O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

PROS, o 32. partido: linha auxiliar do poder companheiro

Apenas como registro da estratégia e das táticas usadas pelo partido companheiro para preservar o seu poder hegemônico, usando e abusando da cooperação voluntária e involuntária, direta e indireta de expertos aparentemente ingênuos e de inocentes inúteis.
PRA

Mensaleiro, petistas e empresários agiram em favor do PROS

Novo partido nanico da base de Dilma Rousseff teve apoio do primeiro escalão presidencial e até do deputado condenado no STF Valdemar Costa Neto (PR)

Veja.com, 26/09/2013
Presidente do recém criado partido PROS, Eurípedes Junior
Criador do novo partido PROS, Eurípedes Junior recebeu apoio de ministros, empresários e petistas (Janine Moraes/CB/D.A Press)
Ministros, empresários bem relacionados com o governo petista e parlamentares agiram nos bastidores para impulsionar a criação do Partido Republicano da Ordem Social, o PROS, o mais novo integrante da base da presidente Dilma Rousseff.
O novo partido será linha auxiliar de candidatos da base governista nos estados, muitos deles de partidos grandes, o que transforma o PROS num chamariz para deputados, prefeitos e vereadores que podem mudar de sigla sem perder o mandato.
Entre os patronos do PROS estão o empresário José Batista Júnior, de Goiás, filiado ao PMDB, um dos donos do Friboi, a maior indústria de carnes do mundo, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, além dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Delcídio Amaral (PT-MS), e o governador do Ceará, Cid Gomes - que está de saída do PSB.
Uma planilha que circulou entre os organizadores do partido revela que os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) também tiveram participação na montagem do PROS. Cada um ficou de orientar a filiação de pelo menos um parlamentar no estado de origem. Pimentel será candidato a governador de Minas Gerais; Ideli deverá disputar uma vaga à Câmara; Gleisi, o governo do Paraná. Os três são do PT.
O mutirão em favor do PROS ocorreu depois que os governistas perceberam que poderiam perder ainda mais dinheiro do fundo partidário e tempo de TV com a criação do Solidariedade, partido montado pelo deputado Paulinho da Força (SP) - que se declarou oposicionista.
Para ajudar a nova legenda, a presidência do PR - partido de Valdemar Costa Neto - cedeu uma sala para Eurípedes Júnior, ex-vereador de Planaltina de Goiás (cidade a cerca de 50 quilômetros de Brasília) que vai comandar o PROS.
Na fase final do processo, o PROS contou com o empurrão do empresário Júnior da Friboi, que será candidato ao governo de Goiás pela aliança PMDB/PT. Como o governador Marconi Perillo (PSDB) tem uma base com vinte partidos, Júnior passou a correr atrás do maior número de legendas que possam ajudá-lo. Uma delas é o PROS, que deverá receber pelo menos quatro dezenas de prefeitos, além de centenas de vereadores, eleitos no ano passado com a ajuda do empresário, que pertencia ao PSB. A saída de um dos sócios da Friboi do partido de Eduardo Campos para o PMDB foi comandada pelo vice-presidente da República, Michel Temer.
Por intermédio de sua assessoria, Ideli Salvatti informou que recebeu nesta quinta-feira em seu gabinete do Planalto o criador da legenda, "mas não atuou na busca de adesões". Delcídio Amaral disse que já conversou com Eurípedes por telefone, mas não pessoalmente. Valdemar Costa Neto informou, pela assessoria, que não tem relação com os criadores do PROS.
O ministro Fernando Pimentel disse que teve uma audiência com o deputado Ademir Camilo (MG), que o apresentou a Eurípedes. O assunto, segundo Pimentel, foi "o desenvolvimento de Minas". Júnior da Friboi informou, pela assessoria, que está mais interessado em fortalecer o PMDB. Já Gleisi e Lindbergh estavam viajando e não responderam.
===============
O Estado de S.Paulo, 26/09/2013

“Coloque o dedo na ferida: sem as assinaturas é uma esperança vã, impossível de frutificar.” A frase, do ministro Marco Aurélio Mello, do Tribunal Superior Eleitoral, equivale a uma potencial sentença de morte para a Rede, a “vã” esperança partidária de Marina Silva. Marco Aurélio tem razão quando põe o dedo na “ferida” jurídico-administrativa, mas a “ferida” política está em outro lugar: na democracia brasileira não existe liberdade partidária. Por que eu, meu vizinho e um grupo de amigos não podemos decidir, hoje, fundar um partido e vê-lo, amanhã, reconhecido mediante a simples apresentação de um estatuto? Isso é liberdade partidária – algo que não temos, pois a elite política decidiu, em seu proveito, estatizar os partidos políticos.

A Constituição de 1988 consagrou a estatização dos partidos, refletindo um consenso de nossa elite política. Os partidos oficiais adquiriram o curioso direito de avançar sobre o bolso de todos os cidadãos, extraindo-lhes compulsoriamente os recursos que financiam o Fundo Partidário e as propagandas partidária e eleitoral nos meios eletrônicos de comunicação. Em 2012, as dotações do orçamento federal para o Fundo Partidário somaram R$ 286,2 milhões. Nós todos pagamos R$ 850 milhões em 2010, sob a forma de compensações fiscais às emissoras de TV e rádio, pela transmissão dos horários cinicamente rotulados como “gratuitos” e utilizados pelos partidos. O projeto do PT de reforma política, que almeja introduzir o financiamento público de campanha, tem a finalidade de expandir ainda mais a transferência de recursos da sociedade para os políticos profissionais.
A Justiça Eleitoral é, ao lado da Justiça do Trabalho, uma das desastrosas invenções do varguismo. Nenhuma democracia precisa de tribunais para organizar eleições, missão que pode ser cumprida por meros órgãos administrativos. A razão de ser de nossos tribunais eleitorais se encontra no princípio antidemocrático da subordinação dos partidos ao Estado. O aparato judicial especializado desempenha a função de identificar os partidos que cumpriram os requisitos legais para tomar dinheiro dos cidadãos – e, eventualmente, disputar eleições. “Não cabe estabelecer critério de plantão para esse ou aquele partido”, explicou Marco Aurélio referindo-se à Rede, antes de concluir com a inflexão típica do juiz que zela pela igualdade de direitos: “Abre-se um precedente muito perigoso”. De fato: os princípios da liberdade partidária e da estatização dos partidos são inconciliáveis – e para preservar o segundo o nosso ordenamento político sacrifica o primeiro, sem jamais abrir perigosos precedentes.
Os partidos estatais formam um dos pés do tripé que sustenta um sistema político avesso ao interesse público e orientado para a corrupção sistemática. O segundo pé são as coalizões em eleições proporcionais, um expediente de falsificação da vontade do eleitor destinado a conferir viabilidade a partidos que não representam ninguém, mas acomodam frações periféricas da elite política. O terceiro pé é a prática de loteamento político da máquina estatal, propiciada pela escandalosa existência, apenas na esfera federal, de quase 50 mil cargos de livre nomeação.
A privatização do Estado é o outro lado da moeda da estatização dos partidos políticos. “Não tem conversa, a lei é peremptória”, enfatizou Eugênio Aragão, vice-procurador-geral Eleitoral, alertando para os limites legais ao direito de candidatura. Hoje, diante do pedido de registro da Rede de Marina, a Justiça Eleitoral emerge como fiadora burocrática dos interesses gerais da elite política, que não pode abrir mão da coerência do conjunto do sistema.
No balcão cartorial do Estado brasileiro, registrar partidos é um negócio tão lucrativo quanto fundar sindicatos ou igrejas. PTC, PSC, PMN, PTdoB, PRTB, PHS, PSDC, PTN, PSL, PRB, PPL, PEN – a sopa de letrinhas das legendas oficiais vazias produz a falsa impressão da vigência de ampla liberdade partidária. Aplicando sua inteligência à produção de sofismas, Marco Aurélio argumentou que a ausência da Rede não prejudicaria as eleições de 2014, pois, afinal, o País não carece de partidos. Na esfera exclusiva da lógica burocrática, o ministro tem razão: todos poderão votar em partidos que não representam ninguém, mas cerca de um quarto do eleitorado experimentará a impossibilidade de sufragar a candidata de sua preferência. De certo modo, o Irã é aqui.
Marina e os seus não aprenderam direito as regras do jogo, explicam nos jornais os ínclitos políticos fundadores de legendas de aluguel e seus advogados especializados nos “negócios do Brasil”. Mas, como atestado de uma devastadora crise política e moral, ninguém pergunta aos representantes de nossa elite política sobre a natureza das regras desse jogo. Três meses atrás, centenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas para expressar sua frustração e sua ira com um Estado hostil à sociedade. Depois disso, o Supremo Tribunal Federal decretou que os políticos de sangue azul se distinguem dos cidadãos comuns pelo privilégio da impunibilidade. Agora, o Tribunal Superior Eleitoral prepara-se para, aplicando as leis vigentes, cassar o direito de voto de um quarto dos brasileiros. Entre o Brasil oficial e o Brasil real, abre-se um fosso ameaçador, quase intransponível.
Nos círculos próximos a Marina, comenta-se que ela não aceitará a alternativa de concorrer às eleições por uma legenda de negócios. Numa hipótese viciosa, o gesto de desistência configuraria uma rendição disfarçada por discursos de indignação – e Marina contrataria um despachante astuto para tornar viável a Rede no horizonte de 2018. Por outro lado, na hipótese virtuosa, seria um ato de bravura e resistência: o ponto de partida para uma “anticandidatura” de mobilização da sociedade contra a estatização dos partidos e a privatização do Estado.

Estou sonhando?

Canal Futura: Sala de Debates sobre Politica Externa - participacao de PRAlmeida

Como havia informado na semana passada, participei, enquanto estava hospedado num hotel em Kansas City, no dia 17 de Setembro de 2013, por meio de entrevista gravada, do programa Sala de Debate do Canal Futura, que nesse dia tratou da “Política Externa Brasileira”.
Minha participação se deu  por meio do Skype, e o programa teve a coordenação do jornalista José Brito, e contou ainda com a participação dos professores Ricardo Seitenfus (UFSM) e Paulo Afonso Velasco (Iuperj).

O canal Futura colocou as duas partes do programa (do qual participei apenas da primeira parte) no YouTube, nos seguintes links respectivamente para as duas partes do programa:



Em 25/09/2013 o Canal Futura publicou o seguinte texto para introduzir o programa no YouTube:

O Brasil faz fronteira com 10 países e exerce um papel de liderança na América do Sul. Enquanto o mundo vive uma crise econômica, vê enfraquecer organismos multilaterais e convive com a ameaça de conflitos graves no oriente médio, o Brasil tem buscado novas parcerias políticas, econômicas e culturais. Ao lado da Rússia, China, Índia e África do Sul, faz parte dos "BRICS" e ganha cada vez mais projeção internacional. Enquanto busca um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil se destaca em áreas estratégicas na luta por um mundo melhor. Faz isso, ao atuar nas questões relativas à preservação ambiental e alterações climáticas, um protagonismo que começou há mais de 21 anos com a Rio-92. Nos últimos anos, as ações do país no exterior se multiplicaram impulsionadas pelo compartilhamento de conhecimentos e experiências nacionais bem sucedidas. Instituições de referência como a Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e a Fiocruz, Fundação Oswaldo Cruz, a Embraer. Já têm escritórios na África. No combate à aids, por exemplo, o Brasil lidera a cooperação internacional e chegou a ser premiado por gerenciar um trabalho de excelência.

No Sala Debate de hoje [ou seja, 17/09/2013], vamos conversar sobre a política externa brasileira.

Pra essa conversa, recebemos aqui no estúdio do Sala Debate Paulo Afonso Velasco, chefe do Departamento de Relações Internacionais do IUPERJ, e também o professor Ricardo Seitenfus, doutor em Relações Internacionais e professor na Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Pela internet, falamos com o diplomata e professor de economia política Paulo Roberto de Almeida. E ainda com Feliciano de Sá Guimarães, professor do Instituto de Relações Internacionais da USP

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Politica brasileira: o estado a que foi levada pelos companheiros...

Sem palavras, apenas um instantâneo do momento, um retrato da política brasileira na era do NuncaAntes (de fato, nunca antes coisas assim aconteciam...):

O Globo, 26/09/2013, caderno País/Política, pág. 7:


Para tentar segurar a ex-prefeita (..de Fortaleza, Luizianne Lins) no PT, a presidente Dilma Roussef já teria oferecido (...ao grupo da ex-prefeita), de acordo com pessoas próximas a Luizianne, assento nos conselhos de administração da Petrobras e do BNDES, cargo de comando numa subsidiária da BNDESPAR, no Rio, além de um cargo na Secretaria de Políticas para a Mulher da Presidência da República, que tem status de ministério.

The Economist: como o Brasil estragou tudo...

Revista britânica questiona se Brasil ‘estragou tudo’Publicação aponta que crescimento econômico está travado. Em 2009, 'The Economist' afirmara que Brasil havia 'decolado'.O Globo, 26/09/2012
Quatro anos após afirmar que o Brasil estava “decolando”, a revista britânica “The Economist” se pergunta, em sua edição de 28 de setembro para a Ásia e América Latina ( clique aqui para ler a reportagem, em inglês ), se o país “estragou tudo”.
Em novembro de 2009, uma reportagem de capa de 14 páginas afirmava que o Brasil estava em alta, tendo sido um dos últimos a entrar na crise financeira mundial de 2008 e um dos primeiros a sair.
"Sua economia está crescendo novamente a uma taxa anualizada de 5%. E o crescimento deve acelerar nos próximos anos, quando novas grandes reservas de petróleo em águas profundas começarem a produzir e enquanto os países asiáticos ainda têm fome pela comida e minerais do solo vasto e rico do Brasil", diz a "Economist" à época.
Já na publicação deste ano a revista aponta que o crescimento econômico está travado, e se pergunta se a presidente Dilma Rousseff conseguirá “religar os motores”.
Segundo a “Economist”, desde a reportagem de 2009, o país “voltou à Terra”. Com o crescimento de 0,9% registrado no PIB de 2012 e os protestos iniciados em junho, “os maiores em uma geração”, “muitos agora perderam a fé na ideia de que seu país estava em direção à órbita e diagnosticaram mais um voo de galinha”, diz a revista.
A publicação, no entanto, afirma que há desculpas para a desaceleração. “Todas as economias emergentes perderam ritmo. Alguns dos motores por trás do crescimento anterior do Brasil – os ganhos com o fim da hiperinflação e a abertura comercial, a alta dos preços das commodities e os grandes aumentos no crédito e no consumo – já terminaram de render”.
Críticas a Mantega 
Em edições mais recentes, revista britânica vem criticando a condução da economia brasileira e especialmente o desempenho de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda.
Em dezembro de 2012, a "Economist" afirmava que Dilma deveria demitir Mantega , pois suas previsões excessivamente otimistas haviam feito os investidores perderem a fé.
Em junho, a revista voltou à carga, em um texto que ironizava o fato de Mantega ter se tornado "indemitível" após a primeira reportagem, e pediu a Dilma que segurasse o ministro "a todo custo" .
“Foi amplamente reportado no Brasil que nossa impertinência teve o efeito de tornar o ministro ‘indemitível’. Agora vamos tentar outra coisa. Nós pedimos à presidente que o mantenha a todo custo: ele é um sucesso”, diz o texto publicado na edição com data de 8 de junho da revista.


Cuba: sempre distante da racionalidade economica; morte de umeconomista racional

Oscar Espinosa Chepe, Cuban Economist and Critic of Castro, Dies at 72



Enrique De La Osa/Reuters
Oscar Espinosa Chepe in 2010.



Oscar Espinosa Chepe, a high-ranking Cuban economist and diplomat who became a vocal critic of Fidel Castro in the 1990s but chose to remain in Cuba, despite enduring harassment and imprisonment, died on Monday in Madrid, where he was undergoing medical treatment. He was 72.
The cause was liver disease, a family spokesman said.
Mr. Espinosa Chepe (pronounced CHEH-pay) lost his job as an official of the National Bank of Cuba in 1996 after advocating the limited restoration of capitalist principles like the right to buy and sell one’s home or start a business.
He then became a journalist, writing articles for American and Spanish-language Web sites in which he used statistical data to analyze Cuba’s economic problems. In March 2003 he was one of 75 activists arrested as part of a government crackdown on dissent known as the “Black Spring.”
He was sentenced to 20 years in prison for what the government characterized as “mercenary” propagandizing on behalf of the United States government. Mr. Espinosa Chepe, who denied the accusation, was released in November 2004 because of failing health.
The crackdown brought international attention to a society of disparate dissidents in Cuba that had emerged in the 1990s after the fall of the Soviet Union. They included independent journalists, religious leaders, labor union organizers and academics who called for democratic overhauls and greater individual liberties, and found outlets for their views on Web sites like CubaNet and Nueva Prensa Cubana, both based in Miami, and Encuentro, in Madrid.
Mr. Espinosa Chepe, who joined Castro’s revolutionary government in the early 1960s and was once head of the powerful Office of Agrarian Reform, had frequently clashed with fellow economic planners over policies he considered overly dogmatic.
His internal critique became increasingly adamant after 1991, when the loss of the Soviet Union’s financial support began taking a devastating toll on the country’s economy. But his proposals for change, many of which had already been adopted in former Soviet bloc states, were labeled counterrevolutionary, said Carmelo Mesa-Lago, a professor emeritus of economics and Latin American studies at the University of Pittsburgh and an expert on Cuban economic policies.
Despite opportunities to resettle in the United States or Spain after he was fired, colleagues said, Mr. Espinosa Chepe kept his small book-lined apartment in Havana and began writing about Cuba’s economy. Like the writings of other dissidents, his articles mainly reached Cuban expatriate communities. But his voice was familiar to Cubans who heard his broadcasts for Radio Martí, the United States government radio station that broadcasts from Miami.
“He was the best-known and most independent-minded economist in Cuba,” Professor Mesa-Lago said, and by refusing for years to leave, “he sacrificed his health and ultimately his life for his country.”
Chronically ill from liver disease, Mr. Espinosa Chepe had initially received government permission to visit Spain in 2010 for medical treatment, including a possible liver transplant. But learning at the last minute that the government’s permission stipulated that he never return, he scrapped the plan, Professor Mesa-Lago said.
Mr. Espinosa Chepe finally departed for medical treatment in Madrid six months ago, accompanied by his wife, Miriam Leiva, when the Cuban government, under pressure from international humanitarian groups, reversed itself to permit the couple’s return.
Mr. Espinosa Chepe was born in the central province of Cienfuegos on Nov. 29, 1940, to a father who was a Communist and a mother who was a fervent Roman Catholic, Professor Mesa-Lago said. He graduated with several degrees in economics from the University of Havana and joined the government in 1961, two years after Mr. Castro overthrew the American-backed dictatorship of Fulgencio Batista.
He was Cuba’s economic attaché to Yugoslavia in the 1980s, and later wrote about being influenced by the experiments in market overhauls undertaken in the Soviet Union under Mikhail S. Gorbachev.
As a dissident, Mr. Espinosa Chepe wrote on a variety of topics besides economics, including the rise in alcoholism and suicide and what he called the “information apartheid” emerging in Cuba, based on the access of a privileged few to the Internet (mainly via telephone lines) and its denial to the vast majority of people.
The country’s economic stagnation, he wrote in a 2009 article titled “Crisis Over Crisis,” was having its most devastating impact on civil society. Market changes introduced since 2008 by Fidel Castro’s successor, his brother Raúl, had been inadequate to stem a tide of crime and self-dealing deeply entrenched in Cuban society because of the lack of opportunity.
“These years of prolonged and deep crisis have generated an enormous loss of spiritual values in large segments of the population,” Mr. Espinosa Chepe wrote. “People had few choices other than the black market. Egoism, mendacity, double morality, and all illegal methods of survival have proliferated to incredible levels.”
His wife is his only known survivor
.

Simon Kuznets e a tradicao empirica da economia americana - resenha de livro

------ EH.NET BOOK REVIEW ------
Title: Political Arithmetic: Simon Kuznets and the Empirical Tradition in Economics
Published by EH.Net (September 2013)

Robert William Fogel, Enid M. Fogel, Mark Guglielmo and Nathaniel Grotte, 
Political Arithmetic: Simon Kuznets and the Empirical Tradition in Economics
Chicago: University of Chicago Press, 2013. xiii +148 pp. $32 (hardcover), ISBN: 978-0-226-255661-0.

Reviewed for EH.Net by Alan Heston, Department of Economics, University of Pennsylvania.

Nobel-laureate Robert Fogel died June 11, 2013 at which time he was the Charles R. Walgreen Distinguished Service Professor of American Institutions and Director of the Center for Population Economics at the University of Chicago's Booth School of Business.  His wife Enid, one of this volume’s co-authors (who died in 2007), had a long career as Associate Dean of Students at the Booth School.  Fogel has said that Enid was my “most confident supporter and my keenest critic.” This short book sums up many of Fogel’s interests and views of the profession often shaped by Enid, as well as his mentor, Simon Kuznets, who also won the Nobel Prize in economics.
The organization of the book is chronological beginning with the rise of academic economists in the United States and following through with the contributions of Simon Kuznets and his legacy and impact.  The number of academic economists in the federal government rose from 5 in 1876 to 848 during the Hoover administration.  This growth paralleled the creation of data gathering agencies like the Bureau of Labor Statistics and the need for information in supporting the efforts of World War I.  Chapter 1 discusses some of the influential academics of the period including the Reverend John Bascom and his Social Gospel tenets.  Bascom’s social activist attitudes evolved from hostility to support of labor movements by the time he took a chair at the University of Wisconsin.  Robert LaFollette, Wisconsin’s governor from 1901 to 1906, sought the advice of Bascom and his associates in formulating protective labor legislation, illustrating the innovative role of state governments at the time.  Bascom’s successors like Richard Ely and John R. Commons furthered the Wisconsin tradition of active involvement in economic and social policies and the role of institutions.
The book devotes another chapter to the establishment of the National Bureau of Economic Research (NBER) beginning in 1914 with discussions with the Rockefeller Foundation about establishment of a social science research center.  Edwin Gay of Harvard proposed a non-teaching institute to the Rockefeller Foundation with Wesley Clair Mitchell as director focusing on prices, wages and rents, but the war stalled negotiations.  The book points out the support that Herbert Hoover provided for increasing collection of economic data both as Commerce Secretary and President.  As economists became involved with the war effort in terms of price controls, production planning, energy needs, and transport issues the need for better economic data became obvious.  This provided and impetus for the incorporation of the NBER in 1920 with Gay as president.  The involvement of universities on the governing board was formalized in 1927 and Mitchell was the first research director, a post he held until 1945.
An early project of the NBER was estimation of personal income and production, an area of research that Kuznets directed.  During the Great Depression, the Senate directed that the Department of Commerce provide national accounts estimates for the years 1929-31. Kuznets was invited to direct this project and he accepted.  Kuznets had been teaching part time at the University of Pennsylvania since 1930 and one of his students in Penn’s MA program, Robert Nathan, assisted him at Commerce.  They provided the Senate estimates on time and included calculations for 1932 as a bonus, and Nathan became the first director of national accounts at Commerce.  Another student of Kuznets, Milton Gilbert, joined Nathan in 1935 to work on national accounts and edit the Survey of Current Business.  In 1941 Nathan left Commerce to direct the War Production Board and Gilbert became director of National Accounts until 1951, the post-war period being a crucial time in development of the UN System of National Accounts.  Kuznets in 1935 initiated a cooperative research program, the Conference on Research in Income and Wealth (CRIW) that continues to bring together academics and practitioners to discuss major conceptual and measurement issues.
Kuznets put national accounts estimates to good use in his major study of comparative economic growth cited by the Nobel Committee in presenting his award in 1971.  The book discusses this study in Chapter 4, where its origin and results are described.  When Kuznets first proposed this study to the NBER in the late 1940s, the response was underwhelming so he turned to Social Science Research Council who supported the proposal and created their Committee on Economic Growth.  One can see Fogel’s own views in his exposition of Chapter 4 and his treatment of Kuznets’ methodology in Chapter 5.  Kuznets’ theory is set out in 14 interconnected relationships, described in tables and charts, and involving formal algebraic models.  The modeling is implicit in all of Kuznets’ work and Fogel emphasizes the implicit theory, including the interactions between technology, production, per capita product, population growth, sectoral shifts out of agriculture and distributional shifts in income distribution.
Richard Easterlin, another student of Kuznets, has pursued a successful career eschewing algebraic formulations for tables, charts and ample explanation.  Easterlin’s current work on comparative studies of income and happiness follows studies of migration and regional growth and incomes within the United States historically.  The emphasis on regional growth has been incorporated in the regional income division within the Bureau of Economic Analysis.  Fogel’s own research has often used a more econometric approach, but always with attention to a logical narrative.  Kuznets was not against formal models but believed that they should emerge from a body of data and a problem to be addressed.  He would question empirical findings that apparently supported a formal model but produced results that did not have other plausible explanations.  In Chapter 5 Fogel argues that Kuznets was the most important theorist since Keynes, implicitly and often explicitly questioning trends in the economics profession over the last fifty years.
Chapters 6 and 7 are short summaries of the legacy of Kuznets in economics and what has happened since his death in 1985.  In addition to his many articles and books, Chapter 6 describes the role of Kuznets in organizing cooperative research umbrellas like the CRIW and the Committee on Economic Growth at SSRC.  Within the NBER tent a group of Kuznets’ students were invited by Martin Feldstein in 1978 to establish a program to carry out the Kuznets tradition in economic research.  This became the Development of the American Economy (DAE) projects that took on subjects like nutrition and heights and the role of women in the U.S. economy.  This research went in new and much less aggregative directions, becoming a very successful initiative. Not surprisingly Chapter 7 is hastily written.
Let me note one other legacy of Kuznets in the tradition of comparative growth.  In addition to Milton Gilbert, Irving Kravis was a student of Kuznets at Penn.  When Gilbert left the BEA he became Director of Statistics at the OECD (then OEEC).  One early project was a study of purchasing power parities of the U.S. with respect to the four large European economies – France, Germany, Italy and the UK.  At the time the exchange rate was a poor conversion factor because of exchange controls in Europe.  Gilbert asked Kravis to come to Paris to join him in the study, resulting in the Gilbert-Kravis study that was very well received.  It led the United Nations to lead an initiative to compare a set of more diverse economies, including Colombia, Hungary, India, Japan, Kenya and the five OEEC countries.  The Ford Foundation funded part of the project through Penn with Kravis a joint director with the UN Statistical Office.  The International Comparison Program (ICP) began in 1968, left Penn after the 1975 round of 34 countries; a derivative contribution – the Penn World Table (PWT) – continued academic involvement.  ICP has grown to involve 182 countries in its 2011 round.  This extension of comparative national accounts to employ PPP national currency conversions is another legacy of Kuznets. 
This is a very readable and informative book that provides a reminder of the many contributions that Kuznets has made to the field including students as influential as Robert Fogel.

Alan Heston is Emeritus Professor of Economics and South Asia Studies at the University of Pennsylvania where he taught from 1962 to 2003. 

Copyright (c) 2013 by EH.Net. All rights reserved. This work may be copied for non-profit educational uses if proper credit is given to the author and the list. For other permission, please contact the EH.Net Administrator (administrator@eh.net). Published by EH.Net (September 2013). All EH.Net reviews are archived at http://www.eh.net/BookReview

Geographic Location: North America
Subject: Development of the Economic History Discipline: Historiography; Sources and Methods, History of Economic Thought; Methodology
Time: 20th Century: Pre WWII, 20th Century: WWII and post-WWII

Senado aprova projeto inconstitucional e ilegal no plano do direito internacional

Os parlamentares precisam ser melhor assessorados: eles estão sempre aprovando matérias inconstitucionais, e neste caso, também, uma medida ilegal do ponto de vista de nossas obrigações no plano do direito internacional, mais especificamente, do sistema multilateral de comércio.
O Brasil não pode tratar de forma diferente CDs e DVDs brasileiros e estrangeiros, desde que estes tenham pago a tarifa de importação e adentrado o território brasileiro. Se impostos locais forem eliminados, o mesmo deve ocorrer com os produtos estrangeiros, a menos de se praticar discriminação ilegal, que pode sofrer questionamento no âmbito da OMC.
Se eles tivessem consultado o Itamaraty antes saberiam disso. Pode ser que tenham consultado e o Itamaraty demorou a responder, ou respondeu e mesmo assim eles aprovaram a medida ilegal.
Quem sabe uma assessoria mais instruída não tivesse ajudado no caso?
O que fazem os assessores de economia e de relações do Senado?
Paulo Roberto de Almeida

CDs e DVDs de artistas brasileiros não pagarão impostos 
Entre os presentes na votação do Senado estavam as cantoras Marisa Monte, Sandra de Sá e Fagner 
Débora Álvares
O Estado de S.Paulo, 25/09/2013

BRASÍLIA - Mesmo com a reclamação da bancada amazonense, os senadores aprovaram ontem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que isenta de impostos os CDs e DVDs com obras de artistas brasileiros. Apesar das resistências de quem alega prejuízo à Zona Franca de Manaus, a vontade dos artistas presentes no Plenário prevaleceu entre os senadores. O texto foi aprovado com 61 votos favoráveis e 4 contrários. 

A matéria será promulgada na próxima terça-feira, sugestão da ministra da Cultura, Marta Suplicy, que acompanhou parte da votação sentada ao lado do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e outra parte entre os demais senadores. O líder do governo na Casa, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), foi um dos principais opositores à proposta e acusou os demais colegas de se deixar influenciar pela presença dos artistas que tomaram a tribuna de honra do plenário. "É um claro lobby de empresários usando artistas, porque, hoje, artista não ganha dinheiro com venda de CD, mas com shows." 
Para Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a presença maciça de cantores no Senado ao longo das duas últimas semanas foi determinante para a posição dos colegas. "Muitos senadores votaram muito mais na simbologia da proposta do que no conteúdo." 
Entre os presentes estavam as cantoras Marisa Monte, Sandra de Sá e Rosemary, a produtora Paula Lavigne, além de Fagner, Ivan Lins, Leo Jayme, Xandy do Grupo Revelação, e integrantes do grupo Lelek's. O empresário Liro Parissoto, terceiro suplente de Eduardo Braga, empresário do setor na Zona Franca, também acompanhou a votação ao fundo, ao lado de assessores pessoais do senador. 
Há duas semanas, na votação do primeiro turno, as discussões renderam um placar apertado - foram 50 dos 49 votos a favor necessários, além de 4 contrários e uma abstenção. Antes de passar pelo Senado, a proposta ficou sete anos parada na Câmara dos Deputados. 
Os defensores da proposta dizem que a isenção pode diminuir os preços em até 20%. O senador Braga, contudo, classificou a PEC como um "crime contra a economia brasileira". "É importante destacar que aqui se pretende dar imunidade tributária a todo e qualquer suporte material. Arquivo digital, de uma replicadora, até arquivo de nuvem da Apple", afirmou. Segundo ele, isentar a indústria da música vai atingir diretamente os cerca de 3 mil empregados do polo industrial de Manaus, onde há isenção fiscal. 

A cantora Rosemary rebateu as críticas dos senadores contrários. "Os senadores Alfredo Nascimento, Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin precisam entender que a PEC não prejudicará em nada a economia da Zona Franca de Manaus. Todos nós artistas continuaremos a prensar nossos CDs e DVDs nas fábricas instaladas lá." 

Across the whale in a month (10): coast to coast already done

Quarta-feira, 25 de setembro, foi um dia de passeios em Monterey e nas imediações.
Pela manhã, Carmen Lícia e eu fomos ao famoso Aquário da cidade, um dos melhores do mundo, e maiores também, pela diversidade da fauna, e também pela tecnologia usada nas muitas seções, especialmente didática sob todos os aspectos. Deveria ser mostrado como exemplo para qualquer outro aquário que pretenda ser chamado por esse nome.
Depois, tivemos o que se poderia chamar um lauto almoço: Carmen Lícia atacou de salmão, que ela sempre aprecia, em suas diversas apresentações. Eu fui de linguine pescadora, ou seja, massa com vários tipos de frutos do mar. Tudo acompanhado por uma garrafa de Chardonnay de Monterey, que eu consumi, provavelmente, a 9/10.
Sesta, depois.
Saímos no final da tarde para um passeio pela costa, até Carmel, uma pequena cidade na costa, ao sul de Monterey.
A noite foi dedicada a leituras e informações.
Nesta quinta-feira, 26, vamos começar a descer em direção a Los Angeles, com uma possível parada em San Luís Obispo, ou um pouco mais abaixo.

Permito-me relacionar aqui o conjunto de posts que já elaborei desde que iniciamos a viagem, o que pode facilitar a consulta aos que pretendem ter cada um dos relatos de etapa.
Paulo Roberto de Almeida

13 Set 2013
Nesta sexta-feira 13, o que para certas pessoas não seria recomendável, Carmen Lícia e eu demos início a um projeto que tínhamos acalentado durante nossa estada anterior nos Estados Unidos, mais de dez anos atrás, ...

15 Set 2013
Sexta feira 13 foi o dia da partida, talvez não muito apropriado para começar uma viagem de mais de 7 mil milhas (ou mais de 12 mil kms), mas ainda assim tudo deu certo, embora a distância fosse pequena: foram só 206 ...

16 Set 2013
Numa segunda-feira em que 99,99% dos museus americanos permanecem fechados, tivemos uma sorte danada ao poder visitar o memorial Churchill, localizado na pequena cidade de Fulton, no coração do Missouri, onde ...

18 Set 2013
Terca-feira, 17, foi um dia de visitas e passeios em Kansas City, Missouri, com uma esticada a Kansas City, no Kansas (mas uma cidade bem menor e sem o charme de sua irmã maior do outro lado do rio Missouri).

19 Set 2013
Positioned on Salt Lake City's center block, known asTemple Square, the spires of the Salt Lake Temple rise amid downtown high-rises and super malls. Sharing the block are the North Visitors' Center and South Visitors' ...

22 Set 2013
Percorri mais de mil milhas nos últimos três ou quatro dias, das planícies da caipirolândia americana, onde se roda centenas de milhas com milho dos dois lados (literalmente), até o lago salgado dos mormons, e os cassinos ...

22 Set 2013
Hoje, domingo, dia 22 de setembro, fizemos "apenas" 244 milhas, descendo das montanhas do Nevada e da California, para as colinas das regiões vinícolas da California, basicamente Napa valley e Sonoma valley, onde ...

Across the whale in a month (8): Sonoma, Sausalito, San Francisco

Segunda-feira, dia em que 99,99% dos museus americanos estão fechados, tivemos mais um dia de sorte


Across the whale in a month (9): Impressionistas em San Francisco, realizados em Monterey

Dia típico de viagem a passeio: museu pela manhã, viagem pela tarde, passeio na cidade pela noite, descanso no hotel.


Já estamos perto das 4 mil milhas percorridas. Agora outro tanto para voltar, mas ainda temos muitas visitas pela frente, até meados de outubro, ou menos...
Paulo Roberto de Almeida 

Itamaraty vs Eduardo Saboia: prazo de inquerito prolongado (FSP)

Itamaraty prorroga investigação no caso do senador boliviano
FLÁVIA FOREQUE, DE BRASÍLIA
Folha de S.Paulo, 24/09/2013

O Itamaraty prorrogou o prazo para conclusão da sindicância que investiga a conduta do diplomata Eduardo Saboia na operação que trouxe o senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil.
O trio de servidores escalado para analisar o caso terá mais 30 dias para decidir se houve conduta irregular de Saboia e aplicar eventual punição pelo episódio.
A decisão, divulgada nesta terça (24) em boletim interno da pasta, é assinada pelo corregedor do Itamaraty, Heraldo Póvoas de Arruda.
"Isso [a prorrogação] era inevitável. Não houve nenhum depoimento ainda", disse o advogado Ophir Cavalcante, defensor de Saboia.
Ele afirma que na semana passada a pasta autorizou o acesso a documentos requisitados pela defesa --telegramas trocados entre a embaixada brasileira em La Paz e o ministério, além da correspondência entre o MRE e o Palácio do Planalto.
A consulta aos papéis poderia ser feita num computador de uma sala específica do ministério. "Está implícito que não podemos tirar cópia. A mera consulta não nos interessa. Queremos produzir provas com essa documentação", disse o advogado.
Ele afirma ter protocolado ontem pedido de esclarecimento sobre isso junto ao ministério.

Saboia retoma suas atividades no Itamaraty na próxima semana. A expectativa é que seja alocado na Subsecretaria de Assuntos Econômicos e Financeiros.

ONU, um parque de dinossauros? - Fernando Rodrigues (Folha SP)

A baboseira na ONU
Fernando Rodrigues
Folha de S.Paulo, 25/09/2013

Adolescente e trotskista, um dia já enxerguei beleza na Declaração Universal dos Direitos Humanos, um dos pilares da ONU. Foi quando um amigo mais velho do partidão, cheio de sarcasmo, disse: "Não seja ingênuo. A ONU é uma ficção. Não serve para nada. Quem manda lá são os EUA e seus satélites".

Anos depois, já como correspondente da Folha em Nova York, em 1988, trabalhei em uma pequena sala que servia de escritório para o jornal dentro do prédio principal da ONU. Convivi com diplomatas e funcionários públicos mundiais por algum tempo. Ineficiência e inutilidade são as duas palavras que me ocorrem para definir o que presenciei de perto.

Paulo Francis, meu chefe à época em Nova York, desdenhava a ONU de maneira ferina. "É um cabide de empregos para vagabundos desfilarem de sarongue para cima e para baixo", dizia ele. Descontado o preconceito, Francis tinha uma certa razão.

Lembrei-me disso ontem ao assistir ao discurso da presidente Dilma Rousseff na ONU. Ela falou contra a espionagem dos EUA no Brasil. Anunciou "propostas para o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet" em nível mundial visando a "uma efetiva proteção dos dados".

Quase tive um ataque de narcolepsia só de pensar em como tramitaria tal ideia dentro da ONU. A chance de algo efetivo prosperar ali dentro é menor do que zero.

Dilma faria melhor se buscasse equipar o Brasil contra ataques cibernéticos. A presidente faz o oposto. Engavetou um projeto de Política Nacional de Inteligência, que cria diretrizes para o Estado brasileiro se prevenir contra ações de espionagem. O texto está pronto e parado, no Planalto, desde novembro de 2010.

É mais fácil ler um discurso feito pelo marqueteiro no teleprompter na ONU do que trabalhar duro em casa. Para azar de Dilma, é possível perceber a distância entre o que ela fala e o que, de fato, faz.

Nossos amigos bolivarianos: tirar a ONU dos EUA: colocar onde? - Le Monde

Bem, a Bolívia sempre pode se oferecer para abrigar o novo Secretariado, e seus milhares de funcionários.
Os diplomatas amigos ficariam contentes: a vida é mais barata na Bolívia, e o ar menos poluído...
Paulo Roberto de Almeida

Morales propose de déplacer le siège des Nations unies
Le Monde.fr avec AFP | 26.09.2013 à 05h45 • Mis à jour le 26.09.2013 à 07h35

Le président bolivien, Evo Morales, a suggéré mercredi de changer le siège des Nations unies pour éviter un "chantage" des Etats-Unis, pays hôte de l'ONU, pour la délivrance de visas ou le survol de leur territoire.
"Il est important d'envisager de changer le siège des Nations unies", a-t-il déclaré dans un discours devant l'assemblée générale à New York. "Ce siège devrait setrouver dans un territoire, un Etat qui a ratifié tous les traités des Nations unies".
M. Morales s'est déclaré "solidaire" de son homologue vénézuélien, Nicolas Maduro, qui a accusé les Etats-Unis d'avoir mis des obstacles à sa venue au siège de l'ONU pour l'assemblée générale. "Comment pouvons-nous être en sécurité dans une réunion à l'ONU à New York ?", s'est-il exclamé. "Ici on ne nous garantit pas des visas ou des autorisations de survol, nous sommes menacés et soumis à des chantages au visa".
"INSULTE" À MADURO
Il n'a pas indiqué où il souhaitait transférer le siège de l'ONU mais a précisé qu'il ne pensait pas à la Bolivie ni à aucun pays d'Amérique latine.
La semaine dernière, les autorités vénézuéliennes avaient accusé les Etats-Unis d'avoir refusé à Nicolas Maduro le survol de leur territoire durant son voyage vers Pékin, une décision qualifiée d'"insulte" et de "faute grave" par le Venezuela.
Les Etats-Unis avaient démenti ces accusations, en assurant avoir autorisé ce survol et en niant par ailleurs tout refus de visa à une délégation de Caracas à l'ONU, un autre motif de mécontentement du pouvoir vénézuélien. M. Maduro est finalement arrivé mercredi au Venezuela après un voyage officiel en Chine sansfaire étape à New York.
Maduro assure que sa vie était en danger à New York
Le président vénézuélien, Nicolas Maduro, affirmé jeudi qu'il avait renoncé à venir à New York, où il espérait participer à l'Assemblée générale des Nations unies, "pour préserver son intégrité physique" et "sa vie".

"Le gouvernement américain sait que ces gens sont derrière une activité très dangereuse qui était en préparation à New York. La mafia de Roger Noriega et Otto Reich (...). Ce clan préparait une provocation folle, on ne peut pas la qualifier autrement, terrible", a-t-il assuré sans donner toutefois d'autres détails.

USA and the Syria question: much ado (from Obama) about nothing - Max Fisher (WP)

Why Obama’s big U.N. speech on Syria was so awkwardly inconsistent


In his address to the United Nations on Tuesday, President Obama did his best to rally the organization to action on Syria. His case was forceful but, at moments, the logic seemed strained, even contradictory. And it was all made a bit awkward by the fact that Obama's urgent call to action came more than two years into the war, after two far milder U.N. addresses.
There were two contradictions in Obama's comments to the United Nations on Syria. The first was with the Obama of General Assemblies past, who espoused a very different view of the war and how to handle it. Previously, Obama had not advocated any of the military and diplomatic actions that, today, he declared so vital that failing to pursue them could undermine the legitimacy of the United Nations itself. The second contradiction was in Obama's two goals in Syria – punishing Assad for his chemical weapons and ending the war – which he framed as complimentary even though they would appear to work at cross-purposes.
This gets to the bigger, underlying contradiction: Obama has a habit of conflating his case for punishing chemical weapons use with his case for ending the war, and says we can do both at the same time. But he advocates contradictory actions in pursuit of those two goals.
To be clear, this is not to argue that Obama is hypocritical or somehow dishonest. But he's got a very tough needle to thread: he's trying to rally an action-resistant United Nations into very difficult and unpopular action; he's also trying to push it toward two very different forms of action. Those are really difficult goals. That Obama is back-bending through some less-than-consistent rhetoric is a sign of just how difficult.
Still, the shift in Obama's position is revealing. Just one year ago, in his United Nations General Assembly speech, Obama said of Syria only that "we must stand with those Syrians who believe in a different vision." The war, at that point, was already horrifically violent; President Bashar al-Assad's forces had not used chemical weapons but they had committed plenty of the slaughter that Obama cited today as cause for action. Yet, in his previous addresses, he'd made no call for action, no declaration that the "legitimacy" of the U.N. was on the line, as he argued today.
If the United Nations Security Council failed to pass a sufficiently tough resolution to force Assad to give up his chemical weapons, Obama warned, "then it will show that the United Nations is incapable of enforcing the most basic of international laws." Those are pretty high stakes, after two years of relative U.S. inaction on Syria, despite tens of thousands killed. Obama's prior U.N. addresses since the war began, in 2011 and 2012, somewhat undermined his big call to action today. In those two speeches, he did not demand U.N. action – nor pledge any concrete U.S. steps.
You could argue that Assad's alleged use of chemical weapons on Aug. 21 changed all that, justifying Obama's radically different approach. But Obama, in making his case for action today, cited not just chemical weapons growing sectarianism, the danger of regional destabilization, extremism and the larger human costs of the war. Those were all present a year ago. And Obama argued for specific action not just to end chemical weapons but to end the war itself – which did not seem to merit the same sort of response for him last year.
On paper, Obama's two overriding goals in Syria are actually pretty straightforward. First, he wants to uphold the international norm against the use of chemical weapons, which he believes Assad violated by using chemical weapons against civilians on Aug 21. Second, he wants for Assad to step down voluntarily as part of a negotiated peace deal with the rebels that would also leave elements of Assad's government intact.
The problem comes when Obama explains how to achieve those goals. He told the United Nations today that the threat of force could compel Assad to give up his chemical weapons, but that actual military force could not end the war. He argued, on the one hand, "I do not believe that military action by those within Syria or by external powers can achieve a lasting peace." On the other, he said that only the threat of military strikes had compelled Assad to accept the chemical weapons deal.
One might reasonably conclude, taking Obama's arguments at face value, that the world would have to pursue these goals separately. At one point, it would have to pick: threaten and maybe use force to get rid of the chemical weapons, or instead of force pursue a diplomatic peace deal.
The problem, though, is that Obama has linked his two pursuit, saying that the one complements the other. "Our agreement on chemical weapons should energize a larger diplomatic effort to reach a political settlement within Syria," he said. That's a bit of a contradiction: military force would undermine a peace deal, but it would force Assad to give up his chemical weapons and thus "energize" a peace deal.
How do you square that circle? Some hawkish analysts argue that Obama should use a credible threat of military action, or military action itself, to compel Assad to the negotiating table, just as that action compelled Assad to volunteer his chemical weapons. More dovish analysts would say that strikes should be off the table in both cases. Others might suggest that the goal of ending the war is simply out of Obama's reach and that, if he were brutally honest, he would drop it from his speeches. Those are all reasonable and internally consistent cases. But perhaps they're not what Obama believes can sell at the United Nations this year.
Max Fisher
Max Fisher is the Post's foreign affairs blogger. He has a master's degree in security studies from Johns Hopkins University. Sign up for his daily newsletter here. Also, follow him on Twitter orFacebook.