Aide-Mémoire: caminhos da diplomacia brasileira
feito pelo cineasta Jon Tob Azulay para a Funag.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=5nP1IMIG5Ms&app=desktop
Aide-Mémoire: Caminhos da Diplomacia Brasileira (1997)
Diretor: Jon Tob Azulay
Duração: 52 min.
Minha opinião: aceitável para quem conhece pouco da história política do país e a de sua política exterior, mas um pouco elementar para quem já tem algum conhecimento nessas áreas.
O mais interessante são os depoimentos de personagens participantes da diplomacia -- mas cujas avaliações caberia tomar com muitas doses de sal -- e as imagens, filmes, trechos de documentários sobre fatos marcantes da vida internacional e brasileira.
Feito em 1997, ele refleta uma visão específica da diplomacia brasileira, e se fosse feito na era Lula provavelmente refletiria outras concepções.
Para guiar a preparação do documentário, os autores utilizaram basicamente três obras sobre a diplomacia brasileira:
1) Três Ensaios sobre a Diplomacia Brasileira, com textos de João Hermes Pereira de Araújo (história), Marcos Azambuja (multilateralismo) e Rubens Ricupero (desenvolvimento);
2) A Palavra do Brasil nas Nações Unidas, uma coleção de discursos do representante do Brasil na abertura do debate geral na AGNU, desde 1946, organizada pelo Embaixador Luiz Felipe Seixas Correa;
3) Imagens da Formação Territorial Brasileira (mapas), livro editado pela Fundação Odebrecht.
Interessantes as obras mas insuficientes para uma compreensão mais específica das tomadas de posição do Brasil no cenário internacional ao longo do tempo.
Em várias passagens, pelo depoimento de diversos protagonistas da diplomacia brasileira, se revelam os temas mais relevantes defendidos pelos tomadores de decisão, entre eles a luta pelo desarmamento e a demanda por uma reorganização econômica do mundo, o que também revela certa falta de realismo quanto ao mundo real.
Considerando-se que diplomatas são seres treinados pelo Estado para trabalhar no Estado, para o Estado, feitos portanto para servi-lo, fiel e exclusivamente, eles são guiados bem mais pela razão do Estado (no sentido comezinho, ou puramente burocrático da expressão) do que por uma compreensão mais acurada do mundo real e de sua base econômica; a maior parte dos burocratas-diplomatas não tem qualquer experiência do mundo empresarial, daí decorrendo certa agenda descolada das necessidades mais vinculadas ao mundo micro-econômico, que é aquele que produz riquezas, parte das quais apropriada pelo Estado para pagar seus diplomatas.
Paulo Roberto de Almeida
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