Não sou o autor, nem subscrevo às palavras do jornalista abaixo. Apenas que estava tentando ver o vídeo israelense satírico, enviado por várias pessoas e não estava dando certo (talvez por excesso de visualizações). Agora consegui neste post, e por isto o coloco aqui. A despeito das muitas deformações culturais, o vídeo chega a ser engraçado (não para todo mundo, claro). Que me perdõem os mais sensíveis, política também é um divertimento, e por uma vez, a política externa...
O gerente da fábrica de mentiras
Augusto Nunes
3 de junho de 2010
O presidente Lula aproveitou a visita à fábrica da Volkswagen no ABC paulista para ampliar a fábrica de mentiras montada em sociedade com o amigo Mahmoud Ahmadinejad. “Todo mundo falava mal do Irã, mas ninguém tinha sentado no tête-à-tête”, reincidiu o campeão da gabolice. “Aquilo que os americanos não estavam conseguindo em 31 anos de negociações com o Irã o Brasil conseguiu em 18 horas de conversa”.
O Brasil não conseguiu coisa nenhuma. O presidente só conseguiu o de sempre: o papel de otário megalomitômano no espetáculo do cinismo. Lula nem imagina o que é fundamentalismo xiita, nunca ouviu falar do aiatolá Khomeini e talvez ignore que o regime instituído em 1979 fez a opção preferencial pelas cavernas em 1979. Mas sabe que o Irã não quer conversa com interlocutores sérios. Ele baixou em Teerã não como negociador, mas como cúmplice.
A discurseira na Volkswagen reafirma uma constatação e conduz a uma descoberta. Lula constatou que a política externa influencia, sim, o comportamento do eleitorado. E o Brasil que pensa descobriu que o presidente se faz de ingênuo por vigarice. Capricha na pose de mediador esforçado, iludido em sua boa fé pelos americanos, para apresentar Ahmadinejad como o bom moço enganado por vilões e, simultaneamente, apresentar-se como vítima da inveja de Barack Obama.
De volta aos palanques domésticos, Lula tenta agora transformar em vitória um fiasco e convencer plateias grávidas de credulidade de que só não foi promovido a pacificador do planeta por culpa de Hillary Clinton. É provável que muitos companheiros da Volks tenham engolido a farsa que já vai sendo desmontada em outros países. Em Israel, por exemplo, o candidato a secretário-geral da ONU já virou piada (veja o vídeo). É só o começo.
“Quanto mais mentiras nossos adversários disserem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles”, prometeu José Serra no primeiro discurso como candidato à presidência. É hora de riscar esse restritivo “sobre nós” e rechaçar sem reverências nem eufemismos qualquer tipo de mentira. No caso do Irã, por exemplo, Lula finge lidar com uma democracia como tantas, injustamente impedida pelo imperialismo ianque de recorrer à energia nuclear para melhorar a vida dos cidadãos.
É preciso destruir sem demora a fábrica de mentiras. Cumpre à oposição mostrar aos brasileiros o que o regime iraniano efetivamente é: uma ditadura singularmente brutal, que estupra os direitos humanos, frauda eleições, odeia a liberdade de expressão, prende, tortura e mata quem não capitula, sonha com a eliminação física de todos os inimigos, envergonha o mundo civilizado e afronta todo o tempo a consciência universal.
Regimes assim não negociam. Tramam. Não têm interlocutores. Têm comparsas.
Cliquem no link do post para ver o vídeo, ou diretamente neste vídeo do YouTube.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.