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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Quadrilheiros agradecem a (in)Justica, (in)Justica ajuda quadrilheiros

Os companheiros quadrilheiros estão contentes: já não se poderá condená-los mais, pelo menos não formalmente, por "formação de quadrilha". Isso no plano puramente processual.
No plano da moral, eles continuarão a ser o que sempre foram: quadrilheiros desprezíveis.
Paulo Roberto de Almeida 

Melhor para os mensaleiros

Editorial O Estado de S.Paulo, 16 de dezembro de 2011 | 3h 06
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski não conta propriamente uma novidade ao dizer que, "sem dúvida nenhuma", alguns dos crimes de que são acusados os réus do mensalão estarão prescritos quando o processo for julgado. O tempo joga a favor principalmente dos réus primários, que poderão deixar de cumprir as penas a que forem condenados, conforme a sua severidade. Incumbido de revisar o parecer do relator do caso, Joaquim Barbosa, Lewandowski afirmou à Folha de S.Paulo que dificilmente o julgamento ocorrerá em 2012. Não há previsão para o término do trabalho de Barbosa. O relator licencia-se frequentemente para tratar de um crônico problema ortopédico. Há pouco, por exemplo, viajou aos Estados Unidos para exames. E o ministro revisor, por sua vez, diz que terá de começar "do zero" quando receber o processo de 130 volumes, com mais de 600 páginas de depoimentos.
O mensalão - o suborno sistemático de deputados federais para agir de acordo com os interesses do governo, no primeiro mandato do presidente Lula - foi denunciado em junho de 2005 pelo cacique petebista e então deputado Roberto Jefferson, numa clara represália à revelação de maracutaias na cúpula dos Correios, controlada por ele. Em abril de 2006, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu ao STF abertura de processo contra 40 envolvidos no escândalo, entre eles o próprio Jefferson e, notadamente, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado como "chefe da organização criminosa" que operou e se beneficiou do esquema. Jefferson e Dirceu tiveram cassados os seus mandatos parlamentares. Em agosto de 2007, enfim, o Supremo fez história ao acolher a imensa maioria das denúncias do procurador sobre formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, evasão de divisas, peculato e gestão fraudulenta.
Os ministros, como se ressaltou à época, não aprovaram a abertura de processo apenas porque os gritantes indícios coletados pelo procurador impediam a impronúncia sumária dos acusados. No seu voto, Joaquim Barbosa, por exemplo, definiu o mandachuva petista José Dirceu como "comandante supremo da trama". No entanto, as esperanças de que a ação - sem prejuízo do devido processo legal - teria um curso comensurável com o peso sem precedentes do escândalo e com a força das evidências levadas à Corte foram se transformando em frustração com a demora em começar o julgamento dos 38 réus remanescentes. É inegável também que o mensalão foi saindo, como se diz, do radar da opinião pública, pela tediosa reprodução de ilícitos cometidos por figuras carimbadas da política. Nos ensaios de protestos públicos contra a leva de denúncias de corrupção no governo Dilma, o maior de todos os casos parece ter sido esquecido.
Contra esse pano de fundo, a admissão do ministro Lewandowski de que uma parcela indeterminada de mensaleiros deixará de cumprir algumas das penas a que for condenada, em virtude da prescrição dos seus crimes, teve o efeito paradoxal de devolver à cena a inaceitável lentidão do Supremo Tribunal em levar a matéria a um desfecho - lentidão que equivale a uma forma de impunidade. No limite, isso é mais danoso para a imagem da Justiça e para a infusão de um mínimo de decência nos costumes políticos nacionais do que seria uma inimaginável absolvição dos principais protagonistas da operação que expôs as entranhas do governo Lula. Não por outro motivo, decerto, o presidente do STF, Cezar Peluso, pediu ao relator Barbosa que repasse os autos em versão digital aos colegas para não "retardar ainda mais" a decisão do caso e evitar os "riscos inerentes à delonga do processo". A rigor, o pedido é supérfluo: os ministros podem solicitar a qualquer momento acesso aos autos dos processos em tramitação na Corte.
Não se entende, aliás, por que o revisor Lewandowski depende de receber o parecer do relator para "começar do zero", ou seja, examinar os volumosos autos do caso. Tampouco se entende por que Barbosa, prejudicado no seu papel por uma dolorosa condição clínica que já limita a sua atividade no colegiado, não abre mão da relatoria - para que se faça Justiça a tempo.

Barry Eichengreen sobre o privilegio exorbitante do dolar e os problemas americanos


Globalist Bookshelf > Global Economy
U.S. Dollar Decline as a National Strategy?

By Barry Eichengreen | Friday, December 16, 2011


Some prominent economic analysts have called for a weaker dollar as a cure for the United States’ economic ills. They argue it would rebalance the U.S. economy toward exports and help reduce income inequality. But as Barry Eichengreen, author of “Exorbitant Privilege,” explains, such a strategy would not work as advertised.
Considering the United States’ continuing economic turmoil, some very smart people argue that dollar depreciation and rebalancing the U.S. economy toward exports are ideas to be welcomed, not resisted. Their argument is that the strong dollar that resulted from America’s exorbitant privilege of serving as the world’s reserve currency for well over half a century now has contributed to the hollowing out of the American manufacturing industry.


Changes in exchange rates cannot solve all problems. If Americans are concerned, as they should be, with income inequality, they will need to address it through other means.

Given that there are fewer people engaged in manufacturing in the United States, and hence fewer people with jobs from whom to learn, learning on the job — a crucial part of any advanced and successful manufacturing economy — has been slowed. This, in turn, has set back improvements in efficiency, long a U.S. hallmark. All the while, other manufacturing-heavy economies, from Germany to China, have been sprinting ahead.
If only we pursued a weaker dollar strategy, then, the argument goes, the United States would be in a position to produce more manufactured goods for foreign consumption, instead of using the nation’s productive potential to prepare fast-food meals for American households (a curious strategy anyway, since they are eating out less).
With households tightening their belts (in both senses), there will be more good jobs and fewer “McJobs.” Another way of thinking about this change is as a shift in the composition of what America exports: from the derivative securities purchased by foreign central banks and private investors, toward John Deere earthmoving equipment, Boeing Dreamliners and — who knows — maybe even motor vehicles and parts.
This shift, as it is envisioned, would also help to redress the problem of income inequality, according to the advocates of a weaker dollar, since manufacturing uses more blue-collar labor than does the financial sector. The growth of income inequality in the United States in the last decade was largely accounted for by the exceptional increase in the compensation of the top 0.01% of earners.
Suffice it to say that these folks were not assembly-line workers. A substantial share of that top-earning group was made up of the managing directors and executives of investment banks, hedge fund managers and private equity and venture capital professionals. With the United States now producing and exporting fewer financial services, and with more blue-collar workers in good manufacturing jobs, it is believed, this trend will be reversed.


Some argue the U.S. should restrain the growth of labor costs à la Germany, and also actively lower its exchange rate in the manner of China.
Moreover, other countries have boosted their manufacturing sectors by keeping their exchange rates low and exporting more of what they produce. The proposition is that the United States should meet fire with fire, not simply restraining the growth of labor costs à la Germany, but also actively lowering its exchange rate in the manner of China.
If only it were true. It would be nice if a lower dollar could miraculously rejuvenate American industry and create large numbers of manufacturing jobs, while narrowing income inequality. But the circumstances of the United States are not the same as Germany’s. Having long been the producer of capital goods for much of Europe, Germany is a dominant supplier of production equipment, now also to emerging markets.
While it has other economic and financial problems, with a well-developed system of apprenticeship training providing legions of skilled mechanics, it never allowed its manufacturing sector to wither. Attempts to grow U.S. manufacturing employment would have a less favorable starting point.
The circumstances of emerging markets like China differ even more radically from those currently prevailing in the United States. China has been able to grow its manufacturing employment and raise the incomes of its unskilled masses by shifting rural peasants into assembly operations, where they can learn the requisite skills in a matter of days.
This is not unlike the situation in Highland Park, Michigan, a century ago when Henry Ford built the first assembly line. The simplicity of the technology used to produce the Model T, by our contemporary standards, made it possible to train workers, many of whom were immigrants or straight off the farm, in less than a week.


When shifting a worker from a fast-food restaurant to a semiconductor plant, the fundamental constraint is imparting the skills, not simply lowering the cost of their labor.
The situation in the United States today is different. Manufacturing has migrated to developing countries — thankfully so, for this is what we mean by economic development. The spread of industrialization is lifting two-thirds of the world’s population out of poverty. Developing countries increasingly dominate industries that rely on unskilled and semiskilled labor that can be trained in a week, since this is what they possess in abundance.
This also means that the U.S. equivalent of China shifting a rural peasant into assembly operations is shifting a worker from the counter of a fast-food restaurant to the foundry of a semiconductor fabrication plant. But this is not how the world works. Manufacturing activities in which the United States is internationally competitive require skilled workers, not hamburger flippers. Given time, more Americans can acquire the skills and training to work in a semiconductor fab. But the fundamental constraint is imparting the skills, not simply lowering the cost of their labor.
None of this should come as a surprise. If you ask which U.S. plants have shut down as a result of Chinese competition, the answer is low-productivity plants with lots of production workers. An exchange rate for the U.S. dollar that is, say, 30% lower is not going to be of much help to an unskilled or semiskilled worker in the United States competing head-to-head with Chinese labor, especially when labor productivity in China is growing by 6% per annum.
Ramping up U.S. exports is desirable on any number of grounds. But it will benefit mainly capital and skilled labor, since they are the factors used intensively in the production of those exports, not the unskilled workers whose jobs have migrated to developing countries.
Changes in exchange rates cannot solve all problems. If Americans are concerned, as they should be, with income inequality, they will need to address it through other means, be they changes in the tax code, caps on bankers’ bonuses or more investment in education and training.
Editor's Note: This feature is reprinted from "EXORBITANT PRIVILEGE: The Rise and Fall of the Dollar and the Future of the International Monetary System" by Barry Eichengreen with permission from Oxford University Press, Inc. Copyright © 2011 by Barry Eichengreen.

Minhas previsoes imprevisiveis para 2012: sempre otimista...

2012 vai ser um grande ano, como todos sabem e esperam. A começar que é bissexto, assim que teremos um dia a mais para não fazer nada, espichar na praia, ficar na rede, ou pensar em adotar um novo feriado nacional, desses feriados idiotas que o Congresso aprova todo ano, homenageando categorias profissionais, evangélicos ou qualquer heroi da pátria.
Aliás, começamos o ano comemorando -- se é o caso de dizer -- os cem anos da morte de um verdadeiro heroi da pátria, o Barão do Rio Branco, que teve a má sorte de morrer pouco antes do Carnaval de 1912. Como lembra meu amigo e historiador (mas uma coisa não está relacionada à outra) Luis Cláudio Villafañe Gomes Santos, autor de um excelente "O dia em que adiaram o Carnaval" (Unesp, 2011), o presidente Hermes da Fonseca resolveu adiar o Carnaval, em homenagem ao Barão, de fevereiro para abril. Não deu outra: o povo pulou carnaval duas vezes naquele ano: em fevereiro (que ninguém é de ferro) e em abril também, uma justa homenagem ao Barão (podia ser com "b" minúsculo, pois só tem um).
Bem, uma vez passado o Carnaval, e lembrando que continuaremos atrasados nos preparatrivos para a Copa, para as Olimpiadas, para os 200 anos de independência, em 2022, e que continuaremos atrasados para quase tudo, bem, como eu dizia, independentemente disso tudo, cabe, como é a tradição, e como é meu hábito, ainda assim registrar a passagem de mais um ano perdido para o futuro do Brasil por meio de previsões otimistas para o ano que se aproxima (ou que se abaterá sobre nós, conforme é sua disposição).
Como sabem muitos, todo final de ano eu faço minha previsões para o ano que se aproxima, com esta pequena peculiaridade que minha previsões NÃO SÃO para acontecer, são exatamente de coisas que não têm a mínima chance de se materializarem, de se transformarem em realizações práticas, uma vez que essa coisa de cumprir boas promessas não entra simplesmente nos hábitos nacionais.
Não, não vou prometer coisas simples como emagrecer ou arrumar meus livros, jogar papéis velhos fora, ou escrever aquele livro longamente planejado.
Minhas promessas, ou previsões, são grandiosas, elas atingem nada mais nada menos do que o orgulho nacional, daí a razão de expô-las em público, como faço agora:


1) O governo vai finalmente reduzir as despesas públicas abaixo do crescimento do PIB e da inflação.
2) Os deputados e senadores passarão a trabalhar mais de um dia e meio por semana.
3) Os mesmos deixarão de aumentar seus próprios salários até o limite constitucionalmente estabelecido (mas que representa apenas uma pequena parte do dinheiro que passa pelos gabinetes...).
4) O Brasil vai deixar de ser protecionista.
5) Um ex-presidente vai deixar de subir em palanques reais e virtuais e parar de ofender a inculta e bela.
6) O MST não vai mais invadir terras públicas e fazendas privadas.
7) Os estudantes da Fefelech vão parar de fumar maconha no campus.
8) Juizes vão reconhecer que ganham desproporcionalmente (inversamente) a sua produtividade.
9) Professores vão começar a dar aulas.
10) Um partido de espertos vai parar de fazer conferências nacionais sobre qualquer coisa e parar de pedir a "democratização da mídia."


Por fim, uma promessa pessoal, imprevisível, como tantas outras: prometo que vou parar de escrever besteirol neste blog.
Bom 2012 a todos...
Paulo Roberto de Almeida


PS.: Duas últimas previsões, estas não mais imprevisíveis, mas totalmente previsíveis: 


11) Anônimos Adesistas, governistas enragés, frustrados, medíocres, companheiros masoquistas, ignorantes ingênuos, mentirosos contumazes, antiglobalizadores esquizofrênicos, alternativos sem alternativas factíveis, chatos em geral, continuarão a vigiar cuidadosamente este blog, para corrigir cada falta de letra, cada erro digital, cada expressão dúbia ou equivocada, em função da pressa, da rapidez ou da distração deste blogueiro voluntário (mas também, por vezes, por culpa do corretor ortográfico, em inglês, deste blog, que come letras sem me avisar), e, incapazes de redigir três linhas de sua própria cabeça (enfim, existem outras partes do corpo também, mas eles usam para outras coisas), ou de manter um blog próprio, continuarão a comentar anonimamente, para xingar o autor destas linhas, expressando toda a sua raiva em relação às ideias aqui defendidas, ou à postura do autor. Eles vão continuar felizes assim, e eu agradeço a eles, sinceramente, por corrigirem os erros que invariavelmente aqui cometo.


12) Este que vos escreve continuará, também previsivelmente, a chatear e a provocar os acima mencionados, defendendo ideias que eles abominam, gozando de seus equívocos, condenando suas patifarias, denunciando suas mentiras, expondo seus crimes (de todos os tipos, sobretudo aqueles contra a inteligência dos demais leitores deste blog) e suas propostas risíveis e nefastas, para maior indignação desses mesmos indignados, que visitam o blog com propósitos masoquistas.

O protecionismo mental brasileiro: Receita barra importacoes

O que este advogado está dizendo, já sabe há muito tempo, talvez há décadas, praticamente desde o século 19: o Brasil é inveteradamente, proverbialmente, notoriamente um país mercantilista, posicionado contra as importações, por medo, incapacidade de competir, fechamento mental típico de reinos temerosos do estrangeiro como Portugal, preocupados com o balanço de pagamentos como o Brasil desde sempre.
A Receita é o órgão abusivo, praticamente fascista, que se encarrega de "equilibrar" -- contra a lei e contra o bom-senso econômico -- as transações correntes, obviamente não pelo aumento da produtividade ou ganhos de competitividade dos produtos brasileiros no exterior -- ou seja, pela expansão das exportações -- mas pel contenção das importações.
Não estamos perto de ver a eliminação ou diminuição dessa mentalidade. O governo se encarrega de nos lembrar, de expandir e reforçar essa postura protecionista, todos os dias...
Paulo Roberto de Almeida
André Oliveira Brito
15 Dec 2011 04:34 AM PST

É recorrente o tema relacionado à importação e exportação, haja vista que intimamente ligado a balança comercial brasileira.

Contudo a postura governamental, refletida pelas ações de seus agentes fiscais, denota uma possível artificialidade em relação à balança comercial.

Com efeito, em que pese o Brasil ser signatário de diversos Acordos e Tratados Internacionais, vê-se que a política de fato, aquela aplicada no "chão das aduanas", desconsidera a existência desses instrumentos, limitando-se a seguir normas internas da Receita Federal, muitas das quais completamente dissociadas da realidade legislativa, verdadeiros "franksteins" para minar o poder de reação das empresas importadoras e, dessa forma, apresentar balanço positivo do comércio exterior.

É bem verdade que a área de importação está permeada de empresas constituídas apenas para burlar o fisco e obter redução da elevada carga tributária do nosso País.

Não devemos aquiescer com práticas ilegais que deságüem em redução de tributos (veja o caso dos lençóis contaminados), nem tampouco devemos concordar ou chancelar iguais práticas ilegais dos agentes fiscais em nome da "defesa do mercado interno" (será que nenhuma importação de tecido contaminado foi parametrizada para o canal vermelho de conferência, aquele que implica em vistoria física da carga?).

Talvez daí nasça o desinteresse em aprofundarmos a discussão sobre temas aduaneiros relacionados à importação: a importação não é boa para o País.

Contudo, sem muito adentrar à questão filosófica ou partidária da assertiva, entendo que importação e exportação devem possuir gráficos tendentes ao equilíbrio, sem artificialismos.

A importação é positiva à medida que destrava as relações políticas com o País exportador, ampliando o poder de barganha em diversas outras áreas, como tecnologia, educação, etc.

Cabe ao País que importa, de outra banda, propiciar meios para que seu empresariado alcance igualmente os mercados externos de forma competitiva, jamais atuando "nos bastidores" para minar as importações.

O desinteresse sobre o tema é tão grande que inexiste, salvo OAB/SP, comissões de Direito Aduaneiro que fomentem a discussão, que busquem interferir de forma positiva para alcançar o equilíbrio normativo em relação à matéria. Apenas a Receita Federal edita, sem medidas ou freios, normas leoninas (muitas abusivas e ilegais) para "regular" a atividade de importação.

Some a isso o fato de que a pena máxima aplicada em desfavor do importador, o perdimento de bens, ser julgado em instância única, além de está em vigor, pendente de apreciação da ADI 4296 de relatoria do Ministro Marco Aurélio, norma que desautoriza a liberação de bens importados em sede liminar ou antecipação de tutela.

Ao importador resta ceder às pressões do fiscal, muitas delas indizíveis, sob pena de sofrer o dissabor do perdimento, da cassação de CNPJ e até mesmo de representações para fins penais.

A verdade é que a ausência de discussão sobre o tema gera um verdadeiro terror nas aduanas, pois as normas, sob a ótica de muitos fiscais, são mutáveis e moldáveis ao fato, não o contrário, o correto.

Desta feita, as normas que possuem em seu nascimento um objetivo nobre, acabam desvirtuadas e servindo para interesses, por assim dizer, "menos nobres".

É o caso da IN/SRF nº 228/2002 nascida com o objetivo de impedir a lavagem de dinheiro ou o fluxo de capital de células terroristas no País (editada em razão do 11 de Setembro).

Essa norma virou o "bicho papão", pois o importador, desconhecendo, em muitos casos, a motivação da sua seleção ao procedimento, vê-se compelido a depositar 100% do valor da importação, antes mesmo de auferir, em favor do fisco.

A norma trata de interposição fraudulenta, também sem adentrar a matéria, mas está se tornando um dogma da fiscalização.

A situação é tão crítica que muitas empresas idôneas acabam sendo dragadas pela atuação desmedida, recebendo tratamento de criminoso, de fraudador.

Com efeito, a única atividade humana que o erro é inadmissível (deveria ser a medicina), pelo menos para a aduana brasileira, é a importação. O erro é visto como fraude, fatos absolutamente corriqueiros e usuais acabam ganhando contorno de crime.

Tomemos como exemplo, sem nenhum objetivo de aprofundamento sobre a matéria, a questão do subfaturamento.

O tipo subfaturar, que implicaria em pagamento de pesada multa e recolhimento de tributos, vem sendo desprezado pela fiscalização. Subfaturar passou a ser tratado como fraude de valor, com isso traz-se a tona o terror, evita-se decisões judiciais em favor do importador (haja vista que o fraudador é uma espécie nociva) e, por fim, contornam diversas outras legislações para, ao invés de multar e cobrar o tributo, decretar a pena máxima de perdimento de bens, conduzindo o processo ao julgamento em instância única.

A ausência de discussões sobre o tema favorece a voz da fiscalização e acaba refletindo na jurisprudência do Poder Judicial, pois ao analisar os fatos sempre sob a ótica da fraude (bandeira sustentada pelas aduanas), muitas situações legais, ou simples erros, acabam em julgamento desfavorável.

Assim, e que não me deixem mentir os muitos importadores, o ramo de importação tornou-se de elevadíssimo risco, terra onde a insegurança jurídica impera.

Certamente o aprofundamento do tema, a franca discussão, o debate acadêmico e a participação da OAB, por intermédio de suas seccionais, permitam um maior grau de certeza por parte dos importadores, reduzindo o risco da atividade.

Elaborado por:
André Oliveira Brito - Advogado

Leia em: http://www.comexdata.com.br/index.php?PID=1000000687#ixzz1gbe2SogN

China: a grande queda ja chegou...

"RESSACA ÉPICA DA CHINA COMEÇA"!
 A. Evans - Editor de Negócios Internacionais 

The Telegraph, 15/12/2011

1. A Bolha de crédito da China finalmente estourou. O mercado imobiliário está balançando descontroladamente. É difícil obter bons dados na China, mas algo está errado quando o site de imóveis Homelink relata que o preço das casas novas em Pequim despencou em novembro em relação ao mês anterior. Se isto é remotamente verdade, o calibrado pouso suave que as autoridades chinesas pretendiam está indo muito errado e os riscos girando fora de controle.
 
2. Os investidores estão subestimando maciçamente o risco de uma aterragem forçada na China, e certamente de outros BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China).  Os BRICs estão caindo como tijolos (bric em inglês) e as crises são o home-blown, causado por seus próprios ciclos de altos e baixos de crédito.   Acho que é altamente provável que a China vá desvalorizar o yen no próximo ano, arriscando uma guerra comercial.

3. A economia está totalmente fora dos eixos. O consumo caiu de 48pc para 36pc do PIB desde a década de 1990. O investimento subiu para 50pc do PIB. Isso está fora das cartas, mesmo para os padrões do Japão, Coréia ou Taiwan. Nada assim tem sido visto antes em tempos modernos.  A Fitch Ratings afirmou que a China é viciada em crédito, mas com cada vez menos vontade para cada dose. Um dólar extra em empréstimos aumentou o PIB em 0,77 dólares em 2007. Agora em 2011 são $ 0,44. "A realidade é que hoje a economia da China exige um financiamento significativamente maior para atingir o mesmo nível de crescimento, como no passado", disse o analista chinês Charlene Chu.
 
4. Professor Patrick Chovanec da Tsinghua de Pequim School of Economics, disse que a desaceleração do mercado imobiliário China começou em agosto, quando as empresas de construção informaram que os estoques não vendidos atingiram US $ 50 bilhões. Isso já se transformou em "uma espiral descendente de expectativas".  Uma queima de estoques está em curso. Enquanto isso, a desaceleração está se infiltrando no núcleo das indústrias. A produção de aço tem fraquejado.

5. Pequim foi capaz de contrariar a crise global em 2008-2009 com o desencadeamento de crédito, agindo como um amortecedor para o mundo inteiro. É duvidoso que Pequim pode repetir este truque pela segunda vez.

6. Mark Williams da Capital Economics disse que a grande esperança era que a China usasse sua farra de crédito após 2008, para ganhar tempo, mudando os crônicos sobre-investimento para o crescimento do consumo. "Isso não saiu conforme o planejado. Na verdade, a China enfrenta uma ressaca de desalavancagem épica, como o resto de nós".

Hermanos... pero no mucho...

Alguém acredita que isto se fará?
Ingênuos...


Comunicado conjunto al término de la reunión bilateral entre Argentina y Brasil

El viernes 9 del corriente (12/2011) se reunieron en Buenos Aires los Ministros de Industria de Argentina y Brasil, Débora Giorgi y Fernando Pimentel, acompañados por los respectivos embajadores de ambos países, Luis María Kreckler y Enio Cordeiro, el Secretario de Industria y Comercio, Eduardo Bianchi y su contraparte brasileña, Alessandro Teixeira. El encuentro tuvo por objetivo avanzar en la instrumentación del Mecanismo de Integración Productiva (MIP) que acordaron las Presidentas Fernández de Kirchner y Rousseff la semana pasa en Caracas, Venezuela.

Entre los principales resultados de la reunión se acordó avanzar en una mayor participación regional en el comercio a corto plazo y la instrumentación de mecanismos binacionales de financiamiento que permitan potenciar el acceso a los mercados y una mayor integración de los aparatos productivos de ambos países.

Asimismo se acordó avanzar hacia un régimen automotriz bilateral basado en una mayor exigencia de contenido regional de autopartes y piezas que privilegie la agregación de valor y el desarrollo de proveedores nacionales con mayor contenido tecnológico.

En este mismo sentido, los funcionarios también acordaron impulsar la integración productiva en sectores estratégicos como autopartes, gas y petróleo, industria naval, aeronáutica y defensa, entre otros, destacándose que este proceso debe involucrar de manera activa a las empresas multinacionales para que éstas desarrollen proveedores locales y aparten al proceso de desarrollo tecnológico en la región.

Por su parte la delegación brasileña se comprometió a informar en el transcurso de la próxima semana acerca del modo por el cual se podrá instrumentar el acceso de proveedores argentinos a su sistema de compras públicas.

Tem gente que nao suporta podridao moral...

Pois é: a capacidade de indignação e de revolta não se esgotou. Brasileiros normais, como eu e 99% dos leitores deste blog, achamos inacreditável a podridão moral que se apossou do Brasil.
Pode até ser que não consigamos afastar esses bandidos, mas eles nunca dormirão pensando que todos somos indiferentes às suas fraudes, roubalheiras e mentiras.
E isto nos mais altos escalões desta república prostituida pelos mafiosos profissionais.
Paulo Roberto de Almeida 
PS.: Só não concordo com o autor em apontar um notório monopolista do setor do cimento e construção como um exemplo de dignidade. Quem enriqueceu à sombra da proteção estatal, dos oligopólios e monopólios construídos com a ajuda do Estado, cobrando preços extorsivos porque não nunca precisou enfrentar concorrência, não pode ser exemplo de nada, menos ainda de dignidade moral.

A podridão política e moral
João Bosco Leal

“Há de se notar que um indivíduo, vivendo em sociedade, constitui de certo modo uma parte ou um membro desta sociedade. Por isso, aquele que faz algo para o bem ou para o mal de um de seus membros atinge, com isso, a toda a sociedade” (Santo Tomás de Aquino, “Summa Theologiae”, I-II, q. 21, a. 3).
Lendo o pensamento de São Tomás, voltei o meu para pessoas que marcaram sua vida pela construção de algo que faria o bem ou o mal, de modo a atingir o coletivo. Aquelas que historicamente serão lembradas por prejudicarem, matarem, melhorarem ou salvarem a vida de milhões de seres humanos.
Adolf Hitler foi o primeiro a ser lembrado, mas também me lembrei de pessoas do bem, que nos mais variados setores, inventaram ou lutaram por algo que beneficiou toda a humanidade, como Thomas Alva Edison com mais de 1090 patentes - entre as quais a lâmpada incandescente -, Leonardo da Vinci, Albert Sabin, Nelson Mandela e Steve Jobs.
Infelizmente, após a posse de Lula, os casos corrupção no Brasil passaram a ocorrer em quantidade que "nunca antes na história desse país" haviam sido vistos e tornaram-se nossa maior praga moral. Pensando nos homens públicos brasileiros, só me lembro de pessoas corruptas e de raros exemplos de dignidade como o de Antonio Ermírio de Moraes.
Diariamente a imprensa denuncia novos casos de suspeita ou de corrupção já constatada, nos mais diversos setores da administração pública. São tantos os casos de mensalões, dólares na cueca, desvios, contas no exterior, palestras que rendem fortunas, ministros, políticos e diretores de estatais se encontrando com "chefões" em quartos de hotel, que já se aguarda a cada noticiário, qual será a nova descoberta.
Pessoas denunciadas continuam ocupando cargos públicos por meses, assinando novos contratos suspeitos, dando ordens para a execução de obras comprovadamente superfaturadas e só depois de pressões enormes acabam deixando o cargo, mas apesar dos "mal feitos" cometidos, invariavelmente é substituído por outro membro de seu próprio partido político.
Em uma nova espécie de "mensalão", os diversos Ministérios, empresas e bancos públicos, foram transformados em "propriedades" de partidos que passam a gerir as verbas destes como bem entendem. Em troca, esses partidos aceitam aprovar os mais diversos projetos do governo, inclusive a liberação de verbas legalmente vinculadas a áreas específicas, como as de saúde e educação, para serem utilizadas em quaisquer outras áreas de interesse do Poder Executivo.
Com esse tipo de desvinculação, o governo passa a liberar mais verbas para as emendas que foram propostas por membros do Poder Legislativo ao orçamento da União, conseguindo destes o apoio necessário para que tudo continue, até a necessidade da aprovação de novos projetos ou do novo orçamento para o ano seguinte.
As verbas liberadas para as emendas abastecem os interesses particulares dos membros que as propuseram e em contrapartida, estes aprovam novas solicitações de gastos e de aumentos salariais do Poder Judiciário, fechando o circulo.
Além dos prejuízos econômicos causados pelos participantes dessa farra, ocorre um ainda maior, imensurável, o prejuízo moral causado à população mais jovem, bombardeada em tal quantidade com esse tipo de informação que acabará entendendo ser esse o comportamento normal.
A destruição moral da juventude é mais grave do que a provocada por drogas, pois mesmo o viciado possui consciência do mal provocado por elas, mas aquele que perde sua base moral não a transmitirá a seus filhos e com o tempo, toda a população se tornará corrupta.
Não se pode admitir a continuidade dos corruptos na administração pública sob pena de, em breve, uma nova geração de brasileiros achá-la tão normal que esse impedimento já não será possível.
João Bosco Leal   www.joaoboscoleal.com.br

A "democracia" dos companheiros... farsa permanente...

Sim, eu sei que tem masoquistas frequentando este blog, gente que não pode consentir que alguém não seja adesista à causa da justiça social e da igualdade no ócio (ops, esta é só para os que trabalham em certos cargos de confiança).
Essa gente não consegue ler algo que não seja adesão, consentimento, complacência com o monte de bobagens que eles cometem todos os dias, todas as horas, todos os minutos.
Por isso, ficam nervosos quando lêem coisas discrepantes com os slogans que proclamam com a imprensa vendida, a seu favor claro (pois não conseguem ter uma imprensa que lhes seja favorável de graça, salvo a dos militantes que não sabem escrever...).
Paulo Roberto de Almeida

La OEA aprueba las recomendaciones para mejorar la eficacia de la Carta Democrática

José Miguel Insulza, secretario general de la OEA.
Infolatam/Efe
Washington, 15 de diciembre de 2011
Las claves
  • El informe, elaborado a petición de la Asamblea General que la Organización de Estados Americanos (OEA) celebró en junio pasado en El Salvador, sugiere formas para "mejorar la capacidad preventiva" del organismo y cumplir así uno de los mandatos clave de la Carta: la protección y preservación de la democracia.
El Consejo Permanente de la OEA aprobó un informe con recomendaciones para mejorar la eficacia de la Carta Democrática Interamericana, que van desde que el secretario general pueda actuar “de oficio” cuando haya una crisis a la creación de la figura del relator especial.
El informe, elaborado a petición de la Asamblea General que laOrganización de Estados Americanos (OEA) celebró en junio pasado en El Salvador, sugiere formas para “mejorar la capacidad preventiva” del organismo y cumplir así uno de los mandatos clave de la Carta: la protección y preservación de la democracia.
Entre esas sugerencias está la de que el secretario general de la OEA pueda actuar “de oficio”, es decir, sin el consentimiento o autorización previa del gobierno afectado por una situación de crisis como la que se produjo en Honduras con el golpe de Estado de 2009.
La otra opción sería la de crear una especie de Relator Especial, Ombudsman o Alto Comisionado con “tareas políticas y diplomáticas preventivas”.
Después de la sesión del Consejo, en un encuentro en su despacho en Washington con un reducido grupo de medios, entre ellos Efe, el actual secretario general de la OEA, José Miguel Insulza, se mostró más partidario de ampliar las competencias de su cargo que de la creación de la figura del Relator Especial.
Es “difícil” que una figura nueva “sea aprobada en el corto plazo por los países”, por lo que es “más fácil crear más atribuciones para el secretario general”, argumentó Insulza.
Recordó que la Carta Democrática establece una limitación importante a la labor del secretario general: cuando ve una amenaza a la democracia solo puede actuar con el consentimiento o autorización del país afectado.
Por ello, Insulza propuso analizar la fórmula de una “invitación permanente”, que ya algunos países aplican para la Comisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH) pero a la que otros, como Venezuela, se oponen rotundamente porque les parece una injerencia en asuntos internos.
Precisamente Venezuela quería dar más relieve en el informe a los conceptos de “participación del pueblo” y a la “democracia directa”, lo que motivó el rechazo de países como Estados Unidos y Canadá, así como la conformación de un grupo de trabajo que discutió varias horas a puerta cerrada la redacción final del texto.
La delegación de Venezuela proponía incluir en el informe un párrafo con la idea de que se ha “superado la noción de la democracia electoral”, algo que no gustó a Insulza, quien intervino varias veces en el Consejo para expresar su discrepancia “con vehemencia”.

O governo se mostra terrivelmente eficiente...

... em torrar o nosso dinheiro com funcionários públicos, especialmente com os companheiros incompetentes que não conseguem montar sequer um projeto de despesas públicas que se dirijam aos fins. Eles apenas gastam com os meios, ou seja, com eles mesmos.
Isso é que é eficiência...
Paulo Roberto de Almeida 


Balanço das obras públicas

Por Gabriel Castro
VEJA Online, 15/12/2011

O governo aplicou em 2011 muito menos do que o previsto para alguns dos principais programas mantidos pelo Executivo. O ritmo lento de execução atinge o carro-chefe da gestão petista: dos 40,9 bilhões autorizados para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) neste ano, 6,9 bilhões (16,9%) foram pagos. Outros 16,6 bilhões foram usados para cobrir restos a pagar da primeira etapa do PAC, ainda no governo Lula.
O índice de execução é ainda menor quando são levados em conta outros programas, como o Minha Casa, Minha Vida (0,79%), o Luz para Todos (0,27%), a implantação de sistemas de esgoto (0,41%) e a Polícia Nacional sobre Drogas (16,37%). Um dos raros setores com aplicação razoável dos recursos previstos foi o Programa de Agricultura Familiar (Pronaf), com pagamento de 50,9% do destinado.
Algumas despesas, entretanto, aumentaram. O gasto com pessoal subiu 11,8% na comparação com 2010. Ao todo, foram gastos 732 bilhões de reais com salários e encargos trabalhistas. O balanço foi apresentado nesta quinta-feira pelo líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP). Os dados foram obtidos do Siafi, o sistema de acompanhamento de gastos do governo, e levaram em conta o período entre 1º de janeiro e 12 de dezembro.
“A presidente Dilma está menos eficiente até do que o Lula”, disse o líder tucano durante a divulgação dos dados. “Isso é reflexo do congelamento da máquina. E esse é o maior desafio da presidente: enxugar, qualificar e botar para funcionar”. Duarte Nogueira defende a redução do número de ministérios - hoje são 39. “O país funcionaria bem com 27 ou 28 ministérios. Eles receberam 26 do governo Fernando Henrique”, afirmou.
Ao fazer um balanço da relação do Planalto com o Congresso, Duarte Nogueira disse que o resultado foi frustrante. “O ano começou com uma expectativa muito grande: a presidente falando em reforma polícia, tributária, em combate implacável à corrupção. O que se viu foi totalmente o contrário”, disse.

Confesso, confesso: na minha vida "privada", sou um assassino; mas isso nao tem nada a ver com minha vida publica...

A imprensa vai descobrir, mais cedo ou mais tarde.
Melhor confessar antes que eu seja pego.
Confesso: sou um assassino, cruel e vingativo.
Eu mato livros e autores, que eu considero particularmente idiotas, e especialmente nefastos à inteligência nacional.
Sou um assassino intelectual. Eu mato idiotas e energúmenos. Mas apenas no papel, claro.
E isso, apenas na vida privada.
Não tem nada a ver com minha vida pública.
Na vida pública, esclareço, sou um anjo, fiel ao governo, ao Estado, aos poderes constituídos, sobretudo ao capital.
Não posso ser cassado, caçado, demitido, sequer convocado pelo Congresso (que aliás é composto de gente mais porca que eu, na vida pública e, sobretudo, na privada, na privada).
Mas, não vai ser pela vida privada que eu vou cair, me demitir, me humilhar.
Minha vida privada, esclareço, não tem nada a ver com minha vida pública.
Sou um anjo, mas só das 8hs as 18hs.
Tenho dito.
Já dei todas as explicações. Não tenho mais nada a dizer.
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mafiosos oficiais, corruptos assumidos, prevaricadores profissionais e adesistas envergonhados...

O mundo comporta milhares de espécies, todos sabemos, animais, vegetais e minerais (ops, acho que estes últimos não se dividem em espécies, mas deixemos estas filigranas para os geólogos e naturalistas).
Das espécies animais, temos diversas tribos (ops, desculpem os antropólogos), a maior parte formada por inocentes batalhadores pela sobrevivência diária, pela resistência aos acasos da vida.
Algumas são formadas por predadores, e estes também são tão variados quanto são os desejos humanos, dos mais elementares e básicos aos mais sofisticados e refinados.
Poucos, dentre todos esses, são masoquistas, ou seja, se contentam com o próprio sofrimento.
Alguns, em menor número ainda, frequentam ou percorrem estes posts, aparecem ocasionalmente neste blog, e ficam indignados com o que lêem: "Como?!" "Esse sujeitinho se arvora em moralizador acima de tudo e de todos e se permite criticar os gregos e goianos que nos governam, que vendem seus produtos e serviços para este povo maravilhoso, que escolheu os melhores governantes possíveis, comprometidos com as causas populares, a justiça social, a igualdade real dos cidadãos?" "Como é que é? E ele ainda trabalha para esse Estado que paira acima de nós e nos enche de benesses e benfeitorias?" "Quem ele está pensando que é?"


Pois é, poucos, um número mínimo dentre esses poucos masoquistas que ainda se dão ai trabalho de ler estas páginas, se dedicam a me responder, a me xingar, quando lêem minhas criticas -- algumas sutis, outras diretas -- a todos os personagens incluídos no título deste post; esses são os adesistas anônimos, outros menos anônimos, mas que todos eles não suportam ler críticas ou insinuações aos mafiosos, corruptos, prevaricadores e outros bandidos que pululam no ou em volta dos cenáculos oficiais desta república e sociedade que nos cerca.
Eles não suportam que alguns, eu no caso, venham a destruir suas falcatruas subintelectuais, suas mentiras deslavadas, suas fraudes disfarçadas, seu autoengano coletivo, enfim, sua desonestidade proverbial.


O que posso fazer?
Dar pasto aos masoquistas? Certamente.
Não preciso fazer nada para isto, apenas transcrever o que anda todos os dias pela imprensa, a mesma imprensa que está repleta de militantes da causa, de mentirosos contumazes, de deformadores da realidade.
Não importa, basta citar ou transcrever alguma matéria, acrescentando comentários cáusticos -- como costumam ser os meus -- para deslanchar a raiva incontida dos adesistas anônimos -- cujos comentários, mesmo aqueles ofensivos, eu transcrevo aqui, menos os manifestamente fora de propósito, apenas para confirmar como é baixa a estatura moral da maior parte deles -- esses críticos de fancaria, que não conseguem escrever um único argumento em defesa dos mafiosos, mas que se comprazem em atacar o neoliberalismo, a direita, os conservadores, os opositores, os críticos, enfim, os adesistas que não suportam críticas, que não conseguem suportar a opinião alheia, que são intolerantes a ponto de pretender silenciar os não adesistas, como é o meu caso.


O que posso fazer?
Continuar transcrevendo matérias, para deixar os AAs mais furiosos ainda.


E não preciso nem citar nomes, ou casos concretos. Basta fazer alusões...


Por exemplo: as máfias sindicais (e não me refiro, desta vez, às dos trabalhadores, mas às patronais, mesmo, que eram outrora inimigas dos militantes da causa, mas que hoje já são fieis companheiros, que contribuem financeiramente para as boas causas, que engordam os amigos do capital alheio).
Existe uma máfia patronal que pagou UM MILHÃO para um companheiro para ele supostamente prestar assessoria. Como é que um empresário decente justifica perante seus colegas de Conselho a entrega disfarçada em "consultoria" dessa soma a um companheiro que no passado pretendia enforcar a burguesia?
Vejamos: "Caros colegas, precisamos nos aproximar (ou seja, comprar) esse fulaninho, que vai ser importante no próximo governo; é um investimento, vocês sabem; alguém aí contra? Ninguém, ótimo; vou mandar fazer um contrato, vocês por favor assinem a prestação de contas, e não se esqueçam de avisar os assessores que o fulaninho prestou realmente a consultoria."


Existe outra máfia, a das corporações profissionais, que não enxerga o enriquecimento desmesurado de tal  político, pois ele pertence ao partido no poder. "Melhor não mexer nisso, depois a gente vê...".


Existem também desembargadores, procuradores, juízes que passam a mão em todo tipo de falcatrua, já que isso não atinge ninguém em particular: "É só um pouco de dinheiro público, mixaria, deixa prá lá, e depois esse cara vota pelo nosso aumento de salário no parlamento..."


Existem também outras máfias, que não querem controle sobre suas atividades, que não querem cobrança de resultados, que não querem ouvir falar em produtividade, essas coisas burguesas. As nossas universidades estão cheias delas, mas o mesmo mal se estende a todas as categorias do serviço público.


Adesistas anônimos ficam doentes quando me vêem transcrevendo casos concretos de todas essas patifarias, e pensam que estou acusando a eles mesmos (de certa forma estou). Escrevem indignados, procuram rebater-me, se pudessem me calariam.


A caravana passa...
Paulo Roberto de Almeida 

America Latina na Historia Contemporanea - monumental coleção

Uma matéria antiga, do El País, mas que ainda tem a sua importâncias. Colaborei no empreendimento, com um capítulo sobre o reconhecimento do império brasileiro pela Espanha. No Brasil, os volumes brasileiros da coleção estão sendo publicados pela Companhia das Letras, sendo que o primeiro volume, coordenado pelo diplomata e acadêmico Alberto da Costa e Silva já foi publicado, cobrindo o período de 1808 a 1831.


400 expertos reinterpretan 200 años del continente en 95 volúmenes

Volver a escribir la historia contemporánea de América Latina y de los países europeos que se relacionan con ella, hacerlo de acuerdo con nuevos métodos de estudio, las nuevas escuelas latinoamericanas de historiografía, y presentar todo ello en una colección que tendrá 95 volúmenes y en la que intervendrán más de 400 especialistas de 25 países, es el proyecto editorial presentado ayer en Buenos Aires, en el contexto del I Congreso Iberoamericano de Educación. Al acto asistió la infanta Elena de Borbón.

América Latina en la Historia Contemporánea, editado por el grupo Santillana y el Instituto de Cultura de la Fundación MAPFRE, propone reflexionar sobre el papel que ha desempeñado América Latina en los últimos 200 años, desde las perspectivas económica, política, cultural y social, y conjugando, además, la historia de los diferentes países americanos y la de los países europeos que ejercieron influencia en ese desarrollo.

"Es una manera nueva de vincular la realidad nacional de cada país con la gran historia americana y esta, a su vez, con la historia europea de los últimos dos siglos", explicó Emiliano Martínez, presidente de Santillana, que resaltó la importancia del empeño y el compromiso de su grupo de conseguir "los lectores que la obra merece" en todos los países. Los responsables de Mapfre y de su Fundación cultural, Diego Sobrini y Pablo Jiménez Burillo, explicaron la envergadura del proyecto y aseguraron que la colección contará con el apoyo presupuestario que necesite.

El profesor Carlos Malamud, que integra el comité editorial de la colección, explicó la importancia de que cada tomo se elabore con el mismo criterio en cuanto a división por periodos cronológicos y por el seguimiento de un esquema común que permita comparar los diferentes procesos históricos. Los libros están escritos con espíritu de "alta divulgación", en el sentido que el contenido sea de fácil acceso y lectura para cualquier persona interesada en la historia y no solo para especialistas, resaltó por su parte el historiador argentino Jorge Gelman, que coordinó los seis tomos dedicados a su país. La colección, elaborada por la editorial Taurus, parte de la ruptura del modelo colonial y la invasión napoleónica de la península Ibérica y se abre con tres volúmenes simultáneos que estudian la "crisis imperial e independencia" (1808-1830), desde Argentina, Chile y España.

El esquema previsto incluye dos fases: en la primera, con 50 volúmenes, se analizarán de forma paralela los grandes países del continente desde ese periodo hasta hoy: México, Colombia, Venezuela, Perú, Brasil, Argentina y Chile, además de España, Portugal y EE UU. La segunda fase se dedicará a Bolivia (tres tomos), Canadá (2), Centroamérica (6), Cuba (3), Ecuador (3), Paraguay (3), República Dominicana (3), Uruguay (3) y Europa (4 tomos). En cada uno de los países, ha sido un historiador de reconocido prestigio quien se ha encargado de seleccionar y coordinar el trabajo de los demás expertos.

La iniciativa de Santillana (que forma parte del Grupo PRISA, editora también de EL PAÍS) tiene un segundo aspecto novedoso: en cada país se realiza simultáneamente un trabajo de localización de fotografías que dará origen a grandes exposiciones pero que, sobre todo, permitirá contar en 2012 de uno de los mayores y más importantes bancos de imágenes del mundo sobre la historia latinoamericana.


Fonte: El País (15/09/2010)

Presidente condenado a dois anos de prisão: que injustiça!

Que absurdo! Imaginem vocês: a justiça condenou um ex-presidente a dois anos de prisão (ainda que com sursis, ou seja, o condenado se livra de cumprir a pena, mas fica condenado).
E ela o fez contra a vontade dos procuradores da República, que pediam, em primeiro lugar, um "non-lieu", ou seja, um abandono de todo e qualquer processo, e depois, em relação aos fatos, mais precisamente, pedia simplesmente uma absolvição geral (aquittement). 
Mesmo com tudo isso, os juízes consideraram que o acusado era plenamente responsável e, portanto, culpado de todas as acusações feitas contra ele; ele foi condenado à pena máxima neste caso (ainda que com direito a recurso), mesmo se seus assessores foram condenados a penas menores ou absolvidos.
Vejam que absurdo: ele foi condenado por práticas e fatos que neste nosso maravilhoso país seriam considerados não apenas legais, mas inteiramente permissíveis, sequer passíveis de perseguição por procuradores malévolos ou sancionáveis do ponto de vista moral ou político.
O ex-presidente em questão apenas mantinha funcionários -- ANTES de assumir a presidência, frise-se bem -- que não trabalhavam, de fato, nos cargos para os quais eles tinham sido contratados com dinheiro público, mas que eram usados para fins pessoais, mais especificamente para a campanha política do pretendente à presidência, hoje condenado.
Que absurdo: políticos mantendo funcionários pagos com dinheiro público para trabalhar em seus escritórios de campanha! Onde já se viu uma coisa dessas?
E a justiça condenando um político por esses fatos, sem que os procuradores requeiram condenação?
Onde vamos parar?
Já não se pode fazer mais como antigamente?
Mas onde isso?
Ah, bom, não foi aqui...
Paulo Roberto de Almeida 

M. Chirac condamné à deux ans de prison avec sursis

Jacques Chirac, le 5 novembre 2010.
L'ancien président a été déclaré coupable  de "détournement de fonds publics" et "abus de confiance" dans un des deux volets de l'affaire des emplois présumés fictifs de la Ville de Paris.

Gastando vela boa com mau defunto: Banco do Sul


Brasil quiere apurar creación del Banco del Sur para “proteger” a la región

Marco Aurelio Garcia
Infolatam/Efe
Brasilia, 14 de diciembre de 2011
Las claves
  • La intención política de los Gobiernos que forman parte del Banco del Sur se refuerza ahora por las dudas y los peligros que entraña la crisis global, apuntó García.
La presidenta brasileña, Dilma Rousseff, enviará el proyecto de creación del Banco del Sur al Congreso el mes próximo, convencida de que esa entidad “protegerá” a la región de la crisis, dijo su asesor para Asuntos Internacionales, Marco Aurelio García.
Sudamérica “ya enfrenta problemas de crédito” derivados de la crisis global, por lo que “la idea del Banco del Sur debe avanzar más rápido, pues ayudará a resolver una serie de problemas” y será una “nueva herramienta” para “proteger” a la región, declaró García en una rueda de prensa con corresponsales extranjeros.
En la iniciativa participan los Gobiernos de Argentina, Brasil, Bolivia, Ecuador, Paraguay, Uruguay y Venezuela, que en septiembre de 2009 firmaron el convenio constitutivo de la institución.
Según el acta de constitución, el Banco del Sur contará con recursos autorizados por 20.000 millones de dólares y un capital suscrito de 10.000 millones de dólares, con un aporte inicial de sus socios por 7.000 millones de dólares.
De ese total, García dijo que Brasil participaría con unos 2.000 millones de dólares, aunque aclaró que la cifra aún no está del todo definida.
Según el asesor de Rousseff, el Banco del Sur facilitaría los proyectos volcados a integrar las cadenas productivas regionales, lo cual sería un elemento generador de empleo que, además, reduciría la elevada dependencia de la industria sudamericana.
La intención política de los Gobiernos que forman parte del Banco del Sur se refuerza ahora por las dudas y los peligros que entraña la crisis global, apuntó García, quien citó como ejemplo las dificultades que ya enfrentan los sectores automotrices de Brasil y Argentina.
En ambos países, con fuertes industrias en esa área, “hay una elevada dependencia de autopiezas” que sería reducida con una mayor producción regional, mediante proyectos que pudiera financiar el Banco del Sur, explicó García.
“Queremos reducir las importaciones extra-regionales y también buscar que el mercado regional de autopiezas entre en el circuito internacional”, señaló.
García reconoció que, pese a que la Unión Europea (UE) ha dado algunos pasos en su intento de atajar la crisis global, persisten la “preocupación” y las “dudas” en relación al futuro inmediato y a la repercusión que esos desajustes pudieran tener en Sudamérica.
“Esta región sigue siendo demasiado dependiente de los países desarrollados por lo que nada de lo que ocurra en ellos nos será ajeno”, indicó.