sábado, 9 de julho de 2011

Renovo a pergunta ao companheiro: voce gosta de morar num pais assim?

Eu não, mas nem sempre se consegue mudar de país asi no más...
Em todo caso, aqui segue uma complementação à pergunta feita mais abaixo: será que é possível que tenhamos, um dia (mesmo num futuro distante) um país normal?
Seguem comentários de um jornalista conhecido...

No país da pororoca, da jabuticaba…
Reinaldo Azevedo, 8/07/2011

(...) É, leitor, vivendo e aprendendo…

Sendo assim, a gente tem político que rejeita um cargo no primeiro escalão do governo federal porque o grupo empresarial a que ele pertence diz “não”! Foi o que se deu com o senador Blairo Maggi (PR-MT), convidado a assumir o Ministério dos Transportes no lugar do defenestrado Alfredo Nascimento.

Prestem atenção! O Grupo André Maggi, que congrega as empresas comandadas por Blairo, reuniu-se e chegou à conclusão de que este não pode ser ministro por causa dos negócios que aquele mantém com o governo federal, o que caracterizaria um choque de interesses.

Caramba! O mundo está mesmo ao contrário, e ninguém reparou!

Sempre entendi que a tarefa de apontar incompatibilidades era, na esfera propriamente política, da Casa Civil, e numa outra, já ligada à área de Inteligência, da Abin. Uma analisa a trajetória política do pretendido — ou do pretendente —, e a outra, a ficha, digamos, criminal. Havendo um “nada consta” nas duas instâncias, então se faz o convite.

É o fim da picada que tenha de ser o grupo André Maggi a informar que haveria um choque de interesses entre o Blairo empresário e o Blairo ministro — noto que o grupo deve ter achado que estava dada a compatibilidade quando ele era governador e está dada agora, como senador. Mas isso é o de menos agora.

A dificuldade do governo decorre de um método de composição da equipe de caráter, digamos, feudal, quando os senhores da terra, absolutos em seus domínios e com exército particular, se reuniam para dar a sua cota pessoal de sustentação a um rei que, para todos os efeitos, tentava manter a harmonia do conjunto.

Só se tem hoje um buraco no Ministério dos Transportes porque esse é o feudo do PR. É preciso encontrar o “melhor nome” dentro desse grupo restrito. Considerando que a turma está na pasta há sete anos, é razoável supor que aqueles que se “interessam” por essa área já estavam lá agregados. Uma escolha dentro desse universo corresponde à manutenção do statu quo.

É o que chamo de “Presidencialismo de Colisão com a Moralidade”.

Um comentário:

  1. O padre António Viera ao ser requisitado pelo Rei de Portugal, D. João IV, sobre um parecer sobre a conviniência de haver no estado do Grão-Pará e Maranhão ou dois capitães-mores ou um só governador responde ao monarca em carta datada de 4 de abril de 1654:

    "(...)Digo que menos mau será um ladrão que dois; e que mais dificultoso serão de achar dois homens de bem que um. Sendo proposto a Catão dois cidadãos romanos para o provimento de duas praças, respondeu que ambos lhe descontentavam: um porque nada tinha, outro porque nada lhe bastava.(...)"

    Vale!

    ResponderExcluir

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.