15.55    Maren ROTH (Amerika-Institut Ludwig-Maximilians-Universität de Munich)
    Melvin Lasky – ein intellektueller Agent im kulturellen Kalten Krieg
    16.15    Discussion
    16.35     Nicolas STENGER (Université de Genève)
    Anticommuniste parce que chrétien : Denis de Rougemont et le Congrès pour la
    liberté de la culture
    16.55    Paola CARLUCCI (Scuola Normale Superiore de Pise)
    « Tempo Presente » (1956­1968) : A Transnational Journal in Italy
    17.15-17.35  Discussion

    VENDREDI 28 OCTOBRE 2011 (BÂTIMENT VKHS)

    9.00­11.20 PANEL IV : CHRISTIANISME / CHRISTIANISM

    9.00    Modération : Stéphanie Roulin (Université de Fribourg)
    9.05    Markku RUOTSILA (Université de Helsinki) Transnational Fundamentalist Anticommunism : The International Council of Christian Churches
    9.25     Johannes GROSSMANN (Université de Sarre) Ein « christliches Kominform » ? Das Comité International de Défense de la Civilisation Chrétienne
    9.45     Discussion
    10.05    Pause
    10.20    Bent BOEL (Université d’Aalborg) Bible Smuggling and Human Rights in the Soviet Bloc during the Cold War
    10.40     Matthieu GILLABERT (Université de Fribourg) La soviétologie fribourgeoise de Józef M. Bochenski (1955­1965)
    11.00    Discussion
    11.20    Repas

    13.30­14.55 PANEL V : INFORMATION ET PROPAGANDE / INFORMATION AND PROPAGANDA

    13.30    Modération : Alain Clavien (Université de Fribourg)
    13.35    Hugh WILFORD (California State University de Long Beach) The American Society of African Culture : The CIA and Transnational Networks of African Diaspora Intellectuals in the Cold War
    13.55    Tity DE VRIES (Université de Groningen) Not An Ugly American – a Dutch Reporter As Agent of the West in Africa
    14.15    Simona TOBIA (journaliste et Université de Reading) How the USA Conquered the RAI : the Transnational Struggle on Short­Waves,
    1945­1956
    14.35    Discussion
    14.55    Pause

    15.10­16.35 PANEL VI : ECONOMIE ET ELITES / ECONOMICS AND ELITS

    15.10    Modération : Thomas David (Université de Lausanne)
    15.15    Valérie AUBOURG (Université de Cergy-Pontoise) L’atlantisme comme antidote du communisme : le cas du groupe de Bilderberg dans les années 1950­1960
    15.35    Niels BJERRE-POULSEN (University of Southern Denmark) Abandoning the Road to Serfdom : The Mont Pelerin Society and the Reconstruction of Postwar Germany
    15.55    Adrian HÄNNI (Université de Zurich) A Global Crusade against Communism : The Cercle and the 6I in the 1980s
    16.15    Discussion
    16.35    Fin de la journée

    SAMEDI 29 OCTOBRE 2011 (BÂTIMENT MISÉRICORDE, AUDITOIRE 3115)

    9.00    Accueil par les organisateurs

    9.10­10.15 PANEL VII : JEUNESSE ET ÉTUDIANTS / YOUTH AND STUDENTS
    9.10    Modération : Jean­François Fayet (Université de Genève)
    9.15     Nick RUTTER (Université de Yale) Prohibit, Mimic, Torment, Engage ? Anti­Communist Answers to the World Youth Festival, 1947­1973
    9.35     Karen M. PAGET (Chercheuse indépendante) Liberation Politics and US National Security Objectives during the Cold War : Students, Covert Action and the Case of Algeria
    9.55    Discussion
    10.15  Pause

    10.30­12.00 PANEL VIII: ÉMIGRÉS

    10.30    Modération : Lubor Jílek (Centre d’archives européennes de Coppet)
    10.35    Bernard WIADERNY (Friedrich-Meinecke-Institut Freie Universität de Berlin) Der Kongress für kulturelle Freiheit und die polnische Pariser Exilzeitschrift « Kultura »
    10.55     Gergely FEJERDY (Université Catholique Pázmány Péter de Budapest) Les Hongrois en émigration et la construction européenne comme outil de lutte contre le communisme au début de la Guerre Froide
    11h15    Discussion
    11.35    Conclusion
    12.00    Fin du colloque et buffet dînatoire (Hall Mosaïque)

    Contact :
    Grzegorz Sienkiewicz

    quarta-feira, 28 de setembro de 2011

    Cuba: um pequeno atraso de 50 anos...

    A população cubana acaba de ser informada pelos seus dirigentes supremos que já está devidamente autorizada a vender seus automóveis particulares.
    Isso mesmo: os cubanos já podem comprar e vender automóveis entre si, bastando pagar 4% da transação para as mesmas autoridades magnânimas.
    Que bom! Essas autoridades são fabulosas, já que permitem transações entre particulares de um bem tão estratégico e precioso, como um carro individual.
    Claro, as autoridades fizeram isso porque são boas, vindo em segundo lugar o desejo de ganhar um extra com esse tipo de negócio, mas a principal razão é que elas são boas e sábias.
    Demorou um pouco, apenas cinquenta anos, mas nunca é tarde, inclusive porque os autos americanos em Cuba são resistentes: eles resistem bravamente por bem mais do que isso, talvez por seis décadas agora. Um museu ao vivo...


    A marcha da (des)integracao no (e do) Mercosul: restricoes argentinas continuam, com passividade brasileira

    As mesmas cenas se repetem praticamente desde 2003, e não se sabe de uma reação brasileira consistente, a não ser algumas demonstrações de "machismo" comercial no começo deste governo, apenas para constar. Depois tudo voltou ao normal, ou seja, argentinos adotam medidas ilegais e arbitrárias, e o Brasil não faz absolutamente nada...
    Paulo Roberto de Almeida


    Saiba por que o governo Dilma não ajuda os calçadistas gaúchos barrados na Argentina
    Jornalista Políbio Braga, 28/09/2011

    Há 213 dias estão parados nas fábricas brasileiras alguma coisa como 3,4 milhões de pares de calçados brasileiros, no valor total de US$ 33,8 milhões, simplesmente porque a sra. Cristina Kirchner mandou trancar as autorizações para o ingresso do produto na Argentina.

    . É muito dinheiro.

    . Os calçadistas dos vales do Sinos e Panharana estão alarmados com a falta de reação do governo brasileiro. A Piccadilly, segundo o jornal NH, de Novo Hamburgo, tem depositadas 200 mil caixas na sua fábrica de Teutônia. A Argentina é o seu maior mercado.

    . A Argentina é o terceiro maior mercado para os calçados brasileiros. Só perde para Estados Unidos e Reino Unido. Este ano, subiu para o segundo posto.

    . No ano passado, o RS exportou US$ 43,4 milhões de calçados para a Argentina, valor muito parecido com a média anual dos anos anteriores. De qualquer modo, são números dramaticamente inferiores a 2000 e 2001, quando as exportações anuais superaram a casa dos US$ 90 milhões.

    . Cobro do ministro e nada", queixou-se até mesmo um deputado do PT, Luis Lauermann. O deputado João Fischer, ligado aos calçadistas, reclamou: "É hora de deixar a diplomacia de lado e retaliar".

    . Dilma Roussef não quer marola às vésperas da eleição presidencial da qual a presidente Cristina Kirchner é a candidata mais competitiva.

    . O   governo federal tolera as retaliações argentinas porque o Brasil exporta mais do que importa da Argentina. Segundo pesquisas do editor, a balança comercial brasileira foi superavitária em 2009, 2010 e 2011 (até julho): US$ 1,5 bilhão, US$ 4,1 bilhões e R$ 3 bilhões.

    . O problema maior nem é político, porque a economia brasileira é complementar à economia argentina, mas a economia gaúcha compete com a economia argentina. Os números são claríssimos. No ano passado (nos anos anteriores não foi muito diferente) eis como se comportou a balança comercial com os argentinos: exportações, US$ 1,2 bilhão; importações, US$ 2,2 bilhões; déficit, US$ 1,2 bilhão.

    - Saídas ? Medidas compensatórias para os produtos gaúchos que competem com os argentinos e também uma política econômica local de agregação maior de valor. 

    A frase da semana, do mês, do ano (e de 2012, tambem...)

    A inflação está sob controle e irá convergir para o centro da meta em 2012.

    Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em depoimento na Comissão Econômica do Senado Federal (28/09/2011)

    Rendez-vous em 2012, para conferir...

    Doutorado Honoris Causa da humildade: os melhores elogios sao sempre em causa propria...

    Honni soit qui mal y pense...
    Imaginem se fosse proibido falar de seus próprios méritos num evento como esse: o novo doutor teria de ficar calado, por não poder falar bem de si mesmo e de tudo de bom que ele fez por Garanhuns, pelo Brasil, pela humanidade?
    Seria terrível...
    Ainda bem que os franceses, sendo egocêntricos eles mesmos, são condescendentes com os muito egocêntricos: como eles inventaram tudo de bom que existe no mundo desde que Paris é Paris, eles devem saber que esse tipo de exercício pode ser permitido, inclusive pelo politicamente correto que representa: não é todo dia que a Europa se curva ante um personagem do Terceiro Mundo, embora isso seja mais comum na França...
    Paulo Roberto de Almeida

    Aclamado por estudantes, Lula recebe honoris causa em Paris

    Recebido como pop-star, ex-presidente elogia o próprio mandato e dá conselhos à Europa em crise durante cerimônia

    27 de setembro de 2011 | 18h 19
    Andrei Netto, correspondente de O Estado em Paris
    PARIS - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma recepção de pop star neta terça-feira, 27, em Paris, durante a cerimônia de entrega do título de doutor honoris causa pelo Instituto de Estudos Políticos (Sciences-Po), o maior da França. Em seu discurso, o ex-chefe de Estado enalteceu o próprio mandato e multiplicou os conselhos aos líderes políticos da Europa, que atravessa uma forte crise econômica. Antes, durante e depois, Lula foi ovacionado por estudantes brasileiros, na mais calorosa recepção da escola desde Mikhail Gorbachev.
    Ex-presidente recebeu o prêmio e fez discurso de 40 minutos - Divulgação
    Divulgação
    Ex-presidente recebeu o prêmio e fez discurso de 40 minutos
    A cerimônia foi realizada do auditório do instituto, com a presença de acadêmicos franceses e de quatro ex-ministros de seu governo: José Dirceu, Luiz Dulci, Márcio Thomaz Bastos e Carlos Lupi. Vestido de toga, o ex-presidente chegou à sala por volta de 17h30min, acompanhado de uma batucada promovida por estudantes. Ao entrar no auditório, foi aplaudido em pé pela plateia, aos gritos de "Olé, Lula".
    Em seguida, tornou-se o primeiro latino-americano a receber o título da Sciences-Po, já concedido a líderes políticos como o tcheco Vaclav Havel. Em seu discurso, o diretor do instituto, Richard Descoings, se disse "entusiasta" das conquistas obtidas pelo Brasil no mandato do petista. "O senhor lutou para que o Brasil alcançasse um novo patamar internacional", disse, completando: "Não é mais possível tratar de um assunto global sem que as autoridades brasileiras sejam consultadas".
    Autor do "elogio" a Lula - o discurso em homenagem ao novo doutor -, o economista Jean-Claude Casanova, presidente da Fundação Nacional de Ciências Políticas, lamentou que a Europa não tenha um líder "de trajetória política tão iluminada". Casanova pediu ainda que Lula aproveitasse "sua viagem para dar conselhos aos europeus" sobre gestão de dívida, déficit e crescimento econômico.
    Lula aceitou o desafio e encarnou o conselheiro. Em um discurso de 40 minutos, citou avanços de seu governo, citando a criação de empregos, a redução da miséria, o aumento do salário mínimo e a criação do bolsa família e elogiou sua sucessora, Dilma Rousseff. "Não conheço um governo que tenha exercido a democracia como nós exercemos", afirmou, no tom ufanista que lhe é característico.
    Então, lançou-se aos conselhos. Primeiro criticou "uma geração de líderes" mundiais que "passou muito tempo acreditando no mercado, em Reagan e Tatcher", e recomendou aos líderes da União Europeia que assumam as rédeas da crise com intervenções políticas, e não mais decisões econômicas. "Não é a hora de negar a política. A União Europeia é um patrimônio da humanidade", reiterou.
    Na saída, estudantes cantaram a música Para não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré, e se acotovelaram aos gritos por fotos e autógrafos do ex-presidente, que não falou à imprensa. Impressionado com a euforia dos estudantes, Descoings comparou, em conversa com o Estado: "A última vez que vi isso foi com Gorbachev, há cinco ou seis anos. Mas com Lula foi ainda mais caloroso."
    Veja também:
    link Lula recebe título de doutor honoris causa da UFBA
    link Lula receberá seu sexto título de Doutor Honoris Causa
    link
    Lula dedica título 'honoris causa' a José Alencar

    ===========

    Terminando, sem terminar:

    Bem, depois desses conselhos, a Grécia está com todos os seus problemas resolvidos, não é?
    Ou não?
    Será que o economista Jean-Claude Casanova não vai transmitir esses conselhos aos gregos, ao BCE, ao Conselho Europeu, ao G20, ao FMI?
    Não há que perder tempo...
    Paulo Roberto de Almeida

    Cambio na OMC: wishful thinking (ou, ilusoes são as últimas que morrem...)


    Desvalorização das moedas será tema da OMC
    Renato Carvalho
    DCI, 28/09/2011

    A desvalorização artificial das moedas deve ser tema a ser tratado pela Organização Mundial do Comércio. A opinião é da professora da FGV,Vera Thorstensen, que foi assessora econômica da missão do Brasil em Genebra. "Ou a OMC assume a discussão sobre o câmbio ou perde o senso de realidade", afirmou. A manipulação de moedas, além de dar vantagem em relação aos concorrentes, anula o efeito de ações de proteção comercial.

    Doctorat Honoris Causa en Publicite de Soi-Meme (et comment...)

    Et pour cause...
    Provavelmente, a maior, a melhor, a mais eficiente, aliás em certo sentido a ÚNICA política realmente existente nesse governo do nunca antes, tenha sido a publicidade.
    Nunca antes na história deste país, ou na história de qualquer outro país, em qualquer época histórica, lugar e circunstância, um dirigente foi tão adulado, tão incensado, tão autoelogioso consigo próprio, nunca antes tantos pagaram tanto por tão poucos (na verdade uma única pessoa, elle mesmo), nunca fomos tão bombardeados por propaganda incessante, mentirosa, calamitosa e, no fundo, criminosa (ao consumir recursos tão necessários em vários áreas com publicidade enganosa de um produto duvidoso).
    Creio que pode até merecer algum premiozinho de marketing, se por acaso tivesse efeitos especiais realmente dignos de elogios, e não fosse apenas uma propaganda viciada e viciosa de um personagem com um ego maior que a Terra (talvez maior que a galáxia).
    Paulo Roberto de Almeida

    Primeiro a notícia de imprensa:


    Lula recebe título de Doutor Honoris Causa na França

    No discurso, Lula exaltou realizações de seu governo. "Os pobres passaram a ser tratados como cidadãos", afirmou

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira (27) o título de Doutor Honoris Causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris – conhecido como Sciences Po. Lula foi a 16ª personalidade – a primeira latino-americana – que recebeu essa láurea desde a fundação da instituição, em 1871.

    Em seu discurso, Lula falou sobre suas ações durante os oito anos à frente do governo federal, ressaltando o crescimento do emprego, a distribuição de renda e os investimentos em educação.

    “Em oito anos e meio foram criados 16 milhões de novos empregos formais. O salário mínimo teve um aumento real de 62%, e todas as categorias de trabalhadores fizeram acordos salariais com ganhos acima da inflação”, disse Lula.

    “Os pobres passaram a ser tratados como cidadãos. Governamos para todos os brasileiros e não apenas para um terço da população, como habitualmente acontecia”, completou o ex-presidente.

    Lula citou a criação de 14 novas universidades federais e 126 extensões universitárias durante o seu governo. “Embora eu tenha sido o único governante do Brasil que não tinha diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades na história do Brasil, e isso possivelmente porque eu quisesse que parte dos filhos dos brasileiros tivesse a oportunidade que eu não tive.”

    Compareceram ao evento o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), os ex-ministros Márcio Thomaz Bastos e José Dirceu, os diretores do Instituto Lula Luiz Dulci e Clara Ant, o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, além do ex-primeiro ministro de Portugal, José Sócrates.

    Este é o sétimo título de Doutor Honoris Causa recebido por Lula, e o segundo fora do Brasil. Muitos doutoramentos foram aprovados antes ou durante os mandatos do ex-presidente, mas Lula optou por recebê-los quando deixasse o governo.

    ==========

    Agora o comentário recebido de um correspondente:

    Não se trata de ter má vontade eterna com Lula, se trata de de respeitar a verdade, que Lula não respeita, porque foi (e é), o governante que mais propagou inverdades na história do Brasil para gerar factóides a seu respeito. 
    O Governante que se aproveitou mitos fabricados a respeito de si próprio.
    Primeiro, porque não tem a menor idéia do que este diploma significa, nem  o que é este instituto de altos estudos políticos, nem o que ele faz.
    Segundo, porque não havia tradução simultânea, ele não entendia nada do que estava acontecendo, nem uma virgula.
    Terceiro, que a instituição, o Science Politiques, teve em mente fazer puxa-saquismo intelectual, porque os franceses também não têm a menor idéia do que realmente  se passou nos anos Lula no Brasil e o que realmente Lula fez no Governo, mas devem achar maravilhoso o que ele fez, porque a palavra mágica governar contra as "elites" é o mote para ganhar um titulo assim.
    Ao afirmar que "os pobres passaram a ser tratados como cidadãos", Lula já está sendo inverídico, porque desde a Constituição de 88, isto está ocorrendo no Brasil. Lula não inventou uma nova ordem constitucional, embora se apresente assim, desta maneira..
    Quarto, lula manejou números requentados, a idéia de criar 16 milhões de novos empregos é outro numero mágico que junta todos os empregos, incluindo a simples reposição dos empregos que haviam sido perdidos no governo anterior, reposição estática. Dividido por 8 anos dá dois milhões de novos empregos por ano, o que até é pouco para o que o Brasil precisa.
    A juventudade ainda está desempregada e não há um sistema de treinamento e recolocação eficiente para os pobres adultos desempregados, nem um sistema efetivo de Bem Estar Social no Brasil.
    Que Lula nem seus principais assessores sabem o que significa. O Brasil ainda vive de programas compensatórios de renda.
    Quinto, Lula enfim não fez uma revolução cultural ou social no Brasil embora se embeveça em afirmar isto o tempo inteiro. Aproveitou uma conjuntura internacional favorável, onde os produtos primários estavam em alta e não cresceu o que deveria, deu muito dinheiro para banqueiros para financiar também o crescimento das camadas mais pobres da população, com isto rompendo a barreira da estagnação do mercado de baixa renda no Brasil, que sempre tinha o stop and go, crescia e parava, crescia e parava, foi isto.
    Fala em números de crescimento da educação que não são verídicos.Não abriu universidades, simplesmente ampliou modestamente o que existia.
    A educação ainda está calamitosa no Brasil, simplesmente clamitosa, nos níveis elementar e médio.
    Trata-se do melhor exemplo de repetir uma inverdade até que os outros se cansem de refutá-la, porque aí a inverdade já está nos ouvidos das pessoas....

    Doutorado honoris causa em humildade: nunca antes...

    Destaco desta nota laudatória da representação do maior partido do Ocidente -- como se dizia nos velhos tempos da Arena, de saudosa memória para alguns -- o conceito de humildade.
    Sim, humildade.
    Ele aparece quatro vezes no texto abaixo, o que talvez recomendaria à Sciences Pô criar um doutorado em humildade, que é, como diriam os franceses, "le caractère d'être humble".
    De fato, é o que mais distingue, caracteriza, define a personalidade do novo doutor honoris causa pela rue Saint Guillaume, onde estarei dentro de poucos meses e onde certamente me perguntarão o que eu acho disso.
    Poderei dizer: "Je n'ai pas de mots, je suis sans parole...".
    Ou então, direi isso mesmo: ele recebeu a distinção exatamente por ser humilde. 
    Nunca antes, na história deste país, na da França, ou na de qualquer outro lugar deste nosso humilde planetinha redondo, e tão sujeito a poluição que vai de um lado a outro -- se ele fosse quadrado, isso não aconteceria, certamente -- um dirigente político foi tão (como é mesmo?) humilde.
    C'est ça: humble...
    Os franceses é que são... -- comment dirais-je? -- arrogantes.
    Ils sont fous, ces gaulois...
    Paulo Roberto de Almeida

    Líder homenageia Lula por mais um título doutor honoris causa
    Informe da Liderança do PT na Câmara dos Deputados, 28/09/2011

    Em artigo, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do PT na Câmara, enaltece o título de doutor honoris causa concedido ontem ao ex-presidente Lula pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris e ressalta uma das principais qualidades do ex-mandatário: a humildade. Lula é o primeiro latino-americano a receber tal honraria.

    De Garanhuns a Paris
    Nascido na pequena Caetés, distrito do município de Garanhuns, o pequeno Luiz Inácio da Silva deixou o agreste pernambucano para se tornar, décadas depois, o Lula que o Brasil e o mundo aprenderam a admirar e a respeitar.
     
    Não apenas por suas qualidades de líder político, mas também pela sua capacidade de captar, traduzir e expressar os sentimentos do povo que o elegeu duas vezes presidente da República e o consagrou como o mandatário mais popular que o Brasil já teve na sua árdua e sinuosa história que ultrapassa o meio milênio.
     
    A humildade, como bem registrou o genial poeta e dramaturgo T.S. Eliot, é uma forma especial de sabedoria. É o tipo de qualidade que inspira a humanidade, mas, via de regra, alcança menos as pessoas quanto mais degraus na escada do poder elas galgam.
     
    O título de doutor “honoris causa” que Luiz Inácio Lula da Silva recebeu do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o Sciences Po, por sua “contribuição ao desenvolvimento econômico e social de seu país”, ainda que indiretamente, premia também a humildade enquanto virtude, tão bem personificada pelo nosso ex-presidente.
     
    Em 140 anos de existência da instituição, Lula é o 16º agraciado com o título, sendo o primeiro latino-americano a receber a honraria.
    Em seu discurso de agradecimento, se disse “orgulhoso de ter criado 14 universidades, 126 campi universitários e 214 escolas técnicas”, demonstrando que “um metalúrgico sem diploma universitário podia fazer mais do que a elite política do Brasil”, embora o preconceito de classe lhe seja uma sombra constante, despertado inclusive pelo anúncio da entrega deste título por parte do Sciences Po.
    Os 2.400Km que separam Garanhuns de Santos – e os 59 anos passados após a viagem do menino Lula rumo ao litoral de São Paulo – são ínfimos diante da grandeza à qual as duas gestões do presidente Lula alçaram o Brasil.
    Por seus feitos à frente da nossa imensa Nação, que cansou de se conformar em ser “o país do futuro” para transformar o seu presente e tomar para si a condução dos seus rumos, Lula já havia conquistado o seu lugar cativo na história dos grandes vultos do Brasil.
    Agora, percorrendo os quatro cantos do globo para partilhar – sempre com a humildade que caracteriza a sua prática e o seu discurso – suas experiências e lições de estadista, Lula caminha para se tornar um personagem dos mais notáveis do nosso tempo.