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quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Igreja em que pagando, tudo se perdoa, até assassinatos...

Calma, não é dessa Igreja que vocês conhecem, que estou falando, a tal que pratica a teologia da prosperidade: pagou, levou (ou seja, contribuiu, levou uma promessinha para casa, antecipando a riqueza próxima, o emprego, a casa própria, o carro, ou qualquer outra coisa).
Não, estou falando mesmo da Igreja Católica, especialista na venda de indulgências. Certo, certo, depois que Lutero se revoltou contra esse tipo de prática, quase quinhentos anos atrás, a Igreja resolveu reformar suas tabelas, ou melhor, abolir o horrível recurso ao pagamento de multas (a ela mesma, quem mais poderia ser?) para ser redimido de estupro, adultério, incesto, sodomia, pedofilia, zoofilia, e até assassinatos de padres e da própria mulher. Pagou, levou...
OK, isso acabou, mas se a Igreja pudesse pagar um pouquinho, hoje, para que esqueçam todos esses casos escabrosos que estão vindo atualmente à tona, talvez ela decidisse pagar. O pior é que ela já está pagando, mas os casos seguem aparecendo, numa corrente sem fim.

Em todo caso, para melhorar o conhecimento histórico de todos e cada um, transcrevo aqui a lista das indulgências e seus respectivos valores, tal como posta na página do jornalista (judeu, mas isso não tem nada a ver) Carlos Brickmann:

[ALERTA: um leitor atento, recolhido nos Comentários, me avisa que esse documento é falso, como aliás eu alertava que poderia ser no meu acréscimo final, depois da lista. Em todo caso, transcrevo tambem, a nota da Wikipedia que discute a questão.]

Taxa de venda de indulgências pelo papa Leão X (1517)
Brickmann e Associados Comunicação, site www.brickmann.com.br
30/04/2010 13:15

Obs.: A libra, ou lira, usada nos domínios papais da época, equivaleria hoje, grosseiramente, a algo como mil dólares, pouco menos de dois mil reais. Uma libra, ou lira, se divide em 240 soldos.
Fonte: IICPA - International Institute of Certified Public Accountants

A Taxa Camarae é um tarifário promulgado, em 1517, pelo papa Leão X (1513-1521) destinado a vender indulgências, ou seja, o perdão dos pecados.

Todos os delitos poderiam ser perdoados em troca do pagamento das taxas. Leão X declarou aberto o céu para todos aqueles, fossem clérigos ou leigos, que tivessem cometido crimes, desde que se manifestassem generosos com os cofres papais.

São 35 artigos:

1. O eclesiástico que cometa o pecado da carne, seja com freiras, seja com primas, sobrinhas ou afilhadas suas, seja, por fim, com outra mulher qualquer, será absolvido, mediante o pagamento de 67 libras e 12 soldos.

2. Se o eclesiástico, além do pecado de fornicação, quiser ser absolvido do pecado contra a natureza ou de bestialidade, deve pagar 219 libras e 15 soldos. Mas se tiver apenas cometido pecado contra a natureza com meninos ou com animais, e não com mulheres, pagará 131 libras e 15 soldos.

3. O sacerdote que deflorar uma virgem pagará 2 libras e 8 soldos.

4. A religiosa que quiser alcançar a dignidade de abadessa depois de se ter entregue a um ou mais homens, simultânea ou sucessivamente, quer dentro, quer fora do seu convento, pagará 131 libras e 15 soldos.

5. Os sacerdotes que quiserem viver maritalmente com parentes pagarão 76 libras e 1 soldo.

6. Para todos os pecados de luxúria cometido por um leigo, a absolvição custará 27 libras e 1 soldo; no caso de incesto, acrescentar-se-ão 4 libras.

7. A mulher adúltera que queira ser absolvida para estar livre de todo e qualquer processo e obter uma ampla dispensa para prosseguir as suas relações ilícitas pagará 87 libras e 3 soldos. Em idêntica situação, o marido pagará a mesma soma; se tiverem cometido incesto com seus filhos acrescentarão 6 libras.

8. A absolvição e a certeza de não serem perseguidos por crimes de rapina, roubo ou incêndio, custará aos culpados 131 libras e 7 soldos.

9. A absolvição de um simples assassínio cometido na pessoa de um leigo é fixada em 15 libras, 4 soldos e 3 dinheiros.

10. Se o assassino tiver morto dois ou mais homens no mesmo dia, pagará como se tivesse apenas assassinado um.

11. O marido que tiver maltratado sua mulher pagará 3 libras e 4 soldos; se a tiver morto, 17 libras e 15 soldos; se o tiver feito com a intenção de casar com outra, pagará um suplemento de 32 libras e 9 soldos. Se o marido tiver tido ajuda para cometer o crime, cada um dos seus ajudantes será absolvido mediante o pagamento de 2 libras.

12. Quem afogar seu próprio filho pagará 17 libras e 15 soldos; caso matem o próprio filho, por mútuo consentimento, o pai e a mãe pagarão 27 libras e 1 soldo pela absolvição.

13. A mulher que destruir o filho que traz nas entranhas, assim como o pai que tiver contribuído para a perpetração do crime, pagarão cada um 17 libras e 15 soldos. Quem facilitar o aborto de uma criatura que não seja seu filho pagará menos 1 libra.

14. Pelo assassinato de um irmão, de uma irmã, de uma mãe ou de um pai, pagar-se-á 17 libras e 5 soldos.

15. Quem matar um bispo ou um prelado de hierarquia superior terá de pagar 131 libras, 14 soldos e 6 dinheiros.

16. O assassino que tiver morto mais de um sacerdote, sem ser de uma só vez, pagará 137 libras e 6 soldos pelo primeiro, e metade pelos restantes.

17. O bispo ou abade que cometa homicídio por emboscada, por acidente ou por necessidade, pagará 179 libras e 14 soldos.

18. Quem quiser comprar antecipadamente a absolvição, por todo e qualquer homicídio acidental que venha a cometer no futuro, terá de pagar 168 libras e 15 soldos.

19. O herege que se converta pagará pela sua absolvição 269 libras. O filho de um herege queimado, enforcado ou de qualquer outro modo justiçado, só poderá reabilitar-se mediante o pagamento de 218 libras, 16 soldos e 9 dinheiros.

20. O eclesiástico que, não podendo saldar as suas dívidas, não quiser ver-se processado pelos seus credores, entregará ao pontífice 17 libras, 8 soldos e 6 dinheiros, e a dívida ser-lhe-á perdoada.

21. A licença para instalar pontos de venda de vários géneros, sob o pórtico das igrejas, será concedida mediante o pagamento de 45 libras, 19 soldos e 3 dinheiros.

22. O delito de contrabando e as fraudes relativas aos direitos do príncipe custarão 87 libras e 3 dinheiros.

23. A cidade que quiser obter para os seus habitantes ou para os seus sacerdotes, frades ou monjas autorização de comer carne e lacticínios nas épocas em que está vedado fazê-lo pagará 781 libras e 10 soldos.

24. O convento que quiser mudar de regra e viver com menos abstinência do que a que estava prescrita pagará 146 libras e 5 soldos.

25. O frade que para sua maior conveniência, ou gosto, quiser passar a vida numa ermida com uma mulher, pagará 45 libras e 19 soldos.

26. O apóstata vagabundo que quiser viver sem travas pagará o mesmo montante pela absolvição.

27. O mesmo montante terá de pagar o religioso, regular ou secular, que pretenda viajar vestido de leigo.

28. O filho bastardo de um prior, que queira herdar a cura de seu pai, terá de pagar 27 libras e 1 soldo.

29. O bastardo que pretenda receber ordens sacras e usufruir de benefícios pagará 15 libras, 18 soldos e 6 dinheiros.

30. O filho de pais incógnitos que pretenda entrar nas ordens pagará 27 libras e 1 soldo.

31. Os leigos com defeitos físicos ou disformes, que pretendam receber ordens sacras e usufruir de benefícios, pagarão 58 libras e 2 soldos.

32. Igual soma pagará o cego da vista direita, mas o cego da vista esquerda pagará 10 libras e 7 soldos. Os vesgos pagarão 45 libras e 3 soldos.

33. Os eunucos que quiserem entrar nas ordens pagarão 310 libras e 15 soldos.

34. Quem por simonia quiser adquirir um ou mais benefícios deve dirigir-se aos tesoureiros do Papa que lhos venderão por um preço moderado.

35. Quem, por ter quebrado um juramento, quiser evitar qualquer perseguição e ver-se livre de qualquer marca de infâmia, pagará 131 libras e 15 soldos. Pagará ainda por cada um dos seus fiadores a quantia de 3 libras.

Fonte: Pepe Rodríguez (1997). Mentiras fundamentais da Igreja católica.
Terramar - Editores, Distribuidores e Livreiros
(1.ª edição portuguesa, Terramar, Outubro de 2001 - Anexo, pp. 345-348)

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Concluindo esta pouco edificante postagem sobre a conivência da criminalidade com o salvamento financeiro da Igreja, cabe registrar que são duas as fontes indicadas, uma um site internacional, outra um livro sobre as mentiras da Igreja Católica. Pode-se acreditar numa lista que trata de mentiras?


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Segue agora a matéria completa da Wikipedia italiana:

Taxa camarae
Da Wikipedia, l'enciclopedia libera.
link


La Taxa Camarae o Taxa Camerae sarebbe un elenco tariffario risalente al 1517 e dovuto a papa Leone X, redatto allo scopo di vendere assoluzioni sacramentali per peccati gravi già commessi o da commettersi in futuro. Il documento è stato e viene tuttora diffuso in seguito alla sua pubblicazione in calce al libro anticlericale dello spagnolo Pepe Rodríguez, intitolato Mentiras Fundamentales de la Iglesia Católica (tradotto in italiano: Verità e menzogne della Chiesa cattolica). Per gli storici questo documento è senza dubbio un falso.
Indice
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* 1 Il testo
* 2 Discussione intorno alla veridicità dell'elenco
* 3 Probabile modello su cui il falso è stato costruito
* 4 Note
* 5 Bibliografia
* 6 Collegamenti esterni

Il testo [modifica]

Ecco la traduzione italiana dei 35 articoli di cui il documento sarebbe composto:

1. L'ecclesiastico che incorresse in peccato carnale, sia con suore, sia con cugine, nipoti o figliocce, sia, infine, con un'altra qualsiasi donna, sarà assolto, mediante il pagamento di 67 libbre, 12 soldi.

2. Se l'ecclesiastico, oltre al peccato di fornicazione chiedesse d'essere assolto dal peccato contro natura o di bestialità, dovrà pagare 219 libbre, 15 soldi. Ma se avesse commesso peccato contro natura con bambini o bestie e non con una donna, pagherà solamente 131 libbre, 15 soldi.

3. Il sacerdote che deflorasse una vergine, pagherà 2 libbre, 8 soldi.

4. La religiosa che ambisse la dignità di abbadessa dopo essersi data a uno o più uomini simultaneamente o successivamente, all'interno o fuori del convento, pagherà 131 libre, 15 soldi.

5. I sacerdoti che volessero vivere in concubinato con i loro parenti, pagheranno 76 libbre, 1 soldo.

6. Per ogni peccato di lussuria commesso da un laico, l'assoluzione costerà 27 libbre, 1 soldo; per gli incesti si aggiungerà a coscienza 4 libbre.

7. La donna adultera che chieda l'assoluzione per restare libera da ogni processo e avere ampie dispense per proseguire i propri rapporti illeciti, pagherà al Papa 87 libbre, 3 soldi. In un caso analogo, il marito pagherà uguale somma; se avessero commesso incesto con i propri figli aggiungeranno a coscienza 6 libbre.

8. L'assoluzione e la sicurezza di non essere perseguiti per i crimini di rapina, furto o incendio, costerà ai colpevoli 131 libbre, 7 soldi.

9. L'assoluzione dell'assassinio semplice commesso sulla persona di un laico si stabilisce in 15 libbre, 4 soldi, 3 denari.

10. Se l'assassino avesse dato la morte a due o più uomini in uno stesso giorno, pagherà come se ne avesse assassinato uno solo.

11. Il marito che infliggesse maltrattamenti a sua moglie, pagherà alle casse della cancelleria 3 libbre, 4 soldi; se fosse uccisa, pagherà 17 libbre, 15 soldi, e se le avesse dato morte per sposarsi con un'altra, pagherà, inoltre, 32 libbre, 9 soldi. Coloro che avessero aiutato il marito a perpetrare il crimine saranno assolti mediante il pagamento di 2 libbre a testa.

12. Chi affogasse suo figlio, pagherà 17 libbre, 15 soldi (o sia 2 libbre in più che per uccidere uno sconosciuto), e se a uccidere fossero il padre e la madre di comune accordo, pagheranno 27 libbre, 1 soldo per l'assoluzione.

13. La donna che distruggesse il figlio che porta nel suo ventre, e il padre che avesse contribuito alla realizzazione del crimine, pagheranno 17 libbre, 15 soldi ognuno. Colui che facilitasse l'aborto di una creatura che non fosse suo figlio, pagherà 1 libbra di meno.

14. Per l'assassinio di un fratello, una sorella, una madre o un padre, si pagherà 17 libbre, 5 soldi.

15. Colui che uccidesse un vescovo o un prelato di gerarchia superiore, pagherà 131 libbre, 14 soldi, 6 denari.

16. Se l'assassino avesse dato morte a più sacerdoti in varie occasioni, pagherà 137 libbre, 6 soldi, per la prima uccisione, e la metà per quelle successive.

17. Il vescovo o abate che commettesse omicidio per imboscata, incidente o per necessità, pagherà, per raggiungere l'assoluzione, 179 libbre, 14 soldi.

18. Colui che in anticipo volesse comperare l'assoluzione di ogni omicidio incidentale che potesse perpetrare in futuro, pagherà 168 libbre, 15 soldi.

19. L'eretico che si convertisse, pagherà per l'assoluzione 269 libbre. Il figlio dell'eretico arso, impiccato o giustiziato in qualsiasi altra forma potrà essere riabilitato solo mediante il pagamento di 218 libbre, 16 soldi, 9 denari.

20. L'ecclesiastico che non potendo pagare i propri debiti volesse liberarsi dall'essere processato dai creditori, consegnerà al Pontefice 17 libbre, 8 soldi, 6 denari, e gli sarà perdonato il debito.

21. Sarà concessa la licenza per installare posti di vendita di vari generi sotto i portici delle chiese, sarà concesso mediante il pagamento di 45 libbre, 19 soldi, 3 denari.

22. Il delitto di contrabbando e frode ai diritti del principe costerà 87 libbre, 3 denari.

23. La città che ambisse per i suoi abitanti o per i suoi sacerdoti, frati o monache, la licenza di mangiare carne e latticini in epoche in cui è proibito, pagherà 781 libbre, 10 soldi.

24. Il monastero che volesse variare la regola e vivere con minore astinenza di quella prescritta, pagherà 146 libbre, 5 soldi.

25. Il frate che per migliore convenienza o gusto volesse passare la vita in un eremo con una donna, consegnerà al tesoro pontificio 45 libbre, 19 soldi.

26. L'apostata vagabondo che volesse vivere senza ostacoli, pagherà uguale quantità per l'assoluzione.

27. Uguale quantità pagheranno i religiosi, siano questi secolari o regolari, che volessero viaggiare in abiti da laico.

28. Il figlio bastardo di un sacerdote che volesse essere preferito per succedere nella cura al padre, pagherà 27 libbre, 1 soldo.

29. Il bastardo che volesse ricevere ordini sacri e goderne i benefici, pagherà 15 libbre, 18 soldi, 6 denari.

30. Il figlio di genitori sconosciuti che voglia entrare negli ordini, pagherà al tesoro pontificio 27 libbre, 1 soldo.

31.1 laici contraffatti o deformi che vogliano ricevere ordini sacri e possedere benefici, pagheranno alla cancelleria apostolica 58 libbre, 2 soldi.

32. Uguale somma pagherà il guercio dell'occhio destro, mentre il guercio dell'occhio sinistro pagherà al Papa 10 libbre, 7 soldi. Gli strabici pagheranno 45 libbre, 3 soldi.

33. Gli eunuchi che volessero entrare negli ordini, pagheranno la quantità di 310 libbre, 15 soldi.

34. Colui che per simonia volesse acquistare uno o molti benefici, s'indirizzerà ai tesorieri del Papa, che gli venderanno il diritto a un prezzo modico.

35. Colui che per avere mancato un giuramento volesse evitare ogni persecuzione e liberarsi di ogni tipo d'infamia, pagherà al Papa 131 libbre, 15 soldi. Inoltre consegnerà 3 libbre per ognuno di coloro che erano stati garantiti.
Discussione intorno alla veridicità dell'elenco [modifica]

Fin dalla pubblicazione del libro vi furono numerose reazioni, specialmente da parte di tutte quelle persone che non erano a conoscenza di questo documento e desideravano avere maggiori informazioni in merito. La lista, infatti, è stata edita senza nessun necessario riferimento bibliografico. Occorre premettere che tutti gli atti dei pontefici (per lo meno in epoca moderna) sono noti e pubblicati in raccolte ed edizioni a stampa (il Bullarium romanum, anzitutto) e di tutti siamo a disposizione dell'originale. Ogni documento infatti veniva pubblicato ufficialmente e ricopiato in centinaia di esemplari che venivano inviati in ogni regione del mondo cristiano sottoposto all'autorità del Papa. Per questo motivo tutte le bolle dei pontefici e gli atti pubblici di governo sono disponibili in diverse copie dell'epoca, regolarmente sottoscritte e bollate dalla curia romana.

Ora, il documento sopra riprodotto non è riportato in nessuna delle edizioni degli atti pontifici, non è noto in forma originale e non se ne dispone di alcuna copia coeva che abbia un valore documentale accertato. Alcuni storici, per questo motivo, si sono affrettati a domandare al signor Rodríguez le necessarie referenze che egli aveva omesso di indicare, per verificare la provenienza del documento che egli aveva pubblicato, e che ad una prima lettura sembra chiaramente un falso denigratorio. Rodríguez non è fino ad oggi stato in grado di mostrare alcun documento papale originale; ha però solamente acconsentito a qualificarlo come "dubbioso". Rimane sullo sfondo il principio metodologico secondo cui un documento non esiste fino che non viene dimostrata prova accettabile della sua esistenza, e che è colui che produce documento che è tenuto a dimostrarne l'autenticità, e non coloro che il documento non conoscono. Diversamente chiunque potrebbe fabbricare un documento e presentarlo come autentico, e chiedere ad altri di dimostrare la sua falsità. Non si può dimostrare la falsità di una cosa che documentariamente non esiste.

Ben poco valore ha l'idea secondo cui il documento sarebbe nascosto in Vaticano. Ciò significherebbe che di quel documento esiste una sola copia, il che renderebbe immediatamente incredibile la dichiarazione secondo cui le tariffe sarebbero state realmente applicate e divulgate tra i fedeli. Un atto pontificio ufficiale non pubblicato con ogni mezzo è semplicemente un atto pontificio che non esiste. Peraltro, gli archivi vaticani che contengono la documentazione di quell'epoca sono aperti agli studiosi. Infine, se un documento è nascosto in una biblioteca, non si capisce come qualcuno sia in grado di pubblicarlo ma non sia in grado di chiarire nessuna delle circostanze in cui tale documento fu per lui accessibile.

Un gruppo di ricercatori ha raccolto una serie di documentazione in proposito, riprodotta nel loro sito internet[1]. Anzitutto fu domandato al Rodríguez di produrre la documentazione su cui egli si era basato; egli rispose che il testo era stato ricavato da alcune fotocopie di pagine in lingua francese, ora sbiadite. Non fornì copie di quelle pagine né si dimostrò in grado di dare una referenza di qualche valore storico. La corrispondenza tra Rodríguez e questi ricercatori è stata resa pubblica nel sito di questi ultimi.

Alcuni sostengono l'autenticità del documento pur senza essere in grado di produrre alcuna referenza verificabile da uno storico. La discussione procede quindi - ma esclusivamente in questo campo dei non addetti ai lavori - sul piano inverificabile della personale inclinazione clericale o anticlericale.
Probabile modello su cui il falso è stato costruito [modifica]

È ben noto che in età rinascimentale sono realmente esistiti alcuni tariffari della curia romana, le cui copie autentiche sono attualmente consultabili. Essi però regolavano semplicemente il compenso da versarsi alla curia per la redazione materiale di qualche documento canonico, come tassa dovuta all'ufficio, a seconda dell'impegno che la preparazione e la scrittura in bella copia del documento richiedeva. Oggi tali elenchi di prezzi non esistono più, in quanto i dipendenti degli uffici vaticani sono stipendiati mensilmente, indipendentemente dalla quantità di documenti che producono. L'elenco di prezzi, perciò, non è altro che un tariffario di un ufficio, e non ha nulla a che fare con l'assoluzione dei peccati.

Certamente all'epoca di Leone X fu pubblicata una lista di tariffe per la curia romana, che fu in vigore durante il suo pontificato. Ma è altrettanto certo che questa ed altre simili liste "soffrirono gravi interpolazioni per opera dei protestanti, che alterarono abilmente la fraseologia e le cifre, di modo da fornire un aspetto esclusivamente venale e simoniaco alle concessioni del pontefice, per cui i poveri erano spietatamente esclusi, mentre i ricchi potevano ottenere con il denaro tutto ciò che desideravano"[2]

Esistono numerose pubblicazioni di tariffari alterati, stampati nei paesi protestanti con intenzione di screditare la Chiesa romana. Oggi gli storici di ogni orientamento ne riconoscono l'evidente falsità, e li considerano documentazione utile per studiare i rapporti tra il protestantesimo e il cattolicesimo nei secoli delle controversie. Nessuna di queste liste alterate coincide però con il testo pubblicato da Rodríguez, e nessuna di esse giunge ad un tale grado di corruzione; probabilmente i falsari dell'epoca erano ben consapevoli che un carattere eccessivamente simoniaco del documento avrebbe immediatamente fatto dubitare della sua autenticità. Se sono dunque noti i modelli, rimane da accertare a chi sia dovuta la redazione del testo pubblicato da Rodríguez.

Note [modifica]
1. ^ Sito di studio sulla Taxa Camarae
2. ^ N. Storti, La Storia e il Diritto della Dataria Apostolica dalle origini ai nostri giorni, Napoli 1969, p. 268

Bibliografia [modifica]
Studi:
* N. Storti, La Storia e il Diritto della Dataria Apostolica dalle origini ai nostri giorni, Napoli 1969, pp. 268-277
* Joseph Mendham (Emancipatus), Taxatio papalis, London 1825.
* R. Gibbings, The taxes of the apostolic penitentiary, Dublin 1872.
* P. Woker, Das kirchliche Finanzwesen der Päpste, Nördlingen 1878.
* H. C. Lea, The Taxes of the Papal Penitentiary, in “The English Historical Review” VIII (1893), 424-438.
* A. Dupin, Taxes de la pénitencerie apostolique, Paris 1879.
* T. L. Green, Indulgences, Sacramental Absolutions, and the Tax-Tables of the Roman Chancery and Penitentiary, considered in reply to the charge of Venality, London 1872.
* M. Jung, De L’authenticité du Fameux Livre des Taxes de la Chancellerie de Rome, in “Bulletin de la Société de l’Histoire du Protestantisme Français”, 1857, pp.541-557.

Raccolta di fonti:
* L. Tomassetti - S. Franco (a cura di), Bullarium, Diplomatum et Privilegiorum Sanctorum Romanorum Pontificum, Torino 1857-1882.
* E. Fridberg (a cura di), Corpus Iuris Canonici, Graz (1955).
* M. Tangl, Die päpstlichen Kanzleiordnungen von 1200-1500, Aalen (1959).
* H. Denifle, Die älteste Taxrolle der apostolischen Pönitentiarie, in“Archiv für Literatur- und Kirchengeschichte des Mittlelalters” IV (1888), pp. 201-238.
Collegamenti esterni [modifica]
* Studio in italiano (sito di studio e documentazione sulla Taxa camarae e le sue probabili fonti)
* La Taxa Camarae del papa León X (sito di Pepe Rodríguez che riporta l'elenco tariffario)
* Cattolicesimo Portale Cattolicesimo: accedi alle voci di Wikipedia che trattano di Cattolicesimo

3 comentários:

P. Genovese disse...

PRA,

Nessa você papou mosca.
Uma busca simples na internet te revelaria que este documento é falso. Pra ser sucinto, a própria wikipedia resolve:
http://it.wikipedia.org/wiki/Taxa_camarae

Alias, a venda de indulgências é uma prática tão vilipendiada quanto incompreendida. Não funciona como se alardeia, e não garante o perdão de nenhum pecado.

Falar mal por falar mal, poderiam ter contado dos altos preços que o chapéu de cardeal tinha durante o renascimento. Aí sim, bela corrupção divina....

Anônimo disse...

Nula Sallus Extra Ecclesiam!

Vale!

Paulo Roberto de Almeida disse...

Anônimo latinesco, ou eclesiástico:

So what, como diriam os ingleses??!!

Se você acha isso, melhor guardar para suas aulas de latim. Os leitores deste blog preferem pessoas identificadas, que trazem algo de substantivo sobre o tema em questão.

Pode até ser que os "preços" das indulgências sejam falsos, e os próprios crimes sejam construídos. Isso não impede que a Igreja VENDEU indulgências, e que por isso mesmo Lutero lutou contra a corrupção na Igreja.
Isso acontece até hoje, como vemos.
A salvação está na verdade, não em frases vazias em latim...
Paulo Roberto de Almeida