sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Venezuela: politica cambial cambiante... (inevitavel)

O destino desses países que manipulam o câmbio -- Venezuela, Argentina, por ex. -- é enfrentar, mais cedo ou mais tarde, uma crise de transações correntes que os obrigue a desvalorizar em catástrofe, sequestrando eventualmemte os ativos em dólares dos particulares.
Alguem confia nos bancos venezuelanos para neles deixar os seus dólares? A Argentina, por sua vez, é um dos paises menos bancarizados da América Latina: alguma razão deve haver...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela desvaloriza bolívar em 46,5% em relação ao dólar
Por Suzi Katzumata | Valor, com agências internacionais, 8/02/2013


O ministro de Planejamento e Finanças da Venezuela, Jorge Giordani, anunciou, nesta sexta-feira, 8, que a taxa cambial do bolívar passará de 4,30 por dólar a 6,30 por dólar — uma desvalorização de 46,5% —, segundo informou a agência nacional de notícias do país AVN. Ao mesmo tempo, Giordani anunciou a criação do Órgão Superior para a Otimização do Sistema Cambial, mas sem detalhar como será o funcionamento desse novo organismo.
A desvalorização do bolívar era amplamente esperada pelos analistas, pois a medida permitirá uma melhora nas contas do governo, que em 2012 registrou um déficit fiscal de 16% do Produto Interno Bruto (PIB). A elevação do dólar permitirá, ainda, aumentar o caixa da estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA), que receberá mais bolívares por cada dólar obtido com a exportação da commodity.
De acordo com o jornal venzuelano El Universal, o presidente do banco central do país, Nelson Merentes, anunciou ainda o fim do Sitme (Sistema de Transações com Títulos em Moeda Estrangeira), após dois anos de funcionamento.
“O sistema não estava cumprindo os objetivos em alguns aspectos. Era imperfeito”, disse o presidente do BC do país, em entrevista coletiva.
Porém, Merentes destacou que o governo irá estimular a abertura de contas em dólar em território nacional.

Contas em dólares
“Desde junho de 2012 está autorizada a abertura de contas em moeda estrangeira e vamos criar mecanismos que facilitem esse fluxo de divisas”, afirmou Merentes.
Segundo o presidente do BC da Venezuela, serão aceitos depósitos em bolívares de até US$ 2 mil por mês para fins previstos pela lei, como remessas para familiares no exterior, recebimento de aposentadorias pagas por outro países e recebimentos de trabalhos prestados.

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