domingo, 9 de agosto de 2009

1272) Chavez e a responsabilidade "ética" da imprensa

Curiosa esta matéria, não tanto pelo que afirma sobre o líder venezuelano -- do qual não se deve esperar algo diferente -- mas pelo que deixa nas entrelinhas sobre quem poderia ter se manifestado e não o fez...
PRA.

Chávez quer inserir ”limite ético” à imprensa em declaração da Unasul
O Estado de S.Paulo, domingo, 9 de agosto de 2009

Por Denise Chrispim Marin, no Estadão:
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quer inserir na declaração final da 3ª Reunião de Cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul), que ocorre amanhã em Quito, no Equador, um parágrafo sobre a “responsabilidade ética” dos meios de comunicação.

A linguagem parece inofensiva, mas vinda de um governo que fechou 34 rádios em julho e ameaçou adotar uma legislação que afeta a liberdade de imprensa (mais informações na página A18), a proposta alarmou o Itamaraty. Caberá a Uruguai e Chile impedir o consenso necessário para a aprovação do texto.

Segundo um diplomata brasileiro, a sugestão venezuelana causou surpresa, suspeitas e mal-estar nas negociações técnicas, especialmente porque seria impraticável chegar a uma definição de consenso sobre o que é “responsabilidade ética” em um debate sob a tutela do governo Chávez.

O temor é de que qualquer menção em aberto dê margem para que a Venezuela ou outro país da região possa se apoiar na declaração da Unasul para adotar medidas contrárias à liberdade de imprensa. “O Uruguai e o Chile se opuseram com tanta veemência que o Brasil nem precisou se manifestar”, afirmou o diplomata.
A Venezuela montou ainda outro imbróglio para o encontro de cúpula ao propor a inclusão de um parágrafo sobre a “arquitetura financeira regional” no texto, que terá como tema a crise econômica global.

A linguagem novamente esconde as intenções de Caracas: a adoção pela Unasul de todos os mecanismos monetários aceitos pela Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), como a futura criação de uma moeda comum e de um Fundo de Reservas Comum. Nesse caso, o Brasil tem mais interesse em manifestar sua contrariedade com o assunto.

2 comentários:

  1. Nós, os verdadeiros interessados, ficamos esperando o Brasil manifestar contrariedade. Contudo, o presidente Lula como sempre deixa a desejar. A declaração sobre a construção da base norte-americana na Colômbia reflete bem a forma como ele costuma se posicionar:
    Lula disse: “A MIM NÃO ME AGRADA mais uma base norte-americana na Colômbia, mas como eu não gostaria que Uribe desse palpite nas coisas que faço no Brasil, prefiro não dar palpite sobre coisas do Uribe”. Puxa, o nosso Bismarck é desconcertante. Trata-se apenas de ignorância, ou pensa que está sendo maquiavélico quando diz que não vai dar palpite, no momento exato em que acabou de fazê-lo?"
    continuação: http://www.imil.org.br/artigos/“a-paz-brasileira”-e-as-bases-americanas-na-colombia/

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  2. Anita,
    Creio que faz parte do que já foi descrito como a "quase lógica" do presidente.
    Eu, na verdade, encontro apenas total falta de lógica no que ele diz, de modo absolutamente destrambelhado, com frases mal construídas, incompreensíveis para quem lida com sujeito, predicado, complemento.
    Talvez seja uma estratégia, a da ignorância confusionista.
    Como já se disse: quem não tem nada de inteligente para dizer, melhor ficar calado.
    Mas, esta seria uma missão impossível a quem ascendeu ao som de seus próprios discursos, impossível parar de falar, simplesmente inviável no plano psicológico.
    Este o líder da nossa diplomacia...

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