O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Nem o Banco Central, nem o governo definem a taxa de juros, mas sim o credor - Ricardo Bergamini

 Nem o Banco Central, nem o governo definem a taxa de juros, mas sim o credor

Ricardo Bergamini

 

Preados Senhores

 

Abaixo provas cabais e irrefutáveis da afirmação do preâmbulo, senão vejamos:

 

1 - Em 2020, o governo promoveu o “OSCAR DE EFEITOS ESPECIAIS” e manteve a TAXA SELIC em 2,00% ao ano, mas os credores, de forma soberana, rolaram a dívida do governo ao custo de 8,37% ao ano. Tendo sido o IPCA de 4,52% ao ano, o ganho real dos investidores foi de 3,85% ao ano.  

 

- Em 2020, 57,74% do mercado de crédito - R$ 2.319,9 bilhões (31,31% do PIB) - com recursos livres com juro médio de 25,5% ao ano. 

 

2 - Em 2022, o governo manteve a TAXA SELIC em 13,75% ao ano, mas os credores, de forma soberana, rolaram a dívida do governo ao custo de 10,21% ao ano. Tendo sido o IPCA de 5,79% ao ano o ganho real dos investidores foi de 4,42% ao ano.  

 

- Em 2022, 59,61% do mercado de crédito - R$ 3.175,0 bilhões (32,3% do PIB) - com recursos livres com juro médio de 42,0 % ao ano. 

 

Cabe destacar que de 2011/2018 governos (DILMA/TEMER) a taxa média de ganho real dos investidores foi de 5,93% ao ano.

 

O que não se debate no Brasil é a diferença entre os juros pagos pelo governo na rolagem da sua dívida e o pago pelo mercado de crédito livre. 

 

- Em 2020, o governo pagou 8,37% ao ano e o mercado 25,5% ao ano.

 

- Em 2022, o governo pagou 10,21% ao ano e o mercado 42,0% ao ano.

 

 

 

Fonte - ME

 

Diferença entre juros SELIC e juros de longo prazo – ME

 

Base: dezembro de 2022

Ano

1

2

3

4

5

6

7

2011

2.600,7

4.376,4

59,44

11,00

12,83

6,50

6,33

2012

2.887,4

4.814,8

59,97

7,25

11,55

5,84

5,71

2013

3.059,6

5.331,6

57,39

10,00

11,32

5,91

5,41

2014

3.392,8

5.778,9

58,71

11,75

11,84

6,41

5,43

2015

4.055,7

5.995,8

67,64

14,25

16,07

10,67

5,40

2016

4.635,7

6.269,3

73,94

13,75

12,02

6,29

5,73

2017

5.218,8

6.583,3

79,27

7,00

10,29

2,95

7,34

2018

5.671,4

7.004,1

80,97

6,50

9,86

3,75

6,11

2019

6.137,6

7.256,9

84,58

4,50

8,71

4,31

4,40

2020

6.998,6

7.445,7

94,00

2,00

8,37

4,52

3,85

2021

7.643,0

8.599,8

88,87

9,25

8,91

10,06

-1,15

20/22

8.106,8

9.784,8

82,85

13,75

10,21

5,79

4,42

Legenda: 1 – Estoque da dívida da União - R$ Bilhões; 2 – Valor do PIB em R$ bilhões; 

3 – Dívida % do PIB; 4 - Taxa SELIC % ao ano; 5 - Custo de rolagem da dívida % ao ano;

6 - IPCA% ao ano; 7 - Ganho real do investidor % ao ano. 

 

Com base nas informações acima colocadas podemos afirmar que o debate de juros no Brasil é um manicômio amplo, geral e irrestrito.

 

Que Deus tenha piedade da abissal escuridão e ignorância reinante no Brasil (Ricardo Bergamini)

domingo, 19 de fevereiro de 2023

O Brasil e a Ucrânia: do 'amor' de Bolsonaro a Putin ao anti-imperialismo de Lula - MaderMedia Lusa (Sapo 24)

O Brasil e a Ucrânia. Do 'amor' de Bolsonaro a Putin ao anti-imperialismo de Lula

SAPO 24, 19 fev 2023 09:59

A diplomacia brasileira tem mostrado uma atitude passiva em relação à invasão da Ucrânia, com o ex-presidente Jair Bolsonaro mostrando afinidade quanto a Vladimir Putin e com o atual chefe de Estado, Lula da Silva, ideologicamente anti-imperialista.

“O Brasil começou com uma diplomacia de Bolsonaro de maior aproximação com os Estados Unidos e ao longo do Governo com a derrota de [Donald] Trump” e a vitória nas presidenciais de Joe Biden, o Brasil “afastou-se dos EUA e aproximou-se de Putin”, explicou à Lusa o mestre em Ação Política e presidente do Conselho da Fundação da Liberdade Económica, Márcio Coimbra.

Bolsonaro (que governou o Brasil de 01 de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2022) estava muito mais ligado à ideia de ter um apoio de um autocrata, insistiu o especialista.

“Ele mudou de autocrata”, disse, frisando: “Não importa onde esteja o autocrata desde que seja autocrata”.

Também à Lusa, Guilherme Casarões, Pesquisador Sénior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), detalhou que o ex-presidente brasileiro olhava para a Rússia como a única potência disposta a apoiar a sua política externa, “além de enxergar em Putin um líder forte, conservador e nacionalista religioso, virtudes defendidas” por Jair Bolsonaro.

Desde o início da guerra, que na sexta-feira fará um ano desde o ataque russo à Ucrânia, Bolsonaro evitou condenar os ataques russos em território ucraniano e manteve uma posição “neutra” e “equilibrada” em relação ao conflito.

Dias antes do ataque russo, Jair Bolsonaro reuniu-se com Vladimir Putin na Rússia. Durante o seu mandato, o Brasil, apesar de condenar a invasão russa da Ucrânia na ONU, nunca apoiou as sanções impostas à Rússia, encetando esforços para que a venda de fertilizantes russos, necessários para a agricultura brasileiro, não fosse incluída nas sanções.

Ainda durante a campanha eleitoral para as presidenciais brasileiras, no ano passado, Lula da Silva foi criticado quando disse que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, era “tão responsável” pelo conflito como Vladimir Putin.

O próprio Lula da Silva chegou a constar numa lista com personalidades acusadas de promoverem propaganda russa, formulada pelo Centro de Combate à Desinformação ucraniano.

“As diplomacias de Lula e Bolsonaro adotam posições semelhantes diante do conflito na Ucrânia, mas por razões distintas”, analisou Guilherme Casarões, acrescentando que a “despeito de boas relações históricas com Rússia e Putin, [Lula da Silva] parece movido por uma visão anti-imperialista da política internacional, que atribui à OTAN [NATO] responsabilidade primordial pelo conflito”.

No início do mês de fevereiro, o chanceler alemão, Olaf Scholz, veio a Brasília encontrar-se com Lula da Silva, tendo como um dos cadernos de encargos pedir ao Brasil que fornecesse munições de tanques para que Berlim as enviasse à Ucrânia. Esse pedido foi categoricamente recusado.

“O Brasil é um país de paz”, frisou Lula da Silva durante a conferência de imprensa ao lado de Olaf Scholz. Na mesma ocasião, o Presidente brasileiro chegou mesmo a afirmar que “quando um não quer, dois não brigam”, referindo-se aos líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

“O Brasil sempre se opôs ao envolvimento em conflitos de terceiros países. À exceção das duas Guerras Mundiais, nunca enviámos tropas ou equipamentos para campos de batalha, exceto quando expressamente solicitado pelas Nações Unidas, como no caso de Operações de Paz”, explicou o pesquisador do CEBRI.

O atual momento interno que o Brasil atravessa, na sequência dos ataques de radicais bolsonaristas às sedes dos três poderes em Brasília e com denúncias de que alguns membros das Forças Armadas seriam coniventes com essa ação, também reforçou esta tomada de decisão de Lula da Silva.

“O momento da relação entre o Governo e as Forças Armadas é bastante delicado. O Exército, em particular, parece ter sido conivente com os ataques antidemocráticos de 08 de janeiro em Brasília”, disse, recordando a troca de comando das Forças Armadas há menos de um mês.

Ainda assim, com a chegada de Lula da Silva ao poder e com o seu anseio de recolocar o Brasil no mapa das relações internacionais e de potência global, junto dos seus parceiros ocidentais, Márcio Coimbra considerou que as declarações e a postura de Lula da Silva “já vêm num sentindo de que Putin cometeu um erro e uma violação ao invadir um território soberano de uma outra nação”.

“Apesar de ter um discurso antirrealista, contra os EUA, vejo Lula como um pragmático”, afirmou o presidente do Conselho da Fundação da Liberdade Económica, detalhando que “os países da comunidade internacional exigem que para o Brasil se colocar no mundo tenha a mesma agenda das principais democracias”.

Nas últimas semanas, especialmente com a vinda do chanceler alemão e da ministra dos Negócios Estrangeiros francesa a Brasília e com a visita de Lula da Silva a Washington para se encontrar com Joe Biden, os apelos destes países para uma tomada de posição mais alinhada ao ocidente intensificaram-se.

A chefe da diplomacia francesa recordou que 24 de fevereiro marca o “triste aniversário de um ano desta guerra”, dizendo ter a certeza que o Brasil “vai relembrar os factos no final deste mês” e ainda esta semana a subsecretária de Estado norte-americana para Assuntos Políticos, Victoria Nuland pediu “ao Brasil que se colocasse no lugar da Ucrânia”.

“Lula naturalmente colocar-se-ia a favor da Rússia, porém o que nós vimos foi que, pragmaticamente, por pressão especialmente de França, Alemanha e EUA, Lula tem adotado uma postura mais pró-ocidente em relação à Ucrânia”, frisou Márcio Coimbra.

“Não uma relação em que o Brasil seja capaz de enviar armamento, como a Alemanha tentou”, mas que já é “uma mudança profunda do Brasil, do Governo de Bolsonaro para o Governo Lula”, disse.


Batalhão Azov: neonazistas em socorro da Ucrânia contra a invasão russa? - Susann Witt-Stahl (Junge Welt; Strumenti Politici)

Uma "milícia" altamente suspeita de nazismo do lado das forças ucranianas contra a invasão russa. 

Il Corsivo

Kiev affida nuove missioni e più potere al battaglione neonazista Azov: l’analisi di un quotidiano tedesco 

19 Febbraio 2023

Il quotidiano tedesco Junge Welt racconta gli ultimi inquietanti sviluppi delle forze ucraine. Sempre più poteri attribuiti al famigerato reggimento Azov di ispirazione neonazista. E sempre più sfacciati nel presentare i propri obiettivi nazionalistici, estremamente distanti da quei valori europei che dovrebbero teoricamente accomunare Kiev a Bruxelles. Non solo: per reclutare uomini, offrono condizioni migliori rispetto all’esercito regolare e utilizzano nelle loro pubblicità standard all’avanguardia dei film di Hollywood. Proponiamo una versione tradotta dell’articolo della giornalista tedesca Susann Witt-Stahl.

I militari ucraini stanno attivamente lavorando per raccogliere forze fresche, al fine formare nuove brigate di assalto. A completamento di una sezione della Polizia nazionale e della Guardia di frontiera dovranno esserci sei brigate della Guardia Nazionale dell’Ucraina, che fino all’inizio della cosiddetta operazione speciale russa contava su circa 60mila uomini e che risponde al Ministero degli Interni. Questi reparti d’attacco dovranno essere composti esclusivamente di volontari, la maggioranza dei quali è già “passata attraverso l’inferno” ed è “mossa dal patriottismo”. Lo ha dichiarato il 2 febbraio il ministro degli Interni Ihor Klymenko.

Ce ne sono tanti così nel Paese, ha affermato. È stato reso noto che in questo momento sono state ricevute 27mila richieste di adesione. Della nuova formazione d’assalto fa parte anche la famosa divisione di prim’ordine neonazista della Guardia Nazionale, che ha acquisito lo status di culto di “eroici difensori dell’Azovstal” sia in Ucraina che in tutto l’Occidente. Recentemente una delegazione dell’Azov ha celebrato a Parigi la visione in anteprima del film di propaganda Slava Ukraini del provocatorio saggista Bernard-Henri Lévy insieme ad esponenti di rilievo della politica francese, del business e della cultura, compreso l’ex presidente François Hollande.

Un’unità speciale neonazista comandata dal fondatore dell’Azov Andriy Biletsky, che era stata creata nel febbraio 2022 e subito inclusa nell’esercito regolare, è stata elevata al livello di brigata tre settimane fa.

Le promesse per chi si arruola in Azov

Comunque di recente lo stesso Azov è diventato un’organizzazione militarizzata di grosse dimensione nella cornice della Guardia Nazionale, come era stata inizialmente concepita nel 2014, e può agire in maniera autonoma. “È arrivato il momento di passare all’attacco”, questo il richiamo ai sostenitori per invitarli ad arruolarsi come volontari. “Fate la storia insieme a noi. Entrate nell’Azov!”.

Le gratificazioni proposte sono dei privilegi che i soldati dell’esercito regolare, spesso mandati al macello nel Donbass senza alcuna preparazione decente e senza equipaggiamento adeguato, possono soltanto sognarsi: un’intensa preparazione da artiglieri, carristi e operatori di droni nel corso di vari mesi condotta da ufficiali con esperienza sul campo, un’ottima paga, cure in ospedali statali, e infine l’ottenimento di un diploma universitario o una carriera presso il Ministero degli Interni.

Vi è poi lo slogan “Garantiamo lo svolgimento in prima linea di missioni di combattimento insieme a compagni di ideali”. Questa frase probabilmente è stata pensata per attrarre anzitutto i destrorsi militaristi assetati di sangue. Per costoro può essere allettante la destinazione delle missioni di combattimento, che Biletsky ha definito “la zona più difficile”, cioè Bahmut. La battaglia decisiva di questo conflitto deve ancora arrivare. C’è bisogno di un nuovo standard. Ecco perché i comandi militari ci affidano una nuova responsabilità. Così si vantava Biletsky il 26 gennaio, spiegando la forza crescente delle sue truppe e promettendo un “inverno caldo” per la Russia: Stiamo preparando ad essa delle sorprese. Azov sta svolgendo una campagna ben congegnata per le sue nuove reclute.

I video pubblicitari e la complicità dei social

I video pubblicitari sono realizzati secondo i più alti standard creativi e industriali dei film di guerra hollywoodiani. Grazie al montaggio dinamico fatto di inquadrature drammatiche, sottolineate da suoni arcaici come quelli delle trombe di guerra o quelli magniloquenti in stile wagneriano, così come i battiti del polso per aumentare l’adrenalina, ci si rivolge ai più bassi istinti di violenza. “Senza lotta non c’è gloria!”, declama uno degli slogana. Martedì scorso Azov ha già presentato le registrazioni dei primi di giorni di dispiegamento della sua brigata a Bahmut.

A gennaio la società americana Meta Platforms aveva escluso Azov dal suo elenco di organizzazioni pericolose. Centinaia di account del battaglione neonazista sono stati sbloccati. D’ora in avanti Azov come movimento, nel quale oltre alle unità militari vi sono milizie che terrorizzano gli oppositori e le minoranze nel Paese, e anche vi sono anche un partito, un’etichetta musicale e un marchio di vestiti, può agire in tutto il mondo senza alcuna limitazione.

Grazie alla sua macchina propagandistica che cresce continuamente, Azov diffonde non soltanto l’ideologia nazista guerrafondaia e superomistica e il mito degli eroi, ma anche una disinformazione sistematica: in primo luogo le menzogne sul fatto che Azov abbia rotto i legami col neonazismo, dette in grande quantità dai politici e dai mass media in Europa e in America.

Lo stesso leader del battaglione Biletsky ha smentito la bugia il 3 febbraio in occasione del 94esimo anniversario della Organizzazione dei Nazionalisti Ucraini (OUN). Ha reso gli onori a Stepan BanderaRoman Shukhevych e agli altri fiancheggiatori della Germania nazista, che furono in parte responsabili dell’Olocausto, e ha esortato i suoi seguaci ad agire con determinazione: L’OUN ha svolto la sua missione storica. Adesso è arrivato il nostro momento.


O que é o “novo pré-sal” e por que a Petrobras aposta tanto nele - Célio Yano (Gazeta do Povo)

O  que é o “novo pré-sal” e por que a Petrobras aposta tanto nele

Por Célio Yano

Gazeta do Povo, 19/02/2023 14:10

A Petrobras pretende iniciar em breve a exploração de petróleo em uma fronteira, a chamada Margem Equatorial. Apelidada de “novo pré-sal”, a região abrange uma extensa faixa da costa do Amapá até o Rio Grande do Norte, e deve receber 49% dos investimentos em exploração da companhia até 2027.

Embora a exploração não deva se dar necessariamente sob uma camada de sal, a região recebeu o apelido em razão do potencial de fornecimento de petróleo e gás natural, corroborado por reservas encontradas em territórios vizinhos, de mesmo contexto geológico, nos últimos anos.

Somente a ExxonMobil já soma, desde 2015, mais de 25 descobertas de hidrocarbonetos no mar territorial da Guiana, cinco apenas em 2022. Na área offshore do Suriname, a TotalEnergies e a Apache anunciaram a descoberta de seis reservas significativas no chamado bloco 58 desde janeiro de 2020.

Além disso, descobertas nas bacias da chamada Margem Conjugada Africana, que guarda similaridade geológica com a Margem Equatorial brasileira, aumentam as expectativas para a exploração e produção de óleo e gás na região, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“A Margem Equatorial é considerada uma área estratégica para a Petrobras e uma fronteira exploratória promissora em águas ultraprofundas. As descobertas recentes feitas por outras empresas em regiões vizinhas a essa fronteira (offshore das Guianas e do Suriname) corroboram esse potencial”, diz a Petrobras, em nota.

Em seu primeira declaração após ser empossado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates defendeu a ampliação das fronteiras exploratórias de óleo e gás pela companhia, incluindo “toda a costa da margem equatorial, essa nova e promissora fronteira exploratória e onde também há um forte potencial para energias renováveis”.

Para dar início aos trabalhos, a companhia aguarda a emissão de uma licença ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Como parte desse plano, a Petrobras já recebeu autorização ambiental do governo do Pará para um "simulado de vazamento" na bacia da foz do Amazonas.

Assim que obtida a licença do Ibama, a primeira perfuração será a 160 quilômetros da costa, em águas ultra profundas (2,8 mil metros de profundidade), em região pertencente ao estado do Amapá, na bacia da Foz do Amazonas.

Os blocos da bacia foram os mais disputados na 11.ª rodada de licitações de petróleo e gás da ANP, realizada em maio de 2013, e acabaram arrematados por um consórcio formado por TotalEnergies (40%), Petrobras (30%) e BP (30%).

A dificuldade na obtenção do licenciamento ambiental e a opção por investir em energias limpas fez com que as multinacionais desistissem da operação em 2020 e 2021, respectivamente. Ambientalistas criticam a exploração na região por considerarem que a atividade coloca em risco a biodiversidade local.

Em maio de 2022, a Petrobras recebeu uma autorização do Ibama para a avaliação pré-operacional como condição para a licença para exploração. “Estamos preparados para nossa jornada na Margem Equatorial empregando todo o conhecimento operacional da Petrobras e as tecnologias necessárias para a preservação e manutenção das características físicas e biológicas do ambiente. Em paralelo, desenvolveremos projetos socioeconômicos positivos para a região, com foco no cuidado ambiental”, informou a empresa à Gazeta do Povo.

Segundo a companhia, as atividades de perfuração serão monitoradas e acompanhadas 24 horas por dia por meio de equipamentos e equipes técnicas especializadas. “Como forma de garantir a segurança das atividades, serão realizadas inspeções planejadas de sistemas e equipamentos, programas de manutenção preventiva e corretiva, treinamentos, simulados de emergência, vistorias e auditorias”, afirma.

A Petrobras trata os projetos da Margem Equatorial como “a nova geração de projetos de óleo e gás”, porque buscariam sinergia com novas fontes renováveis e de baixo carbono nas áreas em que a empresa atua.

Até 2027, a estatal planeja investir ao menos US$ 2,94 bilhões em atividades de exploração da Margem Equatorial, com previsão de perfuração de 16 poços, de acordo com o plano estratégico da empresa para o próximo quadriênio. Segundo a companhia, a abertura de novas frentes exploratórias dependerá da obtenção das licenças ambientais correspondentes.

Hoje, a maior parte da produção da Petrobras advém da camada do pré-sal. No 3º trimestre de 2022, foram produzidos em média 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia, dos quais 1,94 milhão – ou 73% – vieram da fronteira exploratória.

https://www.gazetadopovo.com.br/economia/o-que-e-novo-pre-sal-e-por-que-petrobras-aposta-tanto-nele/

Um número especial da Economist a um ano da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia

Um número especial da Economist a um ano da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia

Hello from London,

Do you remember where were you on February 24th last year? When, early on a gloomy, grey morning, Vladimir Putin’s tanks rolled into Ukraine, it was evident that history was being rewritten. What you are doing, however mundane, on first hearing news of such epochal events often sticks in the mind.

In London, it was a Thursday and like many of my colleagues I was busy putting the final touches to that week’s print edition of The Economist. Articles in almost every section needed revising and updating to take account of the new world disorder. The cover leader that appeared that week stands the test of time. But the question we put on the cover betrays how much the war that followed has defied expectations. “Where will he stop?” we asked of Mr Putin, hinting at the sense in many quarters that the invasion would be swift, successful and brutal. 

In fact, as some maps we published on Friday show, Russia’s advance into Ukraine soon stalled, and has since been partially reversed. The dogged, pragmatic heroism of Ukraine’s soldiers and citizens and of their president, Volodymyr Zelensky, has turned what Mr Putin must have hoped would be a repeat of the rapid annexation of Crimea in 2014 into a long war of attrition with no swift end in sight. In the process Ukraine itself has been transformed into a more unified, more Westward-leaning, more resilient democracy.

So the questions for now are no longer “Where will he stop?” but rather “When and how can he be beaten?” This week we will be publishing a series of in-depth articles on “a year of war” that explain how expectations have been so transformed, but also how what is at stake in the war has only grown in importance. As the first in the series argues, Ukraine’s fate will become a measure of the West’s self-belief and stature, and its ability to retain unity in the face of Mr Putin’s threats, blandishments and endless divide-and-rule chicanery. And to a certain extent, it will test the West’s industrial capacity, too, as it struggles to produce enough weaponry and ammunition to allow Ukraine to defend itself.

The global economy is still grappling with the effects of the war, with the West still trying to tamp down inflation as interest rates continue to climb. The rising costs of finance, energy and food have pushed some countries to the edge of bankruptcy. This will be in the news this week as finance ministers from members of the G20 gather in India, with the plight of heavily indebted countries high on the agenda. On this issue, as on so much else, America and China find themselves pulling in opposite directions. China is refusing to play by the old rules of international financial diplomacy. Sri Lanka, in urgent need of a bail-out, and deeply in hock to China, may test the willingness of the West and the IMF to go it alone—ie, to provide the money and restructure the debt without China’s taking part in the process.


sábado, 18 de fevereiro de 2023

Russian crimes in Ukraine; International tribunal for Russian War Crimes, and Crimes Against Humanity - Centre for Defence Strategies

Mais un Daily Brief do CDS, 17/02/2023

Russian crimes in Ukraine

President Zelensky’s office publicly declared that the idea of creating a so-called "hybrid tribunal" as a tool for investigating the crime of aggression by the Russian Federation is not acceptable. Ukraine seeks to punish the leadership of the Russian Federation for the decision to commit armed aggression against Ukraine, the Head of the President's Office, Andriy Yermak, stressed. The hybrid tribunal does not guarantee that it will lead to the removal of immunity from Putin, Lavrov and Mishustin.

International diplomatic aspect

While answering the question about the US weapons supplies in connection to the liberation of Crimea, Victoria Nuland said, "Ukraine is fighting for the return of all of its land within its international borders. We are supporting them, including in preparing the next hard push to regain their territory." Though she didn't mention Crimea directly, her message is important in the foreground of recent articles that argue that the Biden Administration shifted its policy and didn't believe Ukraine should try to recapture the peninsula this time. "I can imagine that you would not be satisfied to have pieces of your country bitten off by another country and expect the international community not to stand with you," the Under Secretary of State for Political Affairs concluded.

She has rejected the notion of "help fatigue" after this first year of the war. On the contrary, she said that "far from being fatigued, we see countries around the world understanding, particularly after Putin's escalation against civilians and against heating and water supplies over the winter, that this has to be stopped, and it's only going to be stopped if the Ukrainians are enabled to fight the fight." Though a dozen Republican Representatives Introduced the "Ukraine Fatigue" Resolution to Halt US Aid to Ukraine, Mitch McConnell's message is bold "Defeating Russians in Ukraine is the most important event going on in the world right now... we're also monitoring very carefully the money being spent... We should stay together on a bipartisan basis in our country and defend these people who are bravely fighting for freedom and democracy in Ukraine."

"The provision of such aircraft [F-16 or an analog] is necessary to help Ukraine protect its airspace, particularly in light of renewed Russian offensives and considering the expected increase in large-scale combat operations," a bipartisan group of Representatives argued to the POTUS. "F-16s or similar fourth generation fighter aircraft would provide Ukraine with a highly mobile platform from which to target Russian air-to-air missiles and drones, to protect Ukrainian ground forces as they engage Russian troops, as well as to engage Russian fighters for contested air superiority," the lawmakers wrote.

"There is no alternative to Ukrainian victory," Volodymyr Zelensky told the Munich Security Conference. "We need to hurry up. We need speed — speed of our agreements, speed of our delivery... speed of decisions to limit Russian potential. There is no alternative to speed because it is the speed that life depends on," the President stressed.

"I don't believe a second in regime change," said the French President at the Munich Security Conference. "We have to find a way to force Russia to come back to the table under the conditions of Ukraine." Emmanuel Macron may not wish for a regime change as a goal of his strategy, but "it's a bonus, though," as Ambassador Daniel Fried put it at the Lennart Meri Conference last May. The world would be much better with Vladimir Putin behind bars after a tribunal.

"So that history does not repeat itself, we need to prosecute the crime of aggression," the Estonian Prime minister urged. A small Baltic nation knows too well that impunity encourages a criminal regime to revisit crimes. Estonia was illegally annexed in 1940 and underwent the full spectrum of the Kremlin care – murders, suppression, deportations, and Russification.

Humanitarian aspect:

As of yesterday, there are 16,207 officially verified Ukrainian children on the territory of the Russian Federation, Ombudsman Dmytro Lubinets said. Those are the children whose names, origins and whereabouts are known. In reality, the number of children is much higher. "We assume that this number is approximately 150,000 children. Russia says that there are 733,000 Ukrainian children they keep on their territory. However, in our opinion, this figure is exaggerated," said Lubinets.

Ukrainians submitted over 325,000 reports about the destruction or damage to housing caused by Russian aggression through the government-issued Diya application. According to Prime Minister Denys Shmyhal, the restoration of people's housing is a priority of rapid reconstruction. This is exactly what the funds from confiscated Russian assets should be used for.

Russia, relevant news

In Russia, Lieutenant General Andriy Mordvichev was appointed as the new commander of the Central Military District with headquarters in Yekaterinburg. According to the Security Service of Ukraine, it was General Mordvichev who gave the order to capture Mariupol and storm Azovstal. He has been charged in absentia under three articles of the Criminal Code of Ukraine. ________________________________________________________

Centre for Defence Strategies (CDS) is a Ukrainian security think tank. We operate since 2020 We publish this brief daily. If you would like to subscribe, please send us an email at cds.dailybrief@gmail.com

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

A mesma coisa, tudo de novo (a diplomacia de Lula 3) - Paulo Roberto de Almeida (revista Crusoé)

 O mais recente artigo publicado (não precisavam colocar uma foto ridícula):


1493. “A mesma coisa, tudo de novo” 
(título original: Diplomacia de Lula 3: la nave va..., mas para onde?”), 
Revista Crusoé, 17/02/2023; link:
Relação de Originais n. 4320.

Trechos do artigo:
    (...)

Nem tudo foi perdido, ao que parece: em 2009, a China já tinha suplantado os Estados Unidos ao assumir o primeiro lugar no comércio exterior do Brasil, e atualmente, ela sozinha faz o dobro dos intercâmbios mantidos com os dois parceiros seguintes, os Estados Unidos e a União Europeia, justamente, sendo que a Ásia Pacífico, em nossos dias, ocupa lugar preeminente no comércio internacional do Brasil. Mas também é um fato que foi o agronegócio sozinho que alcançou esses resultados, pois que não existem acordos de livre comércio, do Brasil ou do Mercosul, com aqueles países, e é também verdade que todas as vendas estão baseadas essencialmente em commodities, cujos preços e volumes exportados não dependem em nada do governo, qualquer governo, pois que todos os movimentos dependem totalmente da dinâmica dos mercados, das ambições ricardianas dos empresários do agronegócio e das tradings, não do ativismo da diplomacia ou das iniciativas de tecnocratas governamentais.

E quanto ao reforço do Mercosul, da integração sul-americana e da união da América Latina? O bloco e toda a região nunca estiveram tão fragmentados e desunidos quanto hoje, e vários países buscaram suas próprias soluções, alguns a caminho da Ásia Pacífico, justamente, outros ingressando na OCDE, esse “clube de países ricos”, como ainda agora os petistas se referem depreciativamente a esse excelente foro de consulta e de coordenação das melhores práticas em políticas econômicas, macro e setoriais, baseado em Paris, e que, nos últimos vinte anos, passou de duas dúzias de membros a quase o dobro desse total. O próprio Brasil, mas não os petistas da “ativa e altiva”, buscou integrar-se ao foro, objetivo que parece permanecer em banho-maria atualmente, como aliás foi o caso durante os 13 anos e meio dos mandatos lulopetistas no comando do país. 

E no que se refere ao grande objetivo de uma associação comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que já era o objetivo fixado em meados dos anos 1990, quando também havia o projeto americano de uma Área de Livre Comércio das Américas, tal como proposto pelo presidente Bill Clinton na cúpula de Miami, em dezembro de 1994? Está certo que na primeira gestão de Celso Amorim, como chanceler, no governo Itamar Franco, o Brasil já propunha uma Alcsa, também uma área de livre comércio, mas que seria exclusivamente sul-americana, objetivo que parece ter sido desprezado por todos os parceiros da região. Recorde-se, também, que a associação do Mercosul à UE permaneceu vinte anos no banho-maria, justamente, depois que os três grandes concorrentes na liderança sul-americana – Hugo Chávez da Venezuela, Nestor Kirchner da Argentina, e o próprio Lula – se encarregaram de implodir a Alca na cúpula de Mar del Plata, em 2005, como orgulhosamente o reconheceram tanto Lula quanto Amorim. Foi só depois, sob a administração “neoliberal” de Michel Temer que o projeto de ingresso na OCDE e as negociações com a UE foram ultimados, a ponto de o famoso acordo inter-regional ter sido assinado nos primeiros seis meses do governo dito ultraliberal de Bolsonaro, projetos não bem acolhidos pelos petistas de volta ao poder (pois que não sabem se, um e outro, colocarão em risco a outrora poderosa indústria brasileira). 

(...)

(Publicarei a íntegra em 3 semanas...)