Augusto Nunes, 06/08/2013
Trecho de um post aqui publicado em outubro de 2011:
Os companheiros desmoralizados pelo mensalão e os quadrilheiros da base alugada fazem o possível para entregar à oposição, já desfraldada, a bandeira do combate à ladroagem. Os tucanos fazem questão de devolvê-la, arriada, para não tropeçar em bandidos domésticos. Durante a campanha presidencial de 2010, por exemplo, Dilma Rousseff ofereceu a José Serra a bandeja com a cabeça da melhor amiga Erenice Guerra. O candidato tucano rejeitou-a para livrar-se de perguntas sobre um certo Paulo Preto.
De novo para não topar com esqueletos de estimação, agora é Geraldo Alckmin quem se recusa a abrir os armários da Assembleia Legislativa. É um deslize moral e um equívoco político: a devassa acabará escancarando as bandalheiras que assombram a 1ª Secretaria da Assembleia. Historicamente explorado pelo PT, esse porão está hoje sob a guarda de Rui Falcão, presidente nacional do partido.
Nenhuma sigla conseguiu enxergar as dimensões da indignação do Brasil decente com a corrupção institucionalizada e impune. É natural que sejam todos tratados como gente que não merece confiança. Se a oposição oficial não acordar a tempo, repousará para sempre na mesma cova rasa escavada para acolher os protetores de ladrões federais.
Em abril de 2012, também neste espaço, outro post reiterou a advertência:
Um abismo separa a oposição oficial da oposição real, formada por brasileiros que respeitam a lei, os valores morais e as normas éticas, não cedem à tentação de justificar o injustificável, não fazem concessões ao farisaísmo, à hipocrisia e à pouca vergonha, não aceitam a tese de que, em política, só é feio perder a eleição. O eleitorado honesto está farto de votar por exclusão e escolher o mal menor. O país que presta teima em ver as coisas como as coisas são. E não tem bandidos de estimação.
Até que o Brasil descobrisse que o templo das vestais camuflava um bordel, o PT fez de conta que era o único partido que, nas palavras de José Dirceu, “não róba nem dêxa robá”. Desmascarada a fraude, a sigla que institucionalizou a corrupção impune e organizou a maior roubalheira federal de todos os tempos não perdeu uma única chance de engrossar a falácia segundo a qual todas se igualam na ladroagem.É o que tem feito desde que pousaram no noticiário jornalístico denúncias envolvendo o metrô de São Paulo. Enquanto recitam que a condenação dos quadrilheiros pelo STF resultou de um “julgamento político”, os companheiros berram que a gatunagem alheia é muito maior. Haja cinismo.
É evidente que as histórias sobre o cartel de que fez parte a Siemens têm as impressões digitais do Planalto. É óbvio que informações em poder dos integrantes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) vazam de torneiras controladas por Gilberto Carvalho. E até os bebês de colo e os índios das tribos isoladas sabem que o barulho foi programado para abafar o ruidoso começo do último capítulo do julgamento do mensalão.
Feitas as ressalvas, está claro que há um escândalo a investigar, suspeitos a identificar e culpados a punir. Já se comprovou que, durante alguns anos, grandes empresas se acumpliciaram para tungar muitos milhões de reais dos pagadores de impostos. São esses, não os milicianos que patrulham a internet insones com a iminente prisão dos mensaleiros, que merecem o completo esclarecimento do caso.
O PSDB tem mais uma oportunidade ─ talvez a derradeira ─ de provar que é diferente do PT. Ao longo do mês, os devotos de Lula estarão tentando livrar da cadeia os delinquentes amigos e acusando qualquer um que se mova fora das fronteiras da sigla. O país que pensa entende que o Código Penal vale para todos. Ficha de filiação partidária não é prova de culpa nem atestado de inocência.
A revolta da rua deixou claro que milhões de brasileiros exigem o fim da corrupção impune. Se a oposição oficial ignorar a mensagem transmitida aos gritos, multidões de manifestantes deduzirão que nenhum partido respeita normas éticas e nenhum político merece confiança. Ou o PSDB joga ao mar a carga malcheirosa ou é enlaçado pelo PT no abraço de afogado. Não existe uma terceira opção.
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REYNALDO ROCHA
Blog de Augusto Nunes, 06/08/2013
“O homem infeliz procura consolo mesclando e misturando as suas penas com as penas de outro.” (Milan Kundera).
Chega a ser surreal a incontida alegria de petralhas, milicianos e militontos com o caso da Siemens envolvendo o governo de São Paulo, objeto de reportagem da Folha de S. Paulo.
Lembra-me o pedófilo que, levado à delegacia por estuprar uma criança de 5 anos, lá descobre outro que estuprou uma de 10. Extasiado, grita: “Somos iguais! Não estou só!”
Não vou analisar os fatos da Siemens, que me parecem dignos de credibilidade, mas a euforia incontida dos ladrões de outra gangue.
Eles, os militontos petralhas, não mostraram a mesma satisfação com a CONDENAÇÂO ─ e não investigação inicial ─ que colocou na cadeia José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha et caterva. Não ficaram tão contentes com as provas irrefutáveis contra Lula sobre o uso de NOSSO dinheiro para bancar a amante Rosemary Noronha! Nem se espantaram quando a OI Telecomunicações pagou R$ 5 milhões ao Lulinha para tornar-se sócia minoritária de uma empresa sem clientes, inovação, produto ou passado.
Não vi enxurradas de posts no Facebook e outras redes quando se descobriu que Antonio Palocci era proprietário do apartamento de R$ 6 milhões onde morava e de outro, calculado em R% 11 milhões. que nem estava à venda ou alugado. Fechado, servia de “reserva técnica”, com uma taxa de condomínio mensal de R$ 4,8 mil.
Fernando Pimentel ganhou R$ 2 milhões para dar consultoria a uma fábrica de tubaína no interior de Pernambuco que foi à falência sem que o conselheiro desse as caras por lá.
São apenas alguns dos incontáveis exemplos.
Estamos em algum campeonato nacional de ladroagem?
Não tenho bandido de estimação. Não obedeço à ordem unida de nenhuma quadrilha. Se morasse num morro deste país abandonado, não protegeria marginais, como acontece tristemente em nossas favelas. Não cultuo marginais. E não preciso de mais ninguém que queira entender isto comigo! Sinto que somos muitos.
A histeria incontrolável dos seguidores de bandido é tão cega que não conseguem, mesmo tateando, entender que o recado é: ¨”VIU? Não são só os nossos que são ladrões! Os SEUS também!”
Erraram, idiotas! Não temos os “nossos”. E vocês demonstram que TAMBÉM não os têm: VOCÊS é que são deles! Assumidamente, declaradamente, sem vergonha e sem medo.
Não sei desenhar! Se algum dos opositores (integrantes dessa oposição quase oficial sem coragem que não diz a que veio) for preso por corrupção, ficarei FELIZ! Tanto como fiquei com a condenação de José Dirceu e ficarei mais ainda quando cruzar o portão de entrada do presídio.
Lugar de BANDIDO é na cadeia! Simples assim. Se for do PCC, Amigo dos Amigos, Comando Vermelho ou qualquer outra associação, que cumpram PENA na mesma pocilga!
Sei que os adoradores do Escadinha (do Comando Vermelho) vibram quando um outro (como o Beira-Mar do AMA) é preso! Soltam foguetes!
Hoje escuto os rojões da petralhada que perdeu a vergonha, a decência, o rumo e o senso de ridículo! (Não há UMA análise sobre O QUE FOI FEITO! Com repúdio e exigência de punição! Basta imaginar QUEM fez!
O ladrão A será absolvido porque descobriram o ladrão B? Celebrem, lulopetistas adoradores da Era de Mediocridade e incentivadores da apologia da ignorância, da mentira e da desfaçatez.
Mas tentem entender, no meio da bacanal que promovem, que alguém roubou vocês! E a nós! Que tal exigir que sejam punidos?
É absurda a festa pela suposta equalização de bandidos. Que riem juntos do uso que fazem dos OTÁRIOS!
Me incluam fora disto. É só o que eu exijo!
“A desonestidade só se consola com a desonestidade dos outros.” Henri Montherlant
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