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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Antes da diplomacia companheira eramos todos submissos ao imperio - a versao deformada da Historia

Então ficamos assim: antes do "nunca antes", antes da gloriosa era do guia genial dos povos, que conseguiu enterrar o ancien régime tucanês, o Itamaraty, e a maioria dos diplomatas, assim como todos aqueles que trabalharam ou foram responsáveis pela política externa do Brasil, eram todos uma tribo de submissos irrecuparáveis, servos fieis do Império, dispostos a vender a soberania da pátria no altar da integração subordinada aos interesses imperiais. Só depois é que conseguimos ter uma diplomacia "altiva e ativa", e mais adiante "soberana", como a indicar que havia algum desconforto psicológico em não sublinhar a soberania em qualquer ato de afirmação da sua autonomia, independência, afirmação, etc, como por exemplo não tirar os sapatos, mesmo quando a segurança assim o exige, pois a soberania está embutida nos calçados, etc., etc., etc.
Tem gente vibrando, com tudo isso, alguns de extrema satisfação, outros de indignação. Mas o mundo é assim mesmo: algumas versões da história tentam se fazer passar por toda a verdade, quando só revelam o caráter de quem as emite.
Paulo Roberto de Almeida

Diplomacia brasileira antes de Lula era excessivamente domesticada, afirma Celso Amorim

Ex-chanceler disse que não há indícios de que EUA tenham grampeado informações privilegiadas sobre compra de caças


Opera Mundi, 17/07/2013
O ex-chanceler e atual ministro da Defesa, Celso Amorim, classificou a diplomacia implementada pelo Brasil até o início do governo Lula, em 2003, como “excessivamente domesticada e facilmente domesticável”. Ovacionado por uma plateia formada basicamente por centenas de estudantes, Amorim contou uma série de casos para mostrar a maior autonomia da política externa brasileira nos oito anos em que esteve na chefia do Itamaraty.

Vitor Sion/Opera Mundi
“Antes do presidente Lula, havia uma concepção, que talvez tenha sido acertada em algum momento, mas não quando assumimos, de que Brasil não poderia tomar as decisões que queria por não ter excedente de poder. Era uma visão excessivamente domesticada e facilmente domesticável”, argumentou.

De acordo com o ex-chanceler, o objetivo da diplomacia brasileira sob o governo Lula era “contribuir para uma nova ordem política internacional”, sem se submeter a nenhuma potência. “Na política externa, você pode reagir com uma agenda dada ou criar uma agenda própria que influencie a comunidade internacional, o que foi uma das características do governo Lula”, explicou.

"Eleição do Lula em 2002 ocorreu com aquele sentimento na população de que 'é possível mudar o Brasil'. Usamos essa ideia para mudar a nossa atitude nas relações internacionais", analisou.

Uma das histórias lembradas pelo ministro diz respeito à criação do grupo “Amigos da Venezuela”, pouco depois da chegada do presidente Lula ao poder, para colocar fim à crise política no país vizinho, onde houve uma tentativa de golpe contra Hugo Chávez em 2002.

“Até então, todas as soluções eram discutidas na OEA [Organização dos Estados Americanos]. Para mim esse processo tinha um gosto ‘monroísta’ [em alusão à norte-americana doutrina Monroe, cujo lema é ‘A América para os americanos’]. Os EUA defendiam eleições antecipadas, mas nós decidimos pelo referendo revogatório, que era uma ferramenta prevista na Constituição do país”, lembra Amorim.
Questionado por Opera Mundi sobre a possibilidade levantada pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, de que os EUA poderiam ter grampeado informação privilegiada sobre a compra de caças para a FAB (Força Aérea  Brasileira), o ministro da Defesa disse “os comandantes das Forças Armadas não detectaram nenhum vazamento de dados sigilosos” sobre o assunto. “Não detectaram, mas se houve ou não houve ninguém nunca vai saber com certeza.”

Amorim também disse que, até esta semana, não tinha conhecimento da vistoria realizada por autoridades bolivianas ao avião que o levou para o país vizinho, em 2011. O ex-chanceler participou da última mesa de debates desta terça-feira (16/07) da conferência “2003-2010: Uma nova política externa”, na Universidade Federal do ABC, e foi o palestrante mais aplaudido do dia. O evento continua hoje e amanhã, quando o presidente Lula fará parte do ato de encerramento. 

7 comentários:

Anônimo disse...

http://www.ft.com/intl/cms/s/0/ae19f906-ef64-11e2-9269-00144feabdc0.html?ftcamp=crm/email/2013?ftcamp=crm/email/2013718/nbe/BreakingNews1/product_a2___a3__/nbe/BreakingNews1/product#axzz2ZPTyShPo

Vale!

Anônimo disse...

"eram todos uma tribo de submissos irrecuparáveis, servos fieis do Império, dispostos a vender a soberania da pátria no altar da integração subordinada aos interesses imperiais."

Isso é o senhor que está dizendo, ao seu modo maniqueísta e infantil. Ninguém, nem seu querido ministro da Defesa, nega a grandeza de um San Tiago Dantas, um Araújo Castro, um Afonso Arinos, e tantos outros. Mas o senhor, um nanico da diplomacia nacional, em vez do debate franco e sério, prefere essa retórica simplista. Isso quando não sai simplesmente xingando os outros (o que o senhor chama de "ideias inteligentes para pessoas inteligentes" -- ver a descrição do blog).

Paulo Roberto de Almeida disse...

Adesistas anônimos e mercenários a soldo sempre têm vergonha ou são incapazes de debater ideias, e ficam agredindo o mensageiro.
Este é o mundo dos companheiros: sem argumentos, atire no mensageiro.
Paulo Roberto de Almeida

Anônimo disse...

Então o senhor acha que todos os anônimos que o criticam são "adesistas" e "governistas"? É por isso que o senhor não passa de um rancoroso sem argumentos, um maniqueísta ("quem me critica só pode ser petralha"). Quem foi que disse que, no Itamaraty antes de Lula, todos eram uma tribo de submissos? O senhor! Isso não é argumento, é apenas distorção, fruto de rancor. Mas se o senhor ainda não entendeu isso, não vai entender mais.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Adesistas anônimos (envergonhados ou carecendo de personalidade própria, já que sem coragem de assumir sua identidade) não precisam ser petralhas. Basta ser fellow travelers, obedientes e disciplinados funcionários, incapazes de debater o fundo da questão, e que se repetem nos ataques pessoais. São covardes por isso mesmo.
Vejamos quem disse isto?:
"Antes do presidente Lula, havia uma concepção, que talvez tenha sido acertada em algum momento, mas não quando assumimos, de que Brasil não poderia tomar as decisões que queria por não ter excedente de poder. Era uma visão excessivamente domesticada e facilmente domesticável."
Na terra do "nunca antes" tudo se fez depois, e o que se fez antes era, ou errado, ou submisso, pouco altivo, totalmente passivo e obviamente contra a soberania do país.
Como tentar esconder um avião vistoriado, por exemplo...
Que coisa, hem?
Como alertado nas instruções de comentários, eles devem ser substantivos. Mercenários a soldo que pretendem apenas ofender o blogueiro se enganam de alvo, além de revelar sua incapacidade de argumentar.
Paulo Roberto de Almeida

Nataniel disse...

Doutor Paulo, como fã do blog pergunto apenas por curiosidade, existe algum motivo em especifico para a opção "anônimo" nos comentários ou simplesmente o senhor quer ver "o circo pegar fogo"? rsrsrsrs

Paulo Roberto de Almeida disse...

Existem vários tipos de Anônimos: os que realmente preferem comentar com liberdade sem se expor a retaliações dos companheiros no poder (sempre rancorosos com quem não pensa, ops, como eles, mas eles quase não pensam); os muito tímidos ou envergonhados, que preferem assim, e eu compreendo; existem os que eu chamo de Adesistas (e que tem vergonha de se-lo, do contrário não seriam anônimos) e os Mercenários a soldo, seres abjetos que estão cumprindo uma missão suja, seja ela qual for.
Eu prefiro publicar comentários substantivos, mesmo contrários ao que eu penso, mas muitos anônimos, sobretudo os da última categoria, escrevem apenas para ofender, e eu publico mesmo assim, pois isso revela o caráter desse tipo de gente.
Quem se encosta no poder para tirar vantagens pessoais, quem não tem coragem de defender ideias proprias, mas que cola em quem está no poder, quem não tem caráter para defender simplesmente a verdade, quem não se exime de cometer desonestidades, esses merecem meu desprezo, mas eu os publico ainda assim, pois é preciso conhecer do que é feito certos círculos de pessoas.
De minha parte, entre meu conforto pessoal e a verdade, sempre ficarei com esta última, e não deixarei de dizer a verdade, mesmo quando isso represente certos problemas pessoais.
Acho que as pessoas devem assumir responsabilidade pelo que fazem e pelo que dizem.
Alguns preferem se esconder no anonimato. Que seja. Suponho que eles não tenha coragem de se olhar no espelho ou confrontar o travesseiro sem algum sentimento de vergonha. Se não tem nenhuma é porque o seu caráter já é feito dessa matéria que identifica mercenários e fascistas.
Paulo Roberto de Almeida